O que é o BeReal, a rede social que desafia o Instagram e tenta evitar ser um novo Clubhouse


Aplicativo ganha força entre os mais jovens por incentivar fotos ‘reais’, sem filtros e sem grandes elaborações; rivais já copiam recurso

Por Bruna Arimathea e Guilherme Guerra
Atualização:

Nova onda nos últimos meses, principalmente entre os mais jovens, a rede social BeReal tem uma proposta muito simples: o usuário só pode publicar uma única imagem por dia, tirada simultaneamente da câmera traseira e frontal do celular - nada de filtros ou edições nas fotos. A pegada “minimalista” rendeu ao app francês o apelido de “anti-Instagram”, que tenta evitar repetir a trajetória meteórica de outro fenômeno recente da internet, o Clubhouse.

“O BeReal não vai te fazer famoso. Se você quer se tornar um influenciador, vá ao TikTok e Instagram”, descreve a rede social sobre si mesma. Como se fosse um manifesto, continua: “Queremos que as pessoas se sintam bem a respeito delas mesmas e suas vidas. Queremos uma alternativa às redes sociais viciantes, que incentivam comparações e retratam a vida com o objetivo de acumular influência.”

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Para evitar os excessos de uso vistos em outras redes sociais, o BeReal desenvolveu um método um tanto quanto excêntrico: uma vez ao dia, em horários aleatórios da semana, o aplicativo envia uma notificação única para todos os celulares de uma mesma região. “É hora de ser real!”, diz o texto. Nos dois minutos seguintes, os usuários são incentivados a postar uma foto do que estão fazendo naquele momento.

“Para mim, um dos pontos mais fortes do BeReal é o fato de saber o que meus amigos estão fazendo em tempo real”, conta Clayton Varela, 26, que é diretor de arte e trabalha com filtros para redes sociais, como o Instagram. “Eu me sinto mais próximo a essas pessoas dentro do meu círculo social.”

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As fotos publicadas têm “vida útil” até a próxima notificação — tudo é efêmero e nenhuma publicação permanece para sempre no aplicativo. “E também pelo fato de não ter filtros, todo mundo é muito desapegado (com o que posta). Não existe a mesma pressão do Instagram”, aponta Varela, que usa o BeReal desde o fim de setembro.

A proposta tem dado certo: o app, nascido na França em 2020 pelas mãos de Alexis Barreyat, já soma 53 milhões de instalações desde janeiro de 2022, quando a rede social “rompeu a bolha” e começou a ganhar fôlego — os dados são da plataforma Sensor Tower. Não apenas isso: a empresa parece bem acompanhada. Recentemente, levantou US$ 30 milhões junto a investidores, como a16z e Accel — dois nomes conhecidos por terem investido no Facebook ainda no início.

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Para Matt Navarra, consultor britânico de redes sociais, entre pontos fortes e fracos da plataforma, a autenticidade é um dos elementos que está levando muitos usuários a instalar o app no celular, que funciona com Android e iPhone.

“Existe o fato de não entrarem na mesma fórmula de outras plataformas sociais, como Facebook e Instagram, de toxicidade, má reputação, questões de confiança e todos os outros problemas pelos quais essas redes têm sido criticadas. O BeReal veio de um lugar diferente e tem um ‘nome limpo’ no momento”, diz Navarra.

Foi assim que Giuliana da Silva Borges, 24, se sentiu na plataforma. A estudante de Relações Públicas relutou em ter mais uma rede social para “cuidar” e não aderiu ao app de primeira. Mas, depois de aparecer nas fotos dos amigos e conhecer o funcionamento, decidiu fazer parte do círculo das “fotos de agora”.

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“Meus amigos já tinham, mas eu estava postergando para não ter mais um app de rede social. No fim, a proposta é diferente do Instagram, em que a gente se preocupa com ângulo, com filtro e outras coisas porque tem muita gente vendo”, afirma Giuliana.

Giuliana da Silva Borges é usuária do BeReal, mas pode largar a rede social caso o app não mantenha audiência Foto: Alex Silva/Estadão - 6/10/2022

‘Sina’ do Clubhouse

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O sucesso repentino - e originado fora do universo das grandes redes sociais - faz lembrar de outra plataforma que fez muito sucesso no ano passado: o Clubhouse. Conhecido pelas salas de áudio em tempo real, o app americano causou furor pelo formato inovador, mas, depois que rivais copiaram o formato, caiu em desuso.

Esse é o desafio do BeReal, cujas notificações diárias e fotos sem filtro já são copiadas pelas duas maiores plataformas do mercado: o Instagram e o TikTok.

No app da Meta (companhia dona do Instagram, Facebook e WhatsApp), o recurso está em testes desde agosto e se chama “IG Candid” (em tradução livre, IG Puro), que funciona da mesma maneira que o BeReal. Já o TikTok, que tem tirado o sono de Mark Zuckerberg, lançou recentemente o “TikTok Now”, app que foi desmembrado da plataforma principal e pode ser baixado separadamente em lojas de aplicativos.

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Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam

Edney Souza, professor da ESPM

“Uma das forças do BeReal é que eles tiveram a ideia original para a ferramenta e isso deu a vantagem de ter chegado primeiro”, afirma Navarra. “Mas esse aspecto desapareceu rápido. Uma única ferramenta não vai ser suficiente para proteger o app da ameaça das cópias. No momento, parece um risco que vai ao encontro do que aconteceu com o Clubhouse”.

Para o Edney Souza, professor de marketing de produto da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), o BeReal não tem a originalidade que o Clubhouse, por exemplo, ofereceu ao surfar na era da comunicação por voz: “O app francês tenta criar um novo efeito psicológico baseado não em um comportamento existente, mas na repulsa a algo. Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam”, aponta.

Futuro incerto

Não parece ser o caso do BeReal, que surge como a primeira ferramenta de plataformas do Ocidente a ser “copiada” com destaque pelo TikTok — os Stories existem no app chinês, mas não chamaram dos usuários.

A inspiração do gigante chinês deve acender o sinal de alerta no BeReal. “O TikTok está ciente de como o Facebook colocou vários recursos diferentes em seu aplicativo e acabou assustando todo mundo”, explica ao Estadão Chris Stokel-Walker, autor do livro TikTok Boom.

Em outras palavras, o desenvolvimento de uma ferramenta como o BeReal não foi aleatório e pode tornar o TikTok em um centralizador de usuários ainda maior — o que pode significar problemas para a rede francesa.

“Não uso TikTok, mas, se as pessoas migrarem e pararem de usar o BeReal, eu também não devo ficar lá”, diz Giuliana. “Não vai ter engajamento.”

Nova onda nos últimos meses, principalmente entre os mais jovens, a rede social BeReal tem uma proposta muito simples: o usuário só pode publicar uma única imagem por dia, tirada simultaneamente da câmera traseira e frontal do celular - nada de filtros ou edições nas fotos. A pegada “minimalista” rendeu ao app francês o apelido de “anti-Instagram”, que tenta evitar repetir a trajetória meteórica de outro fenômeno recente da internet, o Clubhouse.

“O BeReal não vai te fazer famoso. Se você quer se tornar um influenciador, vá ao TikTok e Instagram”, descreve a rede social sobre si mesma. Como se fosse um manifesto, continua: “Queremos que as pessoas se sintam bem a respeito delas mesmas e suas vidas. Queremos uma alternativa às redes sociais viciantes, que incentivam comparações e retratam a vida com o objetivo de acumular influência.”

Para evitar os excessos de uso vistos em outras redes sociais, o BeReal desenvolveu um método um tanto quanto excêntrico: uma vez ao dia, em horários aleatórios da semana, o aplicativo envia uma notificação única para todos os celulares de uma mesma região. “É hora de ser real!”, diz o texto. Nos dois minutos seguintes, os usuários são incentivados a postar uma foto do que estão fazendo naquele momento.

“Para mim, um dos pontos mais fortes do BeReal é o fato de saber o que meus amigos estão fazendo em tempo real”, conta Clayton Varela, 26, que é diretor de arte e trabalha com filtros para redes sociais, como o Instagram. “Eu me sinto mais próximo a essas pessoas dentro do meu círculo social.”

As fotos publicadas têm “vida útil” até a próxima notificação — tudo é efêmero e nenhuma publicação permanece para sempre no aplicativo. “E também pelo fato de não ter filtros, todo mundo é muito desapegado (com o que posta). Não existe a mesma pressão do Instagram”, aponta Varela, que usa o BeReal desde o fim de setembro.

A proposta tem dado certo: o app, nascido na França em 2020 pelas mãos de Alexis Barreyat, já soma 53 milhões de instalações desde janeiro de 2022, quando a rede social “rompeu a bolha” e começou a ganhar fôlego — os dados são da plataforma Sensor Tower. Não apenas isso: a empresa parece bem acompanhada. Recentemente, levantou US$ 30 milhões junto a investidores, como a16z e Accel — dois nomes conhecidos por terem investido no Facebook ainda no início.

Para Matt Navarra, consultor britânico de redes sociais, entre pontos fortes e fracos da plataforma, a autenticidade é um dos elementos que está levando muitos usuários a instalar o app no celular, que funciona com Android e iPhone.

“Existe o fato de não entrarem na mesma fórmula de outras plataformas sociais, como Facebook e Instagram, de toxicidade, má reputação, questões de confiança e todos os outros problemas pelos quais essas redes têm sido criticadas. O BeReal veio de um lugar diferente e tem um ‘nome limpo’ no momento”, diz Navarra.

Foi assim que Giuliana da Silva Borges, 24, se sentiu na plataforma. A estudante de Relações Públicas relutou em ter mais uma rede social para “cuidar” e não aderiu ao app de primeira. Mas, depois de aparecer nas fotos dos amigos e conhecer o funcionamento, decidiu fazer parte do círculo das “fotos de agora”.

“Meus amigos já tinham, mas eu estava postergando para não ter mais um app de rede social. No fim, a proposta é diferente do Instagram, em que a gente se preocupa com ângulo, com filtro e outras coisas porque tem muita gente vendo”, afirma Giuliana.

Giuliana da Silva Borges é usuária do BeReal, mas pode largar a rede social caso o app não mantenha audiência Foto: Alex Silva/Estadão - 6/10/2022

‘Sina’ do Clubhouse

O sucesso repentino - e originado fora do universo das grandes redes sociais - faz lembrar de outra plataforma que fez muito sucesso no ano passado: o Clubhouse. Conhecido pelas salas de áudio em tempo real, o app americano causou furor pelo formato inovador, mas, depois que rivais copiaram o formato, caiu em desuso.

Esse é o desafio do BeReal, cujas notificações diárias e fotos sem filtro já são copiadas pelas duas maiores plataformas do mercado: o Instagram e o TikTok.

No app da Meta (companhia dona do Instagram, Facebook e WhatsApp), o recurso está em testes desde agosto e se chama “IG Candid” (em tradução livre, IG Puro), que funciona da mesma maneira que o BeReal. Já o TikTok, que tem tirado o sono de Mark Zuckerberg, lançou recentemente o “TikTok Now”, app que foi desmembrado da plataforma principal e pode ser baixado separadamente em lojas de aplicativos.

Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam

Edney Souza, professor da ESPM

“Uma das forças do BeReal é que eles tiveram a ideia original para a ferramenta e isso deu a vantagem de ter chegado primeiro”, afirma Navarra. “Mas esse aspecto desapareceu rápido. Uma única ferramenta não vai ser suficiente para proteger o app da ameaça das cópias. No momento, parece um risco que vai ao encontro do que aconteceu com o Clubhouse”.

Para o Edney Souza, professor de marketing de produto da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), o BeReal não tem a originalidade que o Clubhouse, por exemplo, ofereceu ao surfar na era da comunicação por voz: “O app francês tenta criar um novo efeito psicológico baseado não em um comportamento existente, mas na repulsa a algo. Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam”, aponta.

Futuro incerto

Não parece ser o caso do BeReal, que surge como a primeira ferramenta de plataformas do Ocidente a ser “copiada” com destaque pelo TikTok — os Stories existem no app chinês, mas não chamaram dos usuários.

A inspiração do gigante chinês deve acender o sinal de alerta no BeReal. “O TikTok está ciente de como o Facebook colocou vários recursos diferentes em seu aplicativo e acabou assustando todo mundo”, explica ao Estadão Chris Stokel-Walker, autor do livro TikTok Boom.

Em outras palavras, o desenvolvimento de uma ferramenta como o BeReal não foi aleatório e pode tornar o TikTok em um centralizador de usuários ainda maior — o que pode significar problemas para a rede francesa.

“Não uso TikTok, mas, se as pessoas migrarem e pararem de usar o BeReal, eu também não devo ficar lá”, diz Giuliana. “Não vai ter engajamento.”

Nova onda nos últimos meses, principalmente entre os mais jovens, a rede social BeReal tem uma proposta muito simples: o usuário só pode publicar uma única imagem por dia, tirada simultaneamente da câmera traseira e frontal do celular - nada de filtros ou edições nas fotos. A pegada “minimalista” rendeu ao app francês o apelido de “anti-Instagram”, que tenta evitar repetir a trajetória meteórica de outro fenômeno recente da internet, o Clubhouse.

“O BeReal não vai te fazer famoso. Se você quer se tornar um influenciador, vá ao TikTok e Instagram”, descreve a rede social sobre si mesma. Como se fosse um manifesto, continua: “Queremos que as pessoas se sintam bem a respeito delas mesmas e suas vidas. Queremos uma alternativa às redes sociais viciantes, que incentivam comparações e retratam a vida com o objetivo de acumular influência.”

Para evitar os excessos de uso vistos em outras redes sociais, o BeReal desenvolveu um método um tanto quanto excêntrico: uma vez ao dia, em horários aleatórios da semana, o aplicativo envia uma notificação única para todos os celulares de uma mesma região. “É hora de ser real!”, diz o texto. Nos dois minutos seguintes, os usuários são incentivados a postar uma foto do que estão fazendo naquele momento.

“Para mim, um dos pontos mais fortes do BeReal é o fato de saber o que meus amigos estão fazendo em tempo real”, conta Clayton Varela, 26, que é diretor de arte e trabalha com filtros para redes sociais, como o Instagram. “Eu me sinto mais próximo a essas pessoas dentro do meu círculo social.”

As fotos publicadas têm “vida útil” até a próxima notificação — tudo é efêmero e nenhuma publicação permanece para sempre no aplicativo. “E também pelo fato de não ter filtros, todo mundo é muito desapegado (com o que posta). Não existe a mesma pressão do Instagram”, aponta Varela, que usa o BeReal desde o fim de setembro.

A proposta tem dado certo: o app, nascido na França em 2020 pelas mãos de Alexis Barreyat, já soma 53 milhões de instalações desde janeiro de 2022, quando a rede social “rompeu a bolha” e começou a ganhar fôlego — os dados são da plataforma Sensor Tower. Não apenas isso: a empresa parece bem acompanhada. Recentemente, levantou US$ 30 milhões junto a investidores, como a16z e Accel — dois nomes conhecidos por terem investido no Facebook ainda no início.

Para Matt Navarra, consultor britânico de redes sociais, entre pontos fortes e fracos da plataforma, a autenticidade é um dos elementos que está levando muitos usuários a instalar o app no celular, que funciona com Android e iPhone.

“Existe o fato de não entrarem na mesma fórmula de outras plataformas sociais, como Facebook e Instagram, de toxicidade, má reputação, questões de confiança e todos os outros problemas pelos quais essas redes têm sido criticadas. O BeReal veio de um lugar diferente e tem um ‘nome limpo’ no momento”, diz Navarra.

Foi assim que Giuliana da Silva Borges, 24, se sentiu na plataforma. A estudante de Relações Públicas relutou em ter mais uma rede social para “cuidar” e não aderiu ao app de primeira. Mas, depois de aparecer nas fotos dos amigos e conhecer o funcionamento, decidiu fazer parte do círculo das “fotos de agora”.

“Meus amigos já tinham, mas eu estava postergando para não ter mais um app de rede social. No fim, a proposta é diferente do Instagram, em que a gente se preocupa com ângulo, com filtro e outras coisas porque tem muita gente vendo”, afirma Giuliana.

Giuliana da Silva Borges é usuária do BeReal, mas pode largar a rede social caso o app não mantenha audiência Foto: Alex Silva/Estadão - 6/10/2022

‘Sina’ do Clubhouse

O sucesso repentino - e originado fora do universo das grandes redes sociais - faz lembrar de outra plataforma que fez muito sucesso no ano passado: o Clubhouse. Conhecido pelas salas de áudio em tempo real, o app americano causou furor pelo formato inovador, mas, depois que rivais copiaram o formato, caiu em desuso.

Esse é o desafio do BeReal, cujas notificações diárias e fotos sem filtro já são copiadas pelas duas maiores plataformas do mercado: o Instagram e o TikTok.

No app da Meta (companhia dona do Instagram, Facebook e WhatsApp), o recurso está em testes desde agosto e se chama “IG Candid” (em tradução livre, IG Puro), que funciona da mesma maneira que o BeReal. Já o TikTok, que tem tirado o sono de Mark Zuckerberg, lançou recentemente o “TikTok Now”, app que foi desmembrado da plataforma principal e pode ser baixado separadamente em lojas de aplicativos.

Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam

Edney Souza, professor da ESPM

“Uma das forças do BeReal é que eles tiveram a ideia original para a ferramenta e isso deu a vantagem de ter chegado primeiro”, afirma Navarra. “Mas esse aspecto desapareceu rápido. Uma única ferramenta não vai ser suficiente para proteger o app da ameaça das cópias. No momento, parece um risco que vai ao encontro do que aconteceu com o Clubhouse”.

Para o Edney Souza, professor de marketing de produto da Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo (ESPM), o BeReal não tem a originalidade que o Clubhouse, por exemplo, ofereceu ao surfar na era da comunicação por voz: “O app francês tenta criar um novo efeito psicológico baseado não em um comportamento existente, mas na repulsa a algo. Apps ‘anti-algo’ não necessariamente viralizam”, aponta.

Futuro incerto

Não parece ser o caso do BeReal, que surge como a primeira ferramenta de plataformas do Ocidente a ser “copiada” com destaque pelo TikTok — os Stories existem no app chinês, mas não chamaram dos usuários.

A inspiração do gigante chinês deve acender o sinal de alerta no BeReal. “O TikTok está ciente de como o Facebook colocou vários recursos diferentes em seu aplicativo e acabou assustando todo mundo”, explica ao Estadão Chris Stokel-Walker, autor do livro TikTok Boom.

Em outras palavras, o desenvolvimento de uma ferramenta como o BeReal não foi aleatório e pode tornar o TikTok em um centralizador de usuários ainda maior — o que pode significar problemas para a rede francesa.

“Não uso TikTok, mas, se as pessoas migrarem e pararem de usar o BeReal, eu também não devo ficar lá”, diz Giuliana. “Não vai ter engajamento.”

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