Mentiras espalhadas por Bolsonaro em 2022 preocuparam equipe do Twitter, diz livro; leia trecho


Livro “Limite de Caracteres” conta trajetória de Musk no comando da rede social

Por Bruna Arimathea

Logo quando assumiu o Twitter, em outubro de 2022, uma das medidas mais controversas de Elon Musk foi anunciar que o selo de verificação - que costumava ser um indicador de contas autênticas de empresas, governos e personalidades - estava à venda para qualquer pessoa. Por meio do Twitter Blue, usuários agora poderiam pagar para exibir a marca azul, colocando em xeque a confiabilidade de contas. Pior: isso ocorreu em um contexto de eleições presidenciais no Brasil, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro já utilizava contas verificadas para espalhar desinformação.

O novo livro dos jornalistas Kate Conger e Ryan Mac “Limites de Caracteres” conta como a equipe do Twitter se preocupou com a possibilidade de Bolsonaro espalhar desinformação por meio de contas verificadas. A obra, escrita pelos repórteres do jornal americano The New York Times, narra como as decisões de Musk, desde que assumiu a rede social, fizeram a plataforma mudar para pior.

Pressionado para aumentar a monetização na plataforma, Musk insistiu com seus funcionários em “vender” o selo de verificação. No entanto, o cenário de demissões em massa e de encerramento de áreas inteiras da empresa, além de eleições ao redor do mundo, levantaram a questão sobre o melhor momento para lançar a ferramenta.

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Livro chega às lojas a partir do dia 7 de outubro Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O Estadão teve acesso a um trecho exclusivo do livro, que deve chegar às lojas a partir do dia 7 de outubro. Leia abaixo:

Capítulo 35 - Verificado ou não (páginas 320 e 321)

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“As funcionalidades do Twitter Blue passaram a ser o novo foco e, com elas, o receio de como seriam utilizadas em fraudes. O que aconteceria se um perfil que fingisse ser um quartel de bombeiros declarasse uma emergência? E se uma conta falsa se passando por um político ou autoridade eleitoral disseminasse desinformação sobre uma eleição próxima?

Coibir a interferência nas eleições era um objetivo central para os empregados do Twitter. O Brasil, um dos maiores mercados da plataforma fora dos Estados Unidos, tinha realizado o segundo turno das eleições presidenciais no fim de semana seguinte a Musk assumir o Twitter. O populista ocupante do cargo, Jair Bolsonaro, fora derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que contestaria os resultados. Enquanto Musk desmanchava a equipe de confiança e segurança do Twitter, hashtags em português questionando a legitimidade da votação bombavam na rede social. Os trabalhadores ainda alocados em iniciativas de integridade cívica mapearam situações em que Bolsonaro, com quem o bilionário dizia conversar de vez em quando, conseguiu espalhar desinformação utilizando contas verificadas.

Os empregados e usuários do Twitter também relataram preocupação com as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, marcadas para 8 de novembro. O FBI tinha os mesmos receios. Cerca de uma semana antes do dia das eleições, um agente da Força-Tarefa de Influência Estrangeira do FBI entrou em contato com a empresa para entender melhor os planos para o Twitter Blue.

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Musk foi informado desse contato durante uma reunião em 3 de novembro, quando lhe foi dito que o FBI queria saber se haveria alguma alteração nas contas eleitorais oficiais de governo estadual e federal. A agência também perguntou se contas fraudulentas fingindo ser funcionários do governo poderiam obter o selo de verificação.

“De modo geral, eles estão preocupados com qualquer mudança capaz de impactar operações de desinformação durante as eleições”, disse Crawford.

A resposta de Musk não gerou muita confiança. “Podemos lançar o Blue agora, mas esperar as eleições passarem para mudar a classificação das contas”, ele falou.

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Musk planejava priorizar tuítes de assinantes do Blue na timeline algorítmica do Twitter, dando aos usuários pagos vantagem na disputa por atenção na plataforma.

Ele também disse que planejava dar um “selo oficial” a todas as entidades de governo “de vulto” para indicar que as contas eram autênticas. Mas Musk não definiu o que entendia por “de vulto”.

Os empregados sabiam que era impossível filtrar os milhares de contas verificadas com alguma possibilidade de envolvimento nas eleições nos Estados Unidos e determinar se elas deveriam ou não receber um selo oficial faltando apenas cinco dias para as eleições.”

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Livro: Limite de Caracteres - Como Elon Musk destruiu o Twitter

Editora: Todavia

Páginas: 488

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Preço do livro físico: R$ 109,90

E-Book: R$ 79,90

Logo quando assumiu o Twitter, em outubro de 2022, uma das medidas mais controversas de Elon Musk foi anunciar que o selo de verificação - que costumava ser um indicador de contas autênticas de empresas, governos e personalidades - estava à venda para qualquer pessoa. Por meio do Twitter Blue, usuários agora poderiam pagar para exibir a marca azul, colocando em xeque a confiabilidade de contas. Pior: isso ocorreu em um contexto de eleições presidenciais no Brasil, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro já utilizava contas verificadas para espalhar desinformação.

O novo livro dos jornalistas Kate Conger e Ryan Mac “Limites de Caracteres” conta como a equipe do Twitter se preocupou com a possibilidade de Bolsonaro espalhar desinformação por meio de contas verificadas. A obra, escrita pelos repórteres do jornal americano The New York Times, narra como as decisões de Musk, desde que assumiu a rede social, fizeram a plataforma mudar para pior.

Pressionado para aumentar a monetização na plataforma, Musk insistiu com seus funcionários em “vender” o selo de verificação. No entanto, o cenário de demissões em massa e de encerramento de áreas inteiras da empresa, além de eleições ao redor do mundo, levantaram a questão sobre o melhor momento para lançar a ferramenta.

Livro chega às lojas a partir do dia 7 de outubro Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O Estadão teve acesso a um trecho exclusivo do livro, que deve chegar às lojas a partir do dia 7 de outubro. Leia abaixo:

Capítulo 35 - Verificado ou não (páginas 320 e 321)

“As funcionalidades do Twitter Blue passaram a ser o novo foco e, com elas, o receio de como seriam utilizadas em fraudes. O que aconteceria se um perfil que fingisse ser um quartel de bombeiros declarasse uma emergência? E se uma conta falsa se passando por um político ou autoridade eleitoral disseminasse desinformação sobre uma eleição próxima?

Coibir a interferência nas eleições era um objetivo central para os empregados do Twitter. O Brasil, um dos maiores mercados da plataforma fora dos Estados Unidos, tinha realizado o segundo turno das eleições presidenciais no fim de semana seguinte a Musk assumir o Twitter. O populista ocupante do cargo, Jair Bolsonaro, fora derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que contestaria os resultados. Enquanto Musk desmanchava a equipe de confiança e segurança do Twitter, hashtags em português questionando a legitimidade da votação bombavam na rede social. Os trabalhadores ainda alocados em iniciativas de integridade cívica mapearam situações em que Bolsonaro, com quem o bilionário dizia conversar de vez em quando, conseguiu espalhar desinformação utilizando contas verificadas.

Os empregados e usuários do Twitter também relataram preocupação com as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, marcadas para 8 de novembro. O FBI tinha os mesmos receios. Cerca de uma semana antes do dia das eleições, um agente da Força-Tarefa de Influência Estrangeira do FBI entrou em contato com a empresa para entender melhor os planos para o Twitter Blue.

Musk foi informado desse contato durante uma reunião em 3 de novembro, quando lhe foi dito que o FBI queria saber se haveria alguma alteração nas contas eleitorais oficiais de governo estadual e federal. A agência também perguntou se contas fraudulentas fingindo ser funcionários do governo poderiam obter o selo de verificação.

“De modo geral, eles estão preocupados com qualquer mudança capaz de impactar operações de desinformação durante as eleições”, disse Crawford.

A resposta de Musk não gerou muita confiança. “Podemos lançar o Blue agora, mas esperar as eleições passarem para mudar a classificação das contas”, ele falou.

Musk planejava priorizar tuítes de assinantes do Blue na timeline algorítmica do Twitter, dando aos usuários pagos vantagem na disputa por atenção na plataforma.

Ele também disse que planejava dar um “selo oficial” a todas as entidades de governo “de vulto” para indicar que as contas eram autênticas. Mas Musk não definiu o que entendia por “de vulto”.

Os empregados sabiam que era impossível filtrar os milhares de contas verificadas com alguma possibilidade de envolvimento nas eleições nos Estados Unidos e determinar se elas deveriam ou não receber um selo oficial faltando apenas cinco dias para as eleições.”

Livro: Limite de Caracteres - Como Elon Musk destruiu o Twitter

Editora: Todavia

Páginas: 488

Preço do livro físico: R$ 109,90

E-Book: R$ 79,90

Logo quando assumiu o Twitter, em outubro de 2022, uma das medidas mais controversas de Elon Musk foi anunciar que o selo de verificação - que costumava ser um indicador de contas autênticas de empresas, governos e personalidades - estava à venda para qualquer pessoa. Por meio do Twitter Blue, usuários agora poderiam pagar para exibir a marca azul, colocando em xeque a confiabilidade de contas. Pior: isso ocorreu em um contexto de eleições presidenciais no Brasil, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro já utilizava contas verificadas para espalhar desinformação.

O novo livro dos jornalistas Kate Conger e Ryan Mac “Limites de Caracteres” conta como a equipe do Twitter se preocupou com a possibilidade de Bolsonaro espalhar desinformação por meio de contas verificadas. A obra, escrita pelos repórteres do jornal americano The New York Times, narra como as decisões de Musk, desde que assumiu a rede social, fizeram a plataforma mudar para pior.

Pressionado para aumentar a monetização na plataforma, Musk insistiu com seus funcionários em “vender” o selo de verificação. No entanto, o cenário de demissões em massa e de encerramento de áreas inteiras da empresa, além de eleições ao redor do mundo, levantaram a questão sobre o melhor momento para lançar a ferramenta.

Livro chega às lojas a partir do dia 7 de outubro Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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“As funcionalidades do Twitter Blue passaram a ser o novo foco e, com elas, o receio de como seriam utilizadas em fraudes. O que aconteceria se um perfil que fingisse ser um quartel de bombeiros declarasse uma emergência? E se uma conta falsa se passando por um político ou autoridade eleitoral disseminasse desinformação sobre uma eleição próxima?

Coibir a interferência nas eleições era um objetivo central para os empregados do Twitter. O Brasil, um dos maiores mercados da plataforma fora dos Estados Unidos, tinha realizado o segundo turno das eleições presidenciais no fim de semana seguinte a Musk assumir o Twitter. O populista ocupante do cargo, Jair Bolsonaro, fora derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que contestaria os resultados. Enquanto Musk desmanchava a equipe de confiança e segurança do Twitter, hashtags em português questionando a legitimidade da votação bombavam na rede social. Os trabalhadores ainda alocados em iniciativas de integridade cívica mapearam situações em que Bolsonaro, com quem o bilionário dizia conversar de vez em quando, conseguiu espalhar desinformação utilizando contas verificadas.

Os empregados e usuários do Twitter também relataram preocupação com as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, marcadas para 8 de novembro. O FBI tinha os mesmos receios. Cerca de uma semana antes do dia das eleições, um agente da Força-Tarefa de Influência Estrangeira do FBI entrou em contato com a empresa para entender melhor os planos para o Twitter Blue.

Musk foi informado desse contato durante uma reunião em 3 de novembro, quando lhe foi dito que o FBI queria saber se haveria alguma alteração nas contas eleitorais oficiais de governo estadual e federal. A agência também perguntou se contas fraudulentas fingindo ser funcionários do governo poderiam obter o selo de verificação.

“De modo geral, eles estão preocupados com qualquer mudança capaz de impactar operações de desinformação durante as eleições”, disse Crawford.

A resposta de Musk não gerou muita confiança. “Podemos lançar o Blue agora, mas esperar as eleições passarem para mudar a classificação das contas”, ele falou.

Musk planejava priorizar tuítes de assinantes do Blue na timeline algorítmica do Twitter, dando aos usuários pagos vantagem na disputa por atenção na plataforma.

Ele também disse que planejava dar um “selo oficial” a todas as entidades de governo “de vulto” para indicar que as contas eram autênticas. Mas Musk não definiu o que entendia por “de vulto”.

Os empregados sabiam que era impossível filtrar os milhares de contas verificadas com alguma possibilidade de envolvimento nas eleições nos Estados Unidos e determinar se elas deveriam ou não receber um selo oficial faltando apenas cinco dias para as eleições.”

Livro: Limite de Caracteres - Como Elon Musk destruiu o Twitter

Editora: Todavia

Páginas: 488

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O novo livro dos jornalistas Kate Conger e Ryan Mac “Limites de Caracteres” conta como a equipe do Twitter se preocupou com a possibilidade de Bolsonaro espalhar desinformação por meio de contas verificadas. A obra, escrita pelos repórteres do jornal americano The New York Times, narra como as decisões de Musk, desde que assumiu a rede social, fizeram a plataforma mudar para pior.

Pressionado para aumentar a monetização na plataforma, Musk insistiu com seus funcionários em “vender” o selo de verificação. No entanto, o cenário de demissões em massa e de encerramento de áreas inteiras da empresa, além de eleições ao redor do mundo, levantaram a questão sobre o melhor momento para lançar a ferramenta.

Livro chega às lojas a partir do dia 7 de outubro Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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Coibir a interferência nas eleições era um objetivo central para os empregados do Twitter. O Brasil, um dos maiores mercados da plataforma fora dos Estados Unidos, tinha realizado o segundo turno das eleições presidenciais no fim de semana seguinte a Musk assumir o Twitter. O populista ocupante do cargo, Jair Bolsonaro, fora derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva, mas disse que contestaria os resultados. Enquanto Musk desmanchava a equipe de confiança e segurança do Twitter, hashtags em português questionando a legitimidade da votação bombavam na rede social. Os trabalhadores ainda alocados em iniciativas de integridade cívica mapearam situações em que Bolsonaro, com quem o bilionário dizia conversar de vez em quando, conseguiu espalhar desinformação utilizando contas verificadas.

Os empregados e usuários do Twitter também relataram preocupação com as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, marcadas para 8 de novembro. O FBI tinha os mesmos receios. Cerca de uma semana antes do dia das eleições, um agente da Força-Tarefa de Influência Estrangeira do FBI entrou em contato com a empresa para entender melhor os planos para o Twitter Blue.

Musk foi informado desse contato durante uma reunião em 3 de novembro, quando lhe foi dito que o FBI queria saber se haveria alguma alteração nas contas eleitorais oficiais de governo estadual e federal. A agência também perguntou se contas fraudulentas fingindo ser funcionários do governo poderiam obter o selo de verificação.

“De modo geral, eles estão preocupados com qualquer mudança capaz de impactar operações de desinformação durante as eleições”, disse Crawford.

A resposta de Musk não gerou muita confiança. “Podemos lançar o Blue agora, mas esperar as eleições passarem para mudar a classificação das contas”, ele falou.

Musk planejava priorizar tuítes de assinantes do Blue na timeline algorítmica do Twitter, dando aos usuários pagos vantagem na disputa por atenção na plataforma.

Ele também disse que planejava dar um “selo oficial” a todas as entidades de governo “de vulto” para indicar que as contas eram autênticas. Mas Musk não definiu o que entendia por “de vulto”.

Os empregados sabiam que era impossível filtrar os milhares de contas verificadas com alguma possibilidade de envolvimento nas eleições nos Estados Unidos e determinar se elas deveriam ou não receber um selo oficial faltando apenas cinco dias para as eleições.”

Livro: Limite de Caracteres - Como Elon Musk destruiu o Twitter

Editora: Todavia

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