O Brasil foi alvo de mais de 16,2 bilhões de tentativas de ciberataques entre janeiro e junho de 2021, segundo estudo da empresa de cibersegurança Fortinet referente ao segundo trimestre deste ano na América Latina, obtido com exclusividade pelo Estadão.
Nesse cenário, o País é o segundo mais visado da América Latina, que tem o México como líder, com 60,8 bilhões de tentativas registradas pela Fortinet. Em seguida vêm Peru (4,7 bilhões) e Colômbia (3,7 bilhões). No total, a região somou 91 bilhões de tentativas de ataques de janeiro a junho deste ano.
O número reforça o cenário de vulnerabilidade das empresas pelo mundo, que aceleraram a digitalização em meio à pandemia, mas sem tomar as devidas precauções para se proteger de hackers.
O ataque mais comum observado pela Fortinet é o do tipo ransomware, em que os criminosos roubam informações digitais das companhias e prometem devolver os dados caso haja um pagamento — do contrário, as informações podem vir a público, trazendo prejuízos financeiros e também de imagem à empresa. Foi esse o ataque que paralisou as operações das Lojas Renner, em agosto passado, e também do frigorífico JBS, nos Estados Unidos.
De acordo com a Fortinet, em junho deste ano, o número de ransomware no mundo foi dez vezes maior do que o observado um ano antes no mesmo mês. Ainda, começa a se popularizar um novo tipo de ataque, o Ransomware as a Service (RaaS, na sigla em inglês), que se trata da venda online de pacotes de dados extorquidos de empresas, de modo que terceiros podem realizar danos ao ter as senhas em mãos.
“A expansão da superfície de ataque que os modelos híbridos de trabalho e de ensino proporcionam continuam sendo uma grande oportunidade para os criminosos. É por isso que vemos um crescente número de ataques a dispositivos de IoT e a recursos vulneráveis utilizados em reuniões e aulas, como câmeras e microfones”, explica em nota Alexandre Bonatti, diretor de engenharia da Fortinet Brasil.