Brasileiros se dividem entre novas e velhas redes sociais após bloqueio do X


Depois da restrição aos acessos no País, usuários correm atrás de novas casas para substituir o serviço de Elon Musk

Por Bruna Arimathea, Bruno Romani e Mariana Cury
Atualização:

No primeiro final de semana após o bloqueio do X, antigo Twitter, no Brasil, não houve consenso entre os 20 milhões de usuários da rede social no País sobre onde as conversas, memes e notícias devem continuar. Um grupo migrou para serviços relativamente novos e inexplorados, como o BlueSky e o Threads, enquanto outros decidiram dar uma chance a velhos conhecidos, como Facebook e Instagram. E há ainda aqueles que preferiram não fazer nada, à espera de um retorno da rede do bilionário Elon Musk. Em todos os casos, a adaptação ao novo momento varia entre “difícil” e “surpreendente”.

Por enquanto, a regra é entender onde se conectar com seus pares em outro canto da internet. Sem uma rede social que ofereça exatamente as mesmas condições de ferramentas, engajamento e contatos, aqueles que queriam manter a “essência” do microblog acabaram no Threads, do Instagram, ou no Bluesky, plataforma criada pelo mesmo fundador do Twitter, Jack Dorsey - e que traz bastante semelhança com o X.

Na noite desta segunda, 2, o BlueSky anunciou que recebeu 2 milhões de novos usuários na última semana - o site Firesky.tv, que registra as atividades da rede, vem exibindo um grande fluxo de mensagens postadas em português. Antes do anúncio, a rede dizia ter 7 milhões de usuários. Já o Threads dizia ter 175 milhões de usuários no mundo em julho deste ano - a Meta não revela o número de usuários no Brasil.

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Brasil tinha mais de 20 milhões de usuários no X Foto: Mauro Pimentel/AFP

Ainda assim, para conhecer melhor as duas redes, os usuários embarcaram em uma espécie de test drive coletivo: com perfis nas duas redes sociais, muitas pessoas estão tentando entender como funciona o algoritmo, os recursos, de que forma a plataforma entrega seus próprios conteúdos e, claro, onde as comunidades vão se adaptar melhor.

“O bloqueio do Twitter no Brasil tirou todos nós da zona de desconforto”, escreveu no BlueSky o influenciador Chico Barney, que vem registrando suas dificuldades e alegrias com a nova casa.

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“Tanto o Bluesky como o Threads tem a seu favor o fato de existirem já há algum tempo, então o que se falar por lá não vai se perder. A questão é o que já se perdeu, porque esses lugares não têm o tamanho da audiência que tinha no X. Mas as pessoas vão continuar tentando”, explica Edney Souza, especialista em redes sociais e professor da ESPM.

Com isso, foi comum ver usuários publicando os mesmos conteúdos nas duas redes para comparar o comportamento de cada uma delas. Um perfil comparou, por exemplo, uma mesma publicação do influenciador Felipe Neto nas duas plataformas. Com fotos e um pequeno texto, o post teve 796 curtidas no Threads, rede em que o influenciador tem 1,5 milhões de seguidores. No Bluesky, a mesma publicação teve 3,7 mil likes, dentro de uma comunidade de 139,4 mil seguidores.

“O que estou vendo é que, enquanto os usuários não definem qual das duas redes vai ‘pegar’, todo mundo está colocando um pé em cada barco”, afirma Alexandre Inagaki, consultor de redes sociais.

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Como chegamos aqui

Apesar de ter sido lançada há mais de um ano e estar integrada ao Instagram, o primeiro final de semana de migração de usuários do X para o Threads foi de muitas perguntas. O feed, que não funciona em ordem cronológica, foi uma das coisas que mais incomodou os ex-tuiteiros. A falta de ferramentas, como mensagens diretas, e a ausência de métricas, como os trending topics, também deixou dúvidas entre os novos perfis.

A usuária Mayara Peixoto resumiu a confusão em seu primeiro post na rede social: “Demorei pra criar minha conta no Threads pq não sei como funciona, agora que entrei continuo sem entender nada!”

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Outros perfis, como o do usuário Paulo Victor Ávila, o principal ponto é a falta de ferramentas que já estavam consolidadas no X. “O que falta ao Threads é a dinâmica do Trending Topics do Twitter/X, onde você vê as tendências e o que está sendo discutido na internet, além claro da informação rápida que está ali. No quesito informação, o Twitter/X é mais completo”.

A falta de ferramentas ainda incomoda os usuários do Threads Foto: Reprodução/Threads/@paulovicas

Mas o final de semana não foi apenas de choro na rede de Mark Zuckerberg. Algumas pessoas, como Bruna Marques, ficaram satisfeitas com a “simplicidade” de recursos, como se fosse uma rede social mais limpa e até um pouco nostálgica - como se o site estivesse inacabado, como nos anos 2010. “Amei o threads porque me lembra muito o tumblr… época boa!”, publicou Bruna no domingo, 31, relembrando uma outra rede de microblogs que foi sucesso há 15 anos.

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Além disso, usuários que não usavam o X mas estavam no Instagram também parecem mais suscetíveis a entrar nas comunidades que começam a se formar na plataforma.

“Eu não sei como funciona o algoritmo do Threads. É bem diferente do Twitter (que parei de usar já tem uns 6 anos). Não sei como, mas se eu postar perguntando algo, vai aparecer gente respondendo e eu simplesmente AMEI. Parece que ele sabe te conectar com pessoas parecidas contigo, isso é muito legal”, postou Beatriz Akemi, de 26 anos.

Para Inagaki, a rede ainda precisa de melhorias, se quiser herdar de vez os usuários do X. “O Threads ainda não tem uma personalidade muito definida. A maior motivação para que boa parte das pessoas tenha adotado o Threads como alternativa ao Twitter é a integração com o Insta, de poder ter, ao menos na teoria, mais visibilidade do que o BlueSky”.

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Já no BlueSky, as pessoas brincaram com a ausência do caos do Twitter. O ator Paulo Vieira publicou: " Povo que veio carpir no Blue, temos áreas inteiras que tá só o mato: fofoca, fio, cancelamento, briga por meme com algum país aleatório, enfim, amanhã é segunda-feira, junte-se a uma equipe e mãos à obra! essa rede social não vai se intoxicar sozinha. boraaaaa”.

Mas os recursos como o “starters pack”, que permite listar pessoas que devem ser seguidas, e as ferramentas de bloqueio (uma delas permite remover a sua mensagem caso ela seja citada em um tuíte) agradaram.

Nem um nem outro

Existem também aquelas pessoas que, por um certo apego à antiga rede social do passarinho, preferiram não migrar para outras redes sociais com a mesma proposta do X. É o caso dos estudantes Lucas Saraiva, 20, e Karoliny Gouveia, 21, que compartilharam a relação que tinham com a plataforma.

“Eu acordava e checava o Twitter, era por onde eu mais me informava, usava todos os dias, em excesso. Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá, também”, afirmou Saraiva.

O estudante também percebeu que aumentou a frequência de uso do Instagram - que, anteriormente, só usava para assistir aos stories - e YouTube, como substitutos de fonte de informação e entretenimento.

Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá”

Lucas Saraiva, estudante

Karoliny, que era usuária ativa do Twitter desde 2015, está usando muito mais o Instagram e o TikTok do que usava antes, e relata a falta que está sentindo da plataforma que foi suspensa no País. “Eu não criei ainda nenhuma conta, nem do Threads, nem do Bluesky ou outra rede que parece o Twitter. É como se nada fosse parecer o Twitter”, explica.

Para Karoliny, a expectativa ainda é a da volta do X em algum momento, mesmo que ainda não haja previsão para que a rede seja restabelecida no País.

“Minha conta vai continuar lá. Às vezes eu vou clicar para ver e o Twitter não carrega, é muito automático. Não sei se eu vou migrar para outras contas, tenho um apego muito grande ao meu antigo Twitter, às pessoas que eu seguia, às pessoas que me seguiam”, aponta.

Outra movimentação aparente é a das pessoas que estão usando recursos de plataformas que não usavam antes - para alguns, os melhores amigos do Instagram substituíram o espaço que tinham no Twitter. A estudante Isadora Martins, 20, conta que preferiu criar os melhores amigos do Instagram do que criar uma conta no Threads, por exemplo.

“Eu sempre usei muito o Twitter, sinto que por lá conseguimos ter acesso a conteúdos diferentes dos do Instagram, por exemplo. Na hora que o Twitter caiu, eu pensei em criar uma conta no Threads, mas eu não acho uma rede social autêntica”, conta Isadora. “Preferi criar os melhores amigos, já que consigo escolher quem vai ver. Por enquanto, não pretendo baixar nenhum outro aplicativo similar ao Twitter”.

Para Edney Souza, o tempo está correndo tanto para os usuários, que procuram uma nova casa, quanto para o próprio X, que pode acabar destituído da preferência no Brasil. “Eu não acho impossível que o X volte, mas a narrativa que o Musk está construindo é bem complicada. A narrativa de que ele está sendo perseguido no Brasil e com as eleições nos EUA torna mais difícil ele adotar um tom conciliatório. Rede social é muito de hábito, se passar muito tempo sem as pessoas usarem esse hábito se perde”.

Barney reforça a ideia de importância da rotina: “Coloquei o app do BlueSky no lugar que antes era ocupado pelo app do Twitter. É como se ele nunca tivesse saído do ar. Que sensação gostosa”.

No primeiro final de semana após o bloqueio do X, antigo Twitter, no Brasil, não houve consenso entre os 20 milhões de usuários da rede social no País sobre onde as conversas, memes e notícias devem continuar. Um grupo migrou para serviços relativamente novos e inexplorados, como o BlueSky e o Threads, enquanto outros decidiram dar uma chance a velhos conhecidos, como Facebook e Instagram. E há ainda aqueles que preferiram não fazer nada, à espera de um retorno da rede do bilionário Elon Musk. Em todos os casos, a adaptação ao novo momento varia entre “difícil” e “surpreendente”.

Por enquanto, a regra é entender onde se conectar com seus pares em outro canto da internet. Sem uma rede social que ofereça exatamente as mesmas condições de ferramentas, engajamento e contatos, aqueles que queriam manter a “essência” do microblog acabaram no Threads, do Instagram, ou no Bluesky, plataforma criada pelo mesmo fundador do Twitter, Jack Dorsey - e que traz bastante semelhança com o X.

Na noite desta segunda, 2, o BlueSky anunciou que recebeu 2 milhões de novos usuários na última semana - o site Firesky.tv, que registra as atividades da rede, vem exibindo um grande fluxo de mensagens postadas em português. Antes do anúncio, a rede dizia ter 7 milhões de usuários. Já o Threads dizia ter 175 milhões de usuários no mundo em julho deste ano - a Meta não revela o número de usuários no Brasil.

Brasil tinha mais de 20 milhões de usuários no X Foto: Mauro Pimentel/AFP

Ainda assim, para conhecer melhor as duas redes, os usuários embarcaram em uma espécie de test drive coletivo: com perfis nas duas redes sociais, muitas pessoas estão tentando entender como funciona o algoritmo, os recursos, de que forma a plataforma entrega seus próprios conteúdos e, claro, onde as comunidades vão se adaptar melhor.

“O bloqueio do Twitter no Brasil tirou todos nós da zona de desconforto”, escreveu no BlueSky o influenciador Chico Barney, que vem registrando suas dificuldades e alegrias com a nova casa.

“Tanto o Bluesky como o Threads tem a seu favor o fato de existirem já há algum tempo, então o que se falar por lá não vai se perder. A questão é o que já se perdeu, porque esses lugares não têm o tamanho da audiência que tinha no X. Mas as pessoas vão continuar tentando”, explica Edney Souza, especialista em redes sociais e professor da ESPM.

Com isso, foi comum ver usuários publicando os mesmos conteúdos nas duas redes para comparar o comportamento de cada uma delas. Um perfil comparou, por exemplo, uma mesma publicação do influenciador Felipe Neto nas duas plataformas. Com fotos e um pequeno texto, o post teve 796 curtidas no Threads, rede em que o influenciador tem 1,5 milhões de seguidores. No Bluesky, a mesma publicação teve 3,7 mil likes, dentro de uma comunidade de 139,4 mil seguidores.

“O que estou vendo é que, enquanto os usuários não definem qual das duas redes vai ‘pegar’, todo mundo está colocando um pé em cada barco”, afirma Alexandre Inagaki, consultor de redes sociais.

Como chegamos aqui

Apesar de ter sido lançada há mais de um ano e estar integrada ao Instagram, o primeiro final de semana de migração de usuários do X para o Threads foi de muitas perguntas. O feed, que não funciona em ordem cronológica, foi uma das coisas que mais incomodou os ex-tuiteiros. A falta de ferramentas, como mensagens diretas, e a ausência de métricas, como os trending topics, também deixou dúvidas entre os novos perfis.

A usuária Mayara Peixoto resumiu a confusão em seu primeiro post na rede social: “Demorei pra criar minha conta no Threads pq não sei como funciona, agora que entrei continuo sem entender nada!”

Outros perfis, como o do usuário Paulo Victor Ávila, o principal ponto é a falta de ferramentas que já estavam consolidadas no X. “O que falta ao Threads é a dinâmica do Trending Topics do Twitter/X, onde você vê as tendências e o que está sendo discutido na internet, além claro da informação rápida que está ali. No quesito informação, o Twitter/X é mais completo”.

A falta de ferramentas ainda incomoda os usuários do Threads Foto: Reprodução/Threads/@paulovicas

Mas o final de semana não foi apenas de choro na rede de Mark Zuckerberg. Algumas pessoas, como Bruna Marques, ficaram satisfeitas com a “simplicidade” de recursos, como se fosse uma rede social mais limpa e até um pouco nostálgica - como se o site estivesse inacabado, como nos anos 2010. “Amei o threads porque me lembra muito o tumblr… época boa!”, publicou Bruna no domingo, 31, relembrando uma outra rede de microblogs que foi sucesso há 15 anos.

Além disso, usuários que não usavam o X mas estavam no Instagram também parecem mais suscetíveis a entrar nas comunidades que começam a se formar na plataforma.

“Eu não sei como funciona o algoritmo do Threads. É bem diferente do Twitter (que parei de usar já tem uns 6 anos). Não sei como, mas se eu postar perguntando algo, vai aparecer gente respondendo e eu simplesmente AMEI. Parece que ele sabe te conectar com pessoas parecidas contigo, isso é muito legal”, postou Beatriz Akemi, de 26 anos.

Para Inagaki, a rede ainda precisa de melhorias, se quiser herdar de vez os usuários do X. “O Threads ainda não tem uma personalidade muito definida. A maior motivação para que boa parte das pessoas tenha adotado o Threads como alternativa ao Twitter é a integração com o Insta, de poder ter, ao menos na teoria, mais visibilidade do que o BlueSky”.

Já no BlueSky, as pessoas brincaram com a ausência do caos do Twitter. O ator Paulo Vieira publicou: " Povo que veio carpir no Blue, temos áreas inteiras que tá só o mato: fofoca, fio, cancelamento, briga por meme com algum país aleatório, enfim, amanhã é segunda-feira, junte-se a uma equipe e mãos à obra! essa rede social não vai se intoxicar sozinha. boraaaaa”.

Mas os recursos como o “starters pack”, que permite listar pessoas que devem ser seguidas, e as ferramentas de bloqueio (uma delas permite remover a sua mensagem caso ela seja citada em um tuíte) agradaram.

Nem um nem outro

Existem também aquelas pessoas que, por um certo apego à antiga rede social do passarinho, preferiram não migrar para outras redes sociais com a mesma proposta do X. É o caso dos estudantes Lucas Saraiva, 20, e Karoliny Gouveia, 21, que compartilharam a relação que tinham com a plataforma.

“Eu acordava e checava o Twitter, era por onde eu mais me informava, usava todos os dias, em excesso. Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá, também”, afirmou Saraiva.

O estudante também percebeu que aumentou a frequência de uso do Instagram - que, anteriormente, só usava para assistir aos stories - e YouTube, como substitutos de fonte de informação e entretenimento.

Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá”

Lucas Saraiva, estudante

Karoliny, que era usuária ativa do Twitter desde 2015, está usando muito mais o Instagram e o TikTok do que usava antes, e relata a falta que está sentindo da plataforma que foi suspensa no País. “Eu não criei ainda nenhuma conta, nem do Threads, nem do Bluesky ou outra rede que parece o Twitter. É como se nada fosse parecer o Twitter”, explica.

Para Karoliny, a expectativa ainda é a da volta do X em algum momento, mesmo que ainda não haja previsão para que a rede seja restabelecida no País.

“Minha conta vai continuar lá. Às vezes eu vou clicar para ver e o Twitter não carrega, é muito automático. Não sei se eu vou migrar para outras contas, tenho um apego muito grande ao meu antigo Twitter, às pessoas que eu seguia, às pessoas que me seguiam”, aponta.

Outra movimentação aparente é a das pessoas que estão usando recursos de plataformas que não usavam antes - para alguns, os melhores amigos do Instagram substituíram o espaço que tinham no Twitter. A estudante Isadora Martins, 20, conta que preferiu criar os melhores amigos do Instagram do que criar uma conta no Threads, por exemplo.

“Eu sempre usei muito o Twitter, sinto que por lá conseguimos ter acesso a conteúdos diferentes dos do Instagram, por exemplo. Na hora que o Twitter caiu, eu pensei em criar uma conta no Threads, mas eu não acho uma rede social autêntica”, conta Isadora. “Preferi criar os melhores amigos, já que consigo escolher quem vai ver. Por enquanto, não pretendo baixar nenhum outro aplicativo similar ao Twitter”.

Para Edney Souza, o tempo está correndo tanto para os usuários, que procuram uma nova casa, quanto para o próprio X, que pode acabar destituído da preferência no Brasil. “Eu não acho impossível que o X volte, mas a narrativa que o Musk está construindo é bem complicada. A narrativa de que ele está sendo perseguido no Brasil e com as eleições nos EUA torna mais difícil ele adotar um tom conciliatório. Rede social é muito de hábito, se passar muito tempo sem as pessoas usarem esse hábito se perde”.

Barney reforça a ideia de importância da rotina: “Coloquei o app do BlueSky no lugar que antes era ocupado pelo app do Twitter. É como se ele nunca tivesse saído do ar. Que sensação gostosa”.

No primeiro final de semana após o bloqueio do X, antigo Twitter, no Brasil, não houve consenso entre os 20 milhões de usuários da rede social no País sobre onde as conversas, memes e notícias devem continuar. Um grupo migrou para serviços relativamente novos e inexplorados, como o BlueSky e o Threads, enquanto outros decidiram dar uma chance a velhos conhecidos, como Facebook e Instagram. E há ainda aqueles que preferiram não fazer nada, à espera de um retorno da rede do bilionário Elon Musk. Em todos os casos, a adaptação ao novo momento varia entre “difícil” e “surpreendente”.

Por enquanto, a regra é entender onde se conectar com seus pares em outro canto da internet. Sem uma rede social que ofereça exatamente as mesmas condições de ferramentas, engajamento e contatos, aqueles que queriam manter a “essência” do microblog acabaram no Threads, do Instagram, ou no Bluesky, plataforma criada pelo mesmo fundador do Twitter, Jack Dorsey - e que traz bastante semelhança com o X.

Na noite desta segunda, 2, o BlueSky anunciou que recebeu 2 milhões de novos usuários na última semana - o site Firesky.tv, que registra as atividades da rede, vem exibindo um grande fluxo de mensagens postadas em português. Antes do anúncio, a rede dizia ter 7 milhões de usuários. Já o Threads dizia ter 175 milhões de usuários no mundo em julho deste ano - a Meta não revela o número de usuários no Brasil.

Brasil tinha mais de 20 milhões de usuários no X Foto: Mauro Pimentel/AFP

Ainda assim, para conhecer melhor as duas redes, os usuários embarcaram em uma espécie de test drive coletivo: com perfis nas duas redes sociais, muitas pessoas estão tentando entender como funciona o algoritmo, os recursos, de que forma a plataforma entrega seus próprios conteúdos e, claro, onde as comunidades vão se adaptar melhor.

“O bloqueio do Twitter no Brasil tirou todos nós da zona de desconforto”, escreveu no BlueSky o influenciador Chico Barney, que vem registrando suas dificuldades e alegrias com a nova casa.

“Tanto o Bluesky como o Threads tem a seu favor o fato de existirem já há algum tempo, então o que se falar por lá não vai se perder. A questão é o que já se perdeu, porque esses lugares não têm o tamanho da audiência que tinha no X. Mas as pessoas vão continuar tentando”, explica Edney Souza, especialista em redes sociais e professor da ESPM.

Com isso, foi comum ver usuários publicando os mesmos conteúdos nas duas redes para comparar o comportamento de cada uma delas. Um perfil comparou, por exemplo, uma mesma publicação do influenciador Felipe Neto nas duas plataformas. Com fotos e um pequeno texto, o post teve 796 curtidas no Threads, rede em que o influenciador tem 1,5 milhões de seguidores. No Bluesky, a mesma publicação teve 3,7 mil likes, dentro de uma comunidade de 139,4 mil seguidores.

“O que estou vendo é que, enquanto os usuários não definem qual das duas redes vai ‘pegar’, todo mundo está colocando um pé em cada barco”, afirma Alexandre Inagaki, consultor de redes sociais.

Como chegamos aqui

Apesar de ter sido lançada há mais de um ano e estar integrada ao Instagram, o primeiro final de semana de migração de usuários do X para o Threads foi de muitas perguntas. O feed, que não funciona em ordem cronológica, foi uma das coisas que mais incomodou os ex-tuiteiros. A falta de ferramentas, como mensagens diretas, e a ausência de métricas, como os trending topics, também deixou dúvidas entre os novos perfis.

A usuária Mayara Peixoto resumiu a confusão em seu primeiro post na rede social: “Demorei pra criar minha conta no Threads pq não sei como funciona, agora que entrei continuo sem entender nada!”

Outros perfis, como o do usuário Paulo Victor Ávila, o principal ponto é a falta de ferramentas que já estavam consolidadas no X. “O que falta ao Threads é a dinâmica do Trending Topics do Twitter/X, onde você vê as tendências e o que está sendo discutido na internet, além claro da informação rápida que está ali. No quesito informação, o Twitter/X é mais completo”.

A falta de ferramentas ainda incomoda os usuários do Threads Foto: Reprodução/Threads/@paulovicas

Mas o final de semana não foi apenas de choro na rede de Mark Zuckerberg. Algumas pessoas, como Bruna Marques, ficaram satisfeitas com a “simplicidade” de recursos, como se fosse uma rede social mais limpa e até um pouco nostálgica - como se o site estivesse inacabado, como nos anos 2010. “Amei o threads porque me lembra muito o tumblr… época boa!”, publicou Bruna no domingo, 31, relembrando uma outra rede de microblogs que foi sucesso há 15 anos.

Além disso, usuários que não usavam o X mas estavam no Instagram também parecem mais suscetíveis a entrar nas comunidades que começam a se formar na plataforma.

“Eu não sei como funciona o algoritmo do Threads. É bem diferente do Twitter (que parei de usar já tem uns 6 anos). Não sei como, mas se eu postar perguntando algo, vai aparecer gente respondendo e eu simplesmente AMEI. Parece que ele sabe te conectar com pessoas parecidas contigo, isso é muito legal”, postou Beatriz Akemi, de 26 anos.

Para Inagaki, a rede ainda precisa de melhorias, se quiser herdar de vez os usuários do X. “O Threads ainda não tem uma personalidade muito definida. A maior motivação para que boa parte das pessoas tenha adotado o Threads como alternativa ao Twitter é a integração com o Insta, de poder ter, ao menos na teoria, mais visibilidade do que o BlueSky”.

Já no BlueSky, as pessoas brincaram com a ausência do caos do Twitter. O ator Paulo Vieira publicou: " Povo que veio carpir no Blue, temos áreas inteiras que tá só o mato: fofoca, fio, cancelamento, briga por meme com algum país aleatório, enfim, amanhã é segunda-feira, junte-se a uma equipe e mãos à obra! essa rede social não vai se intoxicar sozinha. boraaaaa”.

Mas os recursos como o “starters pack”, que permite listar pessoas que devem ser seguidas, e as ferramentas de bloqueio (uma delas permite remover a sua mensagem caso ela seja citada em um tuíte) agradaram.

Nem um nem outro

Existem também aquelas pessoas que, por um certo apego à antiga rede social do passarinho, preferiram não migrar para outras redes sociais com a mesma proposta do X. É o caso dos estudantes Lucas Saraiva, 20, e Karoliny Gouveia, 21, que compartilharam a relação que tinham com a plataforma.

“Eu acordava e checava o Twitter, era por onde eu mais me informava, usava todos os dias, em excesso. Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá, também”, afirmou Saraiva.

O estudante também percebeu que aumentou a frequência de uso do Instagram - que, anteriormente, só usava para assistir aos stories - e YouTube, como substitutos de fonte de informação e entretenimento.

Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá”

Lucas Saraiva, estudante

Karoliny, que era usuária ativa do Twitter desde 2015, está usando muito mais o Instagram e o TikTok do que usava antes, e relata a falta que está sentindo da plataforma que foi suspensa no País. “Eu não criei ainda nenhuma conta, nem do Threads, nem do Bluesky ou outra rede que parece o Twitter. É como se nada fosse parecer o Twitter”, explica.

Para Karoliny, a expectativa ainda é a da volta do X em algum momento, mesmo que ainda não haja previsão para que a rede seja restabelecida no País.

“Minha conta vai continuar lá. Às vezes eu vou clicar para ver e o Twitter não carrega, é muito automático. Não sei se eu vou migrar para outras contas, tenho um apego muito grande ao meu antigo Twitter, às pessoas que eu seguia, às pessoas que me seguiam”, aponta.

Outra movimentação aparente é a das pessoas que estão usando recursos de plataformas que não usavam antes - para alguns, os melhores amigos do Instagram substituíram o espaço que tinham no Twitter. A estudante Isadora Martins, 20, conta que preferiu criar os melhores amigos do Instagram do que criar uma conta no Threads, por exemplo.

“Eu sempre usei muito o Twitter, sinto que por lá conseguimos ter acesso a conteúdos diferentes dos do Instagram, por exemplo. Na hora que o Twitter caiu, eu pensei em criar uma conta no Threads, mas eu não acho uma rede social autêntica”, conta Isadora. “Preferi criar os melhores amigos, já que consigo escolher quem vai ver. Por enquanto, não pretendo baixar nenhum outro aplicativo similar ao Twitter”.

Para Edney Souza, o tempo está correndo tanto para os usuários, que procuram uma nova casa, quanto para o próprio X, que pode acabar destituído da preferência no Brasil. “Eu não acho impossível que o X volte, mas a narrativa que o Musk está construindo é bem complicada. A narrativa de que ele está sendo perseguido no Brasil e com as eleições nos EUA torna mais difícil ele adotar um tom conciliatório. Rede social é muito de hábito, se passar muito tempo sem as pessoas usarem esse hábito se perde”.

Barney reforça a ideia de importância da rotina: “Coloquei o app do BlueSky no lugar que antes era ocupado pelo app do Twitter. É como se ele nunca tivesse saído do ar. Que sensação gostosa”.

No primeiro final de semana após o bloqueio do X, antigo Twitter, no Brasil, não houve consenso entre os 20 milhões de usuários da rede social no País sobre onde as conversas, memes e notícias devem continuar. Um grupo migrou para serviços relativamente novos e inexplorados, como o BlueSky e o Threads, enquanto outros decidiram dar uma chance a velhos conhecidos, como Facebook e Instagram. E há ainda aqueles que preferiram não fazer nada, à espera de um retorno da rede do bilionário Elon Musk. Em todos os casos, a adaptação ao novo momento varia entre “difícil” e “surpreendente”.

Por enquanto, a regra é entender onde se conectar com seus pares em outro canto da internet. Sem uma rede social que ofereça exatamente as mesmas condições de ferramentas, engajamento e contatos, aqueles que queriam manter a “essência” do microblog acabaram no Threads, do Instagram, ou no Bluesky, plataforma criada pelo mesmo fundador do Twitter, Jack Dorsey - e que traz bastante semelhança com o X.

Na noite desta segunda, 2, o BlueSky anunciou que recebeu 2 milhões de novos usuários na última semana - o site Firesky.tv, que registra as atividades da rede, vem exibindo um grande fluxo de mensagens postadas em português. Antes do anúncio, a rede dizia ter 7 milhões de usuários. Já o Threads dizia ter 175 milhões de usuários no mundo em julho deste ano - a Meta não revela o número de usuários no Brasil.

Brasil tinha mais de 20 milhões de usuários no X Foto: Mauro Pimentel/AFP

Ainda assim, para conhecer melhor as duas redes, os usuários embarcaram em uma espécie de test drive coletivo: com perfis nas duas redes sociais, muitas pessoas estão tentando entender como funciona o algoritmo, os recursos, de que forma a plataforma entrega seus próprios conteúdos e, claro, onde as comunidades vão se adaptar melhor.

“O bloqueio do Twitter no Brasil tirou todos nós da zona de desconforto”, escreveu no BlueSky o influenciador Chico Barney, que vem registrando suas dificuldades e alegrias com a nova casa.

“Tanto o Bluesky como o Threads tem a seu favor o fato de existirem já há algum tempo, então o que se falar por lá não vai se perder. A questão é o que já se perdeu, porque esses lugares não têm o tamanho da audiência que tinha no X. Mas as pessoas vão continuar tentando”, explica Edney Souza, especialista em redes sociais e professor da ESPM.

Com isso, foi comum ver usuários publicando os mesmos conteúdos nas duas redes para comparar o comportamento de cada uma delas. Um perfil comparou, por exemplo, uma mesma publicação do influenciador Felipe Neto nas duas plataformas. Com fotos e um pequeno texto, o post teve 796 curtidas no Threads, rede em que o influenciador tem 1,5 milhões de seguidores. No Bluesky, a mesma publicação teve 3,7 mil likes, dentro de uma comunidade de 139,4 mil seguidores.

“O que estou vendo é que, enquanto os usuários não definem qual das duas redes vai ‘pegar’, todo mundo está colocando um pé em cada barco”, afirma Alexandre Inagaki, consultor de redes sociais.

Como chegamos aqui

Apesar de ter sido lançada há mais de um ano e estar integrada ao Instagram, o primeiro final de semana de migração de usuários do X para o Threads foi de muitas perguntas. O feed, que não funciona em ordem cronológica, foi uma das coisas que mais incomodou os ex-tuiteiros. A falta de ferramentas, como mensagens diretas, e a ausência de métricas, como os trending topics, também deixou dúvidas entre os novos perfis.

A usuária Mayara Peixoto resumiu a confusão em seu primeiro post na rede social: “Demorei pra criar minha conta no Threads pq não sei como funciona, agora que entrei continuo sem entender nada!”

Outros perfis, como o do usuário Paulo Victor Ávila, o principal ponto é a falta de ferramentas que já estavam consolidadas no X. “O que falta ao Threads é a dinâmica do Trending Topics do Twitter/X, onde você vê as tendências e o que está sendo discutido na internet, além claro da informação rápida que está ali. No quesito informação, o Twitter/X é mais completo”.

A falta de ferramentas ainda incomoda os usuários do Threads Foto: Reprodução/Threads/@paulovicas

Mas o final de semana não foi apenas de choro na rede de Mark Zuckerberg. Algumas pessoas, como Bruna Marques, ficaram satisfeitas com a “simplicidade” de recursos, como se fosse uma rede social mais limpa e até um pouco nostálgica - como se o site estivesse inacabado, como nos anos 2010. “Amei o threads porque me lembra muito o tumblr… época boa!”, publicou Bruna no domingo, 31, relembrando uma outra rede de microblogs que foi sucesso há 15 anos.

Além disso, usuários que não usavam o X mas estavam no Instagram também parecem mais suscetíveis a entrar nas comunidades que começam a se formar na plataforma.

“Eu não sei como funciona o algoritmo do Threads. É bem diferente do Twitter (que parei de usar já tem uns 6 anos). Não sei como, mas se eu postar perguntando algo, vai aparecer gente respondendo e eu simplesmente AMEI. Parece que ele sabe te conectar com pessoas parecidas contigo, isso é muito legal”, postou Beatriz Akemi, de 26 anos.

Para Inagaki, a rede ainda precisa de melhorias, se quiser herdar de vez os usuários do X. “O Threads ainda não tem uma personalidade muito definida. A maior motivação para que boa parte das pessoas tenha adotado o Threads como alternativa ao Twitter é a integração com o Insta, de poder ter, ao menos na teoria, mais visibilidade do que o BlueSky”.

Já no BlueSky, as pessoas brincaram com a ausência do caos do Twitter. O ator Paulo Vieira publicou: " Povo que veio carpir no Blue, temos áreas inteiras que tá só o mato: fofoca, fio, cancelamento, briga por meme com algum país aleatório, enfim, amanhã é segunda-feira, junte-se a uma equipe e mãos à obra! essa rede social não vai se intoxicar sozinha. boraaaaa”.

Mas os recursos como o “starters pack”, que permite listar pessoas que devem ser seguidas, e as ferramentas de bloqueio (uma delas permite remover a sua mensagem caso ela seja citada em um tuíte) agradaram.

Nem um nem outro

Existem também aquelas pessoas que, por um certo apego à antiga rede social do passarinho, preferiram não migrar para outras redes sociais com a mesma proposta do X. É o caso dos estudantes Lucas Saraiva, 20, e Karoliny Gouveia, 21, que compartilharam a relação que tinham com a plataforma.

“Eu acordava e checava o Twitter, era por onde eu mais me informava, usava todos os dias, em excesso. Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá, também”, afirmou Saraiva.

O estudante também percebeu que aumentou a frequência de uso do Instagram - que, anteriormente, só usava para assistir aos stories - e YouTube, como substitutos de fonte de informação e entretenimento.

Não fui para outra rede social similar ao Twitter porque tenho a sensação que ainda está tudo muito cru e que a maioria das pessoas ainda não estão por lá”

Lucas Saraiva, estudante

Karoliny, que era usuária ativa do Twitter desde 2015, está usando muito mais o Instagram e o TikTok do que usava antes, e relata a falta que está sentindo da plataforma que foi suspensa no País. “Eu não criei ainda nenhuma conta, nem do Threads, nem do Bluesky ou outra rede que parece o Twitter. É como se nada fosse parecer o Twitter”, explica.

Para Karoliny, a expectativa ainda é a da volta do X em algum momento, mesmo que ainda não haja previsão para que a rede seja restabelecida no País.

“Minha conta vai continuar lá. Às vezes eu vou clicar para ver e o Twitter não carrega, é muito automático. Não sei se eu vou migrar para outras contas, tenho um apego muito grande ao meu antigo Twitter, às pessoas que eu seguia, às pessoas que me seguiam”, aponta.

Outra movimentação aparente é a das pessoas que estão usando recursos de plataformas que não usavam antes - para alguns, os melhores amigos do Instagram substituíram o espaço que tinham no Twitter. A estudante Isadora Martins, 20, conta que preferiu criar os melhores amigos do Instagram do que criar uma conta no Threads, por exemplo.

“Eu sempre usei muito o Twitter, sinto que por lá conseguimos ter acesso a conteúdos diferentes dos do Instagram, por exemplo. Na hora que o Twitter caiu, eu pensei em criar uma conta no Threads, mas eu não acho uma rede social autêntica”, conta Isadora. “Preferi criar os melhores amigos, já que consigo escolher quem vai ver. Por enquanto, não pretendo baixar nenhum outro aplicativo similar ao Twitter”.

Para Edney Souza, o tempo está correndo tanto para os usuários, que procuram uma nova casa, quanto para o próprio X, que pode acabar destituído da preferência no Brasil. “Eu não acho impossível que o X volte, mas a narrativa que o Musk está construindo é bem complicada. A narrativa de que ele está sendo perseguido no Brasil e com as eleições nos EUA torna mais difícil ele adotar um tom conciliatório. Rede social é muito de hábito, se passar muito tempo sem as pessoas usarem esse hábito se perde”.

Barney reforça a ideia de importância da rotina: “Coloquei o app do BlueSky no lugar que antes era ocupado pelo app do Twitter. É como se ele nunca tivesse saído do ar. Que sensação gostosa”.

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