Celulares podem explodir mas não são tão fatais quanto pagers do Hezbollah; entenda


Chance de uma explosão no celular é remota; saiba como proteger seu smartphone

Por Guilherme Nannini

A explosão de pagers, dispositivos de comunicação sem fio, que resultou na morte e ferimentos de membros do Hezbollah no Líbano, reacendeu o debate sobre a segurança dos dispositivos eletrônicos que carregamos conosco diariamente. Embora os celulares também possam apresentar riscos de incêndio e explosão, especialistas afirmam que a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor do que no caso dos pagers adulterados.

Pagers e Walkie Talkies explodidos Foto: AP Photo

A diferença mais óbvia é que os pagers utilizados pelo Hezbollah foram modificados para conter explosivos, tornando-os armas letais. Essa adulteração foi possível devido à sua estrutura relativamente simples e à facilidade de acesso aos seus componentes internos. Uma vez modificados, os pagers funcionavam normalmente, sem levantar suspeitas, até serem acionados remotamente, possivelmente por meio de mensagens de texto.

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O grupo islâmico xiita havia adotado os pagers como principal meio de comunicação para evitar o risco de interceptação por parte de Israel, já que esses dispositivos não necessitam de cartões SIM ou conexão com a internet. A decisão de abandonar os celulares foi tomada após suspeitas de que Israel estaria rastreando seus telefones.

Pagers são dispositivos de comunicação unidirecional projetados para receber mensagens de texto curtas ou alertas, sem a capacidade de realizar chamadas de voz ou acessar outras formas de comunicação. Eles funcionam em frequências de rádio específicas e têm um alcance limitado, frequentemente sem a necessidade de redes complexas. Com uma estrutura eletrônica básica, os pagers utilizam baterias de longa duração, como níquel-cádmio, que têm menor risco de falhas graves.

Celulares, por outro lado, são dispositivos de comunicação bidimensional que oferecem chamadas de voz, envio e recebimento de mensagens de texto, acesso à internet e uma ampla gama de funcionalidades adicionais. Eles dependem de redes móveis (2G, 3G, 4G, 5G) para comunicação em tempo real e acesso a serviços de dados, possibilitando uma conectividade muito mais abrangente.

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Os celulares têm processadores avançados, baterias maiores e câmeras, e podem rodar aplicativos, tornando seu design mais complexo e sofisticado. Eles utilizam baterias de íon-lítio, que oferecem maior capacidade mas podem ser mais suscetíveis a problemas como superaquecimento, e seu tamanho e portabilidade variam, geralmente resultando em dispositivos mais volumosos em comparação com os pagers. Diferentemente dos pagers, os celulares modernos possuem sistemas de segurança e controle que dificultam sua modificação sem afetar o funcionamento.

O caso dos pagers pode se repetir com os smartphones?

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Smartphones são mais difíceis de serem modificados por conta de sua estrutura Foto: A_B_C/Adobe Stoc

O professor Gerhard Ett, do Departamento de Engenharia Química da FEI, explica que é tecnicamente possível colocar explosivos dentro de um celular, mas é algo complexo de ser feito devido ao espaço interno limitado e à presença de componentes essenciais como a bateria e a placa-mãe, diferentemente dos pagers. “Qualquer modificação para inserir explosivos comprometeria o funcionamento do aparelho e aumentaria o risco de detecção em controles de segurança. Além disso, seria necessário um mecanismo sofisticado de detonação, o que aumenta a complexidade e os riscos de manipulação”, diz.

Além disso, os fabricantes investem em tecnologias para tornar as baterias mais seguras e resistentes a danos. Mesmo assim, ainda pode haver um curto-circuito, por exemplo, ocasionando uma explosão. O que deve ser destacado, é que o principal “vilão” de todo esse caso, não é o dispositivo em si.

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Embora os celulares também possam explodir devido ao superaquecimento da bateria, curto-circuitos ou danos físicos, a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor. “Os celulares modernos, que utilizam baterias de íon-lítio maiores, são equipados com sistemas avançados de segurança, como sensores de temperatura, corrente, tensão, impacto de queda e proteção contra sobrecarga, o que reduz significativamente o risco de explosões fatais”, afirma o professor.

Como um celular pode explodir?

Bateria é o principal ponto de atenção em um smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Sto
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As explosões de celulares são ocasionadas principalmente por superaquecimento dos equipamentos, estando diretamente ligadas à bateria. Os componentes de íons-lítio são projetados para suportar temperaturas de até 60ºC. Esse calor pode gerar curto-circuito entre os pólos positivos e negativos, desencadeando uma reação até ocasionar a explosão da peça

Ett, explica que a principal causa de explosões em celulares é o aquecimento acima do normal da bateria de íon-lítio. “Problemas como superaquecimento excessivo, danos físicos, uso de carregadores não originais e defeitos de fabricação podem levar à acumulação de energia e aquecimento descontrolado da bateria, resultando em explosão”.

Diversos outros fatores podem contribuir para o superaquecimento e a explosão de baterias de celular. O uso prolongado do aparelho para executar aplicativos pesados ou jogos, a exposição ao calor em ambientes com altas temperaturas ou sob luz solar direta, e o uso de carregadores e cabos não originais são alguns dos principais riscos.

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Danos físicos à bateria, como quedas ou impactos, também podem comprometer sua estrutura interna e aumentar o risco de explosão. Defeitos de fabricação, sobrecarga do sistema de proteção, curtos-circuitos internos e o uso de acessórios não originais que prejudicam a dissipação de calor são outros fatores que podem levar a acidentes. O uso do celular em ambientes úmidos e o uso excessivo de dispositivos em uma única tomada, por meio de tomadas T ou benjamins, também aumentam o risco de problemas com a bateria.

O caso do Galaxy Note 7

Galaxy Note 7 sofreu com problemas em sua bateria Foto: Divulgação

Um exemplo emblemático de problemas com baterias de íon-lítio é o caso do Galaxy Note 7, lançado pela Samsung em 2016. O smartphone foi retirado do mercado global após diversos relatos de explosões causadas por falhas na bateria. A Samsung identificou dois problemas distintos nas baterias utilizadas no aparelho: um defeito no separador dos eletrodos positivo e negativo, que causava curto-circuito, e uma falha no eletrodo negativo da bateria substituta, que também levava à explosão.

Após o segundo incidente, a Samsung interrompeu a fabricação do Galaxy Note 7 e anunciou um recall global, oferecendo a troca ou reembolso aos consumidores. O caso do celular evidenciou a importância do controle de qualidade e da segurança das baterias em dispositivos eletrônicos, levando a empresa a aprimorar seus processos de fabricação e implementar medidas mais rigorosas de segurança.

Embora sejam raros, casos de explosões de celulares continuam a ocorrer. Nesta última quinta-feira, 19, setembro um homem na Bahia teve seu celular explodindo no bolso enquanto limpava a calçada, resultando em queimaduras superficiais. O incidente foi registrado por câmeras de segurança.

Como proteger o smartphone contra explosões?

Uso de aparelhos pirateados podem danificar o uso de seu smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Stock

Para garantir a segurança e o bom funcionamento do seu celular, o professor da FEI recomenda algumas práticas importantes como, por exemplo, o uso de carregadores e cabos certificados apenas, evitando sobrecarga e danos à bateria.

Se o celular estiver excessivamente quente ao toque é preciso desligá-lo imediatamente, remover a capa protetora e deixá-lo esfriar em um local ventilado. Caso a bateria esteja visivelmente inchada ou deformada, pare de usar o aparelho e procure assistência técnica autorizada para realizar a troca da bateria. Para a situação em que o celular esquentar demais durante o carregamento, desconecte-o da tomada e verifique se o carregador e o cabo são originais e estão em bom estado.

Outro ponto importante, é evitar expor o aparelho a altas temperaturas, como dentro de um carro sob sol intenso, pois o calor pode danificar a bateria e outros componentes. Se o celular estiver superaquecendo, também não usá-lo enquanto carrega, para não causar estresse adicional à bateria. Já para prolongar a vida útil da bateria, é interessante mantê-la carregada entre 20% e 80%, evitando deixá-la conectada ao carregador por longos períodos após a carga completa.

Também é necessário evitar fazer modificações no sistema operacional ou instalar aplicativos de fontes não verificadas, pois isso pode comprometer a segurança do dispositivo. Além disso, não se deve abafar o celular com o travesseiro enquanto ele carrega e nem deixá-lo na tomada por muitas horas consecutivas. Por fim, o o usuário deve manter o software atualizado, já que as atualizações frequentemente incluem correções de segurança importantes. Caso note qualquer anormalidade, pare de usar o dispositivo e procure assistência técnica imediatamente.

A explosão de pagers, dispositivos de comunicação sem fio, que resultou na morte e ferimentos de membros do Hezbollah no Líbano, reacendeu o debate sobre a segurança dos dispositivos eletrônicos que carregamos conosco diariamente. Embora os celulares também possam apresentar riscos de incêndio e explosão, especialistas afirmam que a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor do que no caso dos pagers adulterados.

Pagers e Walkie Talkies explodidos Foto: AP Photo

A diferença mais óbvia é que os pagers utilizados pelo Hezbollah foram modificados para conter explosivos, tornando-os armas letais. Essa adulteração foi possível devido à sua estrutura relativamente simples e à facilidade de acesso aos seus componentes internos. Uma vez modificados, os pagers funcionavam normalmente, sem levantar suspeitas, até serem acionados remotamente, possivelmente por meio de mensagens de texto.

O grupo islâmico xiita havia adotado os pagers como principal meio de comunicação para evitar o risco de interceptação por parte de Israel, já que esses dispositivos não necessitam de cartões SIM ou conexão com a internet. A decisão de abandonar os celulares foi tomada após suspeitas de que Israel estaria rastreando seus telefones.

Pagers são dispositivos de comunicação unidirecional projetados para receber mensagens de texto curtas ou alertas, sem a capacidade de realizar chamadas de voz ou acessar outras formas de comunicação. Eles funcionam em frequências de rádio específicas e têm um alcance limitado, frequentemente sem a necessidade de redes complexas. Com uma estrutura eletrônica básica, os pagers utilizam baterias de longa duração, como níquel-cádmio, que têm menor risco de falhas graves.

Celulares, por outro lado, são dispositivos de comunicação bidimensional que oferecem chamadas de voz, envio e recebimento de mensagens de texto, acesso à internet e uma ampla gama de funcionalidades adicionais. Eles dependem de redes móveis (2G, 3G, 4G, 5G) para comunicação em tempo real e acesso a serviços de dados, possibilitando uma conectividade muito mais abrangente.

Os celulares têm processadores avançados, baterias maiores e câmeras, e podem rodar aplicativos, tornando seu design mais complexo e sofisticado. Eles utilizam baterias de íon-lítio, que oferecem maior capacidade mas podem ser mais suscetíveis a problemas como superaquecimento, e seu tamanho e portabilidade variam, geralmente resultando em dispositivos mais volumosos em comparação com os pagers. Diferentemente dos pagers, os celulares modernos possuem sistemas de segurança e controle que dificultam sua modificação sem afetar o funcionamento.

O caso dos pagers pode se repetir com os smartphones?

Smartphones são mais difíceis de serem modificados por conta de sua estrutura Foto: A_B_C/Adobe Stoc

O professor Gerhard Ett, do Departamento de Engenharia Química da FEI, explica que é tecnicamente possível colocar explosivos dentro de um celular, mas é algo complexo de ser feito devido ao espaço interno limitado e à presença de componentes essenciais como a bateria e a placa-mãe, diferentemente dos pagers. “Qualquer modificação para inserir explosivos comprometeria o funcionamento do aparelho e aumentaria o risco de detecção em controles de segurança. Além disso, seria necessário um mecanismo sofisticado de detonação, o que aumenta a complexidade e os riscos de manipulação”, diz.

Além disso, os fabricantes investem em tecnologias para tornar as baterias mais seguras e resistentes a danos. Mesmo assim, ainda pode haver um curto-circuito, por exemplo, ocasionando uma explosão. O que deve ser destacado, é que o principal “vilão” de todo esse caso, não é o dispositivo em si.

Embora os celulares também possam explodir devido ao superaquecimento da bateria, curto-circuitos ou danos físicos, a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor. “Os celulares modernos, que utilizam baterias de íon-lítio maiores, são equipados com sistemas avançados de segurança, como sensores de temperatura, corrente, tensão, impacto de queda e proteção contra sobrecarga, o que reduz significativamente o risco de explosões fatais”, afirma o professor.

Como um celular pode explodir?

Bateria é o principal ponto de atenção em um smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Sto

As explosões de celulares são ocasionadas principalmente por superaquecimento dos equipamentos, estando diretamente ligadas à bateria. Os componentes de íons-lítio são projetados para suportar temperaturas de até 60ºC. Esse calor pode gerar curto-circuito entre os pólos positivos e negativos, desencadeando uma reação até ocasionar a explosão da peça

Ett, explica que a principal causa de explosões em celulares é o aquecimento acima do normal da bateria de íon-lítio. “Problemas como superaquecimento excessivo, danos físicos, uso de carregadores não originais e defeitos de fabricação podem levar à acumulação de energia e aquecimento descontrolado da bateria, resultando em explosão”.

Diversos outros fatores podem contribuir para o superaquecimento e a explosão de baterias de celular. O uso prolongado do aparelho para executar aplicativos pesados ou jogos, a exposição ao calor em ambientes com altas temperaturas ou sob luz solar direta, e o uso de carregadores e cabos não originais são alguns dos principais riscos.

Danos físicos à bateria, como quedas ou impactos, também podem comprometer sua estrutura interna e aumentar o risco de explosão. Defeitos de fabricação, sobrecarga do sistema de proteção, curtos-circuitos internos e o uso de acessórios não originais que prejudicam a dissipação de calor são outros fatores que podem levar a acidentes. O uso do celular em ambientes úmidos e o uso excessivo de dispositivos em uma única tomada, por meio de tomadas T ou benjamins, também aumentam o risco de problemas com a bateria.

O caso do Galaxy Note 7

Galaxy Note 7 sofreu com problemas em sua bateria Foto: Divulgação

Um exemplo emblemático de problemas com baterias de íon-lítio é o caso do Galaxy Note 7, lançado pela Samsung em 2016. O smartphone foi retirado do mercado global após diversos relatos de explosões causadas por falhas na bateria. A Samsung identificou dois problemas distintos nas baterias utilizadas no aparelho: um defeito no separador dos eletrodos positivo e negativo, que causava curto-circuito, e uma falha no eletrodo negativo da bateria substituta, que também levava à explosão.

Após o segundo incidente, a Samsung interrompeu a fabricação do Galaxy Note 7 e anunciou um recall global, oferecendo a troca ou reembolso aos consumidores. O caso do celular evidenciou a importância do controle de qualidade e da segurança das baterias em dispositivos eletrônicos, levando a empresa a aprimorar seus processos de fabricação e implementar medidas mais rigorosas de segurança.

Embora sejam raros, casos de explosões de celulares continuam a ocorrer. Nesta última quinta-feira, 19, setembro um homem na Bahia teve seu celular explodindo no bolso enquanto limpava a calçada, resultando em queimaduras superficiais. O incidente foi registrado por câmeras de segurança.

Como proteger o smartphone contra explosões?

Uso de aparelhos pirateados podem danificar o uso de seu smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Stock

Para garantir a segurança e o bom funcionamento do seu celular, o professor da FEI recomenda algumas práticas importantes como, por exemplo, o uso de carregadores e cabos certificados apenas, evitando sobrecarga e danos à bateria.

Se o celular estiver excessivamente quente ao toque é preciso desligá-lo imediatamente, remover a capa protetora e deixá-lo esfriar em um local ventilado. Caso a bateria esteja visivelmente inchada ou deformada, pare de usar o aparelho e procure assistência técnica autorizada para realizar a troca da bateria. Para a situação em que o celular esquentar demais durante o carregamento, desconecte-o da tomada e verifique se o carregador e o cabo são originais e estão em bom estado.

Outro ponto importante, é evitar expor o aparelho a altas temperaturas, como dentro de um carro sob sol intenso, pois o calor pode danificar a bateria e outros componentes. Se o celular estiver superaquecendo, também não usá-lo enquanto carrega, para não causar estresse adicional à bateria. Já para prolongar a vida útil da bateria, é interessante mantê-la carregada entre 20% e 80%, evitando deixá-la conectada ao carregador por longos períodos após a carga completa.

Também é necessário evitar fazer modificações no sistema operacional ou instalar aplicativos de fontes não verificadas, pois isso pode comprometer a segurança do dispositivo. Além disso, não se deve abafar o celular com o travesseiro enquanto ele carrega e nem deixá-lo na tomada por muitas horas consecutivas. Por fim, o o usuário deve manter o software atualizado, já que as atualizações frequentemente incluem correções de segurança importantes. Caso note qualquer anormalidade, pare de usar o dispositivo e procure assistência técnica imediatamente.

A explosão de pagers, dispositivos de comunicação sem fio, que resultou na morte e ferimentos de membros do Hezbollah no Líbano, reacendeu o debate sobre a segurança dos dispositivos eletrônicos que carregamos conosco diariamente. Embora os celulares também possam apresentar riscos de incêndio e explosão, especialistas afirmam que a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor do que no caso dos pagers adulterados.

Pagers e Walkie Talkies explodidos Foto: AP Photo

A diferença mais óbvia é que os pagers utilizados pelo Hezbollah foram modificados para conter explosivos, tornando-os armas letais. Essa adulteração foi possível devido à sua estrutura relativamente simples e à facilidade de acesso aos seus componentes internos. Uma vez modificados, os pagers funcionavam normalmente, sem levantar suspeitas, até serem acionados remotamente, possivelmente por meio de mensagens de texto.

O grupo islâmico xiita havia adotado os pagers como principal meio de comunicação para evitar o risco de interceptação por parte de Israel, já que esses dispositivos não necessitam de cartões SIM ou conexão com a internet. A decisão de abandonar os celulares foi tomada após suspeitas de que Israel estaria rastreando seus telefones.

Pagers são dispositivos de comunicação unidirecional projetados para receber mensagens de texto curtas ou alertas, sem a capacidade de realizar chamadas de voz ou acessar outras formas de comunicação. Eles funcionam em frequências de rádio específicas e têm um alcance limitado, frequentemente sem a necessidade de redes complexas. Com uma estrutura eletrônica básica, os pagers utilizam baterias de longa duração, como níquel-cádmio, que têm menor risco de falhas graves.

Celulares, por outro lado, são dispositivos de comunicação bidimensional que oferecem chamadas de voz, envio e recebimento de mensagens de texto, acesso à internet e uma ampla gama de funcionalidades adicionais. Eles dependem de redes móveis (2G, 3G, 4G, 5G) para comunicação em tempo real e acesso a serviços de dados, possibilitando uma conectividade muito mais abrangente.

Os celulares têm processadores avançados, baterias maiores e câmeras, e podem rodar aplicativos, tornando seu design mais complexo e sofisticado. Eles utilizam baterias de íon-lítio, que oferecem maior capacidade mas podem ser mais suscetíveis a problemas como superaquecimento, e seu tamanho e portabilidade variam, geralmente resultando em dispositivos mais volumosos em comparação com os pagers. Diferentemente dos pagers, os celulares modernos possuem sistemas de segurança e controle que dificultam sua modificação sem afetar o funcionamento.

O caso dos pagers pode se repetir com os smartphones?

Smartphones são mais difíceis de serem modificados por conta de sua estrutura Foto: A_B_C/Adobe Stoc

O professor Gerhard Ett, do Departamento de Engenharia Química da FEI, explica que é tecnicamente possível colocar explosivos dentro de um celular, mas é algo complexo de ser feito devido ao espaço interno limitado e à presença de componentes essenciais como a bateria e a placa-mãe, diferentemente dos pagers. “Qualquer modificação para inserir explosivos comprometeria o funcionamento do aparelho e aumentaria o risco de detecção em controles de segurança. Além disso, seria necessário um mecanismo sofisticado de detonação, o que aumenta a complexidade e os riscos de manipulação”, diz.

Além disso, os fabricantes investem em tecnologias para tornar as baterias mais seguras e resistentes a danos. Mesmo assim, ainda pode haver um curto-circuito, por exemplo, ocasionando uma explosão. O que deve ser destacado, é que o principal “vilão” de todo esse caso, não é o dispositivo em si.

Embora os celulares também possam explodir devido ao superaquecimento da bateria, curto-circuitos ou danos físicos, a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor. “Os celulares modernos, que utilizam baterias de íon-lítio maiores, são equipados com sistemas avançados de segurança, como sensores de temperatura, corrente, tensão, impacto de queda e proteção contra sobrecarga, o que reduz significativamente o risco de explosões fatais”, afirma o professor.

Como um celular pode explodir?

Bateria é o principal ponto de atenção em um smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Sto

As explosões de celulares são ocasionadas principalmente por superaquecimento dos equipamentos, estando diretamente ligadas à bateria. Os componentes de íons-lítio são projetados para suportar temperaturas de até 60ºC. Esse calor pode gerar curto-circuito entre os pólos positivos e negativos, desencadeando uma reação até ocasionar a explosão da peça

Ett, explica que a principal causa de explosões em celulares é o aquecimento acima do normal da bateria de íon-lítio. “Problemas como superaquecimento excessivo, danos físicos, uso de carregadores não originais e defeitos de fabricação podem levar à acumulação de energia e aquecimento descontrolado da bateria, resultando em explosão”.

Diversos outros fatores podem contribuir para o superaquecimento e a explosão de baterias de celular. O uso prolongado do aparelho para executar aplicativos pesados ou jogos, a exposição ao calor em ambientes com altas temperaturas ou sob luz solar direta, e o uso de carregadores e cabos não originais são alguns dos principais riscos.

Danos físicos à bateria, como quedas ou impactos, também podem comprometer sua estrutura interna e aumentar o risco de explosão. Defeitos de fabricação, sobrecarga do sistema de proteção, curtos-circuitos internos e o uso de acessórios não originais que prejudicam a dissipação de calor são outros fatores que podem levar a acidentes. O uso do celular em ambientes úmidos e o uso excessivo de dispositivos em uma única tomada, por meio de tomadas T ou benjamins, também aumentam o risco de problemas com a bateria.

O caso do Galaxy Note 7

Galaxy Note 7 sofreu com problemas em sua bateria Foto: Divulgação

Um exemplo emblemático de problemas com baterias de íon-lítio é o caso do Galaxy Note 7, lançado pela Samsung em 2016. O smartphone foi retirado do mercado global após diversos relatos de explosões causadas por falhas na bateria. A Samsung identificou dois problemas distintos nas baterias utilizadas no aparelho: um defeito no separador dos eletrodos positivo e negativo, que causava curto-circuito, e uma falha no eletrodo negativo da bateria substituta, que também levava à explosão.

Após o segundo incidente, a Samsung interrompeu a fabricação do Galaxy Note 7 e anunciou um recall global, oferecendo a troca ou reembolso aos consumidores. O caso do celular evidenciou a importância do controle de qualidade e da segurança das baterias em dispositivos eletrônicos, levando a empresa a aprimorar seus processos de fabricação e implementar medidas mais rigorosas de segurança.

Embora sejam raros, casos de explosões de celulares continuam a ocorrer. Nesta última quinta-feira, 19, setembro um homem na Bahia teve seu celular explodindo no bolso enquanto limpava a calçada, resultando em queimaduras superficiais. O incidente foi registrado por câmeras de segurança.

Como proteger o smartphone contra explosões?

Uso de aparelhos pirateados podem danificar o uso de seu smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Stock

Para garantir a segurança e o bom funcionamento do seu celular, o professor da FEI recomenda algumas práticas importantes como, por exemplo, o uso de carregadores e cabos certificados apenas, evitando sobrecarga e danos à bateria.

Se o celular estiver excessivamente quente ao toque é preciso desligá-lo imediatamente, remover a capa protetora e deixá-lo esfriar em um local ventilado. Caso a bateria esteja visivelmente inchada ou deformada, pare de usar o aparelho e procure assistência técnica autorizada para realizar a troca da bateria. Para a situação em que o celular esquentar demais durante o carregamento, desconecte-o da tomada e verifique se o carregador e o cabo são originais e estão em bom estado.

Outro ponto importante, é evitar expor o aparelho a altas temperaturas, como dentro de um carro sob sol intenso, pois o calor pode danificar a bateria e outros componentes. Se o celular estiver superaquecendo, também não usá-lo enquanto carrega, para não causar estresse adicional à bateria. Já para prolongar a vida útil da bateria, é interessante mantê-la carregada entre 20% e 80%, evitando deixá-la conectada ao carregador por longos períodos após a carga completa.

Também é necessário evitar fazer modificações no sistema operacional ou instalar aplicativos de fontes não verificadas, pois isso pode comprometer a segurança do dispositivo. Além disso, não se deve abafar o celular com o travesseiro enquanto ele carrega e nem deixá-lo na tomada por muitas horas consecutivas. Por fim, o o usuário deve manter o software atualizado, já que as atualizações frequentemente incluem correções de segurança importantes. Caso note qualquer anormalidade, pare de usar o dispositivo e procure assistência técnica imediatamente.

A explosão de pagers, dispositivos de comunicação sem fio, que resultou na morte e ferimentos de membros do Hezbollah no Líbano, reacendeu o debate sobre a segurança dos dispositivos eletrônicos que carregamos conosco diariamente. Embora os celulares também possam apresentar riscos de incêndio e explosão, especialistas afirmam que a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor do que no caso dos pagers adulterados.

Pagers e Walkie Talkies explodidos Foto: AP Photo

A diferença mais óbvia é que os pagers utilizados pelo Hezbollah foram modificados para conter explosivos, tornando-os armas letais. Essa adulteração foi possível devido à sua estrutura relativamente simples e à facilidade de acesso aos seus componentes internos. Uma vez modificados, os pagers funcionavam normalmente, sem levantar suspeitas, até serem acionados remotamente, possivelmente por meio de mensagens de texto.

O grupo islâmico xiita havia adotado os pagers como principal meio de comunicação para evitar o risco de interceptação por parte de Israel, já que esses dispositivos não necessitam de cartões SIM ou conexão com a internet. A decisão de abandonar os celulares foi tomada após suspeitas de que Israel estaria rastreando seus telefones.

Pagers são dispositivos de comunicação unidirecional projetados para receber mensagens de texto curtas ou alertas, sem a capacidade de realizar chamadas de voz ou acessar outras formas de comunicação. Eles funcionam em frequências de rádio específicas e têm um alcance limitado, frequentemente sem a necessidade de redes complexas. Com uma estrutura eletrônica básica, os pagers utilizam baterias de longa duração, como níquel-cádmio, que têm menor risco de falhas graves.

Celulares, por outro lado, são dispositivos de comunicação bidimensional que oferecem chamadas de voz, envio e recebimento de mensagens de texto, acesso à internet e uma ampla gama de funcionalidades adicionais. Eles dependem de redes móveis (2G, 3G, 4G, 5G) para comunicação em tempo real e acesso a serviços de dados, possibilitando uma conectividade muito mais abrangente.

Os celulares têm processadores avançados, baterias maiores e câmeras, e podem rodar aplicativos, tornando seu design mais complexo e sofisticado. Eles utilizam baterias de íon-lítio, que oferecem maior capacidade mas podem ser mais suscetíveis a problemas como superaquecimento, e seu tamanho e portabilidade variam, geralmente resultando em dispositivos mais volumosos em comparação com os pagers. Diferentemente dos pagers, os celulares modernos possuem sistemas de segurança e controle que dificultam sua modificação sem afetar o funcionamento.

O caso dos pagers pode se repetir com os smartphones?

Smartphones são mais difíceis de serem modificados por conta de sua estrutura Foto: A_B_C/Adobe Stoc

O professor Gerhard Ett, do Departamento de Engenharia Química da FEI, explica que é tecnicamente possível colocar explosivos dentro de um celular, mas é algo complexo de ser feito devido ao espaço interno limitado e à presença de componentes essenciais como a bateria e a placa-mãe, diferentemente dos pagers. “Qualquer modificação para inserir explosivos comprometeria o funcionamento do aparelho e aumentaria o risco de detecção em controles de segurança. Além disso, seria necessário um mecanismo sofisticado de detonação, o que aumenta a complexidade e os riscos de manipulação”, diz.

Além disso, os fabricantes investem em tecnologias para tornar as baterias mais seguras e resistentes a danos. Mesmo assim, ainda pode haver um curto-circuito, por exemplo, ocasionando uma explosão. O que deve ser destacado, é que o principal “vilão” de todo esse caso, não é o dispositivo em si.

Embora os celulares também possam explodir devido ao superaquecimento da bateria, curto-circuitos ou danos físicos, a probabilidade de um incidente fatal é significativamente menor. “Os celulares modernos, que utilizam baterias de íon-lítio maiores, são equipados com sistemas avançados de segurança, como sensores de temperatura, corrente, tensão, impacto de queda e proteção contra sobrecarga, o que reduz significativamente o risco de explosões fatais”, afirma o professor.

Como um celular pode explodir?

Bateria é o principal ponto de atenção em um smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Sto

As explosões de celulares são ocasionadas principalmente por superaquecimento dos equipamentos, estando diretamente ligadas à bateria. Os componentes de íons-lítio são projetados para suportar temperaturas de até 60ºC. Esse calor pode gerar curto-circuito entre os pólos positivos e negativos, desencadeando uma reação até ocasionar a explosão da peça

Ett, explica que a principal causa de explosões em celulares é o aquecimento acima do normal da bateria de íon-lítio. “Problemas como superaquecimento excessivo, danos físicos, uso de carregadores não originais e defeitos de fabricação podem levar à acumulação de energia e aquecimento descontrolado da bateria, resultando em explosão”.

Diversos outros fatores podem contribuir para o superaquecimento e a explosão de baterias de celular. O uso prolongado do aparelho para executar aplicativos pesados ou jogos, a exposição ao calor em ambientes com altas temperaturas ou sob luz solar direta, e o uso de carregadores e cabos não originais são alguns dos principais riscos.

Danos físicos à bateria, como quedas ou impactos, também podem comprometer sua estrutura interna e aumentar o risco de explosão. Defeitos de fabricação, sobrecarga do sistema de proteção, curtos-circuitos internos e o uso de acessórios não originais que prejudicam a dissipação de calor são outros fatores que podem levar a acidentes. O uso do celular em ambientes úmidos e o uso excessivo de dispositivos em uma única tomada, por meio de tomadas T ou benjamins, também aumentam o risco de problemas com a bateria.

O caso do Galaxy Note 7

Galaxy Note 7 sofreu com problemas em sua bateria Foto: Divulgação

Um exemplo emblemático de problemas com baterias de íon-lítio é o caso do Galaxy Note 7, lançado pela Samsung em 2016. O smartphone foi retirado do mercado global após diversos relatos de explosões causadas por falhas na bateria. A Samsung identificou dois problemas distintos nas baterias utilizadas no aparelho: um defeito no separador dos eletrodos positivo e negativo, que causava curto-circuito, e uma falha no eletrodo negativo da bateria substituta, que também levava à explosão.

Após o segundo incidente, a Samsung interrompeu a fabricação do Galaxy Note 7 e anunciou um recall global, oferecendo a troca ou reembolso aos consumidores. O caso do celular evidenciou a importância do controle de qualidade e da segurança das baterias em dispositivos eletrônicos, levando a empresa a aprimorar seus processos de fabricação e implementar medidas mais rigorosas de segurança.

Embora sejam raros, casos de explosões de celulares continuam a ocorrer. Nesta última quinta-feira, 19, setembro um homem na Bahia teve seu celular explodindo no bolso enquanto limpava a calçada, resultando em queimaduras superficiais. O incidente foi registrado por câmeras de segurança.

Como proteger o smartphone contra explosões?

Uso de aparelhos pirateados podem danificar o uso de seu smartphone Foto: sitthiphong/Adobe Stock

Para garantir a segurança e o bom funcionamento do seu celular, o professor da FEI recomenda algumas práticas importantes como, por exemplo, o uso de carregadores e cabos certificados apenas, evitando sobrecarga e danos à bateria.

Se o celular estiver excessivamente quente ao toque é preciso desligá-lo imediatamente, remover a capa protetora e deixá-lo esfriar em um local ventilado. Caso a bateria esteja visivelmente inchada ou deformada, pare de usar o aparelho e procure assistência técnica autorizada para realizar a troca da bateria. Para a situação em que o celular esquentar demais durante o carregamento, desconecte-o da tomada e verifique se o carregador e o cabo são originais e estão em bom estado.

Outro ponto importante, é evitar expor o aparelho a altas temperaturas, como dentro de um carro sob sol intenso, pois o calor pode danificar a bateria e outros componentes. Se o celular estiver superaquecendo, também não usá-lo enquanto carrega, para não causar estresse adicional à bateria. Já para prolongar a vida útil da bateria, é interessante mantê-la carregada entre 20% e 80%, evitando deixá-la conectada ao carregador por longos períodos após a carga completa.

Também é necessário evitar fazer modificações no sistema operacional ou instalar aplicativos de fontes não verificadas, pois isso pode comprometer a segurança do dispositivo. Além disso, não se deve abafar o celular com o travesseiro enquanto ele carrega e nem deixá-lo na tomada por muitas horas consecutivas. Por fim, o o usuário deve manter o software atualizado, já que as atualizações frequentemente incluem correções de segurança importantes. Caso note qualquer anormalidade, pare de usar o dispositivo e procure assistência técnica imediatamente.

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