A inteligência artificial (IA) já está presente em diversos setores, mas ainda precisa avançar em campos como a medicina para não causar riscos aos usuários e pacientes. Um estudo recente publicado na revista JAMA Oncology mostra que o ChatGPT, da empresa OpenAI, fornece informações ruins sobre o tratamento do câncer, potencialmente prejudicando pacientes que já estão estressados e à procura desesperada de respostas.
Em cerca de um terço das consultas ao ChatGPT, a equipe de pesquisadores descobriu que a ferramenta estava emitindo recomendações erradas ou inadequadas de tratamento contra câncer, que não se alinhavam com as diretrizes médicas estabelecidas.
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“As respostas do ChatGPT podem soar muito parecidas com as humanas e ser bastante convincentes”, disse a coautora do estudo e pesquisadora do Dana-Farber Cancer Institute, Danielle Bitterman, em um comunicado. “Mas, quando se trata de tomada de decisão clínica, existem muitas sutilezas para a situação única de cada paciente”.
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“Uma resposta certa pode ter muitas nuances e não necessariamente algo que o ChatGPT ou outro grande modelo de linguagem possa fornecer”, acrescentou ela.
Para o estudo, os pesquisadores usaram 104 instruções relacionadas ao câncer de pulmão, próstata e mama. Para medir a qualidade do aconselhamento do ChatGPT, compararam a sua resposta às diretrizes de tratamento do câncer da National Comprehensive Cancer Network (NCCN).
Os resultados mostraram que o ChatGPT gerou uma ou mais recomendações de tratamento que não estavam alinhadas com as da NCCN, a uma taxa impressionante de 34,3%. O ChatGPT também inventou 13 das 104 recomendações.
“Os desenvolvedores devem ter alguma responsabilidade na distribuição de tecnologias que não causem danos, e os pacientes e os médicos precisam estar cientes das limitações dessas tecnologias”, escreveu a equipe de Bitterman. Embora as tecnologias de IA já consigam passar em exames para praticar a medicina, é evidente que ainda não podem substituir os profissionais médicos.