Em mercadão ilegal de dados, informações de brasileiros estão entre as mais baratas do mundo


Pesquisa divulgada com exclusividade ao Estadão revela que dados brasileiros, como o número do RG, são vendidos por até R$ 47 a unidade

Por Bruna Arimathea
Passaportes, números de telefone e contas online, como Uber e Netflix, são exemplos de dados vendidos por cibercriminosos Foto: Pixabay

Dados pessoais vendidos na internet já somam mais de R$ 88 milhões, afirmou a NordVPN, empresa especialista em cibersegurança. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 8, com exclusividade ao Estadão, aponta que mais de 720 mil informações vazadas de brasileiros já foram comercializadas e que, para o mundo, os dados do Brasil são um dos mais baratos na Dark Web. 

O estudo, conduzido até abril deste ano, afirma que existem mais de 30 mil sites especializados na venda de dados pessoais - todos, na chamada Dark Web, um conjunto de servidores acessível apenas por ferramentas específicas. Foram cerca de 22 mil anúncios de venda analisados e os resultados foram apurados por dois meses.

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Nesses sites, o conteúdo conhecido pelas empresas de cibersegurança seriam de, aproximadamente, 4% apenas, de acordo com uma estimativa do estudo. Entre os dados mais encontrados estão informações de cartões, dados de identidade pessoal e carteira de motorista, afirma Jonas Schuler, diretor da NordVPN no Brasil. 

Ainda, passaportes, números de telefone, contas online, como Uber e Netflix, logins de contas bancárias e contas de criptomoedas são outros exemplos de informações disponíveis. Esses dados, quase sempre, são obtidos por meio de ações hackers em sistemas, por engenharia social ou mesmo por brechas de segurança, onde o próprio usuário fornece as informações. 

“Muitos casos também são decorrentes pela falta de higiene digital, como: não utilizar VPN, não ter senhas fortes ou a mesma senha para diferentes pontos de acesso, acessar Wi-Fi público sem VPN, deixar seu dispositivo desprotegido em público, publicar informações pessoais nas redes sociais”, alerta Schuler.

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‘A preço de banana’

De acordo com a pesquisa da NordVPN, o Brasil é um dos países mais “desvalorizados” no mercado de dados pessoais da Dark Web. Isso significa que não só dados de brasileiros estão em abundância em sites que fazem esse tipo de comércio, como também indica que um grande número deles já foi usado. Schuler explica que a procura das informações e o padrão de segurança dos usuários também podem influenciar esse mercado. 

“Os dados de países em desenvolvimento têm menos demanda e, além disso, menos fiscalização e leis relacionadas a utilização indevida dos dados e crimes relacionados. Esses fatores somados levam a um preço menor”, aponta o diretor.

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Segundo a empresa, é possível encontrar “unidades” de número de RG, por exemplo, por R$ 47,78. Se for de um cidadão da Austrália ou da França, os valores podem chegar a R$ 1.100 e R$ 1.740 e, respectivamente. Quando provenientes da República Tcheca, o mesmo documento pode custar R$ 5,8 mil.

Os dados mais valiosos são passaportes e contas vinculadas à criptomoedas. Na Lituânia, por exemplo, um passaporte verdadeiro pode passar dos R$ 18,5 mil, enquanto na Argentina, o mesmo documento custa cerca de R$ 43 - é a nacionalidade com menor valor na categoria. 

Os preços estão atrelados à “demanda pelos dados e da facilidade para obtê-los, além das leis e fiscalização de onde esse dado foi adquirido, e ainda quais crimes eventualmente podem ser praticados com essas informações”, afirma Schuler.

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É importante observar, porém, que os valores não são indicativos de comportamento digital do país - afinal, as atividades são ilegais e configuram crime. Mas acendem um alerta para a forma como os dados brasileiros são protegidos na internet.

A empresa de cibersegurança ainda alerta para o cuidado pessoal na hora de assegurar a privacidade de dados. A dica é nunca fornecer documentos para sites desconhecidos, desconfiar de mensagens enviadas por contatos não salvos na agenda e não clicar em links de procedência duvidosa.

Passaportes, números de telefone e contas online, como Uber e Netflix, são exemplos de dados vendidos por cibercriminosos Foto: Pixabay

Dados pessoais vendidos na internet já somam mais de R$ 88 milhões, afirmou a NordVPN, empresa especialista em cibersegurança. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 8, com exclusividade ao Estadão, aponta que mais de 720 mil informações vazadas de brasileiros já foram comercializadas e que, para o mundo, os dados do Brasil são um dos mais baratos na Dark Web. 

O estudo, conduzido até abril deste ano, afirma que existem mais de 30 mil sites especializados na venda de dados pessoais - todos, na chamada Dark Web, um conjunto de servidores acessível apenas por ferramentas específicas. Foram cerca de 22 mil anúncios de venda analisados e os resultados foram apurados por dois meses.

Nesses sites, o conteúdo conhecido pelas empresas de cibersegurança seriam de, aproximadamente, 4% apenas, de acordo com uma estimativa do estudo. Entre os dados mais encontrados estão informações de cartões, dados de identidade pessoal e carteira de motorista, afirma Jonas Schuler, diretor da NordVPN no Brasil. 

Ainda, passaportes, números de telefone, contas online, como Uber e Netflix, logins de contas bancárias e contas de criptomoedas são outros exemplos de informações disponíveis. Esses dados, quase sempre, são obtidos por meio de ações hackers em sistemas, por engenharia social ou mesmo por brechas de segurança, onde o próprio usuário fornece as informações. 

“Muitos casos também são decorrentes pela falta de higiene digital, como: não utilizar VPN, não ter senhas fortes ou a mesma senha para diferentes pontos de acesso, acessar Wi-Fi público sem VPN, deixar seu dispositivo desprotegido em público, publicar informações pessoais nas redes sociais”, alerta Schuler.

‘A preço de banana’

De acordo com a pesquisa da NordVPN, o Brasil é um dos países mais “desvalorizados” no mercado de dados pessoais da Dark Web. Isso significa que não só dados de brasileiros estão em abundância em sites que fazem esse tipo de comércio, como também indica que um grande número deles já foi usado. Schuler explica que a procura das informações e o padrão de segurança dos usuários também podem influenciar esse mercado. 

“Os dados de países em desenvolvimento têm menos demanda e, além disso, menos fiscalização e leis relacionadas a utilização indevida dos dados e crimes relacionados. Esses fatores somados levam a um preço menor”, aponta o diretor.

Segundo a empresa, é possível encontrar “unidades” de número de RG, por exemplo, por R$ 47,78. Se for de um cidadão da Austrália ou da França, os valores podem chegar a R$ 1.100 e R$ 1.740 e, respectivamente. Quando provenientes da República Tcheca, o mesmo documento pode custar R$ 5,8 mil.

Os dados mais valiosos são passaportes e contas vinculadas à criptomoedas. Na Lituânia, por exemplo, um passaporte verdadeiro pode passar dos R$ 18,5 mil, enquanto na Argentina, o mesmo documento custa cerca de R$ 43 - é a nacionalidade com menor valor na categoria. 

Os preços estão atrelados à “demanda pelos dados e da facilidade para obtê-los, além das leis e fiscalização de onde esse dado foi adquirido, e ainda quais crimes eventualmente podem ser praticados com essas informações”, afirma Schuler.

É importante observar, porém, que os valores não são indicativos de comportamento digital do país - afinal, as atividades são ilegais e configuram crime. Mas acendem um alerta para a forma como os dados brasileiros são protegidos na internet.

A empresa de cibersegurança ainda alerta para o cuidado pessoal na hora de assegurar a privacidade de dados. A dica é nunca fornecer documentos para sites desconhecidos, desconfiar de mensagens enviadas por contatos não salvos na agenda e não clicar em links de procedência duvidosa.

Passaportes, números de telefone e contas online, como Uber e Netflix, são exemplos de dados vendidos por cibercriminosos Foto: Pixabay

Dados pessoais vendidos na internet já somam mais de R$ 88 milhões, afirmou a NordVPN, empresa especialista em cibersegurança. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 8, com exclusividade ao Estadão, aponta que mais de 720 mil informações vazadas de brasileiros já foram comercializadas e que, para o mundo, os dados do Brasil são um dos mais baratos na Dark Web. 

O estudo, conduzido até abril deste ano, afirma que existem mais de 30 mil sites especializados na venda de dados pessoais - todos, na chamada Dark Web, um conjunto de servidores acessível apenas por ferramentas específicas. Foram cerca de 22 mil anúncios de venda analisados e os resultados foram apurados por dois meses.

Nesses sites, o conteúdo conhecido pelas empresas de cibersegurança seriam de, aproximadamente, 4% apenas, de acordo com uma estimativa do estudo. Entre os dados mais encontrados estão informações de cartões, dados de identidade pessoal e carteira de motorista, afirma Jonas Schuler, diretor da NordVPN no Brasil. 

Ainda, passaportes, números de telefone, contas online, como Uber e Netflix, logins de contas bancárias e contas de criptomoedas são outros exemplos de informações disponíveis. Esses dados, quase sempre, são obtidos por meio de ações hackers em sistemas, por engenharia social ou mesmo por brechas de segurança, onde o próprio usuário fornece as informações. 

“Muitos casos também são decorrentes pela falta de higiene digital, como: não utilizar VPN, não ter senhas fortes ou a mesma senha para diferentes pontos de acesso, acessar Wi-Fi público sem VPN, deixar seu dispositivo desprotegido em público, publicar informações pessoais nas redes sociais”, alerta Schuler.

‘A preço de banana’

De acordo com a pesquisa da NordVPN, o Brasil é um dos países mais “desvalorizados” no mercado de dados pessoais da Dark Web. Isso significa que não só dados de brasileiros estão em abundância em sites que fazem esse tipo de comércio, como também indica que um grande número deles já foi usado. Schuler explica que a procura das informações e o padrão de segurança dos usuários também podem influenciar esse mercado. 

“Os dados de países em desenvolvimento têm menos demanda e, além disso, menos fiscalização e leis relacionadas a utilização indevida dos dados e crimes relacionados. Esses fatores somados levam a um preço menor”, aponta o diretor.

Segundo a empresa, é possível encontrar “unidades” de número de RG, por exemplo, por R$ 47,78. Se for de um cidadão da Austrália ou da França, os valores podem chegar a R$ 1.100 e R$ 1.740 e, respectivamente. Quando provenientes da República Tcheca, o mesmo documento pode custar R$ 5,8 mil.

Os dados mais valiosos são passaportes e contas vinculadas à criptomoedas. Na Lituânia, por exemplo, um passaporte verdadeiro pode passar dos R$ 18,5 mil, enquanto na Argentina, o mesmo documento custa cerca de R$ 43 - é a nacionalidade com menor valor na categoria. 

Os preços estão atrelados à “demanda pelos dados e da facilidade para obtê-los, além das leis e fiscalização de onde esse dado foi adquirido, e ainda quais crimes eventualmente podem ser praticados com essas informações”, afirma Schuler.

É importante observar, porém, que os valores não são indicativos de comportamento digital do país - afinal, as atividades são ilegais e configuram crime. Mas acendem um alerta para a forma como os dados brasileiros são protegidos na internet.

A empresa de cibersegurança ainda alerta para o cuidado pessoal na hora de assegurar a privacidade de dados. A dica é nunca fornecer documentos para sites desconhecidos, desconfiar de mensagens enviadas por contatos não salvos na agenda e não clicar em links de procedência duvidosa.

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