Mulheres estão mais propensas a perderem empregos para a inteligência artificial até 2030


Segundo relatório, 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego nos EUA por conta da tecnologia

Por Annabelle Timsit
Atualização:

THE WASHINGTON POST - Mulheres correm mais risco que homens de perderem seus empregos até o final da década devido ao crescimento de inteligência artificial (IA) e automação, segundo um novo relatório do McKinsey Global Institute.

O relatório aponta que quase um terço das horas trabalhadas nos Estados Unidos poderia ser automatizado até 2030. As indústrias que mais devem encolher por causa da automação são serviços alimentares, atendimento ao cliente, vendas e suporte de escritório. Mulheres são superrepresentadas nesses setores — e ocupam mais empregos com salários baixos do que homens — então elas correm o risco de serem mais afetadas, aponta o relatório.

Trabalhadores negros e hispânicos, trabalhadores sem diploma universitário e os trabalhadores mais jovens e mais velhos também têm mais probabilidade de ter que encontrar novos empregos até 2030, diz o estudo.

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De acordo com o relatório, até 2030, pelo menos 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego à medida que as indústrias em que trabalham diminuam — 25% a mais do que o instituto previu em um relatório publicado em fevereiro de 2021. A maioria desses trabalhadores estará na parte inferior da escala salarial, e provavelmente precisarão adquirir novas habilidades antes de poderem fazer a transição para novas indústrias.

O relatório indica que o mercado de trabalho também será revolucionado na próxima década pelos investimentos do governo em tecnologia verde, pela crescente demanda por profissionais de saúde e pelas mudanças estruturais na força de trabalho causadas pela pandemia. Ele afirma também que essas tendências convergirão com os avanços na IA, o que irá aumentar a demanda por alguns empregos existentes, criar novos vagas em novas indústrias e tornar outras ocupações obsoletas.

Os trabalhadores de baixa remuneração são os mais vulneráveis a perdas de emprego até 2030 em todas as categorias, segundo a McKinsey. Ela mostra que trabalhadores que ganham menos de US$ 38,2 mil poderiam representar quase 80% de todas as possíveis transições de carreira nesse período. Isso significa que vendedores de varejo, caixas e outros trabalhadores de baixa remuneração — entre os quais uma proporção maior são mulheres — são particularmente vulneráveis.

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Efeitos positivos nas profissões

Embora os avanços na IA tornem alguns empregos obsoletos, também poderiam ter alguns efeitos positivos em empregos existentes e criar novas oportunidades de trabalho, de acordo com o relatório. Para trabalhadores de colarinho branco, a automação pode significar menos tempo fazendo tarefas rotineiras ou técnicas e mais tempo dedicado a trabalhos criativos ou estratégicos que a inteligência artificial ainda não pode fazer.

O relatório aponta que advogados e engenheiros civis estão entre os trabalhadores que mais se beneficiarão. Mas trabalhadores em campos mais manuais, como saúde ou agricultura, realizam tarefas que não podem ser automatizadas com tanta facilidade.

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“Vemos a IA generativa aprimorando a maneira como trabalham profissionais de exatas e com funções criativas e de negócios, em vez de eliminar um número significativo de empregos diretamente”, escrevem os autores.

Impacto da inteligência artificial no mundo do trabalho ainda é uma incógnita para especialistas Foto: Aly Song/Reuters - 9/7/2020

Mas esses campos são dominados por homens. Segundo o Bureau of Labor Statistics, dos EUA, as mulheres representavam apenas 17,1% dos engenheiros civis e 38,5% dos advogados em 2022. Embora se espere que novas tecnologias criem novos empregos, esses trabalhos podem não ser todos desejáveis, diz Kerry McInerney, pesquisadora do Leverhulme Center for the Future of Intelligence na Universidade de Cambridge.

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Trabalhadores mais propensos a ter empregos mal remunerados, com longas jornadas ou condições difíceis hoje, podem no futuro “ser empurrados para áreas como rotulagem de dados”, que é o processo de adicionar etiquetas a vídeos, imagens ou áudio para ensinar modelos de aprendizado de máquina a reconhecer o que está neles. Esses trabalhos “podem ser psicologicamente muito prejudiciais” devido à natureza do material que precisa ser identificado, diz McInerney.

As descobertas estão alinhadas com pesquisas existentes que mostram que as mulheres serão afetadas pelas ondas de automação da força de trabalho de maneira diferente dos homens.

Uma análise dos dados do Goldman Sachs publicada em abril por Mark McNeilly, professor de marketing da Universidade da Carolina do Norte, e Paige Smith, candidata a MBA na escola, descobriu que 8 em cada 10 trabalhadoras nos Estados Unidos, em comparação com 6 em cada 10 homens, têm empregos que estão “altamente expostos” à automação, o que significa que mais de um quarto de suas tarefas pode ser automatizado por IA generativa.

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O relatório sugere que treinar e requalificar os trabalhadores nas habilidades do futuro será um grande desafio para os empregadores. Isso também poderia ser uma oportunidade, argumentam eles, para “recrutar de populações que muitas vezes são negligenciadas”, como trabalhadores mais velhos, trabalhadores sem diplomas universitários, trabalhadores com deficiências ou lacunas de emprego e aqueles que estiveram encarcerados. / TRADUÇÃO POR BRUNO ROMANI

THE WASHINGTON POST - Mulheres correm mais risco que homens de perderem seus empregos até o final da década devido ao crescimento de inteligência artificial (IA) e automação, segundo um novo relatório do McKinsey Global Institute.

O relatório aponta que quase um terço das horas trabalhadas nos Estados Unidos poderia ser automatizado até 2030. As indústrias que mais devem encolher por causa da automação são serviços alimentares, atendimento ao cliente, vendas e suporte de escritório. Mulheres são superrepresentadas nesses setores — e ocupam mais empregos com salários baixos do que homens — então elas correm o risco de serem mais afetadas, aponta o relatório.

Trabalhadores negros e hispânicos, trabalhadores sem diploma universitário e os trabalhadores mais jovens e mais velhos também têm mais probabilidade de ter que encontrar novos empregos até 2030, diz o estudo.

De acordo com o relatório, até 2030, pelo menos 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego à medida que as indústrias em que trabalham diminuam — 25% a mais do que o instituto previu em um relatório publicado em fevereiro de 2021. A maioria desses trabalhadores estará na parte inferior da escala salarial, e provavelmente precisarão adquirir novas habilidades antes de poderem fazer a transição para novas indústrias.

O relatório indica que o mercado de trabalho também será revolucionado na próxima década pelos investimentos do governo em tecnologia verde, pela crescente demanda por profissionais de saúde e pelas mudanças estruturais na força de trabalho causadas pela pandemia. Ele afirma também que essas tendências convergirão com os avanços na IA, o que irá aumentar a demanda por alguns empregos existentes, criar novos vagas em novas indústrias e tornar outras ocupações obsoletas.

Os trabalhadores de baixa remuneração são os mais vulneráveis a perdas de emprego até 2030 em todas as categorias, segundo a McKinsey. Ela mostra que trabalhadores que ganham menos de US$ 38,2 mil poderiam representar quase 80% de todas as possíveis transições de carreira nesse período. Isso significa que vendedores de varejo, caixas e outros trabalhadores de baixa remuneração — entre os quais uma proporção maior são mulheres — são particularmente vulneráveis.

Efeitos positivos nas profissões

Embora os avanços na IA tornem alguns empregos obsoletos, também poderiam ter alguns efeitos positivos em empregos existentes e criar novas oportunidades de trabalho, de acordo com o relatório. Para trabalhadores de colarinho branco, a automação pode significar menos tempo fazendo tarefas rotineiras ou técnicas e mais tempo dedicado a trabalhos criativos ou estratégicos que a inteligência artificial ainda não pode fazer.

O relatório aponta que advogados e engenheiros civis estão entre os trabalhadores que mais se beneficiarão. Mas trabalhadores em campos mais manuais, como saúde ou agricultura, realizam tarefas que não podem ser automatizadas com tanta facilidade.

“Vemos a IA generativa aprimorando a maneira como trabalham profissionais de exatas e com funções criativas e de negócios, em vez de eliminar um número significativo de empregos diretamente”, escrevem os autores.

Impacto da inteligência artificial no mundo do trabalho ainda é uma incógnita para especialistas Foto: Aly Song/Reuters - 9/7/2020

Mas esses campos são dominados por homens. Segundo o Bureau of Labor Statistics, dos EUA, as mulheres representavam apenas 17,1% dos engenheiros civis e 38,5% dos advogados em 2022. Embora se espere que novas tecnologias criem novos empregos, esses trabalhos podem não ser todos desejáveis, diz Kerry McInerney, pesquisadora do Leverhulme Center for the Future of Intelligence na Universidade de Cambridge.

Trabalhadores mais propensos a ter empregos mal remunerados, com longas jornadas ou condições difíceis hoje, podem no futuro “ser empurrados para áreas como rotulagem de dados”, que é o processo de adicionar etiquetas a vídeos, imagens ou áudio para ensinar modelos de aprendizado de máquina a reconhecer o que está neles. Esses trabalhos “podem ser psicologicamente muito prejudiciais” devido à natureza do material que precisa ser identificado, diz McInerney.

As descobertas estão alinhadas com pesquisas existentes que mostram que as mulheres serão afetadas pelas ondas de automação da força de trabalho de maneira diferente dos homens.

Uma análise dos dados do Goldman Sachs publicada em abril por Mark McNeilly, professor de marketing da Universidade da Carolina do Norte, e Paige Smith, candidata a MBA na escola, descobriu que 8 em cada 10 trabalhadoras nos Estados Unidos, em comparação com 6 em cada 10 homens, têm empregos que estão “altamente expostos” à automação, o que significa que mais de um quarto de suas tarefas pode ser automatizado por IA generativa.

O relatório sugere que treinar e requalificar os trabalhadores nas habilidades do futuro será um grande desafio para os empregadores. Isso também poderia ser uma oportunidade, argumentam eles, para “recrutar de populações que muitas vezes são negligenciadas”, como trabalhadores mais velhos, trabalhadores sem diplomas universitários, trabalhadores com deficiências ou lacunas de emprego e aqueles que estiveram encarcerados. / TRADUÇÃO POR BRUNO ROMANI

THE WASHINGTON POST - Mulheres correm mais risco que homens de perderem seus empregos até o final da década devido ao crescimento de inteligência artificial (IA) e automação, segundo um novo relatório do McKinsey Global Institute.

O relatório aponta que quase um terço das horas trabalhadas nos Estados Unidos poderia ser automatizado até 2030. As indústrias que mais devem encolher por causa da automação são serviços alimentares, atendimento ao cliente, vendas e suporte de escritório. Mulheres são superrepresentadas nesses setores — e ocupam mais empregos com salários baixos do que homens — então elas correm o risco de serem mais afetadas, aponta o relatório.

Trabalhadores negros e hispânicos, trabalhadores sem diploma universitário e os trabalhadores mais jovens e mais velhos também têm mais probabilidade de ter que encontrar novos empregos até 2030, diz o estudo.

De acordo com o relatório, até 2030, pelo menos 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego à medida que as indústrias em que trabalham diminuam — 25% a mais do que o instituto previu em um relatório publicado em fevereiro de 2021. A maioria desses trabalhadores estará na parte inferior da escala salarial, e provavelmente precisarão adquirir novas habilidades antes de poderem fazer a transição para novas indústrias.

O relatório indica que o mercado de trabalho também será revolucionado na próxima década pelos investimentos do governo em tecnologia verde, pela crescente demanda por profissionais de saúde e pelas mudanças estruturais na força de trabalho causadas pela pandemia. Ele afirma também que essas tendências convergirão com os avanços na IA, o que irá aumentar a demanda por alguns empregos existentes, criar novos vagas em novas indústrias e tornar outras ocupações obsoletas.

Os trabalhadores de baixa remuneração são os mais vulneráveis a perdas de emprego até 2030 em todas as categorias, segundo a McKinsey. Ela mostra que trabalhadores que ganham menos de US$ 38,2 mil poderiam representar quase 80% de todas as possíveis transições de carreira nesse período. Isso significa que vendedores de varejo, caixas e outros trabalhadores de baixa remuneração — entre os quais uma proporção maior são mulheres — são particularmente vulneráveis.

Efeitos positivos nas profissões

Embora os avanços na IA tornem alguns empregos obsoletos, também poderiam ter alguns efeitos positivos em empregos existentes e criar novas oportunidades de trabalho, de acordo com o relatório. Para trabalhadores de colarinho branco, a automação pode significar menos tempo fazendo tarefas rotineiras ou técnicas e mais tempo dedicado a trabalhos criativos ou estratégicos que a inteligência artificial ainda não pode fazer.

O relatório aponta que advogados e engenheiros civis estão entre os trabalhadores que mais se beneficiarão. Mas trabalhadores em campos mais manuais, como saúde ou agricultura, realizam tarefas que não podem ser automatizadas com tanta facilidade.

“Vemos a IA generativa aprimorando a maneira como trabalham profissionais de exatas e com funções criativas e de negócios, em vez de eliminar um número significativo de empregos diretamente”, escrevem os autores.

Impacto da inteligência artificial no mundo do trabalho ainda é uma incógnita para especialistas Foto: Aly Song/Reuters - 9/7/2020

Mas esses campos são dominados por homens. Segundo o Bureau of Labor Statistics, dos EUA, as mulheres representavam apenas 17,1% dos engenheiros civis e 38,5% dos advogados em 2022. Embora se espere que novas tecnologias criem novos empregos, esses trabalhos podem não ser todos desejáveis, diz Kerry McInerney, pesquisadora do Leverhulme Center for the Future of Intelligence na Universidade de Cambridge.

Trabalhadores mais propensos a ter empregos mal remunerados, com longas jornadas ou condições difíceis hoje, podem no futuro “ser empurrados para áreas como rotulagem de dados”, que é o processo de adicionar etiquetas a vídeos, imagens ou áudio para ensinar modelos de aprendizado de máquina a reconhecer o que está neles. Esses trabalhos “podem ser psicologicamente muito prejudiciais” devido à natureza do material que precisa ser identificado, diz McInerney.

As descobertas estão alinhadas com pesquisas existentes que mostram que as mulheres serão afetadas pelas ondas de automação da força de trabalho de maneira diferente dos homens.

Uma análise dos dados do Goldman Sachs publicada em abril por Mark McNeilly, professor de marketing da Universidade da Carolina do Norte, e Paige Smith, candidata a MBA na escola, descobriu que 8 em cada 10 trabalhadoras nos Estados Unidos, em comparação com 6 em cada 10 homens, têm empregos que estão “altamente expostos” à automação, o que significa que mais de um quarto de suas tarefas pode ser automatizado por IA generativa.

O relatório sugere que treinar e requalificar os trabalhadores nas habilidades do futuro será um grande desafio para os empregadores. Isso também poderia ser uma oportunidade, argumentam eles, para “recrutar de populações que muitas vezes são negligenciadas”, como trabalhadores mais velhos, trabalhadores sem diplomas universitários, trabalhadores com deficiências ou lacunas de emprego e aqueles que estiveram encarcerados. / TRADUÇÃO POR BRUNO ROMANI

THE WASHINGTON POST - Mulheres correm mais risco que homens de perderem seus empregos até o final da década devido ao crescimento de inteligência artificial (IA) e automação, segundo um novo relatório do McKinsey Global Institute.

O relatório aponta que quase um terço das horas trabalhadas nos Estados Unidos poderia ser automatizado até 2030. As indústrias que mais devem encolher por causa da automação são serviços alimentares, atendimento ao cliente, vendas e suporte de escritório. Mulheres são superrepresentadas nesses setores — e ocupam mais empregos com salários baixos do que homens — então elas correm o risco de serem mais afetadas, aponta o relatório.

Trabalhadores negros e hispânicos, trabalhadores sem diploma universitário e os trabalhadores mais jovens e mais velhos também têm mais probabilidade de ter que encontrar novos empregos até 2030, diz o estudo.

De acordo com o relatório, até 2030, pelo menos 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego à medida que as indústrias em que trabalham diminuam — 25% a mais do que o instituto previu em um relatório publicado em fevereiro de 2021. A maioria desses trabalhadores estará na parte inferior da escala salarial, e provavelmente precisarão adquirir novas habilidades antes de poderem fazer a transição para novas indústrias.

O relatório indica que o mercado de trabalho também será revolucionado na próxima década pelos investimentos do governo em tecnologia verde, pela crescente demanda por profissionais de saúde e pelas mudanças estruturais na força de trabalho causadas pela pandemia. Ele afirma também que essas tendências convergirão com os avanços na IA, o que irá aumentar a demanda por alguns empregos existentes, criar novos vagas em novas indústrias e tornar outras ocupações obsoletas.

Os trabalhadores de baixa remuneração são os mais vulneráveis a perdas de emprego até 2030 em todas as categorias, segundo a McKinsey. Ela mostra que trabalhadores que ganham menos de US$ 38,2 mil poderiam representar quase 80% de todas as possíveis transições de carreira nesse período. Isso significa que vendedores de varejo, caixas e outros trabalhadores de baixa remuneração — entre os quais uma proporção maior são mulheres — são particularmente vulneráveis.

Efeitos positivos nas profissões

Embora os avanços na IA tornem alguns empregos obsoletos, também poderiam ter alguns efeitos positivos em empregos existentes e criar novas oportunidades de trabalho, de acordo com o relatório. Para trabalhadores de colarinho branco, a automação pode significar menos tempo fazendo tarefas rotineiras ou técnicas e mais tempo dedicado a trabalhos criativos ou estratégicos que a inteligência artificial ainda não pode fazer.

O relatório aponta que advogados e engenheiros civis estão entre os trabalhadores que mais se beneficiarão. Mas trabalhadores em campos mais manuais, como saúde ou agricultura, realizam tarefas que não podem ser automatizadas com tanta facilidade.

“Vemos a IA generativa aprimorando a maneira como trabalham profissionais de exatas e com funções criativas e de negócios, em vez de eliminar um número significativo de empregos diretamente”, escrevem os autores.

Impacto da inteligência artificial no mundo do trabalho ainda é uma incógnita para especialistas Foto: Aly Song/Reuters - 9/7/2020

Mas esses campos são dominados por homens. Segundo o Bureau of Labor Statistics, dos EUA, as mulheres representavam apenas 17,1% dos engenheiros civis e 38,5% dos advogados em 2022. Embora se espere que novas tecnologias criem novos empregos, esses trabalhos podem não ser todos desejáveis, diz Kerry McInerney, pesquisadora do Leverhulme Center for the Future of Intelligence na Universidade de Cambridge.

Trabalhadores mais propensos a ter empregos mal remunerados, com longas jornadas ou condições difíceis hoje, podem no futuro “ser empurrados para áreas como rotulagem de dados”, que é o processo de adicionar etiquetas a vídeos, imagens ou áudio para ensinar modelos de aprendizado de máquina a reconhecer o que está neles. Esses trabalhos “podem ser psicologicamente muito prejudiciais” devido à natureza do material que precisa ser identificado, diz McInerney.

As descobertas estão alinhadas com pesquisas existentes que mostram que as mulheres serão afetadas pelas ondas de automação da força de trabalho de maneira diferente dos homens.

Uma análise dos dados do Goldman Sachs publicada em abril por Mark McNeilly, professor de marketing da Universidade da Carolina do Norte, e Paige Smith, candidata a MBA na escola, descobriu que 8 em cada 10 trabalhadoras nos Estados Unidos, em comparação com 6 em cada 10 homens, têm empregos que estão “altamente expostos” à automação, o que significa que mais de um quarto de suas tarefas pode ser automatizado por IA generativa.

O relatório sugere que treinar e requalificar os trabalhadores nas habilidades do futuro será um grande desafio para os empregadores. Isso também poderia ser uma oportunidade, argumentam eles, para “recrutar de populações que muitas vezes são negligenciadas”, como trabalhadores mais velhos, trabalhadores sem diplomas universitários, trabalhadores com deficiências ou lacunas de emprego e aqueles que estiveram encarcerados. / TRADUÇÃO POR BRUNO ROMANI

THE WASHINGTON POST - Mulheres correm mais risco que homens de perderem seus empregos até o final da década devido ao crescimento de inteligência artificial (IA) e automação, segundo um novo relatório do McKinsey Global Institute.

O relatório aponta que quase um terço das horas trabalhadas nos Estados Unidos poderia ser automatizado até 2030. As indústrias que mais devem encolher por causa da automação são serviços alimentares, atendimento ao cliente, vendas e suporte de escritório. Mulheres são superrepresentadas nesses setores — e ocupam mais empregos com salários baixos do que homens — então elas correm o risco de serem mais afetadas, aponta o relatório.

Trabalhadores negros e hispânicos, trabalhadores sem diploma universitário e os trabalhadores mais jovens e mais velhos também têm mais probabilidade de ter que encontrar novos empregos até 2030, diz o estudo.

De acordo com o relatório, até 2030, pelo menos 12 milhões de trabalhadores precisarão mudar de emprego à medida que as indústrias em que trabalham diminuam — 25% a mais do que o instituto previu em um relatório publicado em fevereiro de 2021. A maioria desses trabalhadores estará na parte inferior da escala salarial, e provavelmente precisarão adquirir novas habilidades antes de poderem fazer a transição para novas indústrias.

O relatório indica que o mercado de trabalho também será revolucionado na próxima década pelos investimentos do governo em tecnologia verde, pela crescente demanda por profissionais de saúde e pelas mudanças estruturais na força de trabalho causadas pela pandemia. Ele afirma também que essas tendências convergirão com os avanços na IA, o que irá aumentar a demanda por alguns empregos existentes, criar novos vagas em novas indústrias e tornar outras ocupações obsoletas.

Os trabalhadores de baixa remuneração são os mais vulneráveis a perdas de emprego até 2030 em todas as categorias, segundo a McKinsey. Ela mostra que trabalhadores que ganham menos de US$ 38,2 mil poderiam representar quase 80% de todas as possíveis transições de carreira nesse período. Isso significa que vendedores de varejo, caixas e outros trabalhadores de baixa remuneração — entre os quais uma proporção maior são mulheres — são particularmente vulneráveis.

Efeitos positivos nas profissões

Embora os avanços na IA tornem alguns empregos obsoletos, também poderiam ter alguns efeitos positivos em empregos existentes e criar novas oportunidades de trabalho, de acordo com o relatório. Para trabalhadores de colarinho branco, a automação pode significar menos tempo fazendo tarefas rotineiras ou técnicas e mais tempo dedicado a trabalhos criativos ou estratégicos que a inteligência artificial ainda não pode fazer.

O relatório aponta que advogados e engenheiros civis estão entre os trabalhadores que mais se beneficiarão. Mas trabalhadores em campos mais manuais, como saúde ou agricultura, realizam tarefas que não podem ser automatizadas com tanta facilidade.

“Vemos a IA generativa aprimorando a maneira como trabalham profissionais de exatas e com funções criativas e de negócios, em vez de eliminar um número significativo de empregos diretamente”, escrevem os autores.

Impacto da inteligência artificial no mundo do trabalho ainda é uma incógnita para especialistas Foto: Aly Song/Reuters - 9/7/2020

Mas esses campos são dominados por homens. Segundo o Bureau of Labor Statistics, dos EUA, as mulheres representavam apenas 17,1% dos engenheiros civis e 38,5% dos advogados em 2022. Embora se espere que novas tecnologias criem novos empregos, esses trabalhos podem não ser todos desejáveis, diz Kerry McInerney, pesquisadora do Leverhulme Center for the Future of Intelligence na Universidade de Cambridge.

Trabalhadores mais propensos a ter empregos mal remunerados, com longas jornadas ou condições difíceis hoje, podem no futuro “ser empurrados para áreas como rotulagem de dados”, que é o processo de adicionar etiquetas a vídeos, imagens ou áudio para ensinar modelos de aprendizado de máquina a reconhecer o que está neles. Esses trabalhos “podem ser psicologicamente muito prejudiciais” devido à natureza do material que precisa ser identificado, diz McInerney.

As descobertas estão alinhadas com pesquisas existentes que mostram que as mulheres serão afetadas pelas ondas de automação da força de trabalho de maneira diferente dos homens.

Uma análise dos dados do Goldman Sachs publicada em abril por Mark McNeilly, professor de marketing da Universidade da Carolina do Norte, e Paige Smith, candidata a MBA na escola, descobriu que 8 em cada 10 trabalhadoras nos Estados Unidos, em comparação com 6 em cada 10 homens, têm empregos que estão “altamente expostos” à automação, o que significa que mais de um quarto de suas tarefas pode ser automatizado por IA generativa.

O relatório sugere que treinar e requalificar os trabalhadores nas habilidades do futuro será um grande desafio para os empregadores. Isso também poderia ser uma oportunidade, argumentam eles, para “recrutar de populações que muitas vezes são negligenciadas”, como trabalhadores mais velhos, trabalhadores sem diplomas universitários, trabalhadores com deficiências ou lacunas de emprego e aqueles que estiveram encarcerados. / TRADUÇÃO POR BRUNO ROMANI

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