O Museu de Arte Moderna de São Francisco resolveu romper as barreiras físicas e espalhar as mais de 34 mil obras de arte para qualquer interessado. O museu lançou um serviço que envia fotos das obras da sua coleção para qualquer pessoa que enviar um pedido via SMS. O projeto, que buscava enviar 100 mil mensagens durante o verão norte-americano, já atingiu a marca de 2 milhões de pedidos.
É fácil entender a razão do sucesso. A proposta é original e atende os indivíduos quando recebe pedidos com a frase “me envie” seguida de um adjetivo ou emoji. Não adianta pedir “me envie algo do Warhol”, pois o robô do museu não responde. Ele pede para o usuário tentar algo mais livre, como “me envie o oceano” ou “me envie o universo”. A mesma busca, contudo, pode gerar resultados diferentes aleatórios.
O robô da arte funciona a partir de uma pesquisa automatizada por palavras descritivas na coleção digitalizada do museu. A classificação das obras foi feita manualmente por humanos, já que foi necessário pegar nuances de duplo sentido e interpretar emojis. Um dos grandes desafios para fazer o robô, de acordo com o jornal The Guardian, foi entender esses detalhes para que a busca não ficasse tão literal. Um pedido com um emoji de arco-íris, por exemplo, pode mostrar uma obra colorida de Martin Parr. No entanto, um emoji com a bandeira do arco-íris, símbolo do orgulho LGBT, pode resultar em um retrato do ativista Harvey Milk feito por Robert Arneson.
O MOMA de São Francisco, assim como a Rijksakademie em Amsterdã e o V&A de Londres, vem aumentando consistentemente suas iniciativas na área digital. A ideia do projeto é dar mais visibilidade para as obras, já que numa visita as pessoas conseguem ver, no máximo, 5% das obras presentes. Com o robô, qualquer pessoa nos Estados Unidos pode tentar apreciar o restante do acervo. No futuro, talvez haja uma expansão do projeto de forma global, para que qualquer pessoa possa solicitar uma foto de uma obra de arte.