Império Romano: trend no TikTok descobre que homens pensam bastante na Roma antiga


Já se passaram quase dois mil anos desde que o Império Romano atingiu o auge histórico de seu poder, mas muitos homens ainda o contemplam - e muito.

Por Leo Sands
Atualização:

THE WASHINGTON POST - Uma nova trend de redes sociais está mostrando que homens pensam mais na Roma antiga do que se pode imaginar. Nela, mulheres perguntam aos seus parceiros com que frequência eles pensam na Roma antiga - até aqui, a brincadeira tem revelado que o império romano passa pela cabeça de muitos homens semanalmente. Até mesmo diariamente. Ou mais - para surpresa e confusão de suas amadas.

“Três vezes por dia”, respondeu o noivo de uma mulher em um vídeo do TikTok. “Há muito em que pensar”, explicou ele, provocando um olhar atônito para a câmera de sua futura esposa.

“Eles construíram uma sociedade que dominou o mundo inteiro”, exclamou outro homem quando uma mulher de aparência perplexa lhe pediu para justificar por que ele disse que contempla a Roma antiga “com frequência”.

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“Na verdade, eu estava conversando sobre os aquedutos deles e o fato de que eles tinham concreto que podia endurecer... Como diabos você sabia disso?”, respondeu outra pessoa que disse pensar na Roma antiga “pelo menos uma vez por dia” em resposta à pergunta, em uma captura de tela compartilhada no TikTok.

Claro, o Império Romano ostentava um domínio que se estendia por toda a bacia do Mediterrâneo e muito além. Também era um laboratório próspero de obras de arte e engenharia que continuam a surpreender. E operava sob um sistema político que ainda forma a base de muitas democracias contrapartes modernas.

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Mas por que parece haver uma divisão de gênero em quem se sonha acordado com a Roma antiga hoje?

De acordo com historiadores, uma explicação poderia ser o fato de que as sociedades ocidentais historicamente enfatizaram demais os aspectos da história romana que são associados à masculinidade na imaginação popular.

A primeira coisa que vem à mente é “a imagem da legião romana, a águia imperial e esse tipo de aspecto militar - juntamente com os gladiadores, que têm uma longa associação com masculinidade e poder”, disse Hannah Cornwell, historiadora do mundo antigo da Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha, em entrevista por telefone na quinta-feira.

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Desde pelo menos o século 19, disse ela, os historiadores tendem a ver a Roma antiga pelo prisma da política e da guerra, em parte como resultado de sua confiança em fontes “masculinas e de elite”.

“Isso formou a cultura popular”, disse ela.

Homens pensam na Roma antiga mais do que se imagina Foto: Max Rossi/Reuters
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A grande quantidade de vídeos no TikTok parece ter sido provocada por Artur Hulu, um reencenador romano e influenciador de história da Suécia que conquistou um grande número de seguidores.

Conhecido como “Gaius Flavius” na internet, onde publica vídeos de si mesmo como legionário romano e faz esquetes cômicos como gladiador, Hulu escreveu no Instagram: “Senhoras, muitas de vocês não percebem a frequência com que os homens pensam sobre o Império Romano... Vocês ficarão surpresas com as respostas deles!”

Em uma entrevista, Hulu disse que fez a pergunta depois de perceber uma disparidade entre homens e mulheres em seu interesse pela história romana e de ver outros criadores discutirem tendências semelhantes. A sociedade de reconstituição romana de Hulu, por exemplo, envolve 16 homens e duas mulheres, disse ele. “Ela é fortemente dominada por homens”.

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A disparidade de interesse remonta a centenas de anos, acredita Hulu. “Os homens durante a Renascença fizeram isso. Os Pais Fundadores dos EUA também pensaram no Império Romano. Quando você se expõe o suficiente ao Império Romano, seja nas questões militares ou na lei, você começa a vê-lo em todos os lugares”, disse ele. “Não consigo me lembrar de um dia em que não tenha pensado no Império Romano... Fico fascinado com a diferença, mas também com a semelhança, entre o Império Romano e o nosso mundo atual.”

E “Gaius Flavius” não está sozinho. Um usuário do Reddit, quando solicitado por sua esposa, disse que pensa sobre o Império Romano algumas vezes por semana.

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“Muitas coisas em nossas vidas hoje foram influenciadas pelo Império Romano”, explicou ele em uma publicação. “Idioma, comida, filosofia, arquitetura, guerra, entretenimento, esportes, mitologia, cultura... Eu não me concentro ativamente no Império Romano, mas a conexão sempre aparece na minha cabeça enquanto faço minha vida diária.”

Os historiadores insistem que Roma em si não é apenas “coisa de homem”, como alguns homens nos vídeos a chamam.

“É claro que a Roma antiga era patriarcal e violenta”, escreveu Lewis Webb, historiador da Roma antiga da Universidade de Oxford, em um e-mail. “Mas também era um lugar diversificado: havia várias formas de masculinidade, as mulheres podiam ter poder de ação e poder, e havia várias expressões e identidades de gênero, bem como várias sexualidades.”

O historiador Cornwell também destaca que Sextus Varius Avitus Bassianus, ou Elagabalus, o imperador romano de 218 a 222 a.C., é frequentemente citado em fontes antigas como alguém que se vestia com roupas femininas.

“Mesmo quando você chega a alguns imperadores, eles estão fazendo coisas estranhas e malucas de acordo com as concepções modernas do que é um homem”, ressalta Cornwell. Havia também gladiadores do sexo feminino. “Os romanos têm um senso claro do que é masculino e feminino, mas dentro disso há uma enorme flexibilidade. O que às vezes esquecemos com frequência”, disse ela.

E ela mesma, é claro, pensa muito no Império Romano - diariamente, pois é a área que escolheu. Seu parceiro lhe disse recentemente que pensa no assunto “1,6 vezes por mês”.

Então, o que é uma quantidade saudável?

“Eu diria que depende muito do que você está pensando,” diz ela rindo./TRADUZIDO POR ALICE LABATE

THE WASHINGTON POST - Uma nova trend de redes sociais está mostrando que homens pensam mais na Roma antiga do que se pode imaginar. Nela, mulheres perguntam aos seus parceiros com que frequência eles pensam na Roma antiga - até aqui, a brincadeira tem revelado que o império romano passa pela cabeça de muitos homens semanalmente. Até mesmo diariamente. Ou mais - para surpresa e confusão de suas amadas.

“Três vezes por dia”, respondeu o noivo de uma mulher em um vídeo do TikTok. “Há muito em que pensar”, explicou ele, provocando um olhar atônito para a câmera de sua futura esposa.

“Eles construíram uma sociedade que dominou o mundo inteiro”, exclamou outro homem quando uma mulher de aparência perplexa lhe pediu para justificar por que ele disse que contempla a Roma antiga “com frequência”.

“Na verdade, eu estava conversando sobre os aquedutos deles e o fato de que eles tinham concreto que podia endurecer... Como diabos você sabia disso?”, respondeu outra pessoa que disse pensar na Roma antiga “pelo menos uma vez por dia” em resposta à pergunta, em uma captura de tela compartilhada no TikTok.

Claro, o Império Romano ostentava um domínio que se estendia por toda a bacia do Mediterrâneo e muito além. Também era um laboratório próspero de obras de arte e engenharia que continuam a surpreender. E operava sob um sistema político que ainda forma a base de muitas democracias contrapartes modernas.

Mas por que parece haver uma divisão de gênero em quem se sonha acordado com a Roma antiga hoje?

De acordo com historiadores, uma explicação poderia ser o fato de que as sociedades ocidentais historicamente enfatizaram demais os aspectos da história romana que são associados à masculinidade na imaginação popular.

A primeira coisa que vem à mente é “a imagem da legião romana, a águia imperial e esse tipo de aspecto militar - juntamente com os gladiadores, que têm uma longa associação com masculinidade e poder”, disse Hannah Cornwell, historiadora do mundo antigo da Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha, em entrevista por telefone na quinta-feira.

Desde pelo menos o século 19, disse ela, os historiadores tendem a ver a Roma antiga pelo prisma da política e da guerra, em parte como resultado de sua confiança em fontes “masculinas e de elite”.

“Isso formou a cultura popular”, disse ela.

Homens pensam na Roma antiga mais do que se imagina Foto: Max Rossi/Reuters

A grande quantidade de vídeos no TikTok parece ter sido provocada por Artur Hulu, um reencenador romano e influenciador de história da Suécia que conquistou um grande número de seguidores.

Conhecido como “Gaius Flavius” na internet, onde publica vídeos de si mesmo como legionário romano e faz esquetes cômicos como gladiador, Hulu escreveu no Instagram: “Senhoras, muitas de vocês não percebem a frequência com que os homens pensam sobre o Império Romano... Vocês ficarão surpresas com as respostas deles!”

Em uma entrevista, Hulu disse que fez a pergunta depois de perceber uma disparidade entre homens e mulheres em seu interesse pela história romana e de ver outros criadores discutirem tendências semelhantes. A sociedade de reconstituição romana de Hulu, por exemplo, envolve 16 homens e duas mulheres, disse ele. “Ela é fortemente dominada por homens”.

A disparidade de interesse remonta a centenas de anos, acredita Hulu. “Os homens durante a Renascença fizeram isso. Os Pais Fundadores dos EUA também pensaram no Império Romano. Quando você se expõe o suficiente ao Império Romano, seja nas questões militares ou na lei, você começa a vê-lo em todos os lugares”, disse ele. “Não consigo me lembrar de um dia em que não tenha pensado no Império Romano... Fico fascinado com a diferença, mas também com a semelhança, entre o Império Romano e o nosso mundo atual.”

E “Gaius Flavius” não está sozinho. Um usuário do Reddit, quando solicitado por sua esposa, disse que pensa sobre o Império Romano algumas vezes por semana.

“Muitas coisas em nossas vidas hoje foram influenciadas pelo Império Romano”, explicou ele em uma publicação. “Idioma, comida, filosofia, arquitetura, guerra, entretenimento, esportes, mitologia, cultura... Eu não me concentro ativamente no Império Romano, mas a conexão sempre aparece na minha cabeça enquanto faço minha vida diária.”

Os historiadores insistem que Roma em si não é apenas “coisa de homem”, como alguns homens nos vídeos a chamam.

“É claro que a Roma antiga era patriarcal e violenta”, escreveu Lewis Webb, historiador da Roma antiga da Universidade de Oxford, em um e-mail. “Mas também era um lugar diversificado: havia várias formas de masculinidade, as mulheres podiam ter poder de ação e poder, e havia várias expressões e identidades de gênero, bem como várias sexualidades.”

O historiador Cornwell também destaca que Sextus Varius Avitus Bassianus, ou Elagabalus, o imperador romano de 218 a 222 a.C., é frequentemente citado em fontes antigas como alguém que se vestia com roupas femininas.

“Mesmo quando você chega a alguns imperadores, eles estão fazendo coisas estranhas e malucas de acordo com as concepções modernas do que é um homem”, ressalta Cornwell. Havia também gladiadores do sexo feminino. “Os romanos têm um senso claro do que é masculino e feminino, mas dentro disso há uma enorme flexibilidade. O que às vezes esquecemos com frequência”, disse ela.

E ela mesma, é claro, pensa muito no Império Romano - diariamente, pois é a área que escolheu. Seu parceiro lhe disse recentemente que pensa no assunto “1,6 vezes por mês”.

Então, o que é uma quantidade saudável?

“Eu diria que depende muito do que você está pensando,” diz ela rindo./TRADUZIDO POR ALICE LABATE

THE WASHINGTON POST - Uma nova trend de redes sociais está mostrando que homens pensam mais na Roma antiga do que se pode imaginar. Nela, mulheres perguntam aos seus parceiros com que frequência eles pensam na Roma antiga - até aqui, a brincadeira tem revelado que o império romano passa pela cabeça de muitos homens semanalmente. Até mesmo diariamente. Ou mais - para surpresa e confusão de suas amadas.

“Três vezes por dia”, respondeu o noivo de uma mulher em um vídeo do TikTok. “Há muito em que pensar”, explicou ele, provocando um olhar atônito para a câmera de sua futura esposa.

“Eles construíram uma sociedade que dominou o mundo inteiro”, exclamou outro homem quando uma mulher de aparência perplexa lhe pediu para justificar por que ele disse que contempla a Roma antiga “com frequência”.

“Na verdade, eu estava conversando sobre os aquedutos deles e o fato de que eles tinham concreto que podia endurecer... Como diabos você sabia disso?”, respondeu outra pessoa que disse pensar na Roma antiga “pelo menos uma vez por dia” em resposta à pergunta, em uma captura de tela compartilhada no TikTok.

Claro, o Império Romano ostentava um domínio que se estendia por toda a bacia do Mediterrâneo e muito além. Também era um laboratório próspero de obras de arte e engenharia que continuam a surpreender. E operava sob um sistema político que ainda forma a base de muitas democracias contrapartes modernas.

Mas por que parece haver uma divisão de gênero em quem se sonha acordado com a Roma antiga hoje?

De acordo com historiadores, uma explicação poderia ser o fato de que as sociedades ocidentais historicamente enfatizaram demais os aspectos da história romana que são associados à masculinidade na imaginação popular.

A primeira coisa que vem à mente é “a imagem da legião romana, a águia imperial e esse tipo de aspecto militar - juntamente com os gladiadores, que têm uma longa associação com masculinidade e poder”, disse Hannah Cornwell, historiadora do mundo antigo da Universidade de Birmingham, na Grã-Bretanha, em entrevista por telefone na quinta-feira.

Desde pelo menos o século 19, disse ela, os historiadores tendem a ver a Roma antiga pelo prisma da política e da guerra, em parte como resultado de sua confiança em fontes “masculinas e de elite”.

“Isso formou a cultura popular”, disse ela.

Homens pensam na Roma antiga mais do que se imagina Foto: Max Rossi/Reuters

A grande quantidade de vídeos no TikTok parece ter sido provocada por Artur Hulu, um reencenador romano e influenciador de história da Suécia que conquistou um grande número de seguidores.

Conhecido como “Gaius Flavius” na internet, onde publica vídeos de si mesmo como legionário romano e faz esquetes cômicos como gladiador, Hulu escreveu no Instagram: “Senhoras, muitas de vocês não percebem a frequência com que os homens pensam sobre o Império Romano... Vocês ficarão surpresas com as respostas deles!”

Em uma entrevista, Hulu disse que fez a pergunta depois de perceber uma disparidade entre homens e mulheres em seu interesse pela história romana e de ver outros criadores discutirem tendências semelhantes. A sociedade de reconstituição romana de Hulu, por exemplo, envolve 16 homens e duas mulheres, disse ele. “Ela é fortemente dominada por homens”.

A disparidade de interesse remonta a centenas de anos, acredita Hulu. “Os homens durante a Renascença fizeram isso. Os Pais Fundadores dos EUA também pensaram no Império Romano. Quando você se expõe o suficiente ao Império Romano, seja nas questões militares ou na lei, você começa a vê-lo em todos os lugares”, disse ele. “Não consigo me lembrar de um dia em que não tenha pensado no Império Romano... Fico fascinado com a diferença, mas também com a semelhança, entre o Império Romano e o nosso mundo atual.”

E “Gaius Flavius” não está sozinho. Um usuário do Reddit, quando solicitado por sua esposa, disse que pensa sobre o Império Romano algumas vezes por semana.

“Muitas coisas em nossas vidas hoje foram influenciadas pelo Império Romano”, explicou ele em uma publicação. “Idioma, comida, filosofia, arquitetura, guerra, entretenimento, esportes, mitologia, cultura... Eu não me concentro ativamente no Império Romano, mas a conexão sempre aparece na minha cabeça enquanto faço minha vida diária.”

Os historiadores insistem que Roma em si não é apenas “coisa de homem”, como alguns homens nos vídeos a chamam.

“É claro que a Roma antiga era patriarcal e violenta”, escreveu Lewis Webb, historiador da Roma antiga da Universidade de Oxford, em um e-mail. “Mas também era um lugar diversificado: havia várias formas de masculinidade, as mulheres podiam ter poder de ação e poder, e havia várias expressões e identidades de gênero, bem como várias sexualidades.”

O historiador Cornwell também destaca que Sextus Varius Avitus Bassianus, ou Elagabalus, o imperador romano de 218 a 222 a.C., é frequentemente citado em fontes antigas como alguém que se vestia com roupas femininas.

“Mesmo quando você chega a alguns imperadores, eles estão fazendo coisas estranhas e malucas de acordo com as concepções modernas do que é um homem”, ressalta Cornwell. Havia também gladiadores do sexo feminino. “Os romanos têm um senso claro do que é masculino e feminino, mas dentro disso há uma enorme flexibilidade. O que às vezes esquecemos com frequência”, disse ela.

E ela mesma, é claro, pensa muito no Império Romano - diariamente, pois é a área que escolheu. Seu parceiro lhe disse recentemente que pensa no assunto “1,6 vezes por mês”.

Então, o que é uma quantidade saudável?

“Eu diria que depende muito do que você está pensando,” diz ela rindo./TRADUZIDO POR ALICE LABATE

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