O Departamento de Polícia de São Francisco (SFPD), nos EUA, propôs um projeto para que robôs equipados com armas sejam utilizados em operações policiais. As máquinas só seriam ativadas quando há risco de vida para policiais e civis e quando não houver opções menos drásticas. A proposta foi aprovada por unanimidade, mas ainda não é uma decisão definitiva, já que o projeto só vai passar por um conselho de supervisores de São Francisco no dia 29 de novembro.
O projeto vem levando discussões sobre segurança e ética, inclusive dentro de companhias do mesmo setor. De acordo com o TechCrunch, a Boston Dynamics - empresa americana de engenharia robótica - se reuniu em outubro com outras empresas do setor - Agility Robotics, ANYbotics, Clearpath Robotics e Open Robotics - para discutir sobre a ideia do SFPD e assinaram uma carta aberta: “Acreditamos que adicionar armas a robôs operados remotamente ou de modo autônomo, amplamente disponíveis ao público e capazes de alcançar lugares previamente inacessíveis em que as pessoas vivem e trabalham, gera novos riscos de danos e sérios problemas éticos.”
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Robôs como o “robô-cão” Spot — criado para mapear terrenos e passar por obstáculos — , da Boston Dynamics, já foram utilizados para protótipos de equipamento de guerra armados. Outra empresa de produções similares, a Ghost Robotics, já fez parceria com militares nos EUA pra fornecer dispositivos semelhantes.
Ainda na carta aberta, as empresas também disseram: “As aplicações armadas desses robôs recém-capacitados também prejudicarão a confiança do público na tecnologia de maneiras que afetam os enormes benefícios que ele vão trazer para a sociedade”.
Segundo o site de notícias Mission Local, essa proposta contém uma lista de todos os robôs que o departamento policial de São Francisco possui: no total são 17, mas em operação estão 12 - majoritariamente utilizados para detectar e desarmar bombas. Essa lista só existe graças a uma lei da Califórnia que visa a transparência policial.
Antes, essa proposta tinha uma regra que dizia proibir o uso indevido de robôs para agredir ou matar um indivíduo, porém, esta foi alterada posteriormente prevendo que a força letal advinda de robôs pode ser utilizada em casos onde há risco de vida.
De acordo com o jornal americano The Verge, essa não é a primeira vez que departamentos policiais dos EUA tentam investir em robôs com força letal. Em 2016, a polícia de Dallas criou uma máquina para desarmar bombas contendo um explosivo que seria destinado para matar um homem que havia assassinado cinco policiais. O chefe da polícia da cidade disse que não haviam mais opções para o indivíduo.