Por que Mark Zuckerberg usa fita adesiva na câmera do notebook? 


Para especialistas em segurança e privacidade, método é forma barata de se proteger; usuários comuns também devem adotar prática

Por Bruno Capelas
 Foto: Divulgação

Às vezes, a razão está nos detalhes: a foto acima foi feita para comemorar os 500 milhões de usuários no Instagram, mas o que muita gente reparou foi como Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo do Facebook, usou um método simples para proteger seu notebook. Com ajuda de fita adesiva, o executivo simplesmente tapou a câmera e o microfone de seu computador – e fez muita gente se perguntar se deveria fazer o mesmo.

“O principal motivo é evitar espionagem, por meio da introdução de um software malicioso no computador que possa usar a câmera e os microfones do computador para gravar suas conversas”, explica Fábio Assolini, analista da empresa de segurança Kaspersky. 

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O método, com jeito de “gambiarra” e acessível a qualquer usuário de computadores, busca ser uma contrapartida física (vedando a câmera e abafando o som do microfone) para um possível ataque de software, de acordo com Assolini. “Não é paranoia”, ressalta o analista, que destaca a existência de um tipo específico de softwares maliciosos capazes de se aproveitar da câmera e do microfone de outros computadores: os RATs (remote access tool, ou ferramenta de acesso remoto, em inglês). 

“Qualquer pessoa pode ter o celular e o computador infectados, podendo ter suas imagens, sons e chamadas telefônicas gravadas”, diz Assolini. Segundo levantamento feito pela Kaspersky, uma das mais conhecidas famílias de RATs – chamada de Dark Comet – tentou acessar os dispositivos de 3,8 mil usuários brasileiros entre junho de 2015 e junho de 2016. 

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Devo fazer também? “O Zuckerberg em si é uma pessoa muito visada: um bilionário, um alvo fácil. Eu também coloco a fita na minha webcam, e não sou uma pessoa nem perto do Zuckerberg, mas garanto minha privacidade”, diz Felipe Sanches, cofundador do Garoa Hacker Clube, uma das principais organizações da cultura hacker do País. 

Para Sanches, a premissa de se proteger é bastante simples: “se eu não sei o que o computador está fazendo, especialmente com softwares proprietários [que não tem seu código aberto], ele pode fazer algo que não é do meu interesse.” 

O cofundador do Garoa, no entanto, acredita que “tapar” o microfone pode não ser uma tática lá muito eficiente. “Ela vai deixar o som abafado, mas não vai impedir uma potencial gravação. Para fazer isso, só arrancando o microfone mesmo.”

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Segundo Assolini, da Kaspersky, usar a fita adesiva é uma boa estratégia, mas não basta. “Ela tem custo quase zero, mas sozinha não garante a proteção. É preciso usar um software nos dispositivos para se proteger – como a gente usa duas ou mais trancas na porta da nossa casa”, exemplifica. 

O analista, porém, avalia que esse método é eficiente apenas para o computador – fazer o mesmo no celular, por exemplo, “é impensável”. “Colocar uma fita adesiva no microfone e na câmera do celular é visualmente feio e pode até estragar o aparelho – a cola da fita pode marcar a tela do smartphone, por exemplo”.

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Às vezes, a razão está nos detalhes: a foto acima foi feita para comemorar os 500 milhões de usuários no Instagram, mas o que muita gente reparou foi como Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo do Facebook, usou um método simples para proteger seu notebook. Com ajuda de fita adesiva, o executivo simplesmente tapou a câmera e o microfone de seu computador – e fez muita gente se perguntar se deveria fazer o mesmo.

“O principal motivo é evitar espionagem, por meio da introdução de um software malicioso no computador que possa usar a câmera e os microfones do computador para gravar suas conversas”, explica Fábio Assolini, analista da empresa de segurança Kaspersky. 

 Foto: Divulgação

O método, com jeito de “gambiarra” e acessível a qualquer usuário de computadores, busca ser uma contrapartida física (vedando a câmera e abafando o som do microfone) para um possível ataque de software, de acordo com Assolini. “Não é paranoia”, ressalta o analista, que destaca a existência de um tipo específico de softwares maliciosos capazes de se aproveitar da câmera e do microfone de outros computadores: os RATs (remote access tool, ou ferramenta de acesso remoto, em inglês). 

“Qualquer pessoa pode ter o celular e o computador infectados, podendo ter suas imagens, sons e chamadas telefônicas gravadas”, diz Assolini. Segundo levantamento feito pela Kaspersky, uma das mais conhecidas famílias de RATs – chamada de Dark Comet – tentou acessar os dispositivos de 3,8 mil usuários brasileiros entre junho de 2015 e junho de 2016. 

Devo fazer também? “O Zuckerberg em si é uma pessoa muito visada: um bilionário, um alvo fácil. Eu também coloco a fita na minha webcam, e não sou uma pessoa nem perto do Zuckerberg, mas garanto minha privacidade”, diz Felipe Sanches, cofundador do Garoa Hacker Clube, uma das principais organizações da cultura hacker do País. 

Para Sanches, a premissa de se proteger é bastante simples: “se eu não sei o que o computador está fazendo, especialmente com softwares proprietários [que não tem seu código aberto], ele pode fazer algo que não é do meu interesse.” 

O cofundador do Garoa, no entanto, acredita que “tapar” o microfone pode não ser uma tática lá muito eficiente. “Ela vai deixar o som abafado, mas não vai impedir uma potencial gravação. Para fazer isso, só arrancando o microfone mesmo.”

Segundo Assolini, da Kaspersky, usar a fita adesiva é uma boa estratégia, mas não basta. “Ela tem custo quase zero, mas sozinha não garante a proteção. É preciso usar um software nos dispositivos para se proteger – como a gente usa duas ou mais trancas na porta da nossa casa”, exemplifica. 

O analista, porém, avalia que esse método é eficiente apenas para o computador – fazer o mesmo no celular, por exemplo, “é impensável”. “Colocar uma fita adesiva no microfone e na câmera do celular é visualmente feio e pode até estragar o aparelho – a cola da fita pode marcar a tela do smartphone, por exemplo”.

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Às vezes, a razão está nos detalhes: a foto acima foi feita para comemorar os 500 milhões de usuários no Instagram, mas o que muita gente reparou foi como Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo do Facebook, usou um método simples para proteger seu notebook. Com ajuda de fita adesiva, o executivo simplesmente tapou a câmera e o microfone de seu computador – e fez muita gente se perguntar se deveria fazer o mesmo.

“O principal motivo é evitar espionagem, por meio da introdução de um software malicioso no computador que possa usar a câmera e os microfones do computador para gravar suas conversas”, explica Fábio Assolini, analista da empresa de segurança Kaspersky. 

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O método, com jeito de “gambiarra” e acessível a qualquer usuário de computadores, busca ser uma contrapartida física (vedando a câmera e abafando o som do microfone) para um possível ataque de software, de acordo com Assolini. “Não é paranoia”, ressalta o analista, que destaca a existência de um tipo específico de softwares maliciosos capazes de se aproveitar da câmera e do microfone de outros computadores: os RATs (remote access tool, ou ferramenta de acesso remoto, em inglês). 

“Qualquer pessoa pode ter o celular e o computador infectados, podendo ter suas imagens, sons e chamadas telefônicas gravadas”, diz Assolini. Segundo levantamento feito pela Kaspersky, uma das mais conhecidas famílias de RATs – chamada de Dark Comet – tentou acessar os dispositivos de 3,8 mil usuários brasileiros entre junho de 2015 e junho de 2016. 

Devo fazer também? “O Zuckerberg em si é uma pessoa muito visada: um bilionário, um alvo fácil. Eu também coloco a fita na minha webcam, e não sou uma pessoa nem perto do Zuckerberg, mas garanto minha privacidade”, diz Felipe Sanches, cofundador do Garoa Hacker Clube, uma das principais organizações da cultura hacker do País. 

Para Sanches, a premissa de se proteger é bastante simples: “se eu não sei o que o computador está fazendo, especialmente com softwares proprietários [que não tem seu código aberto], ele pode fazer algo que não é do meu interesse.” 

O cofundador do Garoa, no entanto, acredita que “tapar” o microfone pode não ser uma tática lá muito eficiente. “Ela vai deixar o som abafado, mas não vai impedir uma potencial gravação. Para fazer isso, só arrancando o microfone mesmo.”

Segundo Assolini, da Kaspersky, usar a fita adesiva é uma boa estratégia, mas não basta. “Ela tem custo quase zero, mas sozinha não garante a proteção. É preciso usar um software nos dispositivos para se proteger – como a gente usa duas ou mais trancas na porta da nossa casa”, exemplifica. 

O analista, porém, avalia que esse método é eficiente apenas para o computador – fazer o mesmo no celular, por exemplo, “é impensável”. “Colocar uma fita adesiva no microfone e na câmera do celular é visualmente feio e pode até estragar o aparelho – a cola da fita pode marcar a tela do smartphone, por exemplo”.

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