Selo azul do Twitter foi ‘corrompido’ por Musk e passou a ser rejeitado; entenda


Antes sinal de notoriedade e veracidade, marca passou a indicar alinhamento ideológico com Elon Musk

Por Bruna Arimathea

Ter um selinho azul no Twitter costumava ser sinal de prestígio, fama ou, se o dono fosse uma pessoa mais “discreta”, de que a conta era verídica. No entanto, apenas uma semana após o fim dos verificados nos moldes antigos, a marquinha mudou de significado: ela agora representa apoio à gestão e, principalmente, às ideias de Elon Musk na rede social.

Desde que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, o bilionário decidiu transformar o selo azul em fonte de receita. Ele inaugurou o Twitter Blue, cuja mensalidade é de US$ 8 e oferece ferramentas extras na plataforma: o pacote inclui tuítes mais longos, vídeos com maior qualidade e, claro, o selo azul de verificação. No Brasil, o recurso chegou em fevereiro deste ano e custa R$ 60 mensais.

A chegada da assinatura foi responsável por retirar a verificação de todas as contas que haviam “herdado” o selo da era pré-Musk, um sistema que funcionava desde 2009 para garantir a autenticidade de perfis - com o tempo, claro, passou a virar uma espécie de marca de reconhecimento.

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“O selo era sobre veracidade, autenticidade. Agora é uma nota fiscal, que comprova só que alguém comprou algo. Tinha uma idealização sobre ter o selo, ser verificado. Isso não existe mais”, afirma Edney Souza, professor de inovação, tecnologia e negócios digitais da ESPM.

Ao se tornar pago, o selo azul ganhou novas conotações. “O Musk mistura muito a pessoa dele com as empresas que possui. Você não pensa mais no Twitter como uma rede própria: você pensa como sendo a rede social do Elon Musk. Mudou a simbologia e isso daí cria, para quem gosta dele, uma coisa legal. Para quem não gosta, se torna uma coisa ruim”, explica Marcos Bedendo, professor de Branding da ESPM.

A disputa entre os dois lados foi travada em hashtags: #paythe8, que incentivava pagar pelo serviço, e #blockthebue, que encoraja bloquear usuários que pagam pela marca - o Twitter chegou a bloquear, sem motivo aparente, a conta por trás da campanha de bloqueio.

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O selo era sobre veracidade, autenticidade. Agora é uma nota fiscal, que comprova só que alguém comprou algo. Tinha uma idealização sobre ter o selo, ser verificado. Isso não existe mais

Edney Souza, professor de inovação, tecnologia e negócios digitais da ESPM

Selo azul vira marca indesejada

O novo significado do selo azul foi colocado à prova na última semana. Com o fim dos verificados antigos, o bilionário esperava que celebridades pagassem para manter a marca, o que funcionaria como uma grande vitrine para a comercialização de selos azuis - a adoção em massa da assinatura seria uma saída para a fuga de anunciantes da plataforma, um problema que acompanha a empresa desde que Musk assumiu a gestão.

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A aposta, porém, deu errado. Famosos, como o jogador de basquete LeBron James, já haviam afirmado que não pagariam pelo selo, reforçando a ideia de que pagar o Twitter Blue não era uma prioridade para seus 52,7 milhões de seguidores. E o fenômeno se repetiu entre outros perfis populares, quase sempre sob o mesmo argumento: não iriam pagar para manter um símbolo que os alinhava ao dono do Twitter.

Percebendo o problema, Musk tentou uma nova estratégia e passou a devolver o selo gratuitamente para algumas contas de notáveis. A marca voltou com um novo detalhe: uma indicação que o dono do perfil paga pelo Twitter Blue, mesmo que isso não seja verdade. Isso aconteceu com LeBron James e também com o escritor Stephen King, que criticou a decisão de Musk. Em uma semana, um dos principais produtos do novo Twitter passou a ser rechaçado por algumas das maiores contas no serviço.

Estratégia de divulgação do Twitter Blue não deu certo  Foto: Dado Ruvic/Reuters
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Em uma publicação, Musk afirmou que está pagando pessoalmente pelas assinaturas das duas contas, além de outras que também entraram no pacote. Para tentar aprofundar a estratégia, o empresário devolveu o selo azul para contas com acima de 1 milhão de usuários.

Mas a execução foi pouco cuidadosa: o Twitter devolveu o selo para perfis de pessoas que já morreram - e que, claramente, não estão pagando pelo Twitter Blue. Entre essas pessoas estão o comediante Norm Macdonald, o ator Chadwick Boseman, a jornalista Cristiana Lobo e o comediante Paulo Gustavo.

Bedendo explica que a estratégia de Musk é clara: além de levantar o debate da ferramenta, ele quer incentivar pessoas a pagar pela assinatura utilizando contas maiores como exemplo.

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“A verificação no Twitter era um ponto de relevância porque não podia ser comprado. Então, de alguma forma, você tinha que ter um reconhecimento para poder receber. A origem da marca é a simbologia e quando o Musk resolveu cobrar pelo símbolo de status, a ideia dele era a clássica dos produtos de luxo. Isso transmite uma certa mensagem para as pessoas”, explica.

Parte de quem recebeu o selo de volta reclamou, rechaçando a nova simbologia do selo azul. O influencer Felipe Neto, por exemplo, chamou o novo símbolo de “enganação”. Já o comediante Gregório Duvivier xingou Musk por ter o retorno da marca.

O jornalista americano Travis Brown mostrou como o novo selo azul se tornou pouco atraente. No primeiro final de semana do Twitter Blue, estimou que o serviço ganhou apenas 12 mil contas, incluindo os perfis que receberam a marca à força. O último número público da base de usuários da rede social indicava que ela tinha 237 milhões de usuários.

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Novos selos do Twitter geram confusão

A mudança de significado do selo azul, e a implementação de marcas de outras cores (como cinza e dourado), vem gerando confusão entre os usuários, que relatam dificuldades ao interpretar os sinais da rede social.

Uma pesquisa da Universidade de Princeton, EUA, identificou que mais de 80% dos entrevistados para o estudo não sabiam a diferença entre os diferentes tipos de selos de verificação da plataforma. Cerca de 47% acreditava que a marca de autenticação garantia que “o titular da conta era quem afirmava ser” - o que não é mais o caso.

Ao clicar no símbolo de verificação, uma legenda informa qual é a natureza da conta em questão - ou seja, se uma empresa possui o selo dourado de autenticação, o Twitter informa que aquele perfil pertence a uma “organização oficial” reconhecida pela empresa. A descrição também pode ser encontrada para usuários que possuem o selo azul. Porém, mesmo nos casos de quem não pagou pelo verificado, o Twitter informa que o perfil é um assinante.

“Você tem um grupo de pessoas que decidiram não pagar (pelo verificado). É como se elas falassem para o Musk: ‘agora você me verifica e fala que está pagando por mim? Porque isso?’”, aponta Bedendo. A questão de ser verificado ficou associado a ser do time do Elon Musk”.

Ter um selinho azul no Twitter costumava ser sinal de prestígio, fama ou, se o dono fosse uma pessoa mais “discreta”, de que a conta era verídica. No entanto, apenas uma semana após o fim dos verificados nos moldes antigos, a marquinha mudou de significado: ela agora representa apoio à gestão e, principalmente, às ideias de Elon Musk na rede social.

Desde que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, o bilionário decidiu transformar o selo azul em fonte de receita. Ele inaugurou o Twitter Blue, cuja mensalidade é de US$ 8 e oferece ferramentas extras na plataforma: o pacote inclui tuítes mais longos, vídeos com maior qualidade e, claro, o selo azul de verificação. No Brasil, o recurso chegou em fevereiro deste ano e custa R$ 60 mensais.

A chegada da assinatura foi responsável por retirar a verificação de todas as contas que haviam “herdado” o selo da era pré-Musk, um sistema que funcionava desde 2009 para garantir a autenticidade de perfis - com o tempo, claro, passou a virar uma espécie de marca de reconhecimento.

“O selo era sobre veracidade, autenticidade. Agora é uma nota fiscal, que comprova só que alguém comprou algo. Tinha uma idealização sobre ter o selo, ser verificado. Isso não existe mais”, afirma Edney Souza, professor de inovação, tecnologia e negócios digitais da ESPM.

Ao se tornar pago, o selo azul ganhou novas conotações. “O Musk mistura muito a pessoa dele com as empresas que possui. Você não pensa mais no Twitter como uma rede própria: você pensa como sendo a rede social do Elon Musk. Mudou a simbologia e isso daí cria, para quem gosta dele, uma coisa legal. Para quem não gosta, se torna uma coisa ruim”, explica Marcos Bedendo, professor de Branding da ESPM.

A disputa entre os dois lados foi travada em hashtags: #paythe8, que incentivava pagar pelo serviço, e #blockthebue, que encoraja bloquear usuários que pagam pela marca - o Twitter chegou a bloquear, sem motivo aparente, a conta por trás da campanha de bloqueio.

O selo era sobre veracidade, autenticidade. Agora é uma nota fiscal, que comprova só que alguém comprou algo. Tinha uma idealização sobre ter o selo, ser verificado. Isso não existe mais

Edney Souza, professor de inovação, tecnologia e negócios digitais da ESPM

Selo azul vira marca indesejada

O novo significado do selo azul foi colocado à prova na última semana. Com o fim dos verificados antigos, o bilionário esperava que celebridades pagassem para manter a marca, o que funcionaria como uma grande vitrine para a comercialização de selos azuis - a adoção em massa da assinatura seria uma saída para a fuga de anunciantes da plataforma, um problema que acompanha a empresa desde que Musk assumiu a gestão.

A aposta, porém, deu errado. Famosos, como o jogador de basquete LeBron James, já haviam afirmado que não pagariam pelo selo, reforçando a ideia de que pagar o Twitter Blue não era uma prioridade para seus 52,7 milhões de seguidores. E o fenômeno se repetiu entre outros perfis populares, quase sempre sob o mesmo argumento: não iriam pagar para manter um símbolo que os alinhava ao dono do Twitter.

Percebendo o problema, Musk tentou uma nova estratégia e passou a devolver o selo gratuitamente para algumas contas de notáveis. A marca voltou com um novo detalhe: uma indicação que o dono do perfil paga pelo Twitter Blue, mesmo que isso não seja verdade. Isso aconteceu com LeBron James e também com o escritor Stephen King, que criticou a decisão de Musk. Em uma semana, um dos principais produtos do novo Twitter passou a ser rechaçado por algumas das maiores contas no serviço.

Estratégia de divulgação do Twitter Blue não deu certo  Foto: Dado Ruvic/Reuters

Em uma publicação, Musk afirmou que está pagando pessoalmente pelas assinaturas das duas contas, além de outras que também entraram no pacote. Para tentar aprofundar a estratégia, o empresário devolveu o selo azul para contas com acima de 1 milhão de usuários.

Mas a execução foi pouco cuidadosa: o Twitter devolveu o selo para perfis de pessoas que já morreram - e que, claramente, não estão pagando pelo Twitter Blue. Entre essas pessoas estão o comediante Norm Macdonald, o ator Chadwick Boseman, a jornalista Cristiana Lobo e o comediante Paulo Gustavo.

Bedendo explica que a estratégia de Musk é clara: além de levantar o debate da ferramenta, ele quer incentivar pessoas a pagar pela assinatura utilizando contas maiores como exemplo.

“A verificação no Twitter era um ponto de relevância porque não podia ser comprado. Então, de alguma forma, você tinha que ter um reconhecimento para poder receber. A origem da marca é a simbologia e quando o Musk resolveu cobrar pelo símbolo de status, a ideia dele era a clássica dos produtos de luxo. Isso transmite uma certa mensagem para as pessoas”, explica.

Parte de quem recebeu o selo de volta reclamou, rechaçando a nova simbologia do selo azul. O influencer Felipe Neto, por exemplo, chamou o novo símbolo de “enganação”. Já o comediante Gregório Duvivier xingou Musk por ter o retorno da marca.

O jornalista americano Travis Brown mostrou como o novo selo azul se tornou pouco atraente. No primeiro final de semana do Twitter Blue, estimou que o serviço ganhou apenas 12 mil contas, incluindo os perfis que receberam a marca à força. O último número público da base de usuários da rede social indicava que ela tinha 237 milhões de usuários.

Novos selos do Twitter geram confusão

A mudança de significado do selo azul, e a implementação de marcas de outras cores (como cinza e dourado), vem gerando confusão entre os usuários, que relatam dificuldades ao interpretar os sinais da rede social.

Uma pesquisa da Universidade de Princeton, EUA, identificou que mais de 80% dos entrevistados para o estudo não sabiam a diferença entre os diferentes tipos de selos de verificação da plataforma. Cerca de 47% acreditava que a marca de autenticação garantia que “o titular da conta era quem afirmava ser” - o que não é mais o caso.

Ao clicar no símbolo de verificação, uma legenda informa qual é a natureza da conta em questão - ou seja, se uma empresa possui o selo dourado de autenticação, o Twitter informa que aquele perfil pertence a uma “organização oficial” reconhecida pela empresa. A descrição também pode ser encontrada para usuários que possuem o selo azul. Porém, mesmo nos casos de quem não pagou pelo verificado, o Twitter informa que o perfil é um assinante.

“Você tem um grupo de pessoas que decidiram não pagar (pelo verificado). É como se elas falassem para o Musk: ‘agora você me verifica e fala que está pagando por mim? Porque isso?’”, aponta Bedendo. A questão de ser verificado ficou associado a ser do time do Elon Musk”.

Ter um selinho azul no Twitter costumava ser sinal de prestígio, fama ou, se o dono fosse uma pessoa mais “discreta”, de que a conta era verídica. No entanto, apenas uma semana após o fim dos verificados nos moldes antigos, a marquinha mudou de significado: ela agora representa apoio à gestão e, principalmente, às ideias de Elon Musk na rede social.

Desde que comprou o Twitter por US$ 44 bilhões, o bilionário decidiu transformar o selo azul em fonte de receita. Ele inaugurou o Twitter Blue, cuja mensalidade é de US$ 8 e oferece ferramentas extras na plataforma: o pacote inclui tuítes mais longos, vídeos com maior qualidade e, claro, o selo azul de verificação. No Brasil, o recurso chegou em fevereiro deste ano e custa R$ 60 mensais.

A chegada da assinatura foi responsável por retirar a verificação de todas as contas que haviam “herdado” o selo da era pré-Musk, um sistema que funcionava desde 2009 para garantir a autenticidade de perfis - com o tempo, claro, passou a virar uma espécie de marca de reconhecimento.

“O selo era sobre veracidade, autenticidade. Agora é uma nota fiscal, que comprova só que alguém comprou algo. Tinha uma idealização sobre ter o selo, ser verificado. Isso não existe mais”, afirma Edney Souza, professor de inovação, tecnologia e negócios digitais da ESPM.

Ao se tornar pago, o selo azul ganhou novas conotações. “O Musk mistura muito a pessoa dele com as empresas que possui. Você não pensa mais no Twitter como uma rede própria: você pensa como sendo a rede social do Elon Musk. Mudou a simbologia e isso daí cria, para quem gosta dele, uma coisa legal. Para quem não gosta, se torna uma coisa ruim”, explica Marcos Bedendo, professor de Branding da ESPM.

A disputa entre os dois lados foi travada em hashtags: #paythe8, que incentivava pagar pelo serviço, e #blockthebue, que encoraja bloquear usuários que pagam pela marca - o Twitter chegou a bloquear, sem motivo aparente, a conta por trás da campanha de bloqueio.

O selo era sobre veracidade, autenticidade. Agora é uma nota fiscal, que comprova só que alguém comprou algo. Tinha uma idealização sobre ter o selo, ser verificado. Isso não existe mais

Edney Souza, professor de inovação, tecnologia e negócios digitais da ESPM

Selo azul vira marca indesejada

O novo significado do selo azul foi colocado à prova na última semana. Com o fim dos verificados antigos, o bilionário esperava que celebridades pagassem para manter a marca, o que funcionaria como uma grande vitrine para a comercialização de selos azuis - a adoção em massa da assinatura seria uma saída para a fuga de anunciantes da plataforma, um problema que acompanha a empresa desde que Musk assumiu a gestão.

A aposta, porém, deu errado. Famosos, como o jogador de basquete LeBron James, já haviam afirmado que não pagariam pelo selo, reforçando a ideia de que pagar o Twitter Blue não era uma prioridade para seus 52,7 milhões de seguidores. E o fenômeno se repetiu entre outros perfis populares, quase sempre sob o mesmo argumento: não iriam pagar para manter um símbolo que os alinhava ao dono do Twitter.

Percebendo o problema, Musk tentou uma nova estratégia e passou a devolver o selo gratuitamente para algumas contas de notáveis. A marca voltou com um novo detalhe: uma indicação que o dono do perfil paga pelo Twitter Blue, mesmo que isso não seja verdade. Isso aconteceu com LeBron James e também com o escritor Stephen King, que criticou a decisão de Musk. Em uma semana, um dos principais produtos do novo Twitter passou a ser rechaçado por algumas das maiores contas no serviço.

Estratégia de divulgação do Twitter Blue não deu certo  Foto: Dado Ruvic/Reuters

Em uma publicação, Musk afirmou que está pagando pessoalmente pelas assinaturas das duas contas, além de outras que também entraram no pacote. Para tentar aprofundar a estratégia, o empresário devolveu o selo azul para contas com acima de 1 milhão de usuários.

Mas a execução foi pouco cuidadosa: o Twitter devolveu o selo para perfis de pessoas que já morreram - e que, claramente, não estão pagando pelo Twitter Blue. Entre essas pessoas estão o comediante Norm Macdonald, o ator Chadwick Boseman, a jornalista Cristiana Lobo e o comediante Paulo Gustavo.

Bedendo explica que a estratégia de Musk é clara: além de levantar o debate da ferramenta, ele quer incentivar pessoas a pagar pela assinatura utilizando contas maiores como exemplo.

“A verificação no Twitter era um ponto de relevância porque não podia ser comprado. Então, de alguma forma, você tinha que ter um reconhecimento para poder receber. A origem da marca é a simbologia e quando o Musk resolveu cobrar pelo símbolo de status, a ideia dele era a clássica dos produtos de luxo. Isso transmite uma certa mensagem para as pessoas”, explica.

Parte de quem recebeu o selo de volta reclamou, rechaçando a nova simbologia do selo azul. O influencer Felipe Neto, por exemplo, chamou o novo símbolo de “enganação”. Já o comediante Gregório Duvivier xingou Musk por ter o retorno da marca.

O jornalista americano Travis Brown mostrou como o novo selo azul se tornou pouco atraente. No primeiro final de semana do Twitter Blue, estimou que o serviço ganhou apenas 12 mil contas, incluindo os perfis que receberam a marca à força. O último número público da base de usuários da rede social indicava que ela tinha 237 milhões de usuários.

Novos selos do Twitter geram confusão

A mudança de significado do selo azul, e a implementação de marcas de outras cores (como cinza e dourado), vem gerando confusão entre os usuários, que relatam dificuldades ao interpretar os sinais da rede social.

Uma pesquisa da Universidade de Princeton, EUA, identificou que mais de 80% dos entrevistados para o estudo não sabiam a diferença entre os diferentes tipos de selos de verificação da plataforma. Cerca de 47% acreditava que a marca de autenticação garantia que “o titular da conta era quem afirmava ser” - o que não é mais o caso.

Ao clicar no símbolo de verificação, uma legenda informa qual é a natureza da conta em questão - ou seja, se uma empresa possui o selo dourado de autenticação, o Twitter informa que aquele perfil pertence a uma “organização oficial” reconhecida pela empresa. A descrição também pode ser encontrada para usuários que possuem o selo azul. Porém, mesmo nos casos de quem não pagou pelo verificado, o Twitter informa que o perfil é um assinante.

“Você tem um grupo de pessoas que decidiram não pagar (pelo verificado). É como se elas falassem para o Musk: ‘agora você me verifica e fala que está pagando por mim? Porque isso?’”, aponta Bedendo. A questão de ser verificado ficou associado a ser do time do Elon Musk”.

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