SXSW 2024 sofre boicote por ligação com indústria de armas dos EUA


Mais de 60 artistas cancelam apresentações no festival de tecnologia, música e cinema

Por Guilherme Guerra

ENVIADO ESPECIAL A AUSTIN – Em boicote crescente, artistas vêm cancelando apresentações no South by Southwest (SXSW) 2024, festival de tecnologia, música e cinema que acontece entre os dias 8 e 15 de março em Austin, nos Estados Unidos. Ao menos 60 grupos anunciaram os cancelamentos até aqui.

A razão para o boicote está na ligação do SXSW com a indústria de armas dos Estados Unidos, que está entre os revendedores mundiais de munição para o conflito em Gaza. Um dos maiores patrocinadores do evento é as Forças Armadas americanas, que participou de ativações de marca e levou a secretária do Exército americano, Christine Wormuth, para um painel.

Além disso, empresas de armamento têm participado de painéis de discussão no SXSW 2024. Entre elas estão a RTX Corporation (antiga Raytheon), cuja subsidiária Collins Aerospace forneceu armas para o governo de Israel, e a L3Harris, do setor de defesa aeroespacial.

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O boicote foi puxado pela artista Ella O’Connor Williams, conhecida pelo nome artístico Squirrel Flower. Em publicação no Instagram na segunda-feira 4, a poucos dias do início do evento, ela escreveu: “Decidi sair de minhas apresentações oficiais do SXSW em protesto contra os envolvimentos com o setor de defesa e em apoio ao povo palestino”.

Depois dela, os artistas Shalom, Eliza McLamb, Mamalarky, Scowl, Snõõper, proper, Merce Lemon, Birthday Girl, Horse Jumper of Love, They Are Getting a Body of Water, TC Superstar, Buffalo Nichols, Lucía Beyond e Madison Baker também entraram no boicote e cancelaram participações. Segundo informações do jornal americano The Austin Chronicle, copatrocinador do evento, o boicote já soma mais de 60 músicos.

Festival South by Southwest (SXSW) acontece em Austin, nos Estados Unidos Foto: @SXSW via YouTube
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Na segunda-feira 11, a pesquisadora Ruha Benjamin cancelou a participação no painel “Nova Fronteira da IA: Quebrando as Cadeias dos Algoritmos Coloniais”, marcado para esta terça-feira 12 para discutir a decolonização na tecnologia.

“Estou me retirando do festival após descobrir as inaceitáveis conexões do SXSW 2024 com as fabricantes de armas que, neste momento, estão permitindo o genocídio de palestinos”, escreveu Ruha em publicação no LinkedIn.

Além disso, o primeiro dia do SXSW 2024 teve início com protestos nas imediações do festival, no centro de Austin. O grupo Austin for Palestine Coalition organizou uma manifestação com dezenas de pessoas, que pediam o cessar-fogo do conflito e que a organização do evento cancelasse a participação das empresas de armamento nos painéis.

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Posicionamento do SXSW

Procurada pelo Estadão, a organização do SXSW 2024 encaminhou um posicionamento publicado no X nesta terça-feira, 12. Leia abaixo na íntegra:

Somos uma organização que acolhe diversos pontos de vista. A música é a alma do SXSW e há muito tempo é o nosso legado. Respeitamos totalmente a decisão desses artistas de exercer seu direito à liberdade de expressão.

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Em todo o mundo, estamos testemunhando tragédias indescritíveis, a ascensão de regimes repressivos e a crescente disseminação de conflitos violentos. É mais crucial do que nunca que nos unamos para resolver essas questões humanitárias de maior importância.

Respeitamos totalmente a decisão desses artistas de exercer seu direito à liberdade de expressão

SXSW

Historicamente, o setor de defesa tem sido um campo de provas para muitos dos sistemas dos quais dependemos hoje. Essas instituições geralmente são líderes em tecnologias emergentes, e acreditamos que é melhor entender como a abordagem delas afetará nossas vidas.

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O patrocínio do Exército faz parte do nosso compromisso de apresentar ideias que moldam nosso mundo. Com relação à Collins Aerospace, eles participaram este ano como patrocinadores de duas categorias do SXSW Pitch, dando aos empreendedores visibilidade e financiamento para um trabalho potencialmente revolucionário.

Apoiamos e continuaremos a apoiar os direitos humanos para todos. A situação no Oriente Médio é trágica e mostra a grande importância de nos unirmos contra a injustiça.

Militarização da tecnologia

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O patrocínio do South by Southwest 2024 bancado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos acontece em um momento em que o setor de tecnologia se aproxima de fabricantes de armas e da criação de ferramentas para o setor de defesa.

Dados levantados pelo jornal americano Washington Post apontam que, entre 2021 e 2023, os investidores de capital de risco dos EUA desembolsaram US$ 108 bilhões para empresas de tecnologia de defesa que constroem uma série de ferramentas de ponta, incluindo mísseis hipersônicos, vestíveis que melhoram o desempenho e sistemas de vigilância por satélite. De acordo com a plataforma de dados em tecnologia PitchBook, esse mercado de “defense techs” vai aumentar para US$ 184,7 bilhões até 2027.

Além disso, fundos de investimento americanos têm se dedicado ao tema, em busca de oportunidades. A gestora a16z criou o programa American Dynamism para procurar startups de defesa para investir. O movimento foi acompanhado pela General Catalyst e Shield Capital, todas com lemas patrióticos (“A missão importa”, diz o lema do fundo). Em fevereiro, a incubadora Y Combinator anunciou um fundo dedicado aos setores de defesa, espaço e robótica.

Para especialistas, esse é um novo paradigma no Vale do Silício, que, até poucos anos, se mantinha distante das decisões de política de defesa de Washington.

Em 2018, o Google cancelou um contrato com o Pentágono, firmado para desenvolver sistemas de inteligência artificial para atacar drones, após protestos de milhares de pessoas. Além disso, tecnologias de reconhecimento facial têm sido abandonada pelas gigantes da tecnologia, que veem riscos na adoção dessas ferramentas por governos autoritários. Amazon e Microsoft já sofreram pressões de funcionários para abandonarem projetos que envolviam forças armadas e forças de segurança dos EUA - em todos os caso, as relações entre empresas e clientes foram cortadas.

Esse cenário, no entanto, mudou com a eclosão da guerra na Ucrânia e do conflito entre Israel e o Hamas. As crescentes tensões militares com a China e a ameaça de invasão a Taiwan também contribuem para a escalada dos investimentos em tecnologia de defesa.

*Repórter viajou para Austin a convite do Itaú

ENVIADO ESPECIAL A AUSTIN – Em boicote crescente, artistas vêm cancelando apresentações no South by Southwest (SXSW) 2024, festival de tecnologia, música e cinema que acontece entre os dias 8 e 15 de março em Austin, nos Estados Unidos. Ao menos 60 grupos anunciaram os cancelamentos até aqui.

A razão para o boicote está na ligação do SXSW com a indústria de armas dos Estados Unidos, que está entre os revendedores mundiais de munição para o conflito em Gaza. Um dos maiores patrocinadores do evento é as Forças Armadas americanas, que participou de ativações de marca e levou a secretária do Exército americano, Christine Wormuth, para um painel.

Além disso, empresas de armamento têm participado de painéis de discussão no SXSW 2024. Entre elas estão a RTX Corporation (antiga Raytheon), cuja subsidiária Collins Aerospace forneceu armas para o governo de Israel, e a L3Harris, do setor de defesa aeroespacial.

O boicote foi puxado pela artista Ella O’Connor Williams, conhecida pelo nome artístico Squirrel Flower. Em publicação no Instagram na segunda-feira 4, a poucos dias do início do evento, ela escreveu: “Decidi sair de minhas apresentações oficiais do SXSW em protesto contra os envolvimentos com o setor de defesa e em apoio ao povo palestino”.

Depois dela, os artistas Shalom, Eliza McLamb, Mamalarky, Scowl, Snõõper, proper, Merce Lemon, Birthday Girl, Horse Jumper of Love, They Are Getting a Body of Water, TC Superstar, Buffalo Nichols, Lucía Beyond e Madison Baker também entraram no boicote e cancelaram participações. Segundo informações do jornal americano The Austin Chronicle, copatrocinador do evento, o boicote já soma mais de 60 músicos.

Festival South by Southwest (SXSW) acontece em Austin, nos Estados Unidos Foto: @SXSW via YouTube

Na segunda-feira 11, a pesquisadora Ruha Benjamin cancelou a participação no painel “Nova Fronteira da IA: Quebrando as Cadeias dos Algoritmos Coloniais”, marcado para esta terça-feira 12 para discutir a decolonização na tecnologia.

“Estou me retirando do festival após descobrir as inaceitáveis conexões do SXSW 2024 com as fabricantes de armas que, neste momento, estão permitindo o genocídio de palestinos”, escreveu Ruha em publicação no LinkedIn.

Além disso, o primeiro dia do SXSW 2024 teve início com protestos nas imediações do festival, no centro de Austin. O grupo Austin for Palestine Coalition organizou uma manifestação com dezenas de pessoas, que pediam o cessar-fogo do conflito e que a organização do evento cancelasse a participação das empresas de armamento nos painéis.

Posicionamento do SXSW

Procurada pelo Estadão, a organização do SXSW 2024 encaminhou um posicionamento publicado no X nesta terça-feira, 12. Leia abaixo na íntegra:

Somos uma organização que acolhe diversos pontos de vista. A música é a alma do SXSW e há muito tempo é o nosso legado. Respeitamos totalmente a decisão desses artistas de exercer seu direito à liberdade de expressão.

Em todo o mundo, estamos testemunhando tragédias indescritíveis, a ascensão de regimes repressivos e a crescente disseminação de conflitos violentos. É mais crucial do que nunca que nos unamos para resolver essas questões humanitárias de maior importância.

Respeitamos totalmente a decisão desses artistas de exercer seu direito à liberdade de expressão

SXSW

Historicamente, o setor de defesa tem sido um campo de provas para muitos dos sistemas dos quais dependemos hoje. Essas instituições geralmente são líderes em tecnologias emergentes, e acreditamos que é melhor entender como a abordagem delas afetará nossas vidas.

O patrocínio do Exército faz parte do nosso compromisso de apresentar ideias que moldam nosso mundo. Com relação à Collins Aerospace, eles participaram este ano como patrocinadores de duas categorias do SXSW Pitch, dando aos empreendedores visibilidade e financiamento para um trabalho potencialmente revolucionário.

Apoiamos e continuaremos a apoiar os direitos humanos para todos. A situação no Oriente Médio é trágica e mostra a grande importância de nos unirmos contra a injustiça.

Militarização da tecnologia

O patrocínio do South by Southwest 2024 bancado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos acontece em um momento em que o setor de tecnologia se aproxima de fabricantes de armas e da criação de ferramentas para o setor de defesa.

Dados levantados pelo jornal americano Washington Post apontam que, entre 2021 e 2023, os investidores de capital de risco dos EUA desembolsaram US$ 108 bilhões para empresas de tecnologia de defesa que constroem uma série de ferramentas de ponta, incluindo mísseis hipersônicos, vestíveis que melhoram o desempenho e sistemas de vigilância por satélite. De acordo com a plataforma de dados em tecnologia PitchBook, esse mercado de “defense techs” vai aumentar para US$ 184,7 bilhões até 2027.

Além disso, fundos de investimento americanos têm se dedicado ao tema, em busca de oportunidades. A gestora a16z criou o programa American Dynamism para procurar startups de defesa para investir. O movimento foi acompanhado pela General Catalyst e Shield Capital, todas com lemas patrióticos (“A missão importa”, diz o lema do fundo). Em fevereiro, a incubadora Y Combinator anunciou um fundo dedicado aos setores de defesa, espaço e robótica.

Para especialistas, esse é um novo paradigma no Vale do Silício, que, até poucos anos, se mantinha distante das decisões de política de defesa de Washington.

Em 2018, o Google cancelou um contrato com o Pentágono, firmado para desenvolver sistemas de inteligência artificial para atacar drones, após protestos de milhares de pessoas. Além disso, tecnologias de reconhecimento facial têm sido abandonada pelas gigantes da tecnologia, que veem riscos na adoção dessas ferramentas por governos autoritários. Amazon e Microsoft já sofreram pressões de funcionários para abandonarem projetos que envolviam forças armadas e forças de segurança dos EUA - em todos os caso, as relações entre empresas e clientes foram cortadas.

Esse cenário, no entanto, mudou com a eclosão da guerra na Ucrânia e do conflito entre Israel e o Hamas. As crescentes tensões militares com a China e a ameaça de invasão a Taiwan também contribuem para a escalada dos investimentos em tecnologia de defesa.

*Repórter viajou para Austin a convite do Itaú

ENVIADO ESPECIAL A AUSTIN – Em boicote crescente, artistas vêm cancelando apresentações no South by Southwest (SXSW) 2024, festival de tecnologia, música e cinema que acontece entre os dias 8 e 15 de março em Austin, nos Estados Unidos. Ao menos 60 grupos anunciaram os cancelamentos até aqui.

A razão para o boicote está na ligação do SXSW com a indústria de armas dos Estados Unidos, que está entre os revendedores mundiais de munição para o conflito em Gaza. Um dos maiores patrocinadores do evento é as Forças Armadas americanas, que participou de ativações de marca e levou a secretária do Exército americano, Christine Wormuth, para um painel.

Além disso, empresas de armamento têm participado de painéis de discussão no SXSW 2024. Entre elas estão a RTX Corporation (antiga Raytheon), cuja subsidiária Collins Aerospace forneceu armas para o governo de Israel, e a L3Harris, do setor de defesa aeroespacial.

O boicote foi puxado pela artista Ella O’Connor Williams, conhecida pelo nome artístico Squirrel Flower. Em publicação no Instagram na segunda-feira 4, a poucos dias do início do evento, ela escreveu: “Decidi sair de minhas apresentações oficiais do SXSW em protesto contra os envolvimentos com o setor de defesa e em apoio ao povo palestino”.

Depois dela, os artistas Shalom, Eliza McLamb, Mamalarky, Scowl, Snõõper, proper, Merce Lemon, Birthday Girl, Horse Jumper of Love, They Are Getting a Body of Water, TC Superstar, Buffalo Nichols, Lucía Beyond e Madison Baker também entraram no boicote e cancelaram participações. Segundo informações do jornal americano The Austin Chronicle, copatrocinador do evento, o boicote já soma mais de 60 músicos.

Festival South by Southwest (SXSW) acontece em Austin, nos Estados Unidos Foto: @SXSW via YouTube

Na segunda-feira 11, a pesquisadora Ruha Benjamin cancelou a participação no painel “Nova Fronteira da IA: Quebrando as Cadeias dos Algoritmos Coloniais”, marcado para esta terça-feira 12 para discutir a decolonização na tecnologia.

“Estou me retirando do festival após descobrir as inaceitáveis conexões do SXSW 2024 com as fabricantes de armas que, neste momento, estão permitindo o genocídio de palestinos”, escreveu Ruha em publicação no LinkedIn.

Além disso, o primeiro dia do SXSW 2024 teve início com protestos nas imediações do festival, no centro de Austin. O grupo Austin for Palestine Coalition organizou uma manifestação com dezenas de pessoas, que pediam o cessar-fogo do conflito e que a organização do evento cancelasse a participação das empresas de armamento nos painéis.

Posicionamento do SXSW

Procurada pelo Estadão, a organização do SXSW 2024 encaminhou um posicionamento publicado no X nesta terça-feira, 12. Leia abaixo na íntegra:

Somos uma organização que acolhe diversos pontos de vista. A música é a alma do SXSW e há muito tempo é o nosso legado. Respeitamos totalmente a decisão desses artistas de exercer seu direito à liberdade de expressão.

Em todo o mundo, estamos testemunhando tragédias indescritíveis, a ascensão de regimes repressivos e a crescente disseminação de conflitos violentos. É mais crucial do que nunca que nos unamos para resolver essas questões humanitárias de maior importância.

Respeitamos totalmente a decisão desses artistas de exercer seu direito à liberdade de expressão

SXSW

Historicamente, o setor de defesa tem sido um campo de provas para muitos dos sistemas dos quais dependemos hoje. Essas instituições geralmente são líderes em tecnologias emergentes, e acreditamos que é melhor entender como a abordagem delas afetará nossas vidas.

O patrocínio do Exército faz parte do nosso compromisso de apresentar ideias que moldam nosso mundo. Com relação à Collins Aerospace, eles participaram este ano como patrocinadores de duas categorias do SXSW Pitch, dando aos empreendedores visibilidade e financiamento para um trabalho potencialmente revolucionário.

Apoiamos e continuaremos a apoiar os direitos humanos para todos. A situação no Oriente Médio é trágica e mostra a grande importância de nos unirmos contra a injustiça.

Militarização da tecnologia

O patrocínio do South by Southwest 2024 bancado pelas Forças Armadas dos Estados Unidos acontece em um momento em que o setor de tecnologia se aproxima de fabricantes de armas e da criação de ferramentas para o setor de defesa.

Dados levantados pelo jornal americano Washington Post apontam que, entre 2021 e 2023, os investidores de capital de risco dos EUA desembolsaram US$ 108 bilhões para empresas de tecnologia de defesa que constroem uma série de ferramentas de ponta, incluindo mísseis hipersônicos, vestíveis que melhoram o desempenho e sistemas de vigilância por satélite. De acordo com a plataforma de dados em tecnologia PitchBook, esse mercado de “defense techs” vai aumentar para US$ 184,7 bilhões até 2027.

Além disso, fundos de investimento americanos têm se dedicado ao tema, em busca de oportunidades. A gestora a16z criou o programa American Dynamism para procurar startups de defesa para investir. O movimento foi acompanhado pela General Catalyst e Shield Capital, todas com lemas patrióticos (“A missão importa”, diz o lema do fundo). Em fevereiro, a incubadora Y Combinator anunciou um fundo dedicado aos setores de defesa, espaço e robótica.

Para especialistas, esse é um novo paradigma no Vale do Silício, que, até poucos anos, se mantinha distante das decisões de política de defesa de Washington.

Em 2018, o Google cancelou um contrato com o Pentágono, firmado para desenvolver sistemas de inteligência artificial para atacar drones, após protestos de milhares de pessoas. Além disso, tecnologias de reconhecimento facial têm sido abandonada pelas gigantes da tecnologia, que veem riscos na adoção dessas ferramentas por governos autoritários. Amazon e Microsoft já sofreram pressões de funcionários para abandonarem projetos que envolviam forças armadas e forças de segurança dos EUA - em todos os caso, as relações entre empresas e clientes foram cortadas.

Esse cenário, no entanto, mudou com a eclosão da guerra na Ucrânia e do conflito entre Israel e o Hamas. As crescentes tensões militares com a China e a ameaça de invasão a Taiwan também contribuem para a escalada dos investimentos em tecnologia de defesa.

*Repórter viajou para Austin a convite do Itaú

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