A ex-funcionária do aplicativo de carona paga Uber, Susan Fowler, foi a primeira a denunciar publicamente um caso de assédio sexual dentro da empresa norte-americana em fevereiro deste ano. A denúncia foi o estopim para o início de uma ampla investigação na empresa, que terminou ontem com a divulgação do relatório de mudanças recomendadas à empresa, que foram aprovadas pelo conselho de administração. Além disso, juntamente com outros escândalos, o caso levou à saída temporária do presidente executivo do Uber, Travis Kalanick.
Por meio de sua conta no Twitter, Susan se pronunciou sobre o resultado das investigações no Uber. "Obrigada a todos pelas mensagens gentis de hoje", disse ela que hoje trabalha na empresa de pagamentos Stripe. "Não esqueçam que vocês podem promover mudanças também. Só precisa de uma pessoa!"
Após a publicação de um texto em seu blog pessoal em que explicou como o assédio aconteceu, o Uber pediu uma investigação urgente sobre o caso. Mais de 20 pessoas foram demitidas após o resultado parcial das investigações. O presidente do Uber na Ásia também foi demitido, pois a investigação mostrou que ele compartilhou registros sobre uma vítima de estupro com outras pessoas na companhia. O vice-presidente sênior do Uber, Emil Michael, segundo na linha de comando, também renunciou ao cargo nesta semana, antes de Kalanick anunciar sua licença por tempo indeterminado.
Além das demissões e afastamentos, a investigação que começou com o assédio sexual ficou mais ampla e vai levar o Uber a uma reforma geral de seus valores. A empresa também vai mudar uma série de processos internos e adotar a diversidade e inclusão como alguns de seus pilares nos próximos meses. "A verdade sempre vence", disse Susan, em sua conta no Twitter.