A Amazon utilizou um algoritmo para testar o quanto poderia aumentar preços de produtos sem que ficasse deslocado da concorrência. A informação foi revelada pelo jornal americano The Wall Street Journal, de acordo com partes do processo de monopólio que o governo dos Estados Unidos move contra a empresa. Não há informações sobre o uso do algoritmo no Brasil.
Denominado de “Project Nessie”, o algoritmo ajudou a Amazon a aumentar seu lucro em produtos de diversas categorias, levando seus concorrentes a usarem a mesma estratégia — e modificar o preço de mercado do item. Em situações em que as empresas competidoras não aumentaram os seus preços para os valores da Amazon, o algoritmo, que não está mais em uso, retornou o preço do item ao seu valor normal automaticamente.
O processo da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) redigiu uma estimativa de quanto a prática “extraiu das famílias americanas” e também afirma que ajudou a empresa a gerar uma quantidade de “lucro excedente”. A Amazon teria obtido mais de US$1 bilhão em receitas com o uso do algoritmo.
Procurada pelo Estadão, a Amazon afirmou que o algoritmo tinha como objetivo tentar impedir que os preços da plataforma fossem baixos demais, a ponto de serem insustentáveis para a empresa. Além disso, disse que “as alegações da FTC descaracterizam grosseiramente esta ferramenta”.
Na última semana, o conselheiro geral da Amazon, David Zapolsky, disse em um comunicado que a FTC “está errada em relação aos fatos e à lei” com o processo. Ele disse que a reclamação mostra que o “foco da agência se afastou radicalmente de sua missão de proteger os consumidores e a concorrência”.