Após cinco anos na liderança do aplicativo Easy Táxi, que foi um dos pioneiros no País a permitir a solicitação de serviços de transporte por meio de um aplicativo, Dennis Wang deixou a empresa nas últimas semanas. A saída de Wang do cargo de presidente da empresa brasileira acontece pouco tempo depois que a empresa passou por uma fusão com o aplicativo espanhol Cabify na América Latina. As duas empresas anunciaram a união no final de junho, como forma de ganharem força na disputa com o aplicativo norte-americano de carona paga Uber.
"Estou estudando alguns segmentos da indústria e ajudando algumas startups", disse Wang, em entrevista ao Estado. "Vou recarregar as energias antes de embarcar no próximo sonho."
Wang foi um dos primeiros funcionários da Easy Taxi. Ele entrou na empresa em fevereiro de 2012, meses depois que a empresa foi fundada pelo brasileiro Tallis Gomes. Na época, a startup operava em apenas uma cidade. Sob a liderança de Wang, a empresa acelerou a expansão internacional e chegou a mais de 30 países na América Latina, atingindo mais de 25 milhões de downloads do aplicativo e 500 mil taxistas registrados globalmente. Desde setembro, Wang estava focado em buscar novos investimentos e oportunidades de negócio para a empresa.
No total, a empresa levantou US$ 77 milhões em investimentos, com participação de fundos grandes como Rocket Internet -- também investidor de empresas como a gigante do delivery de comida, Delivery Hero, e o site de comércio eletrônico especializado em moda, Dafiti.
Mais recentemente, porém, a companhia perdeu protagonismo no mercado brasileiro, devido à forte concorrência do Uber e de outros aplicativos de transporte, como o espanhol Cabify e a brasileira 99. Segundo fontes de mercado, a empresa chegou a negociar alianças com os dois serviços, dando início ao processo de consolidação do mercado. Meses depois, anunciou o acordo com a Cabify.
A principal rival da empresa no País, a 99 fez movimento semelhante na direção de alianças globais e ganhou força ao receber investimentos de US$ 100 milhões do aplicativo de transporte chinês Didi Chuxing e do gigante japonês SoftBank.
Com a saída de Wang, a Easy fica sob a liderança de Jorge Pilo, que assumiu o cargo de presidente executivo global da empresa em setembro do ano passado, após uma reestruturação -- anteriormente, os dois dividiam as responsabilidades na liderança da empresa.