Apple é a principal parceira no monopólio do Google e não quer abandonar acordo de US$ 20 bilhões


Rivais no mercado de smartphones são aliadas no mercado de buscadores, considerado monopolista pela Justiça americana

Por Guilherme Guerra

A Apple e o Google são os principais rivais no mercado de sistemas operacionais para celulares. A briga entre iPhone e Android vem desde os primórdios do smartphone, em 2007. Mas a disputa entre as duas companhias vai até a segunda página. Segundo os autos do processo da Justiça dos Estados Unidos, que declarou o Google um monopólio das buscas online na segunda-feira 5, a “Maçã” é a principal aliada desse monopólio na gigante das pesquisas – e também a maior beneficiada.

O Google foi considerado um monopólio das buscas após serem expostos os contratos de exclusividade firmados com quase uma dúzia de empresas de tecnologia. Neles, essas companhias, que incluem a Samsung, Motorola e Mozilla, recebiam uma quantia na casa dos bilhões ou milhões de dólares para tornar o buscador Google a opção padrão em smartphones, computadores e navegadores.

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Essas parcerias permitiram que, ao comprar um novo celular ou baixar um novo navegador, o usuário não precisasse escolher entre o buscador do Google ou o de um rival, como o Bing (da Microsoft) ou DuckDuckGo. A definição já vinha do próprio sistema operacional, pré-definida. Na visão da Justiça americana, foi assim que o Google teria se consolidado como o principal agente em buscas digitais, mercado no qual, hoje, tem mais de 90% da participação.

“Os contratos de distribuição beneficiam o Google de uma maneira importante”, escreveu o juiz Amit P. Mehta na sentença. “Mais usuários significam mais anunciantes, e mais anunciantes significam maior receita”.

O processo na Justiça americana, que agora vai definir quais os remédios vão ser aplicados para reduzir o comportamento monopolista (e as soluções em discussão vão de multas financeiras, fim das parcerias ou até dividir o Google em pequenas companhias), revelou detalhes não só de como funciona a estratégia do Google, mas como a Apple se beneficia do acordo.

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Abaixo, veja os principais destaques da simbiose entre Apple e Google.

Apple ganha US$ 20 bilhões ao ano do Google

A cifra mais chocante do processo é o quanto a Apple recebe para colocar o buscador do Google como favorito do iPhone e outros produtos da marca: cerca de US$ 20 bilhões em 2022. A parceria teve início em 2016 e foi renovada em 2021, com validade para durar até 2026 e pode seguir até 2031, se as duas partes concordarem.

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Esse valor entra como “receita com publicidade” no balanço da Apple e é uma parte significativa do quanto a companhia gera anualmente, de US$ 316 bilhões em 2022.

Além disso, os US$ 20 bilhões representam mais de 75% do quanto o Google desembolsa em contratos de exclusividade com as empresas de tecnologia parceiras. Os outros US$ 6 bilhões vão para Samsung, Motorola, Mozilla e operadoras de telefonia – com menor poder de barganha, já que rodam o Android.

Google desembolsa US$ 20 bilhões ao ano para ser o buscador padrão do iPhone, celular da Apple Foto: Jason Henry/NYT
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Google é o favorito no iPhone

O Google é o buscador favorito de 95% dos iPhones no mundo, dizem os autos do processo. Esse porcentual é o mesmo para buscas em dispositivos móveis no mundo, o que indica o tamanho do Google nesse mercado. Para computadores, é 90%.

Além disso, o processo aponta que a Apple faz uma divisão entre buscas no Google e no Spotlight, serviço de buscas criado para o iPhone – e que não vai tão a fundo na busca na Web do que a solução da parceria.

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Apple não quer construir um buscador próprio

Durante o julgamento, ocorrido em 2023, a Apple afirmou que não deseja construir um buscador próprio para competir com o Google.

Segundo estudos internos da Apple revelados durante o processo, a empresa calcula que desembolsaria US$ 6 bilhões ao ano para ter um buscador do porte do Google, além do que já gasta com o serviço de sugestões Spotlight.

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Já o Google, em 2020, estimou que um competidor com a infraestrutura técnica compatível ao próprio buscador seria de US$ 20 bilhões ao ano – o mesmo valor que é desembolsado na parceria com a Apple.

O movimento é estranho. Em 2012, a Apple lançou um aplicativo de mapas para concorrer com o Google Maps, que era a opção padrão no iPhone. O lançamento foi um fiasco, devido aos erros de geolocalização e de interface do app. A companhia levou anos para alcançar a mesma precisão e qualidade do rival.

Nada de Bing

Durante o julgamento, o vice-presidente da Apple e chefe de Serviços, Eddy Cue, declarou que utilizar o Bing, da Microsoft, está fora de cogitação.

“Não acredito que haja um preço no mundo que a Microsoft possa oferecer para nós”, declarou Cue. “Eles ofereceram nos dar o Bing de graça. Eles poderiam nos dar a companhia inteira”, criticando a qualidade do buscador da outra companhia.

Ou seja, a Apple não quer utilizar um serviço concorrente como buscador no iPhone. Apenas o Google: “É algo certo. Eles têm o melhor buscador, sabem como colocar publicidade e estão monetizando bem”, declarou Cue.

Ainda assim, a Apple utilizou o Bing como poder de barganha para aumentar o pagamento na parceria com o Google. Esse movimento foi reconhecido por Satya Nadella, CEO da Microsoft, no julgamento: se o Bing saísse do mercado, talvez o Google deixasse de pagar à Apple os US$ 20 bilhões ao ano, dada a falta de concorrentes.

A Apple e o Google são os principais rivais no mercado de sistemas operacionais para celulares. A briga entre iPhone e Android vem desde os primórdios do smartphone, em 2007. Mas a disputa entre as duas companhias vai até a segunda página. Segundo os autos do processo da Justiça dos Estados Unidos, que declarou o Google um monopólio das buscas online na segunda-feira 5, a “Maçã” é a principal aliada desse monopólio na gigante das pesquisas – e também a maior beneficiada.

O Google foi considerado um monopólio das buscas após serem expostos os contratos de exclusividade firmados com quase uma dúzia de empresas de tecnologia. Neles, essas companhias, que incluem a Samsung, Motorola e Mozilla, recebiam uma quantia na casa dos bilhões ou milhões de dólares para tornar o buscador Google a opção padrão em smartphones, computadores e navegadores.

Essas parcerias permitiram que, ao comprar um novo celular ou baixar um novo navegador, o usuário não precisasse escolher entre o buscador do Google ou o de um rival, como o Bing (da Microsoft) ou DuckDuckGo. A definição já vinha do próprio sistema operacional, pré-definida. Na visão da Justiça americana, foi assim que o Google teria se consolidado como o principal agente em buscas digitais, mercado no qual, hoje, tem mais de 90% da participação.

“Os contratos de distribuição beneficiam o Google de uma maneira importante”, escreveu o juiz Amit P. Mehta na sentença. “Mais usuários significam mais anunciantes, e mais anunciantes significam maior receita”.

O processo na Justiça americana, que agora vai definir quais os remédios vão ser aplicados para reduzir o comportamento monopolista (e as soluções em discussão vão de multas financeiras, fim das parcerias ou até dividir o Google em pequenas companhias), revelou detalhes não só de como funciona a estratégia do Google, mas como a Apple se beneficia do acordo.

Abaixo, veja os principais destaques da simbiose entre Apple e Google.

Apple ganha US$ 20 bilhões ao ano do Google

A cifra mais chocante do processo é o quanto a Apple recebe para colocar o buscador do Google como favorito do iPhone e outros produtos da marca: cerca de US$ 20 bilhões em 2022. A parceria teve início em 2016 e foi renovada em 2021, com validade para durar até 2026 e pode seguir até 2031, se as duas partes concordarem.

Esse valor entra como “receita com publicidade” no balanço da Apple e é uma parte significativa do quanto a companhia gera anualmente, de US$ 316 bilhões em 2022.

Além disso, os US$ 20 bilhões representam mais de 75% do quanto o Google desembolsa em contratos de exclusividade com as empresas de tecnologia parceiras. Os outros US$ 6 bilhões vão para Samsung, Motorola, Mozilla e operadoras de telefonia – com menor poder de barganha, já que rodam o Android.

Google desembolsa US$ 20 bilhões ao ano para ser o buscador padrão do iPhone, celular da Apple Foto: Jason Henry/NYT

Google é o favorito no iPhone

O Google é o buscador favorito de 95% dos iPhones no mundo, dizem os autos do processo. Esse porcentual é o mesmo para buscas em dispositivos móveis no mundo, o que indica o tamanho do Google nesse mercado. Para computadores, é 90%.

Além disso, o processo aponta que a Apple faz uma divisão entre buscas no Google e no Spotlight, serviço de buscas criado para o iPhone – e que não vai tão a fundo na busca na Web do que a solução da parceria.

Apple não quer construir um buscador próprio

Durante o julgamento, ocorrido em 2023, a Apple afirmou que não deseja construir um buscador próprio para competir com o Google.

Segundo estudos internos da Apple revelados durante o processo, a empresa calcula que desembolsaria US$ 6 bilhões ao ano para ter um buscador do porte do Google, além do que já gasta com o serviço de sugestões Spotlight.

Já o Google, em 2020, estimou que um competidor com a infraestrutura técnica compatível ao próprio buscador seria de US$ 20 bilhões ao ano – o mesmo valor que é desembolsado na parceria com a Apple.

O movimento é estranho. Em 2012, a Apple lançou um aplicativo de mapas para concorrer com o Google Maps, que era a opção padrão no iPhone. O lançamento foi um fiasco, devido aos erros de geolocalização e de interface do app. A companhia levou anos para alcançar a mesma precisão e qualidade do rival.

Nada de Bing

Durante o julgamento, o vice-presidente da Apple e chefe de Serviços, Eddy Cue, declarou que utilizar o Bing, da Microsoft, está fora de cogitação.

“Não acredito que haja um preço no mundo que a Microsoft possa oferecer para nós”, declarou Cue. “Eles ofereceram nos dar o Bing de graça. Eles poderiam nos dar a companhia inteira”, criticando a qualidade do buscador da outra companhia.

Ou seja, a Apple não quer utilizar um serviço concorrente como buscador no iPhone. Apenas o Google: “É algo certo. Eles têm o melhor buscador, sabem como colocar publicidade e estão monetizando bem”, declarou Cue.

Ainda assim, a Apple utilizou o Bing como poder de barganha para aumentar o pagamento na parceria com o Google. Esse movimento foi reconhecido por Satya Nadella, CEO da Microsoft, no julgamento: se o Bing saísse do mercado, talvez o Google deixasse de pagar à Apple os US$ 20 bilhões ao ano, dada a falta de concorrentes.

A Apple e o Google são os principais rivais no mercado de sistemas operacionais para celulares. A briga entre iPhone e Android vem desde os primórdios do smartphone, em 2007. Mas a disputa entre as duas companhias vai até a segunda página. Segundo os autos do processo da Justiça dos Estados Unidos, que declarou o Google um monopólio das buscas online na segunda-feira 5, a “Maçã” é a principal aliada desse monopólio na gigante das pesquisas – e também a maior beneficiada.

O Google foi considerado um monopólio das buscas após serem expostos os contratos de exclusividade firmados com quase uma dúzia de empresas de tecnologia. Neles, essas companhias, que incluem a Samsung, Motorola e Mozilla, recebiam uma quantia na casa dos bilhões ou milhões de dólares para tornar o buscador Google a opção padrão em smartphones, computadores e navegadores.

Essas parcerias permitiram que, ao comprar um novo celular ou baixar um novo navegador, o usuário não precisasse escolher entre o buscador do Google ou o de um rival, como o Bing (da Microsoft) ou DuckDuckGo. A definição já vinha do próprio sistema operacional, pré-definida. Na visão da Justiça americana, foi assim que o Google teria se consolidado como o principal agente em buscas digitais, mercado no qual, hoje, tem mais de 90% da participação.

“Os contratos de distribuição beneficiam o Google de uma maneira importante”, escreveu o juiz Amit P. Mehta na sentença. “Mais usuários significam mais anunciantes, e mais anunciantes significam maior receita”.

O processo na Justiça americana, que agora vai definir quais os remédios vão ser aplicados para reduzir o comportamento monopolista (e as soluções em discussão vão de multas financeiras, fim das parcerias ou até dividir o Google em pequenas companhias), revelou detalhes não só de como funciona a estratégia do Google, mas como a Apple se beneficia do acordo.

Abaixo, veja os principais destaques da simbiose entre Apple e Google.

Apple ganha US$ 20 bilhões ao ano do Google

A cifra mais chocante do processo é o quanto a Apple recebe para colocar o buscador do Google como favorito do iPhone e outros produtos da marca: cerca de US$ 20 bilhões em 2022. A parceria teve início em 2016 e foi renovada em 2021, com validade para durar até 2026 e pode seguir até 2031, se as duas partes concordarem.

Esse valor entra como “receita com publicidade” no balanço da Apple e é uma parte significativa do quanto a companhia gera anualmente, de US$ 316 bilhões em 2022.

Além disso, os US$ 20 bilhões representam mais de 75% do quanto o Google desembolsa em contratos de exclusividade com as empresas de tecnologia parceiras. Os outros US$ 6 bilhões vão para Samsung, Motorola, Mozilla e operadoras de telefonia – com menor poder de barganha, já que rodam o Android.

Google desembolsa US$ 20 bilhões ao ano para ser o buscador padrão do iPhone, celular da Apple Foto: Jason Henry/NYT

Google é o favorito no iPhone

O Google é o buscador favorito de 95% dos iPhones no mundo, dizem os autos do processo. Esse porcentual é o mesmo para buscas em dispositivos móveis no mundo, o que indica o tamanho do Google nesse mercado. Para computadores, é 90%.

Além disso, o processo aponta que a Apple faz uma divisão entre buscas no Google e no Spotlight, serviço de buscas criado para o iPhone – e que não vai tão a fundo na busca na Web do que a solução da parceria.

Apple não quer construir um buscador próprio

Durante o julgamento, ocorrido em 2023, a Apple afirmou que não deseja construir um buscador próprio para competir com o Google.

Segundo estudos internos da Apple revelados durante o processo, a empresa calcula que desembolsaria US$ 6 bilhões ao ano para ter um buscador do porte do Google, além do que já gasta com o serviço de sugestões Spotlight.

Já o Google, em 2020, estimou que um competidor com a infraestrutura técnica compatível ao próprio buscador seria de US$ 20 bilhões ao ano – o mesmo valor que é desembolsado na parceria com a Apple.

O movimento é estranho. Em 2012, a Apple lançou um aplicativo de mapas para concorrer com o Google Maps, que era a opção padrão no iPhone. O lançamento foi um fiasco, devido aos erros de geolocalização e de interface do app. A companhia levou anos para alcançar a mesma precisão e qualidade do rival.

Nada de Bing

Durante o julgamento, o vice-presidente da Apple e chefe de Serviços, Eddy Cue, declarou que utilizar o Bing, da Microsoft, está fora de cogitação.

“Não acredito que haja um preço no mundo que a Microsoft possa oferecer para nós”, declarou Cue. “Eles ofereceram nos dar o Bing de graça. Eles poderiam nos dar a companhia inteira”, criticando a qualidade do buscador da outra companhia.

Ou seja, a Apple não quer utilizar um serviço concorrente como buscador no iPhone. Apenas o Google: “É algo certo. Eles têm o melhor buscador, sabem como colocar publicidade e estão monetizando bem”, declarou Cue.

Ainda assim, a Apple utilizou o Bing como poder de barganha para aumentar o pagamento na parceria com o Google. Esse movimento foi reconhecido por Satya Nadella, CEO da Microsoft, no julgamento: se o Bing saísse do mercado, talvez o Google deixasse de pagar à Apple os US$ 20 bilhões ao ano, dada a falta de concorrentes.

A Apple e o Google são os principais rivais no mercado de sistemas operacionais para celulares. A briga entre iPhone e Android vem desde os primórdios do smartphone, em 2007. Mas a disputa entre as duas companhias vai até a segunda página. Segundo os autos do processo da Justiça dos Estados Unidos, que declarou o Google um monopólio das buscas online na segunda-feira 5, a “Maçã” é a principal aliada desse monopólio na gigante das pesquisas – e também a maior beneficiada.

O Google foi considerado um monopólio das buscas após serem expostos os contratos de exclusividade firmados com quase uma dúzia de empresas de tecnologia. Neles, essas companhias, que incluem a Samsung, Motorola e Mozilla, recebiam uma quantia na casa dos bilhões ou milhões de dólares para tornar o buscador Google a opção padrão em smartphones, computadores e navegadores.

Essas parcerias permitiram que, ao comprar um novo celular ou baixar um novo navegador, o usuário não precisasse escolher entre o buscador do Google ou o de um rival, como o Bing (da Microsoft) ou DuckDuckGo. A definição já vinha do próprio sistema operacional, pré-definida. Na visão da Justiça americana, foi assim que o Google teria se consolidado como o principal agente em buscas digitais, mercado no qual, hoje, tem mais de 90% da participação.

“Os contratos de distribuição beneficiam o Google de uma maneira importante”, escreveu o juiz Amit P. Mehta na sentença. “Mais usuários significam mais anunciantes, e mais anunciantes significam maior receita”.

O processo na Justiça americana, que agora vai definir quais os remédios vão ser aplicados para reduzir o comportamento monopolista (e as soluções em discussão vão de multas financeiras, fim das parcerias ou até dividir o Google em pequenas companhias), revelou detalhes não só de como funciona a estratégia do Google, mas como a Apple se beneficia do acordo.

Abaixo, veja os principais destaques da simbiose entre Apple e Google.

Apple ganha US$ 20 bilhões ao ano do Google

A cifra mais chocante do processo é o quanto a Apple recebe para colocar o buscador do Google como favorito do iPhone e outros produtos da marca: cerca de US$ 20 bilhões em 2022. A parceria teve início em 2016 e foi renovada em 2021, com validade para durar até 2026 e pode seguir até 2031, se as duas partes concordarem.

Esse valor entra como “receita com publicidade” no balanço da Apple e é uma parte significativa do quanto a companhia gera anualmente, de US$ 316 bilhões em 2022.

Além disso, os US$ 20 bilhões representam mais de 75% do quanto o Google desembolsa em contratos de exclusividade com as empresas de tecnologia parceiras. Os outros US$ 6 bilhões vão para Samsung, Motorola, Mozilla e operadoras de telefonia – com menor poder de barganha, já que rodam o Android.

Google desembolsa US$ 20 bilhões ao ano para ser o buscador padrão do iPhone, celular da Apple Foto: Jason Henry/NYT

Google é o favorito no iPhone

O Google é o buscador favorito de 95% dos iPhones no mundo, dizem os autos do processo. Esse porcentual é o mesmo para buscas em dispositivos móveis no mundo, o que indica o tamanho do Google nesse mercado. Para computadores, é 90%.

Além disso, o processo aponta que a Apple faz uma divisão entre buscas no Google e no Spotlight, serviço de buscas criado para o iPhone – e que não vai tão a fundo na busca na Web do que a solução da parceria.

Apple não quer construir um buscador próprio

Durante o julgamento, ocorrido em 2023, a Apple afirmou que não deseja construir um buscador próprio para competir com o Google.

Segundo estudos internos da Apple revelados durante o processo, a empresa calcula que desembolsaria US$ 6 bilhões ao ano para ter um buscador do porte do Google, além do que já gasta com o serviço de sugestões Spotlight.

Já o Google, em 2020, estimou que um competidor com a infraestrutura técnica compatível ao próprio buscador seria de US$ 20 bilhões ao ano – o mesmo valor que é desembolsado na parceria com a Apple.

O movimento é estranho. Em 2012, a Apple lançou um aplicativo de mapas para concorrer com o Google Maps, que era a opção padrão no iPhone. O lançamento foi um fiasco, devido aos erros de geolocalização e de interface do app. A companhia levou anos para alcançar a mesma precisão e qualidade do rival.

Nada de Bing

Durante o julgamento, o vice-presidente da Apple e chefe de Serviços, Eddy Cue, declarou que utilizar o Bing, da Microsoft, está fora de cogitação.

“Não acredito que haja um preço no mundo que a Microsoft possa oferecer para nós”, declarou Cue. “Eles ofereceram nos dar o Bing de graça. Eles poderiam nos dar a companhia inteira”, criticando a qualidade do buscador da outra companhia.

Ou seja, a Apple não quer utilizar um serviço concorrente como buscador no iPhone. Apenas o Google: “É algo certo. Eles têm o melhor buscador, sabem como colocar publicidade e estão monetizando bem”, declarou Cue.

Ainda assim, a Apple utilizou o Bing como poder de barganha para aumentar o pagamento na parceria com o Google. Esse movimento foi reconhecido por Satya Nadella, CEO da Microsoft, no julgamento: se o Bing saísse do mercado, talvez o Google deixasse de pagar à Apple os US$ 20 bilhões ao ano, dada a falta de concorrentes.

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