Fugindo de esteriótipos de gênero que possam reforçar viéses negativos, a Apple retirou a voz feminina da sua assistente virtual, a Siri, como padrão do sistema. A partir do iOS 14.5, ainda sem data de divulgação e em fase de testes públicos, os usuários terão de escolher qual opção de voz desejam utilizar assim que se cadastrarem no iOS, momento em que fazem autenticaçao biométrica e configuram e-mail. Quem noticiou a mudança no beta revelado nesta quarta-feira, 31, foi o site TechCrunch.
Até agora, a voz nativa escolhida como padrão do iOS era feminina e era utilizada desde 2011, quando a Siri foi revelada junto com o iPhone 4S. Caso o usuário quisesse mudar a voz, era preciso ir até os ajustes do sistema e manualmente alterar para as opções disponíveis.
De acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), de maio de 2019, assistentes de voz que trazem vozes femininas e são apresentadas como mulheres são sexistas, já que são desenvolvidos para serem submissos e servis. Para pesquisadores da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), isso reforça a tendência de gênero e normaliza o assédio sexista.
Atualmente, as assistentes Siri, da Apple, a Alexa, da Amazon, e Cortana, da Microsoft, são todas mulheres como padrão dos sistemas dessas empresas.
“Essa é a continuação de um longo compromisso da Apple com a diversidade e a inclusão e com produtos e serviços que são desenhados para melhor refletir a diversidade do mundo em que vivemos”, disse a fabricante de iPhones em declaração ao site especializado The Verge.