A Apple concordou em desenvolver atualizações para iPhone 12 na França depois que reguladores do país disseram que o aparelho emite radiação eletromagnética além dos padrões da União Europeia. Depois do incidente, a Agência Nacional de Frequências alertou a Apple que se o problema não fosse resolvido, seria necessário recolher os celulares das lojas.
A Apple afirmou, em nota, que o iPhone 12 é seguro e que outras certificações foram feitas sem apresentar resultados anormais. A empresa californiana diz que o problema levantado pela agência governamental francesa que gerencia as frequências de comunicação sem fio está “relacionado a um protocolo de teste específico”. O modelo foi lançado em 2020.
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De acordo com a agência francesa, o iPhone 12 falhou em um dos dois tipos de testes de ondas eletromagnéticas capazes de serem absorvidas pelo corpo. Na terça-feira, 12, o governo da França ordenou a suspensão das vendas do iPhone 12 e disse à Apple para emitir uma atualização de software para resolver o problema ou enfrentar um recall.
A Apple disse em um comunicado nesta sexta-feira, 15, que vai emitir “uma atualização de software para usuários na França para acomodar o protocolo usado pelos reguladores franceses”. A empresa não entrou em detalhes.
A proibição francesa poderia, ainda, ter se estendido a todos os 27 países da UE se a Apple tivesse se recusado a emitir atualizações. Se nenhum outro governo se opusesse à decisão, a medida poderia ser efetivada em até três meses, disse a porta-voz da Comissão Europeia, Sonya Gospodinova, na quinta-feira, 14.
O ministro de assuntos digitais da França disse que os níveis de radiação do iPhone 12 ainda são muito inferiores aos que os estudos científicos consideram potencialmente prejudiciais aos usuários, e a agência de radiação reconheceu que seus testes não refletem o uso típico do telefone.
Os telefones celulares foram rotulados como possíveis agentes cancerígenos pelo braço de pesquisa de câncer da Organização Mundial da Saúde, colocando-os na mesma categoria do café, da fumaça do diesel e do pesticida DDT. A radiação produzida pelos celulares, porém, não danifica diretamente o DNA e é diferente dos tipos mais fortes de radiação, como os raios X ou a luz ultravioleta./COM AP