Um juiz federal nos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira, 2, que a Apple precisa responder a processos de uma ação coletiva alegando que a sua assistente de voz Siri viola a privacidade dos usuários, ao registrar conversas particulares sem permissão.
O juiz Jeffrey White afirmou que os reclamantes podem tentar provar que a Siri, frequentemente, grava suas conversas privadas em ativações acidentais e que a Apple divulga essas conversas para terceiros, como anunciantes. As assistentes de voz geralmente reagem apenas quando donos de celulares usam palavras-chave, como "Hey, Siri" — um comando específico para ativar a assistente — no caso da Apple.
Um usuário da Siri afirmou que suas discussões privadas com um médico sobre um novo tratamento cirúrgico fez com que ele recebesse anúncios direcionados para aquele tratamento. Outras duas pessoas afirmaram que suas discussões sobre tênis da marca Air Jordan, óculos de sol Pit Viper e Olive Garden os levaram a receber anúncios desses mesmos produtos.
"A Apple responsabiliza os reclamantes por não alegarem o conteúdo das suas comunicações, mas apenas a configuração privada é suficiente para mostrar que havia uma expectativa razoável de privacidade", escreveu White.
O juiz afirmou que os reclamantes podem alegar que a Apple violou a lei federal de escutas e a lei de privacidade da Califórnia, além de violação de contrato. Ele rechaçou a denúncia de concorrência desleal.
A Apple não respondeu de imediato a pedidos por comentário. Advogados dos reclamantes também não responderam imediatamente a pedidos similares.
Em julho, outro juiz na Califórnia disse que usuários do assistente de voz do Google, representados pelos mesmos escritórios de advocacia do caso da Apple, poderiam seguir com um processo similar contra o Google. A Amazon está envolvida em um litígio similar por causa da sua assistente de voz Alexa.