A IBM apresentou, durante a Consumer Eletronics Show (CES), seu primeiro computador quântico integrado. A ideia da companhia é usar o supercomputador tanto para estudos acadêmicos quanto para fornecer o serviço de processamento de dados a empresas, em um modelo comercial.
Segundo a fabricante, os sistemas do computador quântico IBM Q foram projetados para lidar com cálculos complexos que não conseguem ser resolvidos por máquinas clássicas vendidas hoje. Entre as novidades fornecidas há a possibilidade de calcular novos dados financeiros, isolar os principais fatores de risco globais para fazer melhores investimentos e otimizar operações de logística de frotas para entregas.
O modelo foi projetado por cientistas, engenheiros de sistemas e designer da IBM. O computador quântico da empresa também possui componentes customizados que permitem o processamento em nuvem.
"O IBM Q System One é um passo importante na comercialização da computação quântica", disse Arvind Krishna, diretor do centro de pesquisas da IBM via comunicado. "Este novo sistema é fundamental para expandir a computação quântica para além das paredes do laboratório de pesquisa."
A IBM também anunciou que vai abrir as portas de seu laboratório de computação quântica, em Nova York, para clientes. Os serviços de processamento de dados estarão disponíveis para uma comunidade de empresas líderes da Fortune 500, startups, instituições acadêmicas, além de laboratórios de pesquisas americanos que trabalham com a IBM para encontrar aplicações práticas para o modelo quântico.
Corrida. A criação de um supercomputador que permitirá fazer contas complexas em frações de segundos estimulou uma corrida de desenvolvimento entre as principais fabricantes de computadores do mundo. Além da IBM, Microsoft, Google e Intel são alguns dos atores que estão tentando encontrar formas de desenvolver um supermodelo quântico.
Isso porque, quando estiverem prontas, essas máquinas serão capazes de fazer, mais rápido e com menor consumo de energia, alguns tipos de cálculo que mesmo supercomputadores de hoje não dão conta.
“A computação clássica é ineficiente para processar cálculo molecular, como analisar o comportamento de uma proteína ou desenvolver uma nova droga”, explicou o pesquisador do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) Renato Portugal em entrevista ao Estado.
A esperança de pesquisadores é que os modelos quânticos consigam realizar cálculos complexos que os ajudem a descobrir soluções de temas que vão desde doenças a problemas climáticos.