O Twitter anunciou ontem que chegou a 319 milhões de usuários no mundo. O resultado representa um crescimento de 4% em relação ao quarto trimestre de 2015. Apesar de ser um resultado fraco em relação às expansões anuais de 15% que a empresa apresentou no passado, o número mostra leve recuperação em relação aos trimestres anteriores.
A melhora, ainda que tímida, no número de pessoas conectadas à rede social, reflete a popularidade de um único usuário: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Aficionado pela rede social, ele prefere usar seu perfil no Twitter para falar de seus pontos de vista sobre o mundo. Com isso, Trump tem atraído para o site usuários interessados não em publicar mensagens, mas em acompanhar suas polêmicas. A expansão no total de usuários foi revelada no balanço financeiro do quarto trimestre de 2016, divulgado ontem.
Cifras. No entanto, enquanto a atração de novos usuários foi um alento para os investidores, no lado financeiro as notícias não foram tão boas.
No quarto trimestre de 2016, o Twitter teve seu menor crescimento de receita desde sua abertura de capital, no fim de 2013. A alta foi de apenas 1% em relação ao trimestre anterior, para US$ 717 milhões. No ano, a receita aumentou 14%, para US$ 2,5 bilhões.
O resultado fez as ações da empresa encerrarem o pregão da bolsa de Nova York com queda superior a 12%.
“Superamos o desafio mais difícil para qualquer serviço em escala para consumidores, ao reverter o declínio na audiência e acelerar o uso da plataforma”, disse o cofundador e presidente do Twitter, Jack Dorsey. “Vai levar algum tempo para mostrar resultados, mas estamos nos movimentando rápido.”
Tentativas. Nos últimos meses, o Twitter se movimentou para tentar mudar sua situação. A empresa anunciou o fechamento do aplicativo de vídeos Vine e investiu em transmissões ao vivo de partidas de futebol americano e até da posse de Trump.
“Nada disso vai mudar o crescimento do Twitter, mas essas inovações são um passo positivo”, afirmou a consultoria RBC Capital Markets, em nota.
Do lado dos custos, a empresa cortou 9% de seus funcionários em outubro. A companhia, porém, tem sofrido com a saída de vários executivos em áreas importantes. Em menos de um ano, por exemplo, o Twitter trocou duas vezes de vice-presidente de produtos.