Como o Facebook perdeu US$ 600 bilhões em valor de mercado


Em 12 meses, companhia encolheu mais de 60% e enfrenta tempestade perfeita

Por Bruno Romani

A Meta, holding de Facebook, Instagram e WhatsApp, fechou a semana com queda de 14% em suas ações e consolidou a pior queda entre empresas de tecnologia nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a companhia acumula perda de 61% nas ações, a pior queda entre empresas de tecnologia - a marca é mais do que o dobro das perdas registradas pelas Nasdaq no período.

Em setembro do ano passado, a gigante, impulsionada pelos ganhos da pandemia, atingiu valor recorde de mercado: US$ 1 trilhão. Na época, a Meta figurava entre as mais valiosas do mundo, mas com as perdas acumuladas, já ameaça deixar o top 10. Na sexta, a empresa fundada por Mark Zuckerberg fechou valendo US$ 400 bilhões - durante o pregão, chegou a ficar abaixo da marca.

A companhia fechou o pregão com a ação valendo US$ 146,29, menor patamar da empresa desde março de 2020, quando a pandemia passou a valorizar os papéis de empresas de tecnologia.

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Zuckerberg vem encarando tempestade perfeita no comando do Facebook  Foto: Matt McClain/WashingtonPost

Tempestade perfeita

Porém, não é só o retorno ao trabalho presencial que teve impacto na gigante. Uma série de fatores formam uma tempestade perfeita contra o império de Zuckerberg.

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Em julho, a Meta afirmou que seria impactada pelo cenário macroecônomico global, pressionado pela inflação e pela consequente alta global dos juros. Principal forma de monetização das plataformas da empresa, a receita com anúncios deve continuar abaixo da expectativa da companhia.

“Esperamos que a receita total do terceiro trimestre fique na faixa de US$ 26-28,5 bilhões. Essa perspectiva reflete a continuidade do ambiente de fraca demanda por publicidade que experimentamos ao longo do segundo trimestre, e que acreditamos estar sendo impulsionado por uma incerteza macroeconômica mais ampla”, explicou a empresa na carta aos investidores.

Além disso, as plataformas da companhia estão registrando queda de usuários. Em julho, a Meta viu queda no número de usuários ativos por mês (MAUs, na sigla em inglês), importante métrica para verificar o crescimento da companhia: 2,93 bilhões, ante 2,95 bilhões no mesmo período do ano passado. Isso sinaliza que a companhia está vendo o rival TikTok ganhar usuários.

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Em fevereiro, Zuckerberg já apontava para o app chinês. “O TikTok já é um concorrente grande e também continua a crescer em um ritmo bastante rápido”, disse o executivo em conferência com investidores.

Além do surgimento de um novo rival de peso, a companhia vem sofrendo com uma velha conhecida. A Apple alterou as configurações de privacidade dos aplicativos no iOS 15, lançado em 2021. Desde então, usuários com o novo sistema operacional devem aceitar ser rastreados na web, uma das funções mais utilizadas por anunciantes nos sistemas do Facebook e Instagram — a decisão foi duramente criticada por Zuckerberg à época por afetar os negócios da companhia.

“Como outras empresas em nosso setor, enfrentamos ventos contrários como resultado das mudanças no iOS da Apple. A Apple criou dois desafios para os anunciantes: um é que a precisão de nossa segmentação de anúncios diminuiu, o que aumentou o custo de gerar resultados. O outro é que medir esses os resultados se tornaram mais difíceis”, disse na época Sheryl Sandberg, então diretora de operações da companhia.

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Por fim, o direcionamento da companhia em busca do metaverso parece não ter convencido os investidores. Em outubro do ano passado, a companhia adotou o nome corporativo Meta para refletir o novo interesse - desde então, as coisas passaram a não funcionar para Zuckerberg.

Por enquanto, a Reality Labs, divisão de realidade virtual, vem acumulando prejuízos. Já são três trimestres seguidos com perda de US$ 3 bilhões em cada um deles. Nem mesmo a peregrinação de Zuckerberg entre veículos de mídia para vender o conceito parece ter convencido as pessoas sobre o futuro projetado pelo executivo.

A Meta, holding de Facebook, Instagram e WhatsApp, fechou a semana com queda de 14% em suas ações e consolidou a pior queda entre empresas de tecnologia nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a companhia acumula perda de 61% nas ações, a pior queda entre empresas de tecnologia - a marca é mais do que o dobro das perdas registradas pelas Nasdaq no período.

Em setembro do ano passado, a gigante, impulsionada pelos ganhos da pandemia, atingiu valor recorde de mercado: US$ 1 trilhão. Na época, a Meta figurava entre as mais valiosas do mundo, mas com as perdas acumuladas, já ameaça deixar o top 10. Na sexta, a empresa fundada por Mark Zuckerberg fechou valendo US$ 400 bilhões - durante o pregão, chegou a ficar abaixo da marca.

A companhia fechou o pregão com a ação valendo US$ 146,29, menor patamar da empresa desde março de 2020, quando a pandemia passou a valorizar os papéis de empresas de tecnologia.

Zuckerberg vem encarando tempestade perfeita no comando do Facebook  Foto: Matt McClain/WashingtonPost

Tempestade perfeita

Porém, não é só o retorno ao trabalho presencial que teve impacto na gigante. Uma série de fatores formam uma tempestade perfeita contra o império de Zuckerberg.

Em julho, a Meta afirmou que seria impactada pelo cenário macroecônomico global, pressionado pela inflação e pela consequente alta global dos juros. Principal forma de monetização das plataformas da empresa, a receita com anúncios deve continuar abaixo da expectativa da companhia.

“Esperamos que a receita total do terceiro trimestre fique na faixa de US$ 26-28,5 bilhões. Essa perspectiva reflete a continuidade do ambiente de fraca demanda por publicidade que experimentamos ao longo do segundo trimestre, e que acreditamos estar sendo impulsionado por uma incerteza macroeconômica mais ampla”, explicou a empresa na carta aos investidores.

Além disso, as plataformas da companhia estão registrando queda de usuários. Em julho, a Meta viu queda no número de usuários ativos por mês (MAUs, na sigla em inglês), importante métrica para verificar o crescimento da companhia: 2,93 bilhões, ante 2,95 bilhões no mesmo período do ano passado. Isso sinaliza que a companhia está vendo o rival TikTok ganhar usuários.

Em fevereiro, Zuckerberg já apontava para o app chinês. “O TikTok já é um concorrente grande e também continua a crescer em um ritmo bastante rápido”, disse o executivo em conferência com investidores.

Além do surgimento de um novo rival de peso, a companhia vem sofrendo com uma velha conhecida. A Apple alterou as configurações de privacidade dos aplicativos no iOS 15, lançado em 2021. Desde então, usuários com o novo sistema operacional devem aceitar ser rastreados na web, uma das funções mais utilizadas por anunciantes nos sistemas do Facebook e Instagram — a decisão foi duramente criticada por Zuckerberg à época por afetar os negócios da companhia.

“Como outras empresas em nosso setor, enfrentamos ventos contrários como resultado das mudanças no iOS da Apple. A Apple criou dois desafios para os anunciantes: um é que a precisão de nossa segmentação de anúncios diminuiu, o que aumentou o custo de gerar resultados. O outro é que medir esses os resultados se tornaram mais difíceis”, disse na época Sheryl Sandberg, então diretora de operações da companhia.

Por fim, o direcionamento da companhia em busca do metaverso parece não ter convencido os investidores. Em outubro do ano passado, a companhia adotou o nome corporativo Meta para refletir o novo interesse - desde então, as coisas passaram a não funcionar para Zuckerberg.

Por enquanto, a Reality Labs, divisão de realidade virtual, vem acumulando prejuízos. Já são três trimestres seguidos com perda de US$ 3 bilhões em cada um deles. Nem mesmo a peregrinação de Zuckerberg entre veículos de mídia para vender o conceito parece ter convencido as pessoas sobre o futuro projetado pelo executivo.

A Meta, holding de Facebook, Instagram e WhatsApp, fechou a semana com queda de 14% em suas ações e consolidou a pior queda entre empresas de tecnologia nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a companhia acumula perda de 61% nas ações, a pior queda entre empresas de tecnologia - a marca é mais do que o dobro das perdas registradas pelas Nasdaq no período.

Em setembro do ano passado, a gigante, impulsionada pelos ganhos da pandemia, atingiu valor recorde de mercado: US$ 1 trilhão. Na época, a Meta figurava entre as mais valiosas do mundo, mas com as perdas acumuladas, já ameaça deixar o top 10. Na sexta, a empresa fundada por Mark Zuckerberg fechou valendo US$ 400 bilhões - durante o pregão, chegou a ficar abaixo da marca.

A companhia fechou o pregão com a ação valendo US$ 146,29, menor patamar da empresa desde março de 2020, quando a pandemia passou a valorizar os papéis de empresas de tecnologia.

Zuckerberg vem encarando tempestade perfeita no comando do Facebook  Foto: Matt McClain/WashingtonPost

Tempestade perfeita

Porém, não é só o retorno ao trabalho presencial que teve impacto na gigante. Uma série de fatores formam uma tempestade perfeita contra o império de Zuckerberg.

Em julho, a Meta afirmou que seria impactada pelo cenário macroecônomico global, pressionado pela inflação e pela consequente alta global dos juros. Principal forma de monetização das plataformas da empresa, a receita com anúncios deve continuar abaixo da expectativa da companhia.

“Esperamos que a receita total do terceiro trimestre fique na faixa de US$ 26-28,5 bilhões. Essa perspectiva reflete a continuidade do ambiente de fraca demanda por publicidade que experimentamos ao longo do segundo trimestre, e que acreditamos estar sendo impulsionado por uma incerteza macroeconômica mais ampla”, explicou a empresa na carta aos investidores.

Além disso, as plataformas da companhia estão registrando queda de usuários. Em julho, a Meta viu queda no número de usuários ativos por mês (MAUs, na sigla em inglês), importante métrica para verificar o crescimento da companhia: 2,93 bilhões, ante 2,95 bilhões no mesmo período do ano passado. Isso sinaliza que a companhia está vendo o rival TikTok ganhar usuários.

Em fevereiro, Zuckerberg já apontava para o app chinês. “O TikTok já é um concorrente grande e também continua a crescer em um ritmo bastante rápido”, disse o executivo em conferência com investidores.

Além do surgimento de um novo rival de peso, a companhia vem sofrendo com uma velha conhecida. A Apple alterou as configurações de privacidade dos aplicativos no iOS 15, lançado em 2021. Desde então, usuários com o novo sistema operacional devem aceitar ser rastreados na web, uma das funções mais utilizadas por anunciantes nos sistemas do Facebook e Instagram — a decisão foi duramente criticada por Zuckerberg à época por afetar os negócios da companhia.

“Como outras empresas em nosso setor, enfrentamos ventos contrários como resultado das mudanças no iOS da Apple. A Apple criou dois desafios para os anunciantes: um é que a precisão de nossa segmentação de anúncios diminuiu, o que aumentou o custo de gerar resultados. O outro é que medir esses os resultados se tornaram mais difíceis”, disse na época Sheryl Sandberg, então diretora de operações da companhia.

Por fim, o direcionamento da companhia em busca do metaverso parece não ter convencido os investidores. Em outubro do ano passado, a companhia adotou o nome corporativo Meta para refletir o novo interesse - desde então, as coisas passaram a não funcionar para Zuckerberg.

Por enquanto, a Reality Labs, divisão de realidade virtual, vem acumulando prejuízos. Já são três trimestres seguidos com perda de US$ 3 bilhões em cada um deles. Nem mesmo a peregrinação de Zuckerberg entre veículos de mídia para vender o conceito parece ter convencido as pessoas sobre o futuro projetado pelo executivo.

A Meta, holding de Facebook, Instagram e WhatsApp, fechou a semana com queda de 14% em suas ações e consolidou a pior queda entre empresas de tecnologia nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, a companhia acumula perda de 61% nas ações, a pior queda entre empresas de tecnologia - a marca é mais do que o dobro das perdas registradas pelas Nasdaq no período.

Em setembro do ano passado, a gigante, impulsionada pelos ganhos da pandemia, atingiu valor recorde de mercado: US$ 1 trilhão. Na época, a Meta figurava entre as mais valiosas do mundo, mas com as perdas acumuladas, já ameaça deixar o top 10. Na sexta, a empresa fundada por Mark Zuckerberg fechou valendo US$ 400 bilhões - durante o pregão, chegou a ficar abaixo da marca.

A companhia fechou o pregão com a ação valendo US$ 146,29, menor patamar da empresa desde março de 2020, quando a pandemia passou a valorizar os papéis de empresas de tecnologia.

Zuckerberg vem encarando tempestade perfeita no comando do Facebook  Foto: Matt McClain/WashingtonPost

Tempestade perfeita

Porém, não é só o retorno ao trabalho presencial que teve impacto na gigante. Uma série de fatores formam uma tempestade perfeita contra o império de Zuckerberg.

Em julho, a Meta afirmou que seria impactada pelo cenário macroecônomico global, pressionado pela inflação e pela consequente alta global dos juros. Principal forma de monetização das plataformas da empresa, a receita com anúncios deve continuar abaixo da expectativa da companhia.

“Esperamos que a receita total do terceiro trimestre fique na faixa de US$ 26-28,5 bilhões. Essa perspectiva reflete a continuidade do ambiente de fraca demanda por publicidade que experimentamos ao longo do segundo trimestre, e que acreditamos estar sendo impulsionado por uma incerteza macroeconômica mais ampla”, explicou a empresa na carta aos investidores.

Além disso, as plataformas da companhia estão registrando queda de usuários. Em julho, a Meta viu queda no número de usuários ativos por mês (MAUs, na sigla em inglês), importante métrica para verificar o crescimento da companhia: 2,93 bilhões, ante 2,95 bilhões no mesmo período do ano passado. Isso sinaliza que a companhia está vendo o rival TikTok ganhar usuários.

Em fevereiro, Zuckerberg já apontava para o app chinês. “O TikTok já é um concorrente grande e também continua a crescer em um ritmo bastante rápido”, disse o executivo em conferência com investidores.

Além do surgimento de um novo rival de peso, a companhia vem sofrendo com uma velha conhecida. A Apple alterou as configurações de privacidade dos aplicativos no iOS 15, lançado em 2021. Desde então, usuários com o novo sistema operacional devem aceitar ser rastreados na web, uma das funções mais utilizadas por anunciantes nos sistemas do Facebook e Instagram — a decisão foi duramente criticada por Zuckerberg à época por afetar os negócios da companhia.

“Como outras empresas em nosso setor, enfrentamos ventos contrários como resultado das mudanças no iOS da Apple. A Apple criou dois desafios para os anunciantes: um é que a precisão de nossa segmentação de anúncios diminuiu, o que aumentou o custo de gerar resultados. O outro é que medir esses os resultados se tornaram mais difíceis”, disse na época Sheryl Sandberg, então diretora de operações da companhia.

Por fim, o direcionamento da companhia em busca do metaverso parece não ter convencido os investidores. Em outubro do ano passado, a companhia adotou o nome corporativo Meta para refletir o novo interesse - desde então, as coisas passaram a não funcionar para Zuckerberg.

Por enquanto, a Reality Labs, divisão de realidade virtual, vem acumulando prejuízos. Já são três trimestres seguidos com perda de US$ 3 bilhões em cada um deles. Nem mesmo a peregrinação de Zuckerberg entre veículos de mídia para vender o conceito parece ter convencido as pessoas sobre o futuro projetado pelo executivo.

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