DeepL, tradutor considerado o melhor do mundo, chega ao Brasil com foco em empresas; conheça


Empresa da Alemanha utiliza inteligência artificial para competir com rivais, como Google e OpenAI, e agora mira setor corporativo do País

Por Guilherme Guerra
Atualização:

O DeepL, serviço de tradução automática de textos que utiliza inteligência artificial (IA) considerado o melhor do mundo, está embarcando no Brasil com a versão paga da ferramenta, dedicada a empresas, anuncia nesta segunda-feira, 13, a companhia ao Estadão. O site continua gratuito para usuários do País, que podem realizar traduções de até 5 mil caracteres em mais de 30 línguas, incluindo o português brasileiro.

Para as empresas, o DeepL oferece funcionalidades adicionais, como traduções ilimitadas, personalização da tradução (mais ou menos formal, por exemplo), configuração de glossários próprios para ajustes, gestão de usuários, integração automática com softwares e uma API que pode ser levada para aplicativos e sites. Segundo a companhia, as traduções são excluídas dos servidores da empresa após concluídas, seguindo as melhores práticas de privacidade.

Ao todo, são três planos do DeepL Pro, como é chamada a versão paga: “starter”, “advanced” e “ultimate”. Os preços no Brasil não foram revelados, mas a empresa afirma ao Estadão que, neste início, os planos devem ser cobrados em dólares, sem conversão para o real. No mercado americano, os valores saem de US$ 8,75 e podem chegar a até US$ 58 mensais, a depender do modelo escolhido pelo cliente.

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Fundado em 2017 na cidade de Colônia, no oeste da Alemanha, o DeepL está presente em 63 países e totaliza 100 mil clientes corporativos, com foco especial no mercado da União Europeia, onde a diversidade linguística no território e a rede de negócios internacionais são mais propícios para a startup. Nos últimos meses, a companhia embarcou no México, Coreia do Sul e Japão. Na América do Sul, o Brasil segue uma expansão que acompanha outros países da América do Sul e Central, como Argentina, Chile, Colômbia e Costa Rica.

“O Brasil é o próximo grande passo para nós”, afirma o fundador e presidente executivo do DeepL, Jarek Kutylowski, em entrevista ao Estadão por videoconferência. O CEO conta que a decisão de vir para o País aconteceu após a startup notar um aumento do uso do serviço por brasileiros, que vêm realizando traduções do português para o inglês e vice-versa.

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Jarek Kutylowski é o fundador e CEO do DeepL, startup alemã de tradução automática de textos Foto: Maurice Kohl

Agora, ao embarcar no Brasil, startup alemã busca convencer as companhias brasileiras com negócios internacionais a aderir à ferramenta, aumentando produtividade e reduzindo custos com a ferramenta de tradução automática. Na prática, o serviço pode ser útil para escrever e-mails corporativos, traduzir relatórios em língua estrangeira ou até páginas inteiras da Web.

Nossa missão é garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais

Jarek Kutylowski, fundador e CEO do DeepL

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“Sempre que uma empresa tem o potencial para fazer negócios, mas não consegue fazê-lo porque existe uma barreira linguística, ela não vai ter um bom desempenho no mercado. E é mais ou menos essa a missão do nosso produto: garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais”, afirma Kutylowski, polonês formado em ciência da computação e cuja carreira em tecnologia aconteceu na Alemanha – antes do DeepL, o executivo foi chefe de tecnologia da startup Linguee, dicionário bilíngue online.

O DeepL quer ir com calma no Brasil, afirma o CEO. Neste momento, não há planos para ter representação física no País, e uma equipe de vendas dedicada à região ficará alocada no escritório da empresa nos Estados Unidos. Campanhas de marketing devem ser realizadas para chegar a mais clientes. “Normalmente, conseguimos identificar muito bem esses potenciais clientes quando analisamos a aceitação do uso gratuito do serviço em determinada empresa”, diz Kutylowski.

Como funciona a tecnologia do DeepL

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Para muitos usuários, o DeepL é considerado o melhor tradutor automático do mundo, graças à tecnologia de aprendizado de máquina e de redes neurais (formas de inteligência artificial) com trabalho humano de refinamento.

O DeepL utiliza dicionários oficiais da União Europeia, bem como outros conjuntos de dados não especificados, para montar os glossários de boas traduções em que se baseia. A partir daí, a startup aponta para a IA o que é uma boa tradução ou não, ensinando-a a descartar termos imprecisos, por exemplo. Ou seja, a empresa alemã, cientistas de dados, que criam as redes neurais, e linguistas, que refinam a tradução, trabalham lado a lado.

Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL

Jarek Kutylowski, CEO do DeepL

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O resultado desse esforço é uma inteligência artificial que consegue ler o texto, entender o contexto e realizar uma tradução do zero a partir de sentenças, e não palavra por palavra, explica Kutylowski. “É possível atingir esses níveis não só de exatidão quando se trata de dizer uma mesma coisa, mas também de fluência da língua e de como se lê bem na língua, de como soa como se um falante nativo tivesse escrito aquilo”, afirma.

Esse trabalho do DeepL é, de certa forma, similar ao que faz a tecnologia de inteligência artificial generativa, tecnologia do ChatGPT, capaz de criar textos, imagens e sons a partir de comandos humanos. “Esses modelos são ligeiramente diferentes, porque IA generativa é uma tarefa diferente. Nós ajustamos nossos modelos para ser especificamente bons em tradução, e não para cumprir outras tarefas”, diz o CEO. “Nossa IA compreende o texto e depois escreve-o de novo. De certa forma, é como a IA generativa.”

Isso significa que o DeepL está batendo de frente com empresas gigantes trilionárias dos Estados Unidos. Dois exemplos óbvios são o Google e, agora, a OpenAI e a Microsoft. O salto dado por essas companhias colocou o mercado numa verdadeira corrida pelo domínio da inteligência artificial, que pode enterrar ou catapultar nomes consolidados da área.

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Para o CEO, essa concorrência acirrada não assusta a startup alemã. Em janeiro de 2023, quando o mercado de tecnologia se recuperava de uma ressaca pós-pandemia de covid-19, o DeepL tornou-se um “unicórnio” (status dado às poucas startups que ultrapassam a avaliação de mercado de US$ 1 bilhão) ao levantar 100 milhões de euros em rodada de investimentos. Segundo Kutylowski, o título bilionário torna mais fácil atrair clientes, bem como realizar contratações no mercado de tecnologia, que sofre com escassez de cérebros especializados em IA.

“Que há neste momento mais concorrência na IA do que em 2017, isso é fato. Mas eu também diria que enquanto empresa dispomos atualmente de muito mais recursos do que tínhamos antes”, acrescenta o presidente executivo da startup. “Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL.”

O DeepL, serviço de tradução automática de textos que utiliza inteligência artificial (IA) considerado o melhor do mundo, está embarcando no Brasil com a versão paga da ferramenta, dedicada a empresas, anuncia nesta segunda-feira, 13, a companhia ao Estadão. O site continua gratuito para usuários do País, que podem realizar traduções de até 5 mil caracteres em mais de 30 línguas, incluindo o português brasileiro.

Para as empresas, o DeepL oferece funcionalidades adicionais, como traduções ilimitadas, personalização da tradução (mais ou menos formal, por exemplo), configuração de glossários próprios para ajustes, gestão de usuários, integração automática com softwares e uma API que pode ser levada para aplicativos e sites. Segundo a companhia, as traduções são excluídas dos servidores da empresa após concluídas, seguindo as melhores práticas de privacidade.

Ao todo, são três planos do DeepL Pro, como é chamada a versão paga: “starter”, “advanced” e “ultimate”. Os preços no Brasil não foram revelados, mas a empresa afirma ao Estadão que, neste início, os planos devem ser cobrados em dólares, sem conversão para o real. No mercado americano, os valores saem de US$ 8,75 e podem chegar a até US$ 58 mensais, a depender do modelo escolhido pelo cliente.

Fundado em 2017 na cidade de Colônia, no oeste da Alemanha, o DeepL está presente em 63 países e totaliza 100 mil clientes corporativos, com foco especial no mercado da União Europeia, onde a diversidade linguística no território e a rede de negócios internacionais são mais propícios para a startup. Nos últimos meses, a companhia embarcou no México, Coreia do Sul e Japão. Na América do Sul, o Brasil segue uma expansão que acompanha outros países da América do Sul e Central, como Argentina, Chile, Colômbia e Costa Rica.

“O Brasil é o próximo grande passo para nós”, afirma o fundador e presidente executivo do DeepL, Jarek Kutylowski, em entrevista ao Estadão por videoconferência. O CEO conta que a decisão de vir para o País aconteceu após a startup notar um aumento do uso do serviço por brasileiros, que vêm realizando traduções do português para o inglês e vice-versa.

Jarek Kutylowski é o fundador e CEO do DeepL, startup alemã de tradução automática de textos Foto: Maurice Kohl

Agora, ao embarcar no Brasil, startup alemã busca convencer as companhias brasileiras com negócios internacionais a aderir à ferramenta, aumentando produtividade e reduzindo custos com a ferramenta de tradução automática. Na prática, o serviço pode ser útil para escrever e-mails corporativos, traduzir relatórios em língua estrangeira ou até páginas inteiras da Web.

Nossa missão é garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais

Jarek Kutylowski, fundador e CEO do DeepL

“Sempre que uma empresa tem o potencial para fazer negócios, mas não consegue fazê-lo porque existe uma barreira linguística, ela não vai ter um bom desempenho no mercado. E é mais ou menos essa a missão do nosso produto: garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais”, afirma Kutylowski, polonês formado em ciência da computação e cuja carreira em tecnologia aconteceu na Alemanha – antes do DeepL, o executivo foi chefe de tecnologia da startup Linguee, dicionário bilíngue online.

O DeepL quer ir com calma no Brasil, afirma o CEO. Neste momento, não há planos para ter representação física no País, e uma equipe de vendas dedicada à região ficará alocada no escritório da empresa nos Estados Unidos. Campanhas de marketing devem ser realizadas para chegar a mais clientes. “Normalmente, conseguimos identificar muito bem esses potenciais clientes quando analisamos a aceitação do uso gratuito do serviço em determinada empresa”, diz Kutylowski.

Como funciona a tecnologia do DeepL

Para muitos usuários, o DeepL é considerado o melhor tradutor automático do mundo, graças à tecnologia de aprendizado de máquina e de redes neurais (formas de inteligência artificial) com trabalho humano de refinamento.

O DeepL utiliza dicionários oficiais da União Europeia, bem como outros conjuntos de dados não especificados, para montar os glossários de boas traduções em que se baseia. A partir daí, a startup aponta para a IA o que é uma boa tradução ou não, ensinando-a a descartar termos imprecisos, por exemplo. Ou seja, a empresa alemã, cientistas de dados, que criam as redes neurais, e linguistas, que refinam a tradução, trabalham lado a lado.

Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL

Jarek Kutylowski, CEO do DeepL

O resultado desse esforço é uma inteligência artificial que consegue ler o texto, entender o contexto e realizar uma tradução do zero a partir de sentenças, e não palavra por palavra, explica Kutylowski. “É possível atingir esses níveis não só de exatidão quando se trata de dizer uma mesma coisa, mas também de fluência da língua e de como se lê bem na língua, de como soa como se um falante nativo tivesse escrito aquilo”, afirma.

Esse trabalho do DeepL é, de certa forma, similar ao que faz a tecnologia de inteligência artificial generativa, tecnologia do ChatGPT, capaz de criar textos, imagens e sons a partir de comandos humanos. “Esses modelos são ligeiramente diferentes, porque IA generativa é uma tarefa diferente. Nós ajustamos nossos modelos para ser especificamente bons em tradução, e não para cumprir outras tarefas”, diz o CEO. “Nossa IA compreende o texto e depois escreve-o de novo. De certa forma, é como a IA generativa.”

Isso significa que o DeepL está batendo de frente com empresas gigantes trilionárias dos Estados Unidos. Dois exemplos óbvios são o Google e, agora, a OpenAI e a Microsoft. O salto dado por essas companhias colocou o mercado numa verdadeira corrida pelo domínio da inteligência artificial, que pode enterrar ou catapultar nomes consolidados da área.

Para o CEO, essa concorrência acirrada não assusta a startup alemã. Em janeiro de 2023, quando o mercado de tecnologia se recuperava de uma ressaca pós-pandemia de covid-19, o DeepL tornou-se um “unicórnio” (status dado às poucas startups que ultrapassam a avaliação de mercado de US$ 1 bilhão) ao levantar 100 milhões de euros em rodada de investimentos. Segundo Kutylowski, o título bilionário torna mais fácil atrair clientes, bem como realizar contratações no mercado de tecnologia, que sofre com escassez de cérebros especializados em IA.

“Que há neste momento mais concorrência na IA do que em 2017, isso é fato. Mas eu também diria que enquanto empresa dispomos atualmente de muito mais recursos do que tínhamos antes”, acrescenta o presidente executivo da startup. “Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL.”

O DeepL, serviço de tradução automática de textos que utiliza inteligência artificial (IA) considerado o melhor do mundo, está embarcando no Brasil com a versão paga da ferramenta, dedicada a empresas, anuncia nesta segunda-feira, 13, a companhia ao Estadão. O site continua gratuito para usuários do País, que podem realizar traduções de até 5 mil caracteres em mais de 30 línguas, incluindo o português brasileiro.

Para as empresas, o DeepL oferece funcionalidades adicionais, como traduções ilimitadas, personalização da tradução (mais ou menos formal, por exemplo), configuração de glossários próprios para ajustes, gestão de usuários, integração automática com softwares e uma API que pode ser levada para aplicativos e sites. Segundo a companhia, as traduções são excluídas dos servidores da empresa após concluídas, seguindo as melhores práticas de privacidade.

Ao todo, são três planos do DeepL Pro, como é chamada a versão paga: “starter”, “advanced” e “ultimate”. Os preços no Brasil não foram revelados, mas a empresa afirma ao Estadão que, neste início, os planos devem ser cobrados em dólares, sem conversão para o real. No mercado americano, os valores saem de US$ 8,75 e podem chegar a até US$ 58 mensais, a depender do modelo escolhido pelo cliente.

Fundado em 2017 na cidade de Colônia, no oeste da Alemanha, o DeepL está presente em 63 países e totaliza 100 mil clientes corporativos, com foco especial no mercado da União Europeia, onde a diversidade linguística no território e a rede de negócios internacionais são mais propícios para a startup. Nos últimos meses, a companhia embarcou no México, Coreia do Sul e Japão. Na América do Sul, o Brasil segue uma expansão que acompanha outros países da América do Sul e Central, como Argentina, Chile, Colômbia e Costa Rica.

“O Brasil é o próximo grande passo para nós”, afirma o fundador e presidente executivo do DeepL, Jarek Kutylowski, em entrevista ao Estadão por videoconferência. O CEO conta que a decisão de vir para o País aconteceu após a startup notar um aumento do uso do serviço por brasileiros, que vêm realizando traduções do português para o inglês e vice-versa.

Jarek Kutylowski é o fundador e CEO do DeepL, startup alemã de tradução automática de textos Foto: Maurice Kohl

Agora, ao embarcar no Brasil, startup alemã busca convencer as companhias brasileiras com negócios internacionais a aderir à ferramenta, aumentando produtividade e reduzindo custos com a ferramenta de tradução automática. Na prática, o serviço pode ser útil para escrever e-mails corporativos, traduzir relatórios em língua estrangeira ou até páginas inteiras da Web.

Nossa missão é garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais

Jarek Kutylowski, fundador e CEO do DeepL

“Sempre que uma empresa tem o potencial para fazer negócios, mas não consegue fazê-lo porque existe uma barreira linguística, ela não vai ter um bom desempenho no mercado. E é mais ou menos essa a missão do nosso produto: garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais”, afirma Kutylowski, polonês formado em ciência da computação e cuja carreira em tecnologia aconteceu na Alemanha – antes do DeepL, o executivo foi chefe de tecnologia da startup Linguee, dicionário bilíngue online.

O DeepL quer ir com calma no Brasil, afirma o CEO. Neste momento, não há planos para ter representação física no País, e uma equipe de vendas dedicada à região ficará alocada no escritório da empresa nos Estados Unidos. Campanhas de marketing devem ser realizadas para chegar a mais clientes. “Normalmente, conseguimos identificar muito bem esses potenciais clientes quando analisamos a aceitação do uso gratuito do serviço em determinada empresa”, diz Kutylowski.

Como funciona a tecnologia do DeepL

Para muitos usuários, o DeepL é considerado o melhor tradutor automático do mundo, graças à tecnologia de aprendizado de máquina e de redes neurais (formas de inteligência artificial) com trabalho humano de refinamento.

O DeepL utiliza dicionários oficiais da União Europeia, bem como outros conjuntos de dados não especificados, para montar os glossários de boas traduções em que se baseia. A partir daí, a startup aponta para a IA o que é uma boa tradução ou não, ensinando-a a descartar termos imprecisos, por exemplo. Ou seja, a empresa alemã, cientistas de dados, que criam as redes neurais, e linguistas, que refinam a tradução, trabalham lado a lado.

Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL

Jarek Kutylowski, CEO do DeepL

O resultado desse esforço é uma inteligência artificial que consegue ler o texto, entender o contexto e realizar uma tradução do zero a partir de sentenças, e não palavra por palavra, explica Kutylowski. “É possível atingir esses níveis não só de exatidão quando se trata de dizer uma mesma coisa, mas também de fluência da língua e de como se lê bem na língua, de como soa como se um falante nativo tivesse escrito aquilo”, afirma.

Esse trabalho do DeepL é, de certa forma, similar ao que faz a tecnologia de inteligência artificial generativa, tecnologia do ChatGPT, capaz de criar textos, imagens e sons a partir de comandos humanos. “Esses modelos são ligeiramente diferentes, porque IA generativa é uma tarefa diferente. Nós ajustamos nossos modelos para ser especificamente bons em tradução, e não para cumprir outras tarefas”, diz o CEO. “Nossa IA compreende o texto e depois escreve-o de novo. De certa forma, é como a IA generativa.”

Isso significa que o DeepL está batendo de frente com empresas gigantes trilionárias dos Estados Unidos. Dois exemplos óbvios são o Google e, agora, a OpenAI e a Microsoft. O salto dado por essas companhias colocou o mercado numa verdadeira corrida pelo domínio da inteligência artificial, que pode enterrar ou catapultar nomes consolidados da área.

Para o CEO, essa concorrência acirrada não assusta a startup alemã. Em janeiro de 2023, quando o mercado de tecnologia se recuperava de uma ressaca pós-pandemia de covid-19, o DeepL tornou-se um “unicórnio” (status dado às poucas startups que ultrapassam a avaliação de mercado de US$ 1 bilhão) ao levantar 100 milhões de euros em rodada de investimentos. Segundo Kutylowski, o título bilionário torna mais fácil atrair clientes, bem como realizar contratações no mercado de tecnologia, que sofre com escassez de cérebros especializados em IA.

“Que há neste momento mais concorrência na IA do que em 2017, isso é fato. Mas eu também diria que enquanto empresa dispomos atualmente de muito mais recursos do que tínhamos antes”, acrescenta o presidente executivo da startup. “Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL.”

O DeepL, serviço de tradução automática de textos que utiliza inteligência artificial (IA) considerado o melhor do mundo, está embarcando no Brasil com a versão paga da ferramenta, dedicada a empresas, anuncia nesta segunda-feira, 13, a companhia ao Estadão. O site continua gratuito para usuários do País, que podem realizar traduções de até 5 mil caracteres em mais de 30 línguas, incluindo o português brasileiro.

Para as empresas, o DeepL oferece funcionalidades adicionais, como traduções ilimitadas, personalização da tradução (mais ou menos formal, por exemplo), configuração de glossários próprios para ajustes, gestão de usuários, integração automática com softwares e uma API que pode ser levada para aplicativos e sites. Segundo a companhia, as traduções são excluídas dos servidores da empresa após concluídas, seguindo as melhores práticas de privacidade.

Ao todo, são três planos do DeepL Pro, como é chamada a versão paga: “starter”, “advanced” e “ultimate”. Os preços no Brasil não foram revelados, mas a empresa afirma ao Estadão que, neste início, os planos devem ser cobrados em dólares, sem conversão para o real. No mercado americano, os valores saem de US$ 8,75 e podem chegar a até US$ 58 mensais, a depender do modelo escolhido pelo cliente.

Fundado em 2017 na cidade de Colônia, no oeste da Alemanha, o DeepL está presente em 63 países e totaliza 100 mil clientes corporativos, com foco especial no mercado da União Europeia, onde a diversidade linguística no território e a rede de negócios internacionais são mais propícios para a startup. Nos últimos meses, a companhia embarcou no México, Coreia do Sul e Japão. Na América do Sul, o Brasil segue uma expansão que acompanha outros países da América do Sul e Central, como Argentina, Chile, Colômbia e Costa Rica.

“O Brasil é o próximo grande passo para nós”, afirma o fundador e presidente executivo do DeepL, Jarek Kutylowski, em entrevista ao Estadão por videoconferência. O CEO conta que a decisão de vir para o País aconteceu após a startup notar um aumento do uso do serviço por brasileiros, que vêm realizando traduções do português para o inglês e vice-versa.

Jarek Kutylowski é o fundador e CEO do DeepL, startup alemã de tradução automática de textos Foto: Maurice Kohl

Agora, ao embarcar no Brasil, startup alemã busca convencer as companhias brasileiras com negócios internacionais a aderir à ferramenta, aumentando produtividade e reduzindo custos com a ferramenta de tradução automática. Na prática, o serviço pode ser útil para escrever e-mails corporativos, traduzir relatórios em língua estrangeira ou até páginas inteiras da Web.

Nossa missão é garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais

Jarek Kutylowski, fundador e CEO do DeepL

“Sempre que uma empresa tem o potencial para fazer negócios, mas não consegue fazê-lo porque existe uma barreira linguística, ela não vai ter um bom desempenho no mercado. E é mais ou menos essa a missão do nosso produto: garantir que a comunicação possa fluir e que as empresas possam se tornar mais globais”, afirma Kutylowski, polonês formado em ciência da computação e cuja carreira em tecnologia aconteceu na Alemanha – antes do DeepL, o executivo foi chefe de tecnologia da startup Linguee, dicionário bilíngue online.

O DeepL quer ir com calma no Brasil, afirma o CEO. Neste momento, não há planos para ter representação física no País, e uma equipe de vendas dedicada à região ficará alocada no escritório da empresa nos Estados Unidos. Campanhas de marketing devem ser realizadas para chegar a mais clientes. “Normalmente, conseguimos identificar muito bem esses potenciais clientes quando analisamos a aceitação do uso gratuito do serviço em determinada empresa”, diz Kutylowski.

Como funciona a tecnologia do DeepL

Para muitos usuários, o DeepL é considerado o melhor tradutor automático do mundo, graças à tecnologia de aprendizado de máquina e de redes neurais (formas de inteligência artificial) com trabalho humano de refinamento.

O DeepL utiliza dicionários oficiais da União Europeia, bem como outros conjuntos de dados não especificados, para montar os glossários de boas traduções em que se baseia. A partir daí, a startup aponta para a IA o que é uma boa tradução ou não, ensinando-a a descartar termos imprecisos, por exemplo. Ou seja, a empresa alemã, cientistas de dados, que criam as redes neurais, e linguistas, que refinam a tradução, trabalham lado a lado.

Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL

Jarek Kutylowski, CEO do DeepL

O resultado desse esforço é uma inteligência artificial que consegue ler o texto, entender o contexto e realizar uma tradução do zero a partir de sentenças, e não palavra por palavra, explica Kutylowski. “É possível atingir esses níveis não só de exatidão quando se trata de dizer uma mesma coisa, mas também de fluência da língua e de como se lê bem na língua, de como soa como se um falante nativo tivesse escrito aquilo”, afirma.

Esse trabalho do DeepL é, de certa forma, similar ao que faz a tecnologia de inteligência artificial generativa, tecnologia do ChatGPT, capaz de criar textos, imagens e sons a partir de comandos humanos. “Esses modelos são ligeiramente diferentes, porque IA generativa é uma tarefa diferente. Nós ajustamos nossos modelos para ser especificamente bons em tradução, e não para cumprir outras tarefas”, diz o CEO. “Nossa IA compreende o texto e depois escreve-o de novo. De certa forma, é como a IA generativa.”

Isso significa que o DeepL está batendo de frente com empresas gigantes trilionárias dos Estados Unidos. Dois exemplos óbvios são o Google e, agora, a OpenAI e a Microsoft. O salto dado por essas companhias colocou o mercado numa verdadeira corrida pelo domínio da inteligência artificial, que pode enterrar ou catapultar nomes consolidados da área.

Para o CEO, essa concorrência acirrada não assusta a startup alemã. Em janeiro de 2023, quando o mercado de tecnologia se recuperava de uma ressaca pós-pandemia de covid-19, o DeepL tornou-se um “unicórnio” (status dado às poucas startups que ultrapassam a avaliação de mercado de US$ 1 bilhão) ao levantar 100 milhões de euros em rodada de investimentos. Segundo Kutylowski, o título bilionário torna mais fácil atrair clientes, bem como realizar contratações no mercado de tecnologia, que sofre com escassez de cérebros especializados em IA.

“Que há neste momento mais concorrência na IA do que em 2017, isso é fato. Mas eu também diria que enquanto empresa dispomos atualmente de muito mais recursos do que tínhamos antes”, acrescenta o presidente executivo da startup. “Nós estamos competindo com essas gigantes desde o dia um do DeepL.”

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