Há um ano, o bilionário Elon Musk, então o homem mais rico do mundo, se ofereceu para comprar o Twitter por US$ 44 bilhões (ou US$ 54,20 por ação). Desde então, em um negócio que só foi concluído em outubro de 2022, o empresário fez muitas promessas e mudanças na rede social.
Verborrágico e usuário dedicado à rede social, o bilionário (também dono da Tesla e da SpaceX) defendeu a extinção dos perfis verificados “à moda antiga”, prometeu aumentar a receita da empresa por meio da assinatura do Twitter Blue e acabou com a moderação de conteúdo na plataforma.
Abaixo, veja as promessas de Musk para o Twitter, cumpridas ou não:
Expansão do Twitter Blue
Desde antes de assumir o comando do Twitter, em outubro de 2022, Elon Musk falava em aumentar a receita deficitária da empresa por diferentes formas, tornando-a menos dependente da publicidade. Em muitos casos, o empresário falava em expandir o Twitter Blue, serviço que já estava em implementação na plataforma desde 2021 com alguns poucos recursos.
O Twitter Blue tem sido o maior alvo de mudanças no Twitter. O plano criado por Musk concede um selo azul de verificação, pastas para organizar tuítes salvos, transformar um fio de tuítes em uma única leitura, principais notícias compartilhadas na rede e novos temas.
Durante o lançamento dos novos recursos, em novembro de 2022, Twitter Blue foi alvo de piadas de usuários que assinaram o serviço para ganhar o selo azul de verificação e se passar por empresas e celebridades.
No Brasil, a assinatura sai por R$ 42 ao mês, mas o preço pode ficar mais caro caso o usuário decida realizar a assinatura pelo iOS (sistema operacional do iPhone) ou Android.
Não há informações se a estratégia de crescimento de monetização rendeu frutos ao Twitter, mas desde a conclusão do negócio especialistas de mercado apontam para uma fuga de anunciantes do site.
Fim dos verificados
Crítico à verificação antiga de contas no Twitter, Musk interrompeu a concessão do selo de novos perfis em outubro de 2022. Desde 2009, esse ícone no topo de um perfil indica que aquela pessoa é autêntica (e não uma paródia) e é relevante no meio em que atua, motivo pelo qual políticos, artistas e páginas corporativas recebiam o selo.
Além disso, a ideia de Musk de acabar com todos os perfis verificados é de antes da sua gestão, ou seja, anteriores a outubro de 2022. Sem justificar, o bilionário diz que esses perfis são “os verdadeiros corruptos”.
O “apocalipse dos verificados” era para ter ocorrido em 1.º de abril, mas tudo permaneceu como antes. Agora, o prazo para o fim dos verificados é o próximo dia 20.
Autenticação de humanos
Assim que formalizou a proposta de comprar o Twitter, Elon Musk declarou que pretendia autenticar todos os humanos na plataforma. Similar ao que já fazem o Facebook e o Instagram, a ideia é impedir que contas falsas, anônimas, de paródia e robôs tenham acesso à ferramenta. Até o momento, o discurso não viu a prática.
Fim dos robôs
A autenticação de humanos traria outra consequência: o fim dos robôs no Twitter, que disseminam notícias falsas e outros conteúdos por meio de mensagens automatizadas. Também aqui, a rede social continua permitindo os bots - e alguns usuários relatam a impressão de aumento dessas atividades. Já Musk afirma que os bots diminuíram.
Algoritmo desvendado
Elon Musk sempre defendeu que o Twitter abrisse o código do algoritmo para todos. O objetivo seria trazer mais transaparência pública, apontando como funcionam as “engrenagens” da rede social. Essa vontade foi realizada em 31 de março, quando o bilionário tornou público o código-fonte do Twitter.
A abertura do algoritmo comprovou que Elon Musk alterou o algoritmo para aparecer na timeline de mais usuários. Como consequência dessa superexposição em perfis alheios, em 29 de março, o empresário superou o ex-presidente americano Barack Obama tornou a pessoa mais seguida da rede social, com mais de 133 milhões de seguidores.
Liberdade de expressão
Apesar de dizer que defende a liberdade de expressão irrestrita e sem moderação de conteúdo, Elon Musk derrubou a conta de jornalistas críticos ao empresário e removeu contas de veículos de imprensa, como a BBC, a pedido do governo da Índia.
Desde então, as decisões no Twitter se tornaram mais arbitrárias, já que a rede social não tem mais uma equipe de moderação — em alguns casos, a própria política interna da plataforma pode ser descumprida, como no episódio dos massacre a escolas no Brasil.
Conselho de moderação de conteúdo
Ao concluir a compra do Twitter, Elon Musk declarou que criaria um “conselho de moderação de conteúdo” para a rede social, com diversidade de opiniões. “Nenhuma decisão vai ser tomada antes que esse conselho seja convocado”, escreveu. Até hoje, porém, nada foi colocado em prática.
A iniciativa é similar ao Comitê de Supervisão, órgão criado pela Meta para analisar casos de moderação de conteúdo. Como num tribunal, usuários podem pedir análise, caso considerem que as decisões tomadas pelos algoritmos e revisores humanos do Facebook e Instagram tenham sido injustos.
Demissões
Pouco antes de concluir a compra do Twitter, Elon Musk afirmou a investidores interessados em entrar no negócio que pretendia realizar demissões em massa na empresa, chegando a 75% do corpo de funcionários.
Uma semana depois da aquisição, o empresário deu início ao seu plano e reduziu equipes em diversas partes da empresa, dispensando inclusive funcionários do alto escalão. Segundo a imprensa americana, a companhia saiu de 8 mil funcionários para 1 mil atualmente.