Em 2000, Elon Musk se tornou CEO após a fusão de sua empresa X.com com a Confinity, a companhia financiada por Peter Thiel que possuía o programa PayPal, que já era um serviço de transferência de dinheiro mais popular que o de Musk.
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Depois de Thiel renunciar devido a um conflito sobre a decisão de Musk de migrar o sistema PayPal para a plataforma da Microsoft em vez do software baseado em Unix, Musk queria ampliar as ambições da empresa, tornando a letra X mais proeminente em sua identidade visual e, eventualmente, eliminando completamente o nome PayPal, de acordo com Max Chafkin, autor do livro de 2021 “O Contrário: Peter Thiel e a Busca de Poder do Vale do Silício” (em tradução livre).
No entanto, um problema se apresentou claramente para alguns clientes: X.com soava como se fosse um site adulto. “X havia realizado uma série de grupos focais que mostravam que os clientes não gostavam do nome da marca, pois o associavam à pornografia”, escreveu Chafkin.
Walter Isaacson também ecoou isso em trechos compartilhados de sua próxima biografia sobre Musk, que será lançada em setembro. “O PayPal havia se tornado um nome de marca confiável, como um bom amigo que o ajuda a receber pagamentos”, escreveu Isaacson. “Grupos focais mostraram que o nome X.com, pelo contrário, trazia à mente visões de um site obscuro sobre o qual você não falaria.”
A visão de Musk não durou muito. Thiel e Max Levchin, co-fundador do PayPal, organizaram um golpe contra Musk enquanto ele estava de férias pela primeira vez em anos. O conselho demitiu Musk como CEO e o substituiu por Thiel em setembro de 2000, de acordo com o livro de 2015 de Ashlee Vance, “Elon Musk: Tesla, SpaceX e a Busca por um Futuro Fantástico”. Thiel renomeou formalmente a empresa combinada como PayPal em 2001.
Recentemente, Musk está novamente envolvido em uma situação semelhante, agora com o Twitter, ao renomear a influente plataforma de mídia social como X. Críticos e especialistas em marketing estão observando que essa mudança foi uma aposta desnecessária em um futuro incerto para uma plataforma que já possuía amplo reconhecimento de marca com seu logo do pássaro azul. Críticos no Twitter brincaram que o logo do X, que Musk promete transformar em um “aplicativo para tudo”, é indistinguível dos logos de diversos sites pornôs.
No entanto, Musk nunca desistiu de seu amor pela X.com. Em 2017, ele agradeceu ao PayPal por permitir que ele comprasse de volta o domínio que algumas pessoas confundiam com conteúdo adulto e que foi parcialmente responsável por sua saída da empresa. “Sem planos no momento”, disse ele na época, “mas isso tem grande valor sentimental para mim”./WP