Em audiência, Mark Zuckerberg enfrentou 'fúria' da Câmara dos EUA


Executivo, que saiu vitorioso da audiência realizada ontem no Senado, teve que 'suar a camisa' para conseguir responder aos questionamentos dos deputados

Por Bruno Capelas e Claudia Tozzeto
Zuckerberg durante audiência na Câmara dos EUA Foto: AFP

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve de enfrentar a fúria dos deputados americanos na audiência realizada nesta quarta-feira, 11, com o Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Estados Unidos. A maratona intensa de perguntas, que demorou cerca de cinco horas, se provou mais tensa do que a primeira sessão do executivo com o Senado, realizada ontem. Em vez do tom condescendente dos senadores, os deputados não hesitaram em fazer perguntas difíceis ao executivo, apontar responsabilidades e, por muitas vezes, interromper suas respostas quando não estavam satisfeitos.

Zuckerberg sentiu a pressão. Apesar de o executivo ter chegado à audiência da Câmara mais relaxado do que no Senado, quando os deputados começaram a disparar perguntas, o executivo muitas vezes hesitou em respondê-las, informou não estar bem informado sobre alguns assuntos e até mesmo mostrou irritação, quando foi demandado para restringir suas respostas em sim ou não. Por muitas vezes, ele ficou com o rosto vermelho e gaguejou, embora não tenha se exaltado com os deputados em nenhum momento durante a longa audiência.

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Os ataques começaram logo na abertura da audiência. O deputado republicano Greg Walden citou um dos principais valores do Facebook, o "Move fast and break things" (Se mova rápido e quebre coisas), como um dos fatores que levaram a empresa a chegar às diversas polêmicas em que está envolvida, como o escândalo do uso ilícito de dados pela Cambridge Analytica, a disseminação de notícias falsas e as tentativas de influência de russos nas eleições. "O Facebook não é maduro", disse Walden. "A empresa cresceu rápido demais e quebrou muitas coisas. A quebra de confiança com os usuários deve ter consequências."

O deputado democrata Frank Pallone, um dos que mais pressionaram Zuckerberg pela sua presença na audiência, fez uma crítica à casa legislativa, em que disse que geralmente nada acontece após executivos de empresas serem convocados para audiências. Ele também ameaçou Zuckerberg com regulação. "O Facebook pode ser uma arma para o mal", afirmou Pallone, que se autoclassificou como um pessimista. "Precisamos achar uma forma de fazer as empresas agirem corretamente mesmo que a imprensa não descubra (nenhum escândalo). Se nada acontecer após essa audiência, nós não conquistamos nada."

O debate em torno do uso ilícito de dados de 87 milhões de usuários pela Cambridge Analytica, numa tentativa de manipular as eleições de 2016 que elegeram Donald Trumo como presidente, foi o principal mote da audiência, embora os deputados também tenham abordado a influência de russos nas eleições, a distribuição de notícias falsas na rede social, censura e até mesmo a venda ilegal de opioides na plataforma. "Os danos à democracia causados pelo Facebook são incalculáveis", afirmou de forma contundente a deputada democrata Anna Eshoo.

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Anna perguntou a Zuckerberg se ele sente a responsabilidade moral de criar uma plataforma que defenda a democracia. O presidente executivo do Facebook respondeu apenas que sim. A deputada também questionou Zuckerberg sobre se ele estaria disposto a mudar o modelo de negócios do Facebook para proteger a privacidade dos usuários. "Eu não sei o que isso significa", afirmou o executivo, poucos segundos antes de a deputada ser interrompida pelo fim do seu tempo de questionamento.

Nesse momento da audiência, a única informação nova sobre o escândalo da Cambridge Analytica surgiu, quando Anna perguntou a Zuckerberg se os dados pessoais dele foram coletados pelo pesquisador Aleksandr Kogan, que desenvolveu o quiz This is your digital life -- Kogan vendeu os dados para a empresa de inteligência britânica e também para outras empresas. Zuckerberg respondeu que sim. É a primeira vez que o executivo admite que seus próprios dados pessoais foram expostos por meio das interfaces de programação de aplicativo (APIs) da rede social.

O executivo também foi acusado pelo deputado democrata Ben Lujan de não ter tomado ação em relação à coleta de dados públicos de quase todos os 2,13 bilhões de usuários da rede social por meio da ferramenta de busca, que permite achar usuários com base no e-mail ou número de celular. A rede social revelou que tem indícios de abusos no uso desse recurso na semana passada. "O Facebook sabia disso em 2013 e 2015, mas não desligaram o recurso até quarta-feira da semana passada", disse Lujan. 

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Lujan também levantou outro ponto alto do debate: a existência de perfis fantasmas na rede social, que combinam as informações coletadas pelo Facebook por meio de cookies – recurso disponível na maior parte dos navegadores capazes de reter dados e preferências dos usuários – e plug-ins da rede social distribuídos em sites pela internet. Zuckerberg afirmou que "não estava familiarizado com isso". Mesmo assim, o deputado aproveitou a oportunidade para criticar o presidente executivo do Facebook por coletar dados de pessoas que nem ao menos são cadastradas no serviço.

A deputada democrata Jan Schakowsky leu uma série de pedidos de desculpas feitos por Zuckerberg nos últimos anos. "Me parece, por esse histórico, que a autorregulação feita pelo Facebook simplesmente não funciona para proteger os dados dos americanos." Ela perguntou ainda ao executivo por quanto tempo vamos ter que esperar para a investigação profunda do caso Cambridge Analytica. "Muitos meses", disse o executivo. "Anos?", perguntou Jan. "Espero que não", completou Zuckerberg.

A deputada também protagonizou um dos momentos de maior pressão sobre Zuckerberg. Ela questionou quais são as outras empresas para as quais Kogan vendeu os dados. "Vamos falar depois?", desviou o executivo. Ela voltou a perguntar: "Qual é o número?". Zuckerberg respondeu que não é um número grande de empresas. Ela rebateu: "O que é um número grande?". "Foi um punhado de empresas", fugiu Zuckerberg. Jan ainda perguntou se todos os dados pessoais dos 87 milhões de usuários foram excluídos. "Precisamos continuar as investigações para responder isso com confiança", disse Zuckerberg.

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Mercado. A audiência teve seus principais momentos em sua primeira parte. Depois do primeiro intervalo, as perguntas perderam força – os deputados democratas repetiram suas perguntas, enquanto os republicanos focaram em questões como a crise de overdose de opióides e a "censura" do Facebook com blogueiros e ativistas conservadores nos EUA. 

O mercado de ações seguiu o clima da audiência. Durante os momentos tensos, as ações chegaram a apresentar queda, mas depois se recuperaram rapidamente. As ações do Facebook fecharam o pregão cotadas a US$ 166,32, em alta de 0,78% – na terça, após a sabatina leve no Senado, as ações do Facebook fecharam com alta de 4,5%, a maior nos últimos dois anos. A empresa está avaliada nesta quarta-feira, 11, em US$ 483,16 bilhões.

Zuckerberg durante audiência na Câmara dos EUA Foto: AFP

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve de enfrentar a fúria dos deputados americanos na audiência realizada nesta quarta-feira, 11, com o Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Estados Unidos. A maratona intensa de perguntas, que demorou cerca de cinco horas, se provou mais tensa do que a primeira sessão do executivo com o Senado, realizada ontem. Em vez do tom condescendente dos senadores, os deputados não hesitaram em fazer perguntas difíceis ao executivo, apontar responsabilidades e, por muitas vezes, interromper suas respostas quando não estavam satisfeitos.

Zuckerberg sentiu a pressão. Apesar de o executivo ter chegado à audiência da Câmara mais relaxado do que no Senado, quando os deputados começaram a disparar perguntas, o executivo muitas vezes hesitou em respondê-las, informou não estar bem informado sobre alguns assuntos e até mesmo mostrou irritação, quando foi demandado para restringir suas respostas em sim ou não. Por muitas vezes, ele ficou com o rosto vermelho e gaguejou, embora não tenha se exaltado com os deputados em nenhum momento durante a longa audiência.

Os ataques começaram logo na abertura da audiência. O deputado republicano Greg Walden citou um dos principais valores do Facebook, o "Move fast and break things" (Se mova rápido e quebre coisas), como um dos fatores que levaram a empresa a chegar às diversas polêmicas em que está envolvida, como o escândalo do uso ilícito de dados pela Cambridge Analytica, a disseminação de notícias falsas e as tentativas de influência de russos nas eleições. "O Facebook não é maduro", disse Walden. "A empresa cresceu rápido demais e quebrou muitas coisas. A quebra de confiança com os usuários deve ter consequências."

O deputado democrata Frank Pallone, um dos que mais pressionaram Zuckerberg pela sua presença na audiência, fez uma crítica à casa legislativa, em que disse que geralmente nada acontece após executivos de empresas serem convocados para audiências. Ele também ameaçou Zuckerberg com regulação. "O Facebook pode ser uma arma para o mal", afirmou Pallone, que se autoclassificou como um pessimista. "Precisamos achar uma forma de fazer as empresas agirem corretamente mesmo que a imprensa não descubra (nenhum escândalo). Se nada acontecer após essa audiência, nós não conquistamos nada."

O debate em torno do uso ilícito de dados de 87 milhões de usuários pela Cambridge Analytica, numa tentativa de manipular as eleições de 2016 que elegeram Donald Trumo como presidente, foi o principal mote da audiência, embora os deputados também tenham abordado a influência de russos nas eleições, a distribuição de notícias falsas na rede social, censura e até mesmo a venda ilegal de opioides na plataforma. "Os danos à democracia causados pelo Facebook são incalculáveis", afirmou de forma contundente a deputada democrata Anna Eshoo.

Anna perguntou a Zuckerberg se ele sente a responsabilidade moral de criar uma plataforma que defenda a democracia. O presidente executivo do Facebook respondeu apenas que sim. A deputada também questionou Zuckerberg sobre se ele estaria disposto a mudar o modelo de negócios do Facebook para proteger a privacidade dos usuários. "Eu não sei o que isso significa", afirmou o executivo, poucos segundos antes de a deputada ser interrompida pelo fim do seu tempo de questionamento.

Nesse momento da audiência, a única informação nova sobre o escândalo da Cambridge Analytica surgiu, quando Anna perguntou a Zuckerberg se os dados pessoais dele foram coletados pelo pesquisador Aleksandr Kogan, que desenvolveu o quiz This is your digital life -- Kogan vendeu os dados para a empresa de inteligência britânica e também para outras empresas. Zuckerberg respondeu que sim. É a primeira vez que o executivo admite que seus próprios dados pessoais foram expostos por meio das interfaces de programação de aplicativo (APIs) da rede social.

O executivo também foi acusado pelo deputado democrata Ben Lujan de não ter tomado ação em relação à coleta de dados públicos de quase todos os 2,13 bilhões de usuários da rede social por meio da ferramenta de busca, que permite achar usuários com base no e-mail ou número de celular. A rede social revelou que tem indícios de abusos no uso desse recurso na semana passada. "O Facebook sabia disso em 2013 e 2015, mas não desligaram o recurso até quarta-feira da semana passada", disse Lujan. 

Lujan também levantou outro ponto alto do debate: a existência de perfis fantasmas na rede social, que combinam as informações coletadas pelo Facebook por meio de cookies – recurso disponível na maior parte dos navegadores capazes de reter dados e preferências dos usuários – e plug-ins da rede social distribuídos em sites pela internet. Zuckerberg afirmou que "não estava familiarizado com isso". Mesmo assim, o deputado aproveitou a oportunidade para criticar o presidente executivo do Facebook por coletar dados de pessoas que nem ao menos são cadastradas no serviço.

A deputada democrata Jan Schakowsky leu uma série de pedidos de desculpas feitos por Zuckerberg nos últimos anos. "Me parece, por esse histórico, que a autorregulação feita pelo Facebook simplesmente não funciona para proteger os dados dos americanos." Ela perguntou ainda ao executivo por quanto tempo vamos ter que esperar para a investigação profunda do caso Cambridge Analytica. "Muitos meses", disse o executivo. "Anos?", perguntou Jan. "Espero que não", completou Zuckerberg.

A deputada também protagonizou um dos momentos de maior pressão sobre Zuckerberg. Ela questionou quais são as outras empresas para as quais Kogan vendeu os dados. "Vamos falar depois?", desviou o executivo. Ela voltou a perguntar: "Qual é o número?". Zuckerberg respondeu que não é um número grande de empresas. Ela rebateu: "O que é um número grande?". "Foi um punhado de empresas", fugiu Zuckerberg. Jan ainda perguntou se todos os dados pessoais dos 87 milhões de usuários foram excluídos. "Precisamos continuar as investigações para responder isso com confiança", disse Zuckerberg.

Mercado. A audiência teve seus principais momentos em sua primeira parte. Depois do primeiro intervalo, as perguntas perderam força – os deputados democratas repetiram suas perguntas, enquanto os republicanos focaram em questões como a crise de overdose de opióides e a "censura" do Facebook com blogueiros e ativistas conservadores nos EUA. 

O mercado de ações seguiu o clima da audiência. Durante os momentos tensos, as ações chegaram a apresentar queda, mas depois se recuperaram rapidamente. As ações do Facebook fecharam o pregão cotadas a US$ 166,32, em alta de 0,78% – na terça, após a sabatina leve no Senado, as ações do Facebook fecharam com alta de 4,5%, a maior nos últimos dois anos. A empresa está avaliada nesta quarta-feira, 11, em US$ 483,16 bilhões.

Zuckerberg durante audiência na Câmara dos EUA Foto: AFP

O presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve de enfrentar a fúria dos deputados americanos na audiência realizada nesta quarta-feira, 11, com o Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Estados Unidos. A maratona intensa de perguntas, que demorou cerca de cinco horas, se provou mais tensa do que a primeira sessão do executivo com o Senado, realizada ontem. Em vez do tom condescendente dos senadores, os deputados não hesitaram em fazer perguntas difíceis ao executivo, apontar responsabilidades e, por muitas vezes, interromper suas respostas quando não estavam satisfeitos.

Zuckerberg sentiu a pressão. Apesar de o executivo ter chegado à audiência da Câmara mais relaxado do que no Senado, quando os deputados começaram a disparar perguntas, o executivo muitas vezes hesitou em respondê-las, informou não estar bem informado sobre alguns assuntos e até mesmo mostrou irritação, quando foi demandado para restringir suas respostas em sim ou não. Por muitas vezes, ele ficou com o rosto vermelho e gaguejou, embora não tenha se exaltado com os deputados em nenhum momento durante a longa audiência.

Os ataques começaram logo na abertura da audiência. O deputado republicano Greg Walden citou um dos principais valores do Facebook, o "Move fast and break things" (Se mova rápido e quebre coisas), como um dos fatores que levaram a empresa a chegar às diversas polêmicas em que está envolvida, como o escândalo do uso ilícito de dados pela Cambridge Analytica, a disseminação de notícias falsas e as tentativas de influência de russos nas eleições. "O Facebook não é maduro", disse Walden. "A empresa cresceu rápido demais e quebrou muitas coisas. A quebra de confiança com os usuários deve ter consequências."

O deputado democrata Frank Pallone, um dos que mais pressionaram Zuckerberg pela sua presença na audiência, fez uma crítica à casa legislativa, em que disse que geralmente nada acontece após executivos de empresas serem convocados para audiências. Ele também ameaçou Zuckerberg com regulação. "O Facebook pode ser uma arma para o mal", afirmou Pallone, que se autoclassificou como um pessimista. "Precisamos achar uma forma de fazer as empresas agirem corretamente mesmo que a imprensa não descubra (nenhum escândalo). Se nada acontecer após essa audiência, nós não conquistamos nada."

O debate em torno do uso ilícito de dados de 87 milhões de usuários pela Cambridge Analytica, numa tentativa de manipular as eleições de 2016 que elegeram Donald Trumo como presidente, foi o principal mote da audiência, embora os deputados também tenham abordado a influência de russos nas eleições, a distribuição de notícias falsas na rede social, censura e até mesmo a venda ilegal de opioides na plataforma. "Os danos à democracia causados pelo Facebook são incalculáveis", afirmou de forma contundente a deputada democrata Anna Eshoo.

Anna perguntou a Zuckerberg se ele sente a responsabilidade moral de criar uma plataforma que defenda a democracia. O presidente executivo do Facebook respondeu apenas que sim. A deputada também questionou Zuckerberg sobre se ele estaria disposto a mudar o modelo de negócios do Facebook para proteger a privacidade dos usuários. "Eu não sei o que isso significa", afirmou o executivo, poucos segundos antes de a deputada ser interrompida pelo fim do seu tempo de questionamento.

Nesse momento da audiência, a única informação nova sobre o escândalo da Cambridge Analytica surgiu, quando Anna perguntou a Zuckerberg se os dados pessoais dele foram coletados pelo pesquisador Aleksandr Kogan, que desenvolveu o quiz This is your digital life -- Kogan vendeu os dados para a empresa de inteligência britânica e também para outras empresas. Zuckerberg respondeu que sim. É a primeira vez que o executivo admite que seus próprios dados pessoais foram expostos por meio das interfaces de programação de aplicativo (APIs) da rede social.

O executivo também foi acusado pelo deputado democrata Ben Lujan de não ter tomado ação em relação à coleta de dados públicos de quase todos os 2,13 bilhões de usuários da rede social por meio da ferramenta de busca, que permite achar usuários com base no e-mail ou número de celular. A rede social revelou que tem indícios de abusos no uso desse recurso na semana passada. "O Facebook sabia disso em 2013 e 2015, mas não desligaram o recurso até quarta-feira da semana passada", disse Lujan. 

Lujan também levantou outro ponto alto do debate: a existência de perfis fantasmas na rede social, que combinam as informações coletadas pelo Facebook por meio de cookies – recurso disponível na maior parte dos navegadores capazes de reter dados e preferências dos usuários – e plug-ins da rede social distribuídos em sites pela internet. Zuckerberg afirmou que "não estava familiarizado com isso". Mesmo assim, o deputado aproveitou a oportunidade para criticar o presidente executivo do Facebook por coletar dados de pessoas que nem ao menos são cadastradas no serviço.

A deputada democrata Jan Schakowsky leu uma série de pedidos de desculpas feitos por Zuckerberg nos últimos anos. "Me parece, por esse histórico, que a autorregulação feita pelo Facebook simplesmente não funciona para proteger os dados dos americanos." Ela perguntou ainda ao executivo por quanto tempo vamos ter que esperar para a investigação profunda do caso Cambridge Analytica. "Muitos meses", disse o executivo. "Anos?", perguntou Jan. "Espero que não", completou Zuckerberg.

A deputada também protagonizou um dos momentos de maior pressão sobre Zuckerberg. Ela questionou quais são as outras empresas para as quais Kogan vendeu os dados. "Vamos falar depois?", desviou o executivo. Ela voltou a perguntar: "Qual é o número?". Zuckerberg respondeu que não é um número grande de empresas. Ela rebateu: "O que é um número grande?". "Foi um punhado de empresas", fugiu Zuckerberg. Jan ainda perguntou se todos os dados pessoais dos 87 milhões de usuários foram excluídos. "Precisamos continuar as investigações para responder isso com confiança", disse Zuckerberg.

Mercado. A audiência teve seus principais momentos em sua primeira parte. Depois do primeiro intervalo, as perguntas perderam força – os deputados democratas repetiram suas perguntas, enquanto os republicanos focaram em questões como a crise de overdose de opióides e a "censura" do Facebook com blogueiros e ativistas conservadores nos EUA. 

O mercado de ações seguiu o clima da audiência. Durante os momentos tensos, as ações chegaram a apresentar queda, mas depois se recuperaram rapidamente. As ações do Facebook fecharam o pregão cotadas a US$ 166,32, em alta de 0,78% – na terça, após a sabatina leve no Senado, as ações do Facebook fecharam com alta de 4,5%, a maior nos últimos dois anos. A empresa está avaliada nesta quarta-feira, 11, em US$ 483,16 bilhões.

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