Gigantes de tecnologia perderam US$ 4,5 trilhões em valor de mercado em 2022; entenda


Empresas como Apple, Amazon, Google e Meta tiveram quedas significativas no valor das ações, mas economistas indicam que lucros devem aumentar em 2023

Por Lucas Agrela

As gigantes da tecnologia perderam US$ 4,5 trilhões em valor de mercado em 2022. Os maiores impactos foram nas ações da Apple, Amazon, Alphabet (dona do Google) e Meta. Só a Apple, até janeiro deste ano, perdeu mais de US$ 1 trilhão. A Amazon perdeu metade do seu valor de mercado no ano passado, chegando ao fim de dezembro a US$ 857 bilhões. Já a Alphabet terminou o ano valendo US$ 787 bilhões a menos do que no início de janeiro de 2022, chegando a US$ 1,15 trilhão.

Em termos percentuais, a Meta, dona do Facebook, teve a maior queda do ano. A empresa liderada por Mark Zuckerberg, que apostou todas as fichas no sucesso do metaverso, perdeu 60% do valor de mercado em 2022, fechando o ano a US$ 320 bilhões. Com isso, a companhia de Mark Zuckerberg ficou menor do que a chinesa Tencent, dona da Epic Games, que tinha valor de mercado de US$ 405 bilhões ao fim do ano passado.

Refletidas no valor das ações, as perspectivas desafiadoras para os negócios de tecnologia levaram à maior onda de demissões da história do setor, em nível global. Foram mais de 50 mil demissões entre as grandes companhias de tecnologia. Os maiores cortes foram na Meta e na Amazon. Somadas, as demissões chegaram a cerca de 40 mil no mundo. Até a Apple, a empresa mais valiosa do mundo, demitiu. A fabricante do iPhone mandou embora 100 recrutadores como parte do plano de redução de contratações.

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O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, durante apresentação que simulou sua proposta do que deve ser o metaverso, em outubro de 2021 - Foto: reprodução

O que explica o tombo?

Segundo analistas ouvidos pelo Estadão, o ano de 2022 teve a maior queda da bolsa americana desde 2008 e marcou o impacto tardio da pandemia nas ações de empresas de tecnologia. Ao mesmo tempo, empresas com valores de mercado mais adequados à realidade dos seus lucros se destacaram, mesmo no caso de negócios de consumo cíclico, como Coca-Cola e Nike. Ou seja, o ano foi marcado por uma volta da chamada “velha economia”.

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“O mercado começou a perceber que o preço não pode ser apenas vinculado à qualidade dos negócios, mas também à expectativa dos negócios”, afirma Guilherme Novello, sócio e analista sênior de tecnologia da WHG. “No caso da Amazon, o carro-chefe de crescimento é a área de nuvem, AWS, que desacelerou bastante, o que pesou contra o múltiplo. A Microsoft, que tem o Azure, passou pela mesma coisa e teve seu guidance revisado para baixo.”

Rafael Nobre, analista internacional da XP, afirma que a queda da bolsa americana, e das empresas de tecnologia, é resultado de uma combinação de acontecimentos.

“Em 2022, houve uma forte correção da bolsa americana, que negociava a 21x lucro ou mais. O Federal Reserve buscou controlar a inflação com a taxa de juros mais alta e isso derrubou a bolsa. Os investidores ponderaram o impacto dessas altas cada vez mais contracionistas na economia, e as empresas de tecnologia sofreram mais porque grande parte delas são empresas de crescimento, com expectativas de lucros futuros”, diz Nobre.

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Após o período de cortes de funcionários e ajustes de expectativas de investidores, analistas estimam que as gigantes da tecnologia estão posicionadas para aumentar os lucros em 2023.

“O objetivo das empresas é aumentar o lucro depois das demissões de 2022. Os cortes são símbolos de redução de movimentos excessivos que foram feitos durante o auge da pandemia. Agora, as empresas buscam maior eficiência. Ao mesmo tempo, vale lembrar que os demitidos de 2008 fundaram empresas como Airbnb e Uber”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue.

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Demissões x Contratações

Grandes empresas de tecnologia geraram barulho as demissões em massa, mas, nos últimos anos, elas passaram a aumentar com velocidade os quadros de funcionários.

Um levantamento feito pela WHG mostra que a Meta contratou mais de 42 mil pessoas entre o fim de 2019 e o terceiro trimestre de 2022, o que representa uma alta de 94% no efetivo. Já a Amazon adicionou 746 mil colaboradores no mesmo período, crescimento de 93% no número de funcionários. A Alphabet também cresceu 57% nesse indicador, com 67,8 mil contratações. A Microsoft adicionou 58 mil novas pessoas ao seu quadro de funcionários no período, enquanto a Apple foi a mais conservadora entre as big techs, tendo contratado 27 mil colaboradores, alta de 20% no número total.

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As gigantes da tecnologia perderam US$ 4,5 trilhões em valor de mercado em 2022. Os maiores impactos foram nas ações da Apple, Amazon, Alphabet (dona do Google) e Meta. Só a Apple, até janeiro deste ano, perdeu mais de US$ 1 trilhão. A Amazon perdeu metade do seu valor de mercado no ano passado, chegando ao fim de dezembro a US$ 857 bilhões. Já a Alphabet terminou o ano valendo US$ 787 bilhões a menos do que no início de janeiro de 2022, chegando a US$ 1,15 trilhão.

Em termos percentuais, a Meta, dona do Facebook, teve a maior queda do ano. A empresa liderada por Mark Zuckerberg, que apostou todas as fichas no sucesso do metaverso, perdeu 60% do valor de mercado em 2022, fechando o ano a US$ 320 bilhões. Com isso, a companhia de Mark Zuckerberg ficou menor do que a chinesa Tencent, dona da Epic Games, que tinha valor de mercado de US$ 405 bilhões ao fim do ano passado.

Refletidas no valor das ações, as perspectivas desafiadoras para os negócios de tecnologia levaram à maior onda de demissões da história do setor, em nível global. Foram mais de 50 mil demissões entre as grandes companhias de tecnologia. Os maiores cortes foram na Meta e na Amazon. Somadas, as demissões chegaram a cerca de 40 mil no mundo. Até a Apple, a empresa mais valiosa do mundo, demitiu. A fabricante do iPhone mandou embora 100 recrutadores como parte do plano de redução de contratações.

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, durante apresentação que simulou sua proposta do que deve ser o metaverso, em outubro de 2021 - Foto: reprodução

O que explica o tombo?

Segundo analistas ouvidos pelo Estadão, o ano de 2022 teve a maior queda da bolsa americana desde 2008 e marcou o impacto tardio da pandemia nas ações de empresas de tecnologia. Ao mesmo tempo, empresas com valores de mercado mais adequados à realidade dos seus lucros se destacaram, mesmo no caso de negócios de consumo cíclico, como Coca-Cola e Nike. Ou seja, o ano foi marcado por uma volta da chamada “velha economia”.

“O mercado começou a perceber que o preço não pode ser apenas vinculado à qualidade dos negócios, mas também à expectativa dos negócios”, afirma Guilherme Novello, sócio e analista sênior de tecnologia da WHG. “No caso da Amazon, o carro-chefe de crescimento é a área de nuvem, AWS, que desacelerou bastante, o que pesou contra o múltiplo. A Microsoft, que tem o Azure, passou pela mesma coisa e teve seu guidance revisado para baixo.”

Rafael Nobre, analista internacional da XP, afirma que a queda da bolsa americana, e das empresas de tecnologia, é resultado de uma combinação de acontecimentos.

“Em 2022, houve uma forte correção da bolsa americana, que negociava a 21x lucro ou mais. O Federal Reserve buscou controlar a inflação com a taxa de juros mais alta e isso derrubou a bolsa. Os investidores ponderaram o impacto dessas altas cada vez mais contracionistas na economia, e as empresas de tecnologia sofreram mais porque grande parte delas são empresas de crescimento, com expectativas de lucros futuros”, diz Nobre.

Após o período de cortes de funcionários e ajustes de expectativas de investidores, analistas estimam que as gigantes da tecnologia estão posicionadas para aumentar os lucros em 2023.

“O objetivo das empresas é aumentar o lucro depois das demissões de 2022. Os cortes são símbolos de redução de movimentos excessivos que foram feitos durante o auge da pandemia. Agora, as empresas buscam maior eficiência. Ao mesmo tempo, vale lembrar que os demitidos de 2008 fundaram empresas como Airbnb e Uber”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue.

Demissões x Contratações

Grandes empresas de tecnologia geraram barulho as demissões em massa, mas, nos últimos anos, elas passaram a aumentar com velocidade os quadros de funcionários.

Um levantamento feito pela WHG mostra que a Meta contratou mais de 42 mil pessoas entre o fim de 2019 e o terceiro trimestre de 2022, o que representa uma alta de 94% no efetivo. Já a Amazon adicionou 746 mil colaboradores no mesmo período, crescimento de 93% no número de funcionários. A Alphabet também cresceu 57% nesse indicador, com 67,8 mil contratações. A Microsoft adicionou 58 mil novas pessoas ao seu quadro de funcionários no período, enquanto a Apple foi a mais conservadora entre as big techs, tendo contratado 27 mil colaboradores, alta de 20% no número total.

As gigantes da tecnologia perderam US$ 4,5 trilhões em valor de mercado em 2022. Os maiores impactos foram nas ações da Apple, Amazon, Alphabet (dona do Google) e Meta. Só a Apple, até janeiro deste ano, perdeu mais de US$ 1 trilhão. A Amazon perdeu metade do seu valor de mercado no ano passado, chegando ao fim de dezembro a US$ 857 bilhões. Já a Alphabet terminou o ano valendo US$ 787 bilhões a menos do que no início de janeiro de 2022, chegando a US$ 1,15 trilhão.

Em termos percentuais, a Meta, dona do Facebook, teve a maior queda do ano. A empresa liderada por Mark Zuckerberg, que apostou todas as fichas no sucesso do metaverso, perdeu 60% do valor de mercado em 2022, fechando o ano a US$ 320 bilhões. Com isso, a companhia de Mark Zuckerberg ficou menor do que a chinesa Tencent, dona da Epic Games, que tinha valor de mercado de US$ 405 bilhões ao fim do ano passado.

Refletidas no valor das ações, as perspectivas desafiadoras para os negócios de tecnologia levaram à maior onda de demissões da história do setor, em nível global. Foram mais de 50 mil demissões entre as grandes companhias de tecnologia. Os maiores cortes foram na Meta e na Amazon. Somadas, as demissões chegaram a cerca de 40 mil no mundo. Até a Apple, a empresa mais valiosa do mundo, demitiu. A fabricante do iPhone mandou embora 100 recrutadores como parte do plano de redução de contratações.

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, durante apresentação que simulou sua proposta do que deve ser o metaverso, em outubro de 2021 - Foto: reprodução

O que explica o tombo?

Segundo analistas ouvidos pelo Estadão, o ano de 2022 teve a maior queda da bolsa americana desde 2008 e marcou o impacto tardio da pandemia nas ações de empresas de tecnologia. Ao mesmo tempo, empresas com valores de mercado mais adequados à realidade dos seus lucros se destacaram, mesmo no caso de negócios de consumo cíclico, como Coca-Cola e Nike. Ou seja, o ano foi marcado por uma volta da chamada “velha economia”.

“O mercado começou a perceber que o preço não pode ser apenas vinculado à qualidade dos negócios, mas também à expectativa dos negócios”, afirma Guilherme Novello, sócio e analista sênior de tecnologia da WHG. “No caso da Amazon, o carro-chefe de crescimento é a área de nuvem, AWS, que desacelerou bastante, o que pesou contra o múltiplo. A Microsoft, que tem o Azure, passou pela mesma coisa e teve seu guidance revisado para baixo.”

Rafael Nobre, analista internacional da XP, afirma que a queda da bolsa americana, e das empresas de tecnologia, é resultado de uma combinação de acontecimentos.

“Em 2022, houve uma forte correção da bolsa americana, que negociava a 21x lucro ou mais. O Federal Reserve buscou controlar a inflação com a taxa de juros mais alta e isso derrubou a bolsa. Os investidores ponderaram o impacto dessas altas cada vez mais contracionistas na economia, e as empresas de tecnologia sofreram mais porque grande parte delas são empresas de crescimento, com expectativas de lucros futuros”, diz Nobre.

Após o período de cortes de funcionários e ajustes de expectativas de investidores, analistas estimam que as gigantes da tecnologia estão posicionadas para aumentar os lucros em 2023.

“O objetivo das empresas é aumentar o lucro depois das demissões de 2022. Os cortes são símbolos de redução de movimentos excessivos que foram feitos durante o auge da pandemia. Agora, as empresas buscam maior eficiência. Ao mesmo tempo, vale lembrar que os demitidos de 2008 fundaram empresas como Airbnb e Uber”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue.

Demissões x Contratações

Grandes empresas de tecnologia geraram barulho as demissões em massa, mas, nos últimos anos, elas passaram a aumentar com velocidade os quadros de funcionários.

Um levantamento feito pela WHG mostra que a Meta contratou mais de 42 mil pessoas entre o fim de 2019 e o terceiro trimestre de 2022, o que representa uma alta de 94% no efetivo. Já a Amazon adicionou 746 mil colaboradores no mesmo período, crescimento de 93% no número de funcionários. A Alphabet também cresceu 57% nesse indicador, com 67,8 mil contratações. A Microsoft adicionou 58 mil novas pessoas ao seu quadro de funcionários no período, enquanto a Apple foi a mais conservadora entre as big techs, tendo contratado 27 mil colaboradores, alta de 20% no número total.

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