Facebook atinge valor de US$ 1 trilhão após Justiça dos EUA rejeitar processo antitruste


A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca

Por Redação Link
Atualização:
O Facebooké a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca Foto: Beck Diefenbach/Reuters

O Facebook atingiu, nesta segunda-feira, 28, a marca de US$ 1 trilhão em seu valor de mercado. É a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg alcança o valor na história da companhia, que nasceu em 2004. A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca — isso faz com que ela  seja a companhia mais jovem nos Estados Unidos a chegar ao marco trilionário.

Um juiz dos Estados Unidos indeferiu um processo antitruste da Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC, na sigla em inglês) contra o Facebook também nesta segunda-feira, e disse que uma nova reclamação deveria ser apresentada até 29 de julho. Com a notícia, as ações do Facebook imediatamente subiram mais de 3% após a publicação da decisão, o que ajudou a atravessar a marca.

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A acusação rejeitada era de que a empresa teria violado as leis de antitruste do país para se tornar um monopólio das redes sociais ao comprar rivais como o WhatsApp, por US$ 19 bilhões, e o Instagram, por US$ 1 bilhão. As autoridades haviam entendido que essas compras eliminaram a competição no mercado de redes sociais.

O juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, disse que o FTC não conseguiu demonstrar que o Facebook tinha poder de monopólio no mercado de redes sociais. O caso gerava apreensão em investidores porque colocava em xeque as aquisições do Instagram e do WhatsApp, o que poderia caminhar para o desmembramento da empresa. 

“O FTC falhou em alegar fatos suficientes para estabelecer plausivelmente um elemento necessário de todas as suas reivindicações da Seção 2 - ou seja, que o Facebook tem poder de monopólio no mercado de Serviços de Redes Sociais Pessoais (PSN)”, escreveu Boasberg. “A reclamação não contém nada a esse respeito, exceto a alegação nua e crua de que a empresa teve e ainda tem uma‘ participação dominante no mercado (superior a 60%) ’”.

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Um dos motivos para a decisão, afirmou Boasberg, é que os procuradores-gerais estaduais demoraram muito para levar a reclamação à corte, se referindo às compras pelo Facebook de Instagram, em 2012, e WhatsApp, em 2014. Agora, a justiça americana estipulou um prazo de 30 dias para que os promotores registrem novas queixas antitruste contra a empresa.

Em março deste ano, o Facebook já havia pedido a um tribunal federal norte-americano para rejeitar os principais casos antitruste apresentados pelo FTC e por quase todos os Estados do país, alegando que eles não conseguiram mostrar que a empresa tem um monopólio ou prejudica consumidores.

"Por margem de um voto, no ambiente tenso de críticas implacáveis por questões totalmente não ligadas às preocupações antitruste, a agência decidiu abrir um processo contra o Facebook", disse a empresa em resposta à reclamação da FTC. "Nenhum dos danos normalmente alegados em ações antitruste é alegado aqui", disse o documento.

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Até a publicação deste texto, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ainda não havia se pronunciado sobre a nova marca da empresa. 

Segundo Christopher Sgro, porta-voz do Facebook, a empresa esperava que essa fosse a resolução tomada pela corte. “Estamos satisfeitos que as decisões de hoje reconheçam os defeitos nas reclamações do governo contra o Facebook. Competimos de forma justa todos os dias para ganhar o tempo e a atenção das pessoas e continuaremos a fornecer ótimos produtos para as pessoas e empresas que usam nossos serviços”, afirmou o porta-voz, segundo o jornal americano The New York Times.

Histórico

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Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho do ano passado, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que “se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook”. 

“Esses negócios estão começando ainda mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas”, disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman. 

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião para o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente."

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Clube

Além do impacto dos casos antitruste, as gigantes de tecnologia como um todo viram seus negócios serem impulsionados na pandemia. Na semana passada, a Microsoft atingiu US$ 2 trilhões em valor de mercado, juntando-se à Apple. Além disso, o valor de mercado da Amazon se aproxima de US$ 1,8 trilhão, enquanto a Alphabet, dona do Google, está avaliada em torno de US$ 1,7 trilhão.

As ações do Facebook se valorizaram 30% neste ano principalmente pelo fortalecimento da interação digital em meio à pandemia. No trimestre que se encerrou em março, a empresa teve um crescimento de 48% em receita. O Facebook atribuiu o salto na receita a um aumento de 30% no preço médio por anúncio no período e também ao crescimento de 12% no número de anúncios entregues. Depois de uma queda pontual do mercado publicitário no início da pandemia em março do ano passado, a rede social tem visto a aceleração de seus negócios em anúncios nos últimos trimestres.

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O Facebook também tem apostado recentemente na área de hardware, com produtos como o dispositivo de videochamada Portal e aparelhos de realidade virtual de sua divisão Oculus.

Existem hoje cinco empresas de tecnologia nos EUA que ostentam avaliações trilionárias: Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook. A Apple foi a primeira empresa americana a atingir a marca de US$ 1 trilhão, em 2018. /COM REUTERS 

O Facebooké a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca Foto: Beck Diefenbach/Reuters

O Facebook atingiu, nesta segunda-feira, 28, a marca de US$ 1 trilhão em seu valor de mercado. É a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg alcança o valor na história da companhia, que nasceu em 2004. A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca — isso faz com que ela  seja a companhia mais jovem nos Estados Unidos a chegar ao marco trilionário.

Um juiz dos Estados Unidos indeferiu um processo antitruste da Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC, na sigla em inglês) contra o Facebook também nesta segunda-feira, e disse que uma nova reclamação deveria ser apresentada até 29 de julho. Com a notícia, as ações do Facebook imediatamente subiram mais de 3% após a publicação da decisão, o que ajudou a atravessar a marca.

A acusação rejeitada era de que a empresa teria violado as leis de antitruste do país para se tornar um monopólio das redes sociais ao comprar rivais como o WhatsApp, por US$ 19 bilhões, e o Instagram, por US$ 1 bilhão. As autoridades haviam entendido que essas compras eliminaram a competição no mercado de redes sociais.

O juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, disse que o FTC não conseguiu demonstrar que o Facebook tinha poder de monopólio no mercado de redes sociais. O caso gerava apreensão em investidores porque colocava em xeque as aquisições do Instagram e do WhatsApp, o que poderia caminhar para o desmembramento da empresa. 

“O FTC falhou em alegar fatos suficientes para estabelecer plausivelmente um elemento necessário de todas as suas reivindicações da Seção 2 - ou seja, que o Facebook tem poder de monopólio no mercado de Serviços de Redes Sociais Pessoais (PSN)”, escreveu Boasberg. “A reclamação não contém nada a esse respeito, exceto a alegação nua e crua de que a empresa teve e ainda tem uma‘ participação dominante no mercado (superior a 60%) ’”.

Um dos motivos para a decisão, afirmou Boasberg, é que os procuradores-gerais estaduais demoraram muito para levar a reclamação à corte, se referindo às compras pelo Facebook de Instagram, em 2012, e WhatsApp, em 2014. Agora, a justiça americana estipulou um prazo de 30 dias para que os promotores registrem novas queixas antitruste contra a empresa.

Em março deste ano, o Facebook já havia pedido a um tribunal federal norte-americano para rejeitar os principais casos antitruste apresentados pelo FTC e por quase todos os Estados do país, alegando que eles não conseguiram mostrar que a empresa tem um monopólio ou prejudica consumidores.

"Por margem de um voto, no ambiente tenso de críticas implacáveis por questões totalmente não ligadas às preocupações antitruste, a agência decidiu abrir um processo contra o Facebook", disse a empresa em resposta à reclamação da FTC. "Nenhum dos danos normalmente alegados em ações antitruste é alegado aqui", disse o documento.

Até a publicação deste texto, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ainda não havia se pronunciado sobre a nova marca da empresa. 

Segundo Christopher Sgro, porta-voz do Facebook, a empresa esperava que essa fosse a resolução tomada pela corte. “Estamos satisfeitos que as decisões de hoje reconheçam os defeitos nas reclamações do governo contra o Facebook. Competimos de forma justa todos os dias para ganhar o tempo e a atenção das pessoas e continuaremos a fornecer ótimos produtos para as pessoas e empresas que usam nossos serviços”, afirmou o porta-voz, segundo o jornal americano The New York Times.

Histórico

Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho do ano passado, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que “se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook”. 

“Esses negócios estão começando ainda mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas”, disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman. 

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião para o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente."

Clube

Além do impacto dos casos antitruste, as gigantes de tecnologia como um todo viram seus negócios serem impulsionados na pandemia. Na semana passada, a Microsoft atingiu US$ 2 trilhões em valor de mercado, juntando-se à Apple. Além disso, o valor de mercado da Amazon se aproxima de US$ 1,8 trilhão, enquanto a Alphabet, dona do Google, está avaliada em torno de US$ 1,7 trilhão.

As ações do Facebook se valorizaram 30% neste ano principalmente pelo fortalecimento da interação digital em meio à pandemia. No trimestre que se encerrou em março, a empresa teve um crescimento de 48% em receita. O Facebook atribuiu o salto na receita a um aumento de 30% no preço médio por anúncio no período e também ao crescimento de 12% no número de anúncios entregues. Depois de uma queda pontual do mercado publicitário no início da pandemia em março do ano passado, a rede social tem visto a aceleração de seus negócios em anúncios nos últimos trimestres.

O Facebook também tem apostado recentemente na área de hardware, com produtos como o dispositivo de videochamada Portal e aparelhos de realidade virtual de sua divisão Oculus.

Existem hoje cinco empresas de tecnologia nos EUA que ostentam avaliações trilionárias: Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook. A Apple foi a primeira empresa americana a atingir a marca de US$ 1 trilhão, em 2018. /COM REUTERS 

O Facebooké a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca Foto: Beck Diefenbach/Reuters

O Facebook atingiu, nesta segunda-feira, 28, a marca de US$ 1 trilhão em seu valor de mercado. É a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg alcança o valor na história da companhia, que nasceu em 2004. A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca — isso faz com que ela  seja a companhia mais jovem nos Estados Unidos a chegar ao marco trilionário.

Um juiz dos Estados Unidos indeferiu um processo antitruste da Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC, na sigla em inglês) contra o Facebook também nesta segunda-feira, e disse que uma nova reclamação deveria ser apresentada até 29 de julho. Com a notícia, as ações do Facebook imediatamente subiram mais de 3% após a publicação da decisão, o que ajudou a atravessar a marca.

A acusação rejeitada era de que a empresa teria violado as leis de antitruste do país para se tornar um monopólio das redes sociais ao comprar rivais como o WhatsApp, por US$ 19 bilhões, e o Instagram, por US$ 1 bilhão. As autoridades haviam entendido que essas compras eliminaram a competição no mercado de redes sociais.

O juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, disse que o FTC não conseguiu demonstrar que o Facebook tinha poder de monopólio no mercado de redes sociais. O caso gerava apreensão em investidores porque colocava em xeque as aquisições do Instagram e do WhatsApp, o que poderia caminhar para o desmembramento da empresa. 

“O FTC falhou em alegar fatos suficientes para estabelecer plausivelmente um elemento necessário de todas as suas reivindicações da Seção 2 - ou seja, que o Facebook tem poder de monopólio no mercado de Serviços de Redes Sociais Pessoais (PSN)”, escreveu Boasberg. “A reclamação não contém nada a esse respeito, exceto a alegação nua e crua de que a empresa teve e ainda tem uma‘ participação dominante no mercado (superior a 60%) ’”.

Um dos motivos para a decisão, afirmou Boasberg, é que os procuradores-gerais estaduais demoraram muito para levar a reclamação à corte, se referindo às compras pelo Facebook de Instagram, em 2012, e WhatsApp, em 2014. Agora, a justiça americana estipulou um prazo de 30 dias para que os promotores registrem novas queixas antitruste contra a empresa.

Em março deste ano, o Facebook já havia pedido a um tribunal federal norte-americano para rejeitar os principais casos antitruste apresentados pelo FTC e por quase todos os Estados do país, alegando que eles não conseguiram mostrar que a empresa tem um monopólio ou prejudica consumidores.

"Por margem de um voto, no ambiente tenso de críticas implacáveis por questões totalmente não ligadas às preocupações antitruste, a agência decidiu abrir um processo contra o Facebook", disse a empresa em resposta à reclamação da FTC. "Nenhum dos danos normalmente alegados em ações antitruste é alegado aqui", disse o documento.

Até a publicação deste texto, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ainda não havia se pronunciado sobre a nova marca da empresa. 

Segundo Christopher Sgro, porta-voz do Facebook, a empresa esperava que essa fosse a resolução tomada pela corte. “Estamos satisfeitos que as decisões de hoje reconheçam os defeitos nas reclamações do governo contra o Facebook. Competimos de forma justa todos os dias para ganhar o tempo e a atenção das pessoas e continuaremos a fornecer ótimos produtos para as pessoas e empresas que usam nossos serviços”, afirmou o porta-voz, segundo o jornal americano The New York Times.

Histórico

Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho do ano passado, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que “se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook”. 

“Esses negócios estão começando ainda mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas”, disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman. 

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião para o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente."

Clube

Além do impacto dos casos antitruste, as gigantes de tecnologia como um todo viram seus negócios serem impulsionados na pandemia. Na semana passada, a Microsoft atingiu US$ 2 trilhões em valor de mercado, juntando-se à Apple. Além disso, o valor de mercado da Amazon se aproxima de US$ 1,8 trilhão, enquanto a Alphabet, dona do Google, está avaliada em torno de US$ 1,7 trilhão.

As ações do Facebook se valorizaram 30% neste ano principalmente pelo fortalecimento da interação digital em meio à pandemia. No trimestre que se encerrou em março, a empresa teve um crescimento de 48% em receita. O Facebook atribuiu o salto na receita a um aumento de 30% no preço médio por anúncio no período e também ao crescimento de 12% no número de anúncios entregues. Depois de uma queda pontual do mercado publicitário no início da pandemia em março do ano passado, a rede social tem visto a aceleração de seus negócios em anúncios nos últimos trimestres.

O Facebook também tem apostado recentemente na área de hardware, com produtos como o dispositivo de videochamada Portal e aparelhos de realidade virtual de sua divisão Oculus.

Existem hoje cinco empresas de tecnologia nos EUA que ostentam avaliações trilionárias: Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook. A Apple foi a primeira empresa americana a atingir a marca de US$ 1 trilhão, em 2018. /COM REUTERS 

O Facebooké a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca Foto: Beck Diefenbach/Reuters

O Facebook atingiu, nesta segunda-feira, 28, a marca de US$ 1 trilhão em seu valor de mercado. É a primeira vez que a empresa de Mark Zuckerberg alcança o valor na história da companhia, que nasceu em 2004. A rede social é a primeira empresa que nasceu depois dos anos 2000 a chegar à marca — isso faz com que ela  seja a companhia mais jovem nos Estados Unidos a chegar ao marco trilionário.

Um juiz dos Estados Unidos indeferiu um processo antitruste da Comissão Federal de Comércio norte-americana (FTC, na sigla em inglês) contra o Facebook também nesta segunda-feira, e disse que uma nova reclamação deveria ser apresentada até 29 de julho. Com a notícia, as ações do Facebook imediatamente subiram mais de 3% após a publicação da decisão, o que ajudou a atravessar a marca.

A acusação rejeitada era de que a empresa teria violado as leis de antitruste do país para se tornar um monopólio das redes sociais ao comprar rivais como o WhatsApp, por US$ 19 bilhões, e o Instagram, por US$ 1 bilhão. As autoridades haviam entendido que essas compras eliminaram a competição no mercado de redes sociais.

O juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, disse que o FTC não conseguiu demonstrar que o Facebook tinha poder de monopólio no mercado de redes sociais. O caso gerava apreensão em investidores porque colocava em xeque as aquisições do Instagram e do WhatsApp, o que poderia caminhar para o desmembramento da empresa. 

“O FTC falhou em alegar fatos suficientes para estabelecer plausivelmente um elemento necessário de todas as suas reivindicações da Seção 2 - ou seja, que o Facebook tem poder de monopólio no mercado de Serviços de Redes Sociais Pessoais (PSN)”, escreveu Boasberg. “A reclamação não contém nada a esse respeito, exceto a alegação nua e crua de que a empresa teve e ainda tem uma‘ participação dominante no mercado (superior a 60%) ’”.

Um dos motivos para a decisão, afirmou Boasberg, é que os procuradores-gerais estaduais demoraram muito para levar a reclamação à corte, se referindo às compras pelo Facebook de Instagram, em 2012, e WhatsApp, em 2014. Agora, a justiça americana estipulou um prazo de 30 dias para que os promotores registrem novas queixas antitruste contra a empresa.

Em março deste ano, o Facebook já havia pedido a um tribunal federal norte-americano para rejeitar os principais casos antitruste apresentados pelo FTC e por quase todos os Estados do país, alegando que eles não conseguiram mostrar que a empresa tem um monopólio ou prejudica consumidores.

"Por margem de um voto, no ambiente tenso de críticas implacáveis por questões totalmente não ligadas às preocupações antitruste, a agência decidiu abrir um processo contra o Facebook", disse a empresa em resposta à reclamação da FTC. "Nenhum dos danos normalmente alegados em ações antitruste é alegado aqui", disse o documento.

Até a publicação deste texto, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, ainda não havia se pronunciado sobre a nova marca da empresa. 

Segundo Christopher Sgro, porta-voz do Facebook, a empresa esperava que essa fosse a resolução tomada pela corte. “Estamos satisfeitos que as decisões de hoje reconheçam os defeitos nas reclamações do governo contra o Facebook. Competimos de forma justa todos os dias para ganhar o tempo e a atenção das pessoas e continuaremos a fornecer ótimos produtos para as pessoas e empresas que usam nossos serviços”, afirmou o porta-voz, segundo o jornal americano The New York Times.

Histórico

Documentos obtidos por uma investigação do Congresso dos Estados Unidos, revelados em julho do ano passado, mostram que o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, teve a intenção de comprar o Instagram para se proteger de competição no mercado. Durante uma troca de e-mails com o diretor financeiro da empresa, David Ebersman, em 2012, Zuckerberg chega a dizer que “se eles (o Instagram) crescerem em larga escala, pode ser muito prejudicial para o Facebook”. 

“Esses negócios estão começando ainda mas as redes estão estabelecidas e as marcas já são significativas”, disse Zuckerberg na troca de emails, em referência ao Instagram e também a outra rede social, chamada Path. "Já que nosso próprio valor é bastante agressivo e que somos vulneráveis em dispositivos móveis, estou curioso para saber se devemos considerar ir atrás de um ou dois deles. O que você acha?", questionou Zuckerberg em uma mensagem a Ebersman. 

Em resposta, Ebersman pediu para o presidente do Facebook explicar a motivação por trás dessas possíveis aquisições — ele listou quatro possíveis razões consideradas em geral para comprar empresas e pediu a Zuckerberg sua opinião para o caso em questão. Zuckerberg respondeu que tratava-se de uma combinação de evitar competição e melhorar o Facebook. “Há um efeito de rede em torno de produtos sociais e um número finito de diferentes mecanismos sociais para inventar. Quando alguém ganha em uma mecânica específica, é difícil para outros substituir sem fazer algo diferente."

Clube

Além do impacto dos casos antitruste, as gigantes de tecnologia como um todo viram seus negócios serem impulsionados na pandemia. Na semana passada, a Microsoft atingiu US$ 2 trilhões em valor de mercado, juntando-se à Apple. Além disso, o valor de mercado da Amazon se aproxima de US$ 1,8 trilhão, enquanto a Alphabet, dona do Google, está avaliada em torno de US$ 1,7 trilhão.

As ações do Facebook se valorizaram 30% neste ano principalmente pelo fortalecimento da interação digital em meio à pandemia. No trimestre que se encerrou em março, a empresa teve um crescimento de 48% em receita. O Facebook atribuiu o salto na receita a um aumento de 30% no preço médio por anúncio no período e também ao crescimento de 12% no número de anúncios entregues. Depois de uma queda pontual do mercado publicitário no início da pandemia em março do ano passado, a rede social tem visto a aceleração de seus negócios em anúncios nos últimos trimestres.

O Facebook também tem apostado recentemente na área de hardware, com produtos como o dispositivo de videochamada Portal e aparelhos de realidade virtual de sua divisão Oculus.

Existem hoje cinco empresas de tecnologia nos EUA que ostentam avaliações trilionárias: Apple, Microsoft, Amazon, Alphabet e Facebook. A Apple foi a primeira empresa americana a atingir a marca de US$ 1 trilhão, em 2018. /COM REUTERS 

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