Ainda tentando convencer os próprios funcionários sobre o metaverso, Mark Zuckerberg deu mais alguns passos nesta terça, 11, para tentar mostrar que não está errado. A Meta, holding do Facebook anunciou o Meta Quest Pro, nova geração dos óculos de realidade virtual da companhia. Ele entra em pré-venda nos EUA nesta terça e será vendido por US$ 1,5 mil.
Segundo a companhia, o aparelho oferece 37% mais pixels por polegada e um contraste 75% maior que a versão anterior, o Quest 2. Ainda, O Quest Pro é equipado com um processador Snapdragon XR2+ de primeira geração da Qualcomm, especifico para o processamento de realidade virtual.
Reveja a apresentação
A escolha é importante já que o novo processador tem performance termal 30% superior a de seu antecessor - calor sempre no rosto é sempre um obstáculo para óculos de realidade virtual. Para ajudar no conforto, o aparelho também mantém as baterias na parte de trás. O Snapdragon XR2+ tem performance 50% superior a de seu antecessor, além de ter 12 GB de memória e 256 GB de armazenamento.
Ainda na parte de design, o Quest Pro leva um sistema de lentes finas, feitas a partir de uma arquitetura batizada de “pancake”. Ela reduz o espaço entre o painel e as lentes, além de substituir lentes curvadas por lentes planas. Isso reduziu o painel frontal do aparelho em 40% em relação ao Quest 2.
O aparelho já tinha aparecido em vazamentos de fotos de Zuckerberg, onde o empresário testava o dispositivo - a imagem, porém, foi borrada na época. Trata-se também do mesmo aparelho esquecido em um quarto de hotel no México no mês passado.
O dispositivo tem câmeras em HD para a função de realidades mistas. A ferramenta permite que o óculos sobreponha informações ao ambiente real em que o usuário está, em diferentes composições de dados e interação com avatares no mesmo ambiente real.
Juntamente com os óculos, os controles de mão também vieram com um novo design no lançamento. Agora, os aparelhos são equipados com câmera e sem alças, como na versão anterior. Isso permite que a conexão 3D dos movimentos com o sistema seja mais preciso e menos propenso a “escapar” da tela, como acontecia nas versões com Led.
Os dispositivos também vão funcionar com versões anteriores dos óculos e, separadamente, custam US$ 300. Além disso, o controle é equipado com dois botões de função, dois botões gatilho e um botão analógico de rotação.
Novos avatares
Durante o evento, Zuckerberg parecia constantemente responder as piadas sobre o Horizon Words, que viralizaram em agosto. Ele reconheceu a necessidade de melhorar a qualidade dos gráficos da plataforma mais de uma vez. Em um dos principais momentos, ele revelou a nova geração de avatares da companhia, com melhorias nos perfis digitais oferecidos.
Pela primeira vez desde o lançamento, os avatares de interação no metaverso ganharam pernas reais — sim, com pés e calçados. Antes, os bonequinhos eram apenas representações da cintura para cima. A Meta também introduziu algumas personalizações para os personagens. Será possível diferenciar melhor tipos diferentes de corpos, além de adicionar objetos como cadeiras de rodas e aparelhos de audição.
“(Ter) pernas era a configuração mais pedida pelos usuários da plataforma. De verdade, elas são muito difíceis de construir e é por isso que nenhum outro universo virtual tem essa funcionalidade”, explicou Zuckerberg no evento, falando sobre a resposta necessária dos equipamentos para que os avatares possam ter pernas que realmente produzam movimentos efetivos.
Apesar do lançamento, os avatares só terão pernas na próxima versão do Horizon, ainda sem data para estar disponível para os usuários.
Parceria com a Microsoft
Em parceria com a Microsoft, o Microsoft Teams, plataforma de videoconferência da empresa, terá uma versão integrada com os óculos de realidade virtual da Meta, para que os usuários possam fazer reuniões no metaverso a partir do app de videochamada. Da mesma forma, o Horizon Workrooms, ferramenta semelhante da Meta, também vai ser capaz de se conectar com reuniões no site da Microsoft.
Um passo atrás e mais parcerias
Apesar da empolgação com o novo hardware, Facebook deu alguns passos para atrás com o metaverso, fazendo conexões com a internet “antiga”. A companhia abriu seu mundo virtual, Horizon World, para navegação via web, reforçando que a medida foi necessária para abrir a possibilidade de metaverso para um grupo maior de pessoas.
Outra integração com a “internet antiga” revelada pela companhia é a integração do Horizon Worlds com o Instagram. Será possível compartilhar fotos e vídeos do Horizon Worlds no Instagram, via Stories ou Reels. Além disso, os Horizon Workrooms terão integração com o Zoom para videochamadas.
Entre os vários anúncios de games, chamou a atenção a versão em realidade virtual de Among Us, febre entre internautas durante o início da pandemia, em 2020. A ideia é que os usuários possam jogar o game em primeira pessoa, numa tentativa de experiência imersiva nas naves espaciais, com personagens e labirintos de atividades na plataforma.
A empresa anunciou uma colaboração de vários anos com o canal de televisão americano NBC, incluindo interações com produções de TV como The Office e o estúdio de animação DreamWorks. A intensão da Meta é conectar seus usuários do metaverso com experiências em TV.