A inteligência artificial (IA) deve igualar a capacidade humana em lógica e conversação já em 2027 e, a partir de 2030, a tecnologia deve atingir um nível de superinteligência ainda não vista em humanos. A aposta é do cientista e ex-funcionário da startup OpenAI, startup desenvolvedora do ChatGPT, Leopold Aschenbrenner, que publicou no domingo, 23, um estudo de 164 páginas em que aponta para onde caminha a área de aprendizado de máquina nos próximos anos.
“É assustadoramente possível que, em 2027, modelos (de IA) sejam capazes de fazer o trabalho de um desenvolvedor ou pesquisador em inteligência artificial”, escreve Aschenbrenner no documento “Consciência situacional: A próxima década”.
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Em 2027, os modelos de IA devem evoluir de chatbots, como os vistos atualmente, para “agentes”, que vão se comportar como colegas de trabalho em diversos áreas. Esses programas vão ser capazes de não só responder comandos, mas entender contextos e ser proativos.
Segundo o ex-funcionário da OpenAI, o salto de chatbot para agente vai ser similar ao salto do GPT-2, modelo de 2019, para o GPT-4, revelado no ano passado com capacidades de um “aluno de ensino médio”, diz o cientista.
Essas capacidades referem-se ao que um número minoritário de cientistas têm chamado de AGI (artificial general intelligence), um tipo de IA generalista capaz de realizar as mesmas tarefas que um humano.
Hoje, esse tipo de tecnologia ainda não está disponível, mas essa é a grande corrida entre as empresas da área. As startups OpenAI, DeepMind (do Google) e Anthropic são três nomes envolvidos com o desenvolvimento dessa super IA.
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“A AGI vai ser possível a partir de 2027”, prevê Aschenbrenner, que foi funcionário da equipe de “superalinhamento” (termo utilizado para descrever o trabalho de desenvolvimento de métodos para diminuir riscos das IAs no futuro) da OpenAI entre 2019 e 2024 – a equipe sofreu uma debandada recentemente. Hoje, ele é investidor com foco em startups da área de AGI.
Superinteligência em 2030
Além disso, na década de 2030, a tecnologia de inteligência artificial deve atingir capacidade de “superinteligência”, isto é, superior à humana.
“O progresso da IA não vai parar no nível humano. Nós vamos rapidamente sair dele para ir até vastos sistemas sobrehumanos”, escreve o pesquisador.
Essas novas habilidades vão levar a novas maneiras com que governos encaram as ferramentas de IA: a superinteligência “vai ser o maior projeto nacional de defesa dos Estados Unidos”, diz ele, citando a guerra geopolítica que já se estabeleceu entre o país americano e o Partido Comunista Chinês pelo domínio da tecnologia.
Empresa de US$ 10 trilhões
Além disso, a corrida da inteligência artificial vai produzir a primeira empresa avaliada em US$ 10 trilhões na bolsa dos Estados Unidos.
Leopold Aschenbrenner, ex-OpenAI e investidor
Aschenbrenner escreve que a área de IA das empresas de tecnologia vai impulsionar a receita dessas companhias, com previsões ascendendo em ritmo de foguete. “De longe, vai ser a maior área de crescimento (dos negócios)”, diz.
“O mercado de ações vai seguir. Devemos ver nossa primeira companhia de US$ 10 trilhões logo depois. As Big Tech estão dispostas a ir com tudo, investindo muitas centenas de bilhões, no mínimo, para escalar a IA”, diz ele.
Atualmente, as três companhias com a maior avaliação de mercado são a Nvidia, Microsoft e Apple.
“Se há uma lição que aprendemos da década passada em IA, é que você nunca deve apostar contra o aprendizado de máquina”, afirma.