IBM diz ter criado chip quântico que desafia poder de computadores comuns


Batizado de Eagle, o novo processador atingiu 127 bits quânticos; empresa vê avanço rumo a uma revolução tecnológica na história da computação

Por Giovanna Wolf e Bruno Romani
A IBMpretende construir um computador quântico com mais de 1.000 qubits até o final de 2023 Foto: IBM

A IBM anunciou neste domingo, 14, que criou um chip quântico capaz de processar informações complexas e ultrapassar o potencial de computadores tradicionais. A informação foi divulgada inicialmente pelo site Axios

O novo chip, batizado de Eagle, atinge 127 qubits (ou bits quânticos), segundo aIBM. Na computação clássica, usada por PCs e smartphones atuais, toda e qualquer informação é armazenada ou processada na forma de bits, que podem ser representados por 0 ou 1. Mas, na quântica, os chamados qubits podem assumir inúmeros estados entre 0 e 1, num fenômeno chamado superposição. Isso aumenta exponencialmente a quantidade de informação que pode ser processada. Enquanto um par de de bits tradicionais expressa um tipo de informação de cada vez, os dois bits quânticos expressam quatro estados ao mesmo tempo – 300 qubits expressam um número de estados maior do que o número de átomos do universo.

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“Vemos o Eagle como um passo em direção a uma revolução tecnológica na história da computação. Conforme os processadores quânticos aumentam de escala, cada qubit adicional dobra a quantidade de espaço de memória necessária para executar algoritmos”, disse a IBM em comunicado. “Esperamos ver os computadores quânticos trazerem benefícios para o mundo real em todas as áreas, à medida que esse aumento na complexidade nos leva além das habilidades dos computadores tradicionais”. 

Em setembro de 2019, com um chip de 53 qubits, o Google atingiu a "supremacia quântica", quando um de seus computadores quânticos realizou uma operação matemática impossível de ser feita, em tempo razoável, por uma máquina clássica, que opera no sistema binário. Em março de 2018, o Google havia anunciado a criação de um processador de 72 qubits, mas sua instabilidade fez a empresa recuar para um chip com menos qubits.

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Apesar de ter anunciado o processador com 127 qubits, a IBM não demonstrou uma operação executada com o novo chip. A empresa discorda do conceito de supremacia quântica: para ela, um experimento em laboratório, sem função prática na vida real, não pode ser considerado um status de supremacia. A IBM afirma que pretende construir um computador quântico com mais de 1.000 qubits até o final de 2023. 

Futuro

A computação quântica pode ajudar a resolver problemas que são desafiadores até mesmo para os supercomputadores mais poderosos existentes hoje, como descobrir como fazer baterias melhores ou realizar sequestro de carbono. A tecnologia também pode revolucionar áreas como inteligência artificial e o desenvolvimento de medicamentos. 

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Os qubits são unidades de dados que diferem fundamentalmente dos bits da eletrônica de hoje: muitas vezes formados por átomos, elétrons ou fótons, eles podem existir como zeros e uns ao mesmo tempo, ou em qualquer posição entre eles, uma flexibilidade que lhes permite processar informações de novas maneiras. Alguns físicos os comparam a uma moeda girando que está simultaneamente em estado de cara e de coroa. 

Apesar das promessas, o computador sempre apresentou desafios notáveis aos pesquisadores. Os qubits mantém estados quânticos por apenas uma fração de segundos, e a correção desses erros impediram até aqui a implementação ampla dessas máquinas. Além disso, para manter os qubits estáveis e o sistema funcionar, a temperatura tem de ser mantida muito baixa: -272,99ºC (ou 0,01 miliKelvin), temperatura mais baixa que no espaço. Tudo isso faz com que essas máquinas fiquem confinadas a apenas laboratórios especializados. 

A IBMpretende construir um computador quântico com mais de 1.000 qubits até o final de 2023 Foto: IBM

A IBM anunciou neste domingo, 14, que criou um chip quântico capaz de processar informações complexas e ultrapassar o potencial de computadores tradicionais. A informação foi divulgada inicialmente pelo site Axios

O novo chip, batizado de Eagle, atinge 127 qubits (ou bits quânticos), segundo aIBM. Na computação clássica, usada por PCs e smartphones atuais, toda e qualquer informação é armazenada ou processada na forma de bits, que podem ser representados por 0 ou 1. Mas, na quântica, os chamados qubits podem assumir inúmeros estados entre 0 e 1, num fenômeno chamado superposição. Isso aumenta exponencialmente a quantidade de informação que pode ser processada. Enquanto um par de de bits tradicionais expressa um tipo de informação de cada vez, os dois bits quânticos expressam quatro estados ao mesmo tempo – 300 qubits expressam um número de estados maior do que o número de átomos do universo.

“Vemos o Eagle como um passo em direção a uma revolução tecnológica na história da computação. Conforme os processadores quânticos aumentam de escala, cada qubit adicional dobra a quantidade de espaço de memória necessária para executar algoritmos”, disse a IBM em comunicado. “Esperamos ver os computadores quânticos trazerem benefícios para o mundo real em todas as áreas, à medida que esse aumento na complexidade nos leva além das habilidades dos computadores tradicionais”. 

Em setembro de 2019, com um chip de 53 qubits, o Google atingiu a "supremacia quântica", quando um de seus computadores quânticos realizou uma operação matemática impossível de ser feita, em tempo razoável, por uma máquina clássica, que opera no sistema binário. Em março de 2018, o Google havia anunciado a criação de um processador de 72 qubits, mas sua instabilidade fez a empresa recuar para um chip com menos qubits.

Apesar de ter anunciado o processador com 127 qubits, a IBM não demonstrou uma operação executada com o novo chip. A empresa discorda do conceito de supremacia quântica: para ela, um experimento em laboratório, sem função prática na vida real, não pode ser considerado um status de supremacia. A IBM afirma que pretende construir um computador quântico com mais de 1.000 qubits até o final de 2023. 

Futuro

A computação quântica pode ajudar a resolver problemas que são desafiadores até mesmo para os supercomputadores mais poderosos existentes hoje, como descobrir como fazer baterias melhores ou realizar sequestro de carbono. A tecnologia também pode revolucionar áreas como inteligência artificial e o desenvolvimento de medicamentos. 

Os qubits são unidades de dados que diferem fundamentalmente dos bits da eletrônica de hoje: muitas vezes formados por átomos, elétrons ou fótons, eles podem existir como zeros e uns ao mesmo tempo, ou em qualquer posição entre eles, uma flexibilidade que lhes permite processar informações de novas maneiras. Alguns físicos os comparam a uma moeda girando que está simultaneamente em estado de cara e de coroa. 

Apesar das promessas, o computador sempre apresentou desafios notáveis aos pesquisadores. Os qubits mantém estados quânticos por apenas uma fração de segundos, e a correção desses erros impediram até aqui a implementação ampla dessas máquinas. Além disso, para manter os qubits estáveis e o sistema funcionar, a temperatura tem de ser mantida muito baixa: -272,99ºC (ou 0,01 miliKelvin), temperatura mais baixa que no espaço. Tudo isso faz com que essas máquinas fiquem confinadas a apenas laboratórios especializados. 

A IBMpretende construir um computador quântico com mais de 1.000 qubits até o final de 2023 Foto: IBM

A IBM anunciou neste domingo, 14, que criou um chip quântico capaz de processar informações complexas e ultrapassar o potencial de computadores tradicionais. A informação foi divulgada inicialmente pelo site Axios

O novo chip, batizado de Eagle, atinge 127 qubits (ou bits quânticos), segundo aIBM. Na computação clássica, usada por PCs e smartphones atuais, toda e qualquer informação é armazenada ou processada na forma de bits, que podem ser representados por 0 ou 1. Mas, na quântica, os chamados qubits podem assumir inúmeros estados entre 0 e 1, num fenômeno chamado superposição. Isso aumenta exponencialmente a quantidade de informação que pode ser processada. Enquanto um par de de bits tradicionais expressa um tipo de informação de cada vez, os dois bits quânticos expressam quatro estados ao mesmo tempo – 300 qubits expressam um número de estados maior do que o número de átomos do universo.

“Vemos o Eagle como um passo em direção a uma revolução tecnológica na história da computação. Conforme os processadores quânticos aumentam de escala, cada qubit adicional dobra a quantidade de espaço de memória necessária para executar algoritmos”, disse a IBM em comunicado. “Esperamos ver os computadores quânticos trazerem benefícios para o mundo real em todas as áreas, à medida que esse aumento na complexidade nos leva além das habilidades dos computadores tradicionais”. 

Em setembro de 2019, com um chip de 53 qubits, o Google atingiu a "supremacia quântica", quando um de seus computadores quânticos realizou uma operação matemática impossível de ser feita, em tempo razoável, por uma máquina clássica, que opera no sistema binário. Em março de 2018, o Google havia anunciado a criação de um processador de 72 qubits, mas sua instabilidade fez a empresa recuar para um chip com menos qubits.

Apesar de ter anunciado o processador com 127 qubits, a IBM não demonstrou uma operação executada com o novo chip. A empresa discorda do conceito de supremacia quântica: para ela, um experimento em laboratório, sem função prática na vida real, não pode ser considerado um status de supremacia. A IBM afirma que pretende construir um computador quântico com mais de 1.000 qubits até o final de 2023. 

Futuro

A computação quântica pode ajudar a resolver problemas que são desafiadores até mesmo para os supercomputadores mais poderosos existentes hoje, como descobrir como fazer baterias melhores ou realizar sequestro de carbono. A tecnologia também pode revolucionar áreas como inteligência artificial e o desenvolvimento de medicamentos. 

Os qubits são unidades de dados que diferem fundamentalmente dos bits da eletrônica de hoje: muitas vezes formados por átomos, elétrons ou fótons, eles podem existir como zeros e uns ao mesmo tempo, ou em qualquer posição entre eles, uma flexibilidade que lhes permite processar informações de novas maneiras. Alguns físicos os comparam a uma moeda girando que está simultaneamente em estado de cara e de coroa. 

Apesar das promessas, o computador sempre apresentou desafios notáveis aos pesquisadores. Os qubits mantém estados quânticos por apenas uma fração de segundos, e a correção desses erros impediram até aqui a implementação ampla dessas máquinas. Além disso, para manter os qubits estáveis e o sistema funcionar, a temperatura tem de ser mantida muito baixa: -272,99ºC (ou 0,01 miliKelvin), temperatura mais baixa que no espaço. Tudo isso faz com que essas máquinas fiquem confinadas a apenas laboratórios especializados. 

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