DOW JONES NEWSWIRES - Elon Musk, que se autodenomina “absolutista da liberdade de expressão”, terá que encarar a moderação de conteúdo para não secar as receitas publicitárias do Twitter, empresa comprada por ele por US$ 44 bilhões. Nesta semana, duas grandes empresas de publicidade americanas recomendaram que seus clientes adiassem temporariamente anúncios no Twitter por causa de preocupações com a capacidade da empresa de monitorar seu conteúdo, disseram pessoas familiarizadas com a situação.
Dessa forma, o bilionário tem tomado medidas para afastar preocupações em relação ao seu comando na empresa. Ele afirmou que Twitter não permitirá que ninguém que tenha sido removido do serviço por violar suas regras volte à plataforma até que a empresa tenha um processo claro para coordenar o problema em vigor – o que, segundo ele, levará pelo menos algumas semanas.
Musk disse no Twitter que conversou com vários líderes da sociedade civil sobre como a empresa continuará a combater o ódio e o assédio e a aplicar suas políticas de integridade eleitoral. Entre os líderes da sociedade civil com quem Musk disse ter conversado estão Jonathan Greenblatt, diretor executivo da Liga Antidifamação; o chefe da NAACP, Derrick Johnson; e Ken Hersh, CEO do Centro Presidencial George W. Bush e um financista de longa data.
Para ajudar a aconselhar sobre moderação de conteúdo, ele anunciou planos de convocar um conselho para o tema. “O conselho de moderação de conteúdo do Twitter incluirá representantes com visões amplamente divergentes, o que certamente incluirá a comunidade de direitos civis e grupos que enfrentam violência alimentada pelo ódio”, disse.
Liberdade de expressão absoluta
Musk é a favor da reversão de algumas das regras do Twitter que regem o conteúdo, já tendo mencionado o que chamou de “prisão do Twitter”. Ele disse que entre as pessoas que ele receberia de volta à plataforma de mídia social está o ex-presidente Donald Trump, que o Twitter suspendeu indefinidamente depois de vincular os comentários relacionados ao motim de 6 de janeiro no Capitólio.
O empresário afirma que o Twitter “não pode se tornar um inferno livre para todos, onde qualquer coisa pode ser dita sem consequências”. Além de seguir as leis, o Twitter deve ser “caloroso e acolhedor para todos”, acrescentou.
Dessa forma, Musk também quer que a rede social se torne menos dependente da publicidade digital – que respondem por quase 90% da receita total da empresa –, e vê um caminho para aumentar a receita com a venda de assinaturas. Ele recentemente tuitou que estava se inclinando para uma oferta de assinatura de US$ 8 por mês.
Outras mudanças que Musk apresentou incluem a cobrança pelo processo de verificação de usuários do Twitter. Esse serviço, que adiciona uma marca de seleção azul nas contas daqueles que são verificados, atualmente é gratuito, mas apenas contas consideradas “notáveis” pelo Twitter podem obtê-lo.