No primeiro trimestre com 'nova cara', Facebook desaponta investidores e ações caem 23%


Com mais de 2,8 bilhões de usuários no mundo, empresa de Mark Zuckerberg continua em expansão e agora mira o metaverso

Por Guilherme Guerra
Atualização:
Com novo foco no metaverso, Facebook foi rebatizado de Meta, grupo que também controla o Instagram e WhatsApp Foto: Dado Ruvic / Reuters

Rebatizado em outubro passado como Meta, o grupo que controla os aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp desapontou investidores nesta quarta-feira, 2, ao revelar o balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2021. Após o pregão na Bolsa americana, as ações da empresa caíam a mais de 20% por volta das 18h45 do horário de Brasília.

Investidores esperavam que a empresa registrasse aumento significativo da base de usuários mensais ativos nas plataformas do grupo (MAUs, na sigla em inglês), de até 2,95 bilhões. A Meta apresentou, no entanto, número de 2,91 bilhões, alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020 — mas não o suficiente para agradar o mercado financeiro, que vê a métrica de MAUs como uma das mais importantes para avaliar o crescimento de uma empresa de tecnologia.

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Apesar disso, a Meta superou expectativas ao gerar receita: foram US$ 33,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, acima dos US$ 33,4 bilhões esperados pelo mercado financeiro. A cifra também é um aumento de 20% na comparação com o que foi registrado no último trimestre de 2020. Nos 12 meses do ano passado, a companhia de Mark Zuckeberg faturou US$ 117,9 bilhões, alta de 37% ante o ano retrasado. Em 2021, a Meta apresentou lucro de US$ 39,3 bilhões, crescimento de 35% ante o ano anterior.

No período, as receitas do grupo foram impulsionadas pela venda de anúncios, principal modelo de negócio de redes sociais como Facebook e Instagram. A categoria somou US$ 32,6 bilhões em receita, valor que representa alta de 21% na comparação com o último trimestre de 2020. O acumulado anual somou US$ 114,9 bilhões.

Os números parecem não ter sido afetados pelo Facebook Papers, escândalo que expôs informações confidenciais da companhia. Segundo os documentos obtidos pelo Estadão em consórcio internacional com outros veículos de imprensa, a companhia priorizou acelerar o crescimento econômico, deixando de lado a segurança dos usuários ao ignorar questões sobre desinformação, discurso de ódio, saúde mental, entre outros, em suas plataformas.

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“Estou encorajado com o progresso que tivemos no último ano em áreas importantes, como Reels (recurso de vídeos do Instagram), comércio e realidade virtual. Vamos continuar investindo nessas e em outras áreas-chave em 2022 enquanto construímos o metaverso”, afirmou o presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg, em nota.

Após o pregão, o valor de mercado da Meta ficou abaixo dos US$ 898,5 bilhões, com o preço da ação a US$ 252,4 — menor valor desde 10 de janeiro de 2021.

Metaverso começa no prejuízo

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Aposta de Mark Zuckerberg como futuro modelo de negócio da empresa, o metaverso começa no vermelho: a divisão, que estreia em destaque separado nos balanços da empresa, registrou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nas operações no último trimestre de 2021. Na prática, isso significa que o que é faturado com produtos de realidades virtual e aumentada não paga as contas da nova divisão.

A receita dos Reality Labs, como chama a Meta, fechou o 4.º trimestre do ano passado em US$ 877 milhões, salto de 22% diante do mesmo período de 2020. O total anual foi de US$ 2,2 bilhões em 2021. A título de comparação, essa categoria somou US$ 501 milhões em 2019.

“Esse resultado negativo é natural, porque investimentos em pesquisa e desenvolvimento tendem a diminuir a receita geral. Investidores não ficam felizes com isso, mas explorar oportunidades é natural para as empresas”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, ao Estadão. Como exemplo, ele cita que o Google demorou até tornar o YouTube rentável, assim como a Amazon desembolsou muita grana para transformar o serviço de nuvem num dos principais negócios da empresa, como é hoje.

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Ano de 2022 deve ser difícil

Aumentando ainda mais a insatisfação com investidores, a Meta projeta que o ano de 2022 deve ser mais difícil, impactando negativamente o desempenho do grupo. Os fatores que devem frear o crescimento são a inflação, cuja alta nos preços é sentida em todo o mundo, e problemas de logística, ambos afetando a circulação de venda de anúncios nas plataformas.

Além disso, Zuckerberg se vê desafiado pela disputa com outros aplicativos de vídeo, o que pode prejudicar o desempenho da sua empresa no curto prazo. “Esperamos mais ventos contrários tanto pelo aumento da corrida pelo tempo das pessoas quanto pela mudança de engajamento em nossos aplicativos de vídeo, como Reels, que gera receitas mais baixas do que as linhas do tempo e os Stories”, declarou a empresa no balanço.

Com novo foco no metaverso, Facebook foi rebatizado de Meta, grupo que também controla o Instagram e WhatsApp Foto: Dado Ruvic / Reuters

Rebatizado em outubro passado como Meta, o grupo que controla os aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp desapontou investidores nesta quarta-feira, 2, ao revelar o balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2021. Após o pregão na Bolsa americana, as ações da empresa caíam a mais de 20% por volta das 18h45 do horário de Brasília.

Investidores esperavam que a empresa registrasse aumento significativo da base de usuários mensais ativos nas plataformas do grupo (MAUs, na sigla em inglês), de até 2,95 bilhões. A Meta apresentou, no entanto, número de 2,91 bilhões, alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020 — mas não o suficiente para agradar o mercado financeiro, que vê a métrica de MAUs como uma das mais importantes para avaliar o crescimento de uma empresa de tecnologia.

Apesar disso, a Meta superou expectativas ao gerar receita: foram US$ 33,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, acima dos US$ 33,4 bilhões esperados pelo mercado financeiro. A cifra também é um aumento de 20% na comparação com o que foi registrado no último trimestre de 2020. Nos 12 meses do ano passado, a companhia de Mark Zuckeberg faturou US$ 117,9 bilhões, alta de 37% ante o ano retrasado. Em 2021, a Meta apresentou lucro de US$ 39,3 bilhões, crescimento de 35% ante o ano anterior.

No período, as receitas do grupo foram impulsionadas pela venda de anúncios, principal modelo de negócio de redes sociais como Facebook e Instagram. A categoria somou US$ 32,6 bilhões em receita, valor que representa alta de 21% na comparação com o último trimestre de 2020. O acumulado anual somou US$ 114,9 bilhões.

Os números parecem não ter sido afetados pelo Facebook Papers, escândalo que expôs informações confidenciais da companhia. Segundo os documentos obtidos pelo Estadão em consórcio internacional com outros veículos de imprensa, a companhia priorizou acelerar o crescimento econômico, deixando de lado a segurança dos usuários ao ignorar questões sobre desinformação, discurso de ódio, saúde mental, entre outros, em suas plataformas.

“Estou encorajado com o progresso que tivemos no último ano em áreas importantes, como Reels (recurso de vídeos do Instagram), comércio e realidade virtual. Vamos continuar investindo nessas e em outras áreas-chave em 2022 enquanto construímos o metaverso”, afirmou o presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg, em nota.

Após o pregão, o valor de mercado da Meta ficou abaixo dos US$ 898,5 bilhões, com o preço da ação a US$ 252,4 — menor valor desde 10 de janeiro de 2021.

Metaverso começa no prejuízo

Aposta de Mark Zuckerberg como futuro modelo de negócio da empresa, o metaverso começa no vermelho: a divisão, que estreia em destaque separado nos balanços da empresa, registrou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nas operações no último trimestre de 2021. Na prática, isso significa que o que é faturado com produtos de realidades virtual e aumentada não paga as contas da nova divisão.

A receita dos Reality Labs, como chama a Meta, fechou o 4.º trimestre do ano passado em US$ 877 milhões, salto de 22% diante do mesmo período de 2020. O total anual foi de US$ 2,2 bilhões em 2021. A título de comparação, essa categoria somou US$ 501 milhões em 2019.

“Esse resultado negativo é natural, porque investimentos em pesquisa e desenvolvimento tendem a diminuir a receita geral. Investidores não ficam felizes com isso, mas explorar oportunidades é natural para as empresas”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, ao Estadão. Como exemplo, ele cita que o Google demorou até tornar o YouTube rentável, assim como a Amazon desembolsou muita grana para transformar o serviço de nuvem num dos principais negócios da empresa, como é hoje.

Ano de 2022 deve ser difícil

Aumentando ainda mais a insatisfação com investidores, a Meta projeta que o ano de 2022 deve ser mais difícil, impactando negativamente o desempenho do grupo. Os fatores que devem frear o crescimento são a inflação, cuja alta nos preços é sentida em todo o mundo, e problemas de logística, ambos afetando a circulação de venda de anúncios nas plataformas.

Além disso, Zuckerberg se vê desafiado pela disputa com outros aplicativos de vídeo, o que pode prejudicar o desempenho da sua empresa no curto prazo. “Esperamos mais ventos contrários tanto pelo aumento da corrida pelo tempo das pessoas quanto pela mudança de engajamento em nossos aplicativos de vídeo, como Reels, que gera receitas mais baixas do que as linhas do tempo e os Stories”, declarou a empresa no balanço.

Com novo foco no metaverso, Facebook foi rebatizado de Meta, grupo que também controla o Instagram e WhatsApp Foto: Dado Ruvic / Reuters

Rebatizado em outubro passado como Meta, o grupo que controla os aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp desapontou investidores nesta quarta-feira, 2, ao revelar o balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2021. Após o pregão na Bolsa americana, as ações da empresa caíam a mais de 20% por volta das 18h45 do horário de Brasília.

Investidores esperavam que a empresa registrasse aumento significativo da base de usuários mensais ativos nas plataformas do grupo (MAUs, na sigla em inglês), de até 2,95 bilhões. A Meta apresentou, no entanto, número de 2,91 bilhões, alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020 — mas não o suficiente para agradar o mercado financeiro, que vê a métrica de MAUs como uma das mais importantes para avaliar o crescimento de uma empresa de tecnologia.

Apesar disso, a Meta superou expectativas ao gerar receita: foram US$ 33,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, acima dos US$ 33,4 bilhões esperados pelo mercado financeiro. A cifra também é um aumento de 20% na comparação com o que foi registrado no último trimestre de 2020. Nos 12 meses do ano passado, a companhia de Mark Zuckeberg faturou US$ 117,9 bilhões, alta de 37% ante o ano retrasado. Em 2021, a Meta apresentou lucro de US$ 39,3 bilhões, crescimento de 35% ante o ano anterior.

No período, as receitas do grupo foram impulsionadas pela venda de anúncios, principal modelo de negócio de redes sociais como Facebook e Instagram. A categoria somou US$ 32,6 bilhões em receita, valor que representa alta de 21% na comparação com o último trimestre de 2020. O acumulado anual somou US$ 114,9 bilhões.

Os números parecem não ter sido afetados pelo Facebook Papers, escândalo que expôs informações confidenciais da companhia. Segundo os documentos obtidos pelo Estadão em consórcio internacional com outros veículos de imprensa, a companhia priorizou acelerar o crescimento econômico, deixando de lado a segurança dos usuários ao ignorar questões sobre desinformação, discurso de ódio, saúde mental, entre outros, em suas plataformas.

“Estou encorajado com o progresso que tivemos no último ano em áreas importantes, como Reels (recurso de vídeos do Instagram), comércio e realidade virtual. Vamos continuar investindo nessas e em outras áreas-chave em 2022 enquanto construímos o metaverso”, afirmou o presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg, em nota.

Após o pregão, o valor de mercado da Meta ficou abaixo dos US$ 898,5 bilhões, com o preço da ação a US$ 252,4 — menor valor desde 10 de janeiro de 2021.

Metaverso começa no prejuízo

Aposta de Mark Zuckerberg como futuro modelo de negócio da empresa, o metaverso começa no vermelho: a divisão, que estreia em destaque separado nos balanços da empresa, registrou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nas operações no último trimestre de 2021. Na prática, isso significa que o que é faturado com produtos de realidades virtual e aumentada não paga as contas da nova divisão.

A receita dos Reality Labs, como chama a Meta, fechou o 4.º trimestre do ano passado em US$ 877 milhões, salto de 22% diante do mesmo período de 2020. O total anual foi de US$ 2,2 bilhões em 2021. A título de comparação, essa categoria somou US$ 501 milhões em 2019.

“Esse resultado negativo é natural, porque investimentos em pesquisa e desenvolvimento tendem a diminuir a receita geral. Investidores não ficam felizes com isso, mas explorar oportunidades é natural para as empresas”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, ao Estadão. Como exemplo, ele cita que o Google demorou até tornar o YouTube rentável, assim como a Amazon desembolsou muita grana para transformar o serviço de nuvem num dos principais negócios da empresa, como é hoje.

Ano de 2022 deve ser difícil

Aumentando ainda mais a insatisfação com investidores, a Meta projeta que o ano de 2022 deve ser mais difícil, impactando negativamente o desempenho do grupo. Os fatores que devem frear o crescimento são a inflação, cuja alta nos preços é sentida em todo o mundo, e problemas de logística, ambos afetando a circulação de venda de anúncios nas plataformas.

Além disso, Zuckerberg se vê desafiado pela disputa com outros aplicativos de vídeo, o que pode prejudicar o desempenho da sua empresa no curto prazo. “Esperamos mais ventos contrários tanto pelo aumento da corrida pelo tempo das pessoas quanto pela mudança de engajamento em nossos aplicativos de vídeo, como Reels, que gera receitas mais baixas do que as linhas do tempo e os Stories”, declarou a empresa no balanço.

Com novo foco no metaverso, Facebook foi rebatizado de Meta, grupo que também controla o Instagram e WhatsApp Foto: Dado Ruvic / Reuters

Rebatizado em outubro passado como Meta, o grupo que controla os aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp desapontou investidores nesta quarta-feira, 2, ao revelar o balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2021. Após o pregão na Bolsa americana, as ações da empresa caíam a mais de 20% por volta das 18h45 do horário de Brasília.

Investidores esperavam que a empresa registrasse aumento significativo da base de usuários mensais ativos nas plataformas do grupo (MAUs, na sigla em inglês), de até 2,95 bilhões. A Meta apresentou, no entanto, número de 2,91 bilhões, alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020 — mas não o suficiente para agradar o mercado financeiro, que vê a métrica de MAUs como uma das mais importantes para avaliar o crescimento de uma empresa de tecnologia.

Apesar disso, a Meta superou expectativas ao gerar receita: foram US$ 33,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, acima dos US$ 33,4 bilhões esperados pelo mercado financeiro. A cifra também é um aumento de 20% na comparação com o que foi registrado no último trimestre de 2020. Nos 12 meses do ano passado, a companhia de Mark Zuckeberg faturou US$ 117,9 bilhões, alta de 37% ante o ano retrasado. Em 2021, a Meta apresentou lucro de US$ 39,3 bilhões, crescimento de 35% ante o ano anterior.

No período, as receitas do grupo foram impulsionadas pela venda de anúncios, principal modelo de negócio de redes sociais como Facebook e Instagram. A categoria somou US$ 32,6 bilhões em receita, valor que representa alta de 21% na comparação com o último trimestre de 2020. O acumulado anual somou US$ 114,9 bilhões.

Os números parecem não ter sido afetados pelo Facebook Papers, escândalo que expôs informações confidenciais da companhia. Segundo os documentos obtidos pelo Estadão em consórcio internacional com outros veículos de imprensa, a companhia priorizou acelerar o crescimento econômico, deixando de lado a segurança dos usuários ao ignorar questões sobre desinformação, discurso de ódio, saúde mental, entre outros, em suas plataformas.

“Estou encorajado com o progresso que tivemos no último ano em áreas importantes, como Reels (recurso de vídeos do Instagram), comércio e realidade virtual. Vamos continuar investindo nessas e em outras áreas-chave em 2022 enquanto construímos o metaverso”, afirmou o presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg, em nota.

Após o pregão, o valor de mercado da Meta ficou abaixo dos US$ 898,5 bilhões, com o preço da ação a US$ 252,4 — menor valor desde 10 de janeiro de 2021.

Metaverso começa no prejuízo

Aposta de Mark Zuckerberg como futuro modelo de negócio da empresa, o metaverso começa no vermelho: a divisão, que estreia em destaque separado nos balanços da empresa, registrou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nas operações no último trimestre de 2021. Na prática, isso significa que o que é faturado com produtos de realidades virtual e aumentada não paga as contas da nova divisão.

A receita dos Reality Labs, como chama a Meta, fechou o 4.º trimestre do ano passado em US$ 877 milhões, salto de 22% diante do mesmo período de 2020. O total anual foi de US$ 2,2 bilhões em 2021. A título de comparação, essa categoria somou US$ 501 milhões em 2019.

“Esse resultado negativo é natural, porque investimentos em pesquisa e desenvolvimento tendem a diminuir a receita geral. Investidores não ficam felizes com isso, mas explorar oportunidades é natural para as empresas”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, ao Estadão. Como exemplo, ele cita que o Google demorou até tornar o YouTube rentável, assim como a Amazon desembolsou muita grana para transformar o serviço de nuvem num dos principais negócios da empresa, como é hoje.

Ano de 2022 deve ser difícil

Aumentando ainda mais a insatisfação com investidores, a Meta projeta que o ano de 2022 deve ser mais difícil, impactando negativamente o desempenho do grupo. Os fatores que devem frear o crescimento são a inflação, cuja alta nos preços é sentida em todo o mundo, e problemas de logística, ambos afetando a circulação de venda de anúncios nas plataformas.

Além disso, Zuckerberg se vê desafiado pela disputa com outros aplicativos de vídeo, o que pode prejudicar o desempenho da sua empresa no curto prazo. “Esperamos mais ventos contrários tanto pelo aumento da corrida pelo tempo das pessoas quanto pela mudança de engajamento em nossos aplicativos de vídeo, como Reels, que gera receitas mais baixas do que as linhas do tempo e os Stories”, declarou a empresa no balanço.

Com novo foco no metaverso, Facebook foi rebatizado de Meta, grupo que também controla o Instagram e WhatsApp Foto: Dado Ruvic / Reuters

Rebatizado em outubro passado como Meta, o grupo que controla os aplicativos Facebook, Instagram e WhatsApp desapontou investidores nesta quarta-feira, 2, ao revelar o balanço da empresa referente ao quarto trimestre de 2021. Após o pregão na Bolsa americana, as ações da empresa caíam a mais de 20% por volta das 18h45 do horário de Brasília.

Investidores esperavam que a empresa registrasse aumento significativo da base de usuários mensais ativos nas plataformas do grupo (MAUs, na sigla em inglês), de até 2,95 bilhões. A Meta apresentou, no entanto, número de 2,91 bilhões, alta de 4% na comparação com o mesmo período de 2020 — mas não o suficiente para agradar o mercado financeiro, que vê a métrica de MAUs como uma das mais importantes para avaliar o crescimento de uma empresa de tecnologia.

Apesar disso, a Meta superou expectativas ao gerar receita: foram US$ 33,6 bilhões no quarto trimestre de 2021, acima dos US$ 33,4 bilhões esperados pelo mercado financeiro. A cifra também é um aumento de 20% na comparação com o que foi registrado no último trimestre de 2020. Nos 12 meses do ano passado, a companhia de Mark Zuckeberg faturou US$ 117,9 bilhões, alta de 37% ante o ano retrasado. Em 2021, a Meta apresentou lucro de US$ 39,3 bilhões, crescimento de 35% ante o ano anterior.

No período, as receitas do grupo foram impulsionadas pela venda de anúncios, principal modelo de negócio de redes sociais como Facebook e Instagram. A categoria somou US$ 32,6 bilhões em receita, valor que representa alta de 21% na comparação com o último trimestre de 2020. O acumulado anual somou US$ 114,9 bilhões.

Os números parecem não ter sido afetados pelo Facebook Papers, escândalo que expôs informações confidenciais da companhia. Segundo os documentos obtidos pelo Estadão em consórcio internacional com outros veículos de imprensa, a companhia priorizou acelerar o crescimento econômico, deixando de lado a segurança dos usuários ao ignorar questões sobre desinformação, discurso de ódio, saúde mental, entre outros, em suas plataformas.

“Estou encorajado com o progresso que tivemos no último ano em áreas importantes, como Reels (recurso de vídeos do Instagram), comércio e realidade virtual. Vamos continuar investindo nessas e em outras áreas-chave em 2022 enquanto construímos o metaverso”, afirmou o presidente executivo da Meta, Mark Zuckerberg, em nota.

Após o pregão, o valor de mercado da Meta ficou abaixo dos US$ 898,5 bilhões, com o preço da ação a US$ 252,4 — menor valor desde 10 de janeiro de 2021.

Metaverso começa no prejuízo

Aposta de Mark Zuckerberg como futuro modelo de negócio da empresa, o metaverso começa no vermelho: a divisão, que estreia em destaque separado nos balanços da empresa, registrou prejuízo de US$ 3,3 bilhões nas operações no último trimestre de 2021. Na prática, isso significa que o que é faturado com produtos de realidades virtual e aumentada não paga as contas da nova divisão.

A receita dos Reality Labs, como chama a Meta, fechou o 4.º trimestre do ano passado em US$ 877 milhões, salto de 22% diante do mesmo período de 2020. O total anual foi de US$ 2,2 bilhões em 2021. A título de comparação, essa categoria somou US$ 501 milhões em 2019.

“Esse resultado negativo é natural, porque investimentos em pesquisa e desenvolvimento tendem a diminuir a receita geral. Investidores não ficam felizes com isso, mas explorar oportunidades é natural para as empresas”, afirma Guilherme Zanin, analista da Avenue Securities, ao Estadão. Como exemplo, ele cita que o Google demorou até tornar o YouTube rentável, assim como a Amazon desembolsou muita grana para transformar o serviço de nuvem num dos principais negócios da empresa, como é hoje.

Ano de 2022 deve ser difícil

Aumentando ainda mais a insatisfação com investidores, a Meta projeta que o ano de 2022 deve ser mais difícil, impactando negativamente o desempenho do grupo. Os fatores que devem frear o crescimento são a inflação, cuja alta nos preços é sentida em todo o mundo, e problemas de logística, ambos afetando a circulação de venda de anúncios nas plataformas.

Além disso, Zuckerberg se vê desafiado pela disputa com outros aplicativos de vídeo, o que pode prejudicar o desempenho da sua empresa no curto prazo. “Esperamos mais ventos contrários tanto pelo aumento da corrida pelo tempo das pessoas quanto pela mudança de engajamento em nossos aplicativos de vídeo, como Reels, que gera receitas mais baixas do que as linhas do tempo e os Stories”, declarou a empresa no balanço.

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