A americana Nvidia está prestes a desistir da compra da Arm, empresa de design de semicondutores que pertence ao SoftBank, disseram fontes próximas das empresas à agência de notícias Bloomberg. O negócio, que se tornou público em 2020, custaria US$ 40 bilhões e colocaria a Nvidia como uma gigante mundial no setor de chips.
A fabricante de chips dos EUA disse, em um relatório para parceiros, que não espera que o acordo seja fechado, implicando no fim da negociação entre as empresas. Com isso, o SoftBank estaria intensificando os preparativos para uma oferta pública inicial (IPO) da Arm, para contornar o cancelamento do negócio.
Para o público externo, porém, o discurso ainda é de que a aquisição segue em andamento. Um porta-voz da Nvidia disse que a empresa continua acreditando que a compra da Arm "oferece uma oportunidade para acelerar a empresa e impulsionar a concorrência e a inovação".
O acordo enfrentou vários obstáculos regulatórios, inclusive um processo aberto na Comissão Federal de Comércio dos EUA para bloquear a negociação em dezembro de 2021. A compra também está sob o escrutínio de reguladores britânicos e da UE em meio a preocupações de que possa aumentar os preços dos semicondutores e reduzir a escolha e a inovação no setor.
Na terça-feira, 25, um arquivamento da Comissão Europeia mostrou que os reguladores antitruste da UE retomaram a investigação do acordo e estabeleceram um novo prazo para a decisão de interferir ou não no bloqueio do negócio. A comissão tem, agora, até 25 de maio para divulgar a decisão.
Jonathan Kanter, chefe da divisão antitruste do Departamento de Justiça dos EUA, disse que tentaria impedir fusões que levantam preocupações anticompetitivas em vez de fechar acordos para concessões que permitiriam a conclusão da transação.
O presidente da Arm disse em julho do ano passado que a empresa havia obtido autorização para fazer um IPO, mas que isso prejudicaria sua capacidade de expandir e investir. "Acho seguro dizer que a Nvidia provavelmente teria investido mais (possivelmente muito mais) do que os hipotéticos investidores públicos na Arm estariam dispostos a aportar", disse Stacy Rasgon, analista da Bernstein.