Pioneiro ao possibilitar que usuários remunerem criadores por conteúdo exclusivo, o OnlyFans esteve desde sua fundação, em 2016, de fora das lojas de aplicativos da Apple e do Google devido à nudez e pornografia que dão fama à plataforma. Agora, em tentativa de tentar romper essa barreira, a empresa conseguiu emplacar o app OFTV nos dispositivos móveis — mas sem nudez, totalmente gratuito e sem anúncios.
O aplicativo do OnlyFans, lançado em janeiro de forma discreta e divulgado somente a partir de agora, traz uma dúzia de categorias que somam 800 vídeos, como exercícios, cozinha, bem-estar e até comédia, informa a agência de notícias Bloomberg. Todos os materiais disponíveis até o momento são com estrelas da plataforma, como Mia Khalifa, Bella Thorne e Tyler Posey, que participam da série exclusiva da plataforma, "Unlocked".
“O OFTV traz um jeito superconveniente para que os fãs assistam aos conteúdos dos seus criadores favoritos”, explica o fundador e presidente executivo da empresa, Tim Stokely, à Bloomberg. “Não há conteúdo adulto porque não é monetizado e não há impacto direto nos ganhos dos criadores, então somos capazes de entrar nas lojas de apps”. Portanto, sem a monetização, a empresa escapa das taxas de até 30% que as gigantes da tecnologia cobram nos pagamentos realizados dentro das plataformas.
Até a chegada do OFTV, usuários utilizavam o OnlyFans em navegadores (seja do desktop ou de dispositivos móveis). Agora, a empresa espera que o aplicativo gratuito atraia novos usuários ao apresentar as principais estrelas da plataforma com conteúdos diversos. Segundo Stokely, essa é também uma oportunidade para mostrar que a plataforma pode ser sinônimo de materiais além de nudez e pornografia.
O OFTV está disponível para Android, iOS, Roku, Amazon TV, Apple TV, Android TV e SmartTVs Samsung.
Efeito manada
A estratégia de popularização do OnlyFans, que possui 150 milhões de usuários cadastrados e 2 milhões de criadores, acontece em um momento em que a plataforma ganhou força durante a pandemia de covid-19, chegando a ser conhecida como o “Uber da pornografia” — isto é, os criadores podiam ter uma fonte de renda ao produzir conteúdo próprio, tirando diversas celebridades de estúdios de conteúdo adulto que estiveram de portas fechadas durante 2020.
Ao mesmo tempo, gigantes do Vale do Silício perceberam o potencial de remuneração de conteúdo a influenciadores. Neste ano, YouTube, Twitter e Instagram desenvolvem soluções para permitir que fãs engajem via gorjetas com seus criadores favoritos, enchendo um mercado que já conta com nomes como Patreon e Substack.