A primeira viagem espacial da Blue Origin, empresa que pertence a Jeff Bezos, vai custar caro. Neste sábado, 12, a empresa finalizou o leilão do primeiro assento a ser ocupado na nave New Shepard com um valor milionário. O viajante pagará US$ 28 milhões para estar no voo que está programado para o próximo dia 20 de julho.
O evento virtual para definir o vencedor foi disputado: 7,6 mil pessoas de 159 países estavam registrados para dar os lances na passagem - a identidade do vencedor não foi revelada, algo que deve acontecer nas próximas semanas, segundo a empresa. O vencedor pagará um valor muito mais alto do que o esperado para as passagens de voos espaciais da Blue Origin - o mercado estima que o preço médio será de US$ 500 mil.
A valorização, porém, tem motivos. Além de ser o primeiro voo tripulado da Blue Origin, a New Shepard terá à bordo o próprio Bezos e o seu irmão Mark - o fundador da Amazon anunciou a participação na última semana. "Desde os 5 anos de idade, sonho em viajar para o espaço. No dia 20 de julho, farei essa viagem com meu irmão", escreveu o bilionário em um post no Instagram.
O voo da Blue Origin será um momento marcante em uma competição para inaugurar uma nova era de viagens espaciais comerciais privadas. Caso tenha sucesso, Bezos estará na dianteira na disputa com Elon Musk, que frequentemente expressa seu desejo de coloniar Marte utilizando os foguetes da SpaceX.
O evento desta tarde supervalorizou a passagem especial e encerrou um processo dividido em três partes. Na primeira parte, os interessados não sabiam os valores dos lances uns dos outros. Na segunda parte, os interessados apenas davam lances no site da Blue Origin. Neste sábado, os interessados participaram do mesmo evento e deram lances de olho nos valores oferecidos pelos rivais - antes de começar a transmissão, o lance mais alto era de US$ 5 milhões.
A combinação foguete e cápsula New Shepard foi projetada para voar de forma autônoma com seis passageiros mais de 62 milhas (100 km) acima da Terra para o espaço suborbital, alto o suficiente para experimentar alguns minutos de ausência de peso e ver a curvatura do planeta antes da cápsula pressurizada retorna à terra sob paraquedas. A cápsula tem seis janelas de observação que, segundo a Blue Origin, são quase três vezes mais altas do que as de um Boeing 747 e a maior já usada no espaço.
A Blue Origin anunciou também que deve revelar nas próximas semanas a identidade de mais um passageiro do voo.