Quem são as pessoas que devem nos proteger de IAs superpoderosas da OpenAI?


Conselho da startup, que tem como missão garantir que a tecnologia beneficie a humanidade, foi totalmente substituído após controvérsia com Sam Altman; firma foi criticada por falta de diversidade

Por Guilherme Guerra
Atualização:

Após uma semana turbulenta, a OpenAI está de cara nova. A startup americana responsável por desenvolver o ChatGPT tem um novo conselho de diretores, escolhido após a readmissão do fundador Sam Altman à chefia da empresa na última terça-feira, 21.

No conselho da OpenAI, esse grupo de executivos tem como tarefa supervisionar o braço empresarial da organização, o desenvolvimento do ChatGPT e pesquisas em IA — em especial, a tão sonhada inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês), que seria capaz de igualar o cérebro humano. Esse é um dos objetivos de Altman, que diz esperar desenvolver uma AGI nos próximos anos.

Na criação da OpenAI, em 2015, que nasceu como uma organização sem fins lucrativos, o conselho era responsável por garantir que a startup beneficiesse a Humanidade por meio da IA, ainda que isso contrariasse o seu braço de negócios (criado em 2018) — uma estrutura organizacional pouco comum no mundo da tecnologia.

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Esse mesmo conselho foi o responsável por demitir Sam Altman no dia 17, sob a alegação de que o CEO não era suficientemente claro em suas comunicação com os diretores. Após isso, mais de 700 funcionários da OpenAI protestaram contra a decisão, manifestaram apoio ao retorno de Altman e pediam a demissão do antigo conselho.

A decisão foi acatada e o novo conselho da OpenAI, com Sam Altman de volta à presidência executiva, tem três membros: Adam D’Angelo, (fundador do site de perguntas e respostas Qora), Bret Taylor (ex-executivo do Twitter que vendeu a plataforma a Elon Musk) e Larry Summers (ex-secretário do Tesouro americano).

Nos próximos meses, a expectativa é que o conselho da OpenAI cresça em tamanho, ainda que o número seja incerto. Segundo o jornal americano New York Times, alguns nomes foram sondados, como Laurene Powell Jobs (filantropa e viúva de Steve Jobs, fundador da Apple) e Brian Chesky (presidente executivo do Airbnb), mas o “sim” não aconteceu.

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Sam Altman foi readmitido como CEO da OpenAI, após ser expulso pelo conselho da empresa cinco dias antes Foto: Carlos Barria/Reuters - 16/11/2023

A ideia é que os novos nomes do conselho possam ser um contrapeso à figura de Sam Altman, que busca impulsionar a OpenAI para se tornar uma gigante da tecnologia. Atualmente, segundo informações de bastidores do Vale do Silício, a startup é avaliada em US$ 84 bilhões enquanto busca aportes de investidores para bancar o crescimento do negócio.

A importância do conselho se tornou ainda maior depois que surgiram informações de que a companhia tem uma nova “superIA”, supostamente batizada de Q*. Segundo a agência de notícias Reuters, a expulsão de Altman estaria ligada ao desenvolvimento desse sistema. O conselho teria exercido a missão de “proteger a Humanidade”. A história não é confirmada pela empresa nem as pessaos envolvidas.

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Abaixo, conheça quem são as pessoas que carregam a missão de proteger o mundo da inteligência artificial a partir de agora.

Quem é o atual conselho da OpenAI

A OpenAI deve chamar novos nomes para compor o conselho nos próximos meses, diz a empresa. Até o momento, no entanto, trata-se de um trio de homens brancos, o que levantou críticas sobre a falta de diversidade entre as pessoas que vão tomar de decisões em relação à mais importante empresa de IA do momento. São eles:

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Adam D’Angelo: Um dos primeiros executivos do Facebook e cofundador do site de perguntas Quora, D’Angelo foi um dos membros do conselho que expulsou Altman. Ele foi o principal líder do conselho nas negociações e insistiu em obter concessões de Altman durante o tenso vai e vem, disseram ao New York Times duas pessoas familiarizadas com as negociações. No X, Altman afirmou que passou o feriado de Ação de Graças nos EUA, na quinta 23 com D’Angelo.

Bret Taylor: Presença constante nos círculos do Vale do Silício e ex-executivo do Facebook e da Salesforce, Taylor foi visto durante as negociações com Altman como uma parte neutra, segundo fontes do New York Times. Ele é bem visto entre os tecnólogos e é frequentemente considerado uma espécie de mediador em situações de alta pressão. No ano passado, como presidente do conselho do Twitter, ele foi fundamental na negociação da venda de US$ 44 bilhões da plataforma para Elon Musk.

Lawrence H. Summers: Um dos economistas mais conhecidos dos EUA, Summers foi um acréscimo tardio à lista de possíveis candidatos ao conselho e foi fundamental para encerrar o impasse com Altman, pois se acreditava que ele seria alguém que enfrentaria o fundador da OpenAI. Summers foi secretário do Tesouro no governo Bill Clinton e foi presidente de Harvard. Ele tem se manifestado sobre a possibilidade de a inteligência artificial substituir trabalhadores, mas sua reputação foi prejudicada ao longo dos anos. Enquanto dirigia Harvard, ele disse que mulheres podem não ter uma aptidão intrínseca para matemática e ciências. Recentemente, foi criticado por suas previsões erradas em relação à inflação dos EUA.

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OpenAI é a empresa que desenvolveu o ChatGPT, produto que popularizou o campo da inteligência artificial generativa Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

Quem era o antigo conselho da OpenAI

A antiga formação do conselho da OpenAI era composta por cinco pessoas, sendo três homens e duas mulheres. Foram essas as pessoas que tomaram a decisão de expulsar Altman da empresa no dia 17 de novembro. São elas:

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Sam Altman: cofundador da OpenAI, Altman fazia parte da diretoria desde o início. Um dos principais pontos de atrito durante as negociações com os membros da diretoria foi a oposição deles ao seu retorno ao cargo. Altman lutou por vários dias, segundo duas pessoas familiarizadas com as negociações relataram ao New York Times. Na terça-feira, ele cedeu a posição no conselho — pelo menos por enquanto.

Greg Brockman: cofundador da OpenAI e presidente do conselho até a semana passada, Brockman deixou seu cargo de presidente também na sexta-feira 17 em solidariedade a Altman. Ele expressou interesse em retornar ao conselho durante as negociações, mas os membros rejeitaram essa possibilidade. Agora, ele está retornando à OpenAI como funcionário sênior, cujo cargo ainda não foi definido. Ele comemorou seu retorno com colegas nos escritórios da OpenAI na noite de terça-feira. No X, antigo Twitter, ele postou uma selfie com dezenas de funcionários e comemorou: “Estamos de volta”.

Ilya Sutskever: Cofundador e principal pesquisador da OpenAI, Sutskever nasceu na União Soviética e passou anos trabalhando na Universidade de Toronto e, posteriormente, no Google com os principais pesquisadores de IA do mundo - ele mesmo é um dos grandes nomes da área na última década. Ele passou oito anos como o conceituado cientista-chefe da OpenAI. Mas, na semana passada, ele se voltou contra seus colegas e ficou do lado dos três diretores independentes do conselho para destituir Altman. Sutskever disse a Altman que ele estava sendo expulso e manteve sua posição até domingo, quando os funcionários da OpenAI ameaçaram sair em massa e a esposa de Brockman, Anna, pediu que ele readmitisse Altman. Depois de se arrepender publicamente de sua decisão de rejeitar Altman, Sutskever concordou em deixar a diretoria na terça-feira.

Da esquerda para a direta, os executivos seniores da OpenAI antes da crise na startup: Mira Murati (chefe de tecnologia), Sam Altman (presidente executivo), Greg Brockman (presidente) e Ilya Sutskever (cientista chefe) Foto: Jim Wilson/The New York Times - 13/3/2023

Helen Toner: Membro independente do conselho desde 2021, ela ingressou na OpenAI por sugestão de Holden Karnofsky, um membro do conselho que deixou o cargo naquele ano porque sua esposa era afiliada a uma empresa rival da OpenIA, a Anthropic. Toner é diretora de estratégia do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente da Universidade de Georgetown, onde escreve sobre questões de segurança nacional. Ela concordou em deixar a diretoria.

Tasha McCauley: membro independente do conselho desde pelo menos 2018, ela é cientista adjunta de gerenciamento sênior da RAND Corporation, um dos mais antigos think-tanks dos EUA, e casada com o ator Joseph Gordon-Levitt. Ela também faz parte da diretoria britânica da Effective Ventures, uma federação de organizações altruístas eficazes. Ela concordou em deixar a diretoria. / COM THE NEW YORK TIMES

Após uma semana turbulenta, a OpenAI está de cara nova. A startup americana responsável por desenvolver o ChatGPT tem um novo conselho de diretores, escolhido após a readmissão do fundador Sam Altman à chefia da empresa na última terça-feira, 21.

No conselho da OpenAI, esse grupo de executivos tem como tarefa supervisionar o braço empresarial da organização, o desenvolvimento do ChatGPT e pesquisas em IA — em especial, a tão sonhada inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês), que seria capaz de igualar o cérebro humano. Esse é um dos objetivos de Altman, que diz esperar desenvolver uma AGI nos próximos anos.

Na criação da OpenAI, em 2015, que nasceu como uma organização sem fins lucrativos, o conselho era responsável por garantir que a startup beneficiesse a Humanidade por meio da IA, ainda que isso contrariasse o seu braço de negócios (criado em 2018) — uma estrutura organizacional pouco comum no mundo da tecnologia.

Esse mesmo conselho foi o responsável por demitir Sam Altman no dia 17, sob a alegação de que o CEO não era suficientemente claro em suas comunicação com os diretores. Após isso, mais de 700 funcionários da OpenAI protestaram contra a decisão, manifestaram apoio ao retorno de Altman e pediam a demissão do antigo conselho.

A decisão foi acatada e o novo conselho da OpenAI, com Sam Altman de volta à presidência executiva, tem três membros: Adam D’Angelo, (fundador do site de perguntas e respostas Qora), Bret Taylor (ex-executivo do Twitter que vendeu a plataforma a Elon Musk) e Larry Summers (ex-secretário do Tesouro americano).

Nos próximos meses, a expectativa é que o conselho da OpenAI cresça em tamanho, ainda que o número seja incerto. Segundo o jornal americano New York Times, alguns nomes foram sondados, como Laurene Powell Jobs (filantropa e viúva de Steve Jobs, fundador da Apple) e Brian Chesky (presidente executivo do Airbnb), mas o “sim” não aconteceu.

Sam Altman foi readmitido como CEO da OpenAI, após ser expulso pelo conselho da empresa cinco dias antes Foto: Carlos Barria/Reuters - 16/11/2023

A ideia é que os novos nomes do conselho possam ser um contrapeso à figura de Sam Altman, que busca impulsionar a OpenAI para se tornar uma gigante da tecnologia. Atualmente, segundo informações de bastidores do Vale do Silício, a startup é avaliada em US$ 84 bilhões enquanto busca aportes de investidores para bancar o crescimento do negócio.

A importância do conselho se tornou ainda maior depois que surgiram informações de que a companhia tem uma nova “superIA”, supostamente batizada de Q*. Segundo a agência de notícias Reuters, a expulsão de Altman estaria ligada ao desenvolvimento desse sistema. O conselho teria exercido a missão de “proteger a Humanidade”. A história não é confirmada pela empresa nem as pessaos envolvidas.

Abaixo, conheça quem são as pessoas que carregam a missão de proteger o mundo da inteligência artificial a partir de agora.

Quem é o atual conselho da OpenAI

A OpenAI deve chamar novos nomes para compor o conselho nos próximos meses, diz a empresa. Até o momento, no entanto, trata-se de um trio de homens brancos, o que levantou críticas sobre a falta de diversidade entre as pessoas que vão tomar de decisões em relação à mais importante empresa de IA do momento. São eles:

Adam D’Angelo: Um dos primeiros executivos do Facebook e cofundador do site de perguntas Quora, D’Angelo foi um dos membros do conselho que expulsou Altman. Ele foi o principal líder do conselho nas negociações e insistiu em obter concessões de Altman durante o tenso vai e vem, disseram ao New York Times duas pessoas familiarizadas com as negociações. No X, Altman afirmou que passou o feriado de Ação de Graças nos EUA, na quinta 23 com D’Angelo.

Bret Taylor: Presença constante nos círculos do Vale do Silício e ex-executivo do Facebook e da Salesforce, Taylor foi visto durante as negociações com Altman como uma parte neutra, segundo fontes do New York Times. Ele é bem visto entre os tecnólogos e é frequentemente considerado uma espécie de mediador em situações de alta pressão. No ano passado, como presidente do conselho do Twitter, ele foi fundamental na negociação da venda de US$ 44 bilhões da plataforma para Elon Musk.

Lawrence H. Summers: Um dos economistas mais conhecidos dos EUA, Summers foi um acréscimo tardio à lista de possíveis candidatos ao conselho e foi fundamental para encerrar o impasse com Altman, pois se acreditava que ele seria alguém que enfrentaria o fundador da OpenAI. Summers foi secretário do Tesouro no governo Bill Clinton e foi presidente de Harvard. Ele tem se manifestado sobre a possibilidade de a inteligência artificial substituir trabalhadores, mas sua reputação foi prejudicada ao longo dos anos. Enquanto dirigia Harvard, ele disse que mulheres podem não ter uma aptidão intrínseca para matemática e ciências. Recentemente, foi criticado por suas previsões erradas em relação à inflação dos EUA.

OpenAI é a empresa que desenvolveu o ChatGPT, produto que popularizou o campo da inteligência artificial generativa Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

Quem era o antigo conselho da OpenAI

A antiga formação do conselho da OpenAI era composta por cinco pessoas, sendo três homens e duas mulheres. Foram essas as pessoas que tomaram a decisão de expulsar Altman da empresa no dia 17 de novembro. São elas:

Sam Altman: cofundador da OpenAI, Altman fazia parte da diretoria desde o início. Um dos principais pontos de atrito durante as negociações com os membros da diretoria foi a oposição deles ao seu retorno ao cargo. Altman lutou por vários dias, segundo duas pessoas familiarizadas com as negociações relataram ao New York Times. Na terça-feira, ele cedeu a posição no conselho — pelo menos por enquanto.

Greg Brockman: cofundador da OpenAI e presidente do conselho até a semana passada, Brockman deixou seu cargo de presidente também na sexta-feira 17 em solidariedade a Altman. Ele expressou interesse em retornar ao conselho durante as negociações, mas os membros rejeitaram essa possibilidade. Agora, ele está retornando à OpenAI como funcionário sênior, cujo cargo ainda não foi definido. Ele comemorou seu retorno com colegas nos escritórios da OpenAI na noite de terça-feira. No X, antigo Twitter, ele postou uma selfie com dezenas de funcionários e comemorou: “Estamos de volta”.

Ilya Sutskever: Cofundador e principal pesquisador da OpenAI, Sutskever nasceu na União Soviética e passou anos trabalhando na Universidade de Toronto e, posteriormente, no Google com os principais pesquisadores de IA do mundo - ele mesmo é um dos grandes nomes da área na última década. Ele passou oito anos como o conceituado cientista-chefe da OpenAI. Mas, na semana passada, ele se voltou contra seus colegas e ficou do lado dos três diretores independentes do conselho para destituir Altman. Sutskever disse a Altman que ele estava sendo expulso e manteve sua posição até domingo, quando os funcionários da OpenAI ameaçaram sair em massa e a esposa de Brockman, Anna, pediu que ele readmitisse Altman. Depois de se arrepender publicamente de sua decisão de rejeitar Altman, Sutskever concordou em deixar a diretoria na terça-feira.

Da esquerda para a direta, os executivos seniores da OpenAI antes da crise na startup: Mira Murati (chefe de tecnologia), Sam Altman (presidente executivo), Greg Brockman (presidente) e Ilya Sutskever (cientista chefe) Foto: Jim Wilson/The New York Times - 13/3/2023

Helen Toner: Membro independente do conselho desde 2021, ela ingressou na OpenAI por sugestão de Holden Karnofsky, um membro do conselho que deixou o cargo naquele ano porque sua esposa era afiliada a uma empresa rival da OpenIA, a Anthropic. Toner é diretora de estratégia do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente da Universidade de Georgetown, onde escreve sobre questões de segurança nacional. Ela concordou em deixar a diretoria.

Tasha McCauley: membro independente do conselho desde pelo menos 2018, ela é cientista adjunta de gerenciamento sênior da RAND Corporation, um dos mais antigos think-tanks dos EUA, e casada com o ator Joseph Gordon-Levitt. Ela também faz parte da diretoria britânica da Effective Ventures, uma federação de organizações altruístas eficazes. Ela concordou em deixar a diretoria. / COM THE NEW YORK TIMES

Após uma semana turbulenta, a OpenAI está de cara nova. A startup americana responsável por desenvolver o ChatGPT tem um novo conselho de diretores, escolhido após a readmissão do fundador Sam Altman à chefia da empresa na última terça-feira, 21.

No conselho da OpenAI, esse grupo de executivos tem como tarefa supervisionar o braço empresarial da organização, o desenvolvimento do ChatGPT e pesquisas em IA — em especial, a tão sonhada inteligência artificial geral (AGI, na sigla em inglês), que seria capaz de igualar o cérebro humano. Esse é um dos objetivos de Altman, que diz esperar desenvolver uma AGI nos próximos anos.

Na criação da OpenAI, em 2015, que nasceu como uma organização sem fins lucrativos, o conselho era responsável por garantir que a startup beneficiesse a Humanidade por meio da IA, ainda que isso contrariasse o seu braço de negócios (criado em 2018) — uma estrutura organizacional pouco comum no mundo da tecnologia.

Esse mesmo conselho foi o responsável por demitir Sam Altman no dia 17, sob a alegação de que o CEO não era suficientemente claro em suas comunicação com os diretores. Após isso, mais de 700 funcionários da OpenAI protestaram contra a decisão, manifestaram apoio ao retorno de Altman e pediam a demissão do antigo conselho.

A decisão foi acatada e o novo conselho da OpenAI, com Sam Altman de volta à presidência executiva, tem três membros: Adam D’Angelo, (fundador do site de perguntas e respostas Qora), Bret Taylor (ex-executivo do Twitter que vendeu a plataforma a Elon Musk) e Larry Summers (ex-secretário do Tesouro americano).

Nos próximos meses, a expectativa é que o conselho da OpenAI cresça em tamanho, ainda que o número seja incerto. Segundo o jornal americano New York Times, alguns nomes foram sondados, como Laurene Powell Jobs (filantropa e viúva de Steve Jobs, fundador da Apple) e Brian Chesky (presidente executivo do Airbnb), mas o “sim” não aconteceu.

Sam Altman foi readmitido como CEO da OpenAI, após ser expulso pelo conselho da empresa cinco dias antes Foto: Carlos Barria/Reuters - 16/11/2023

A ideia é que os novos nomes do conselho possam ser um contrapeso à figura de Sam Altman, que busca impulsionar a OpenAI para se tornar uma gigante da tecnologia. Atualmente, segundo informações de bastidores do Vale do Silício, a startup é avaliada em US$ 84 bilhões enquanto busca aportes de investidores para bancar o crescimento do negócio.

A importância do conselho se tornou ainda maior depois que surgiram informações de que a companhia tem uma nova “superIA”, supostamente batizada de Q*. Segundo a agência de notícias Reuters, a expulsão de Altman estaria ligada ao desenvolvimento desse sistema. O conselho teria exercido a missão de “proteger a Humanidade”. A história não é confirmada pela empresa nem as pessaos envolvidas.

Abaixo, conheça quem são as pessoas que carregam a missão de proteger o mundo da inteligência artificial a partir de agora.

Quem é o atual conselho da OpenAI

A OpenAI deve chamar novos nomes para compor o conselho nos próximos meses, diz a empresa. Até o momento, no entanto, trata-se de um trio de homens brancos, o que levantou críticas sobre a falta de diversidade entre as pessoas que vão tomar de decisões em relação à mais importante empresa de IA do momento. São eles:

Adam D’Angelo: Um dos primeiros executivos do Facebook e cofundador do site de perguntas Quora, D’Angelo foi um dos membros do conselho que expulsou Altman. Ele foi o principal líder do conselho nas negociações e insistiu em obter concessões de Altman durante o tenso vai e vem, disseram ao New York Times duas pessoas familiarizadas com as negociações. No X, Altman afirmou que passou o feriado de Ação de Graças nos EUA, na quinta 23 com D’Angelo.

Bret Taylor: Presença constante nos círculos do Vale do Silício e ex-executivo do Facebook e da Salesforce, Taylor foi visto durante as negociações com Altman como uma parte neutra, segundo fontes do New York Times. Ele é bem visto entre os tecnólogos e é frequentemente considerado uma espécie de mediador em situações de alta pressão. No ano passado, como presidente do conselho do Twitter, ele foi fundamental na negociação da venda de US$ 44 bilhões da plataforma para Elon Musk.

Lawrence H. Summers: Um dos economistas mais conhecidos dos EUA, Summers foi um acréscimo tardio à lista de possíveis candidatos ao conselho e foi fundamental para encerrar o impasse com Altman, pois se acreditava que ele seria alguém que enfrentaria o fundador da OpenAI. Summers foi secretário do Tesouro no governo Bill Clinton e foi presidente de Harvard. Ele tem se manifestado sobre a possibilidade de a inteligência artificial substituir trabalhadores, mas sua reputação foi prejudicada ao longo dos anos. Enquanto dirigia Harvard, ele disse que mulheres podem não ter uma aptidão intrínseca para matemática e ciências. Recentemente, foi criticado por suas previsões erradas em relação à inflação dos EUA.

OpenAI é a empresa que desenvolveu o ChatGPT, produto que popularizou o campo da inteligência artificial generativa Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

Quem era o antigo conselho da OpenAI

A antiga formação do conselho da OpenAI era composta por cinco pessoas, sendo três homens e duas mulheres. Foram essas as pessoas que tomaram a decisão de expulsar Altman da empresa no dia 17 de novembro. São elas:

Sam Altman: cofundador da OpenAI, Altman fazia parte da diretoria desde o início. Um dos principais pontos de atrito durante as negociações com os membros da diretoria foi a oposição deles ao seu retorno ao cargo. Altman lutou por vários dias, segundo duas pessoas familiarizadas com as negociações relataram ao New York Times. Na terça-feira, ele cedeu a posição no conselho — pelo menos por enquanto.

Greg Brockman: cofundador da OpenAI e presidente do conselho até a semana passada, Brockman deixou seu cargo de presidente também na sexta-feira 17 em solidariedade a Altman. Ele expressou interesse em retornar ao conselho durante as negociações, mas os membros rejeitaram essa possibilidade. Agora, ele está retornando à OpenAI como funcionário sênior, cujo cargo ainda não foi definido. Ele comemorou seu retorno com colegas nos escritórios da OpenAI na noite de terça-feira. No X, antigo Twitter, ele postou uma selfie com dezenas de funcionários e comemorou: “Estamos de volta”.

Ilya Sutskever: Cofundador e principal pesquisador da OpenAI, Sutskever nasceu na União Soviética e passou anos trabalhando na Universidade de Toronto e, posteriormente, no Google com os principais pesquisadores de IA do mundo - ele mesmo é um dos grandes nomes da área na última década. Ele passou oito anos como o conceituado cientista-chefe da OpenAI. Mas, na semana passada, ele se voltou contra seus colegas e ficou do lado dos três diretores independentes do conselho para destituir Altman. Sutskever disse a Altman que ele estava sendo expulso e manteve sua posição até domingo, quando os funcionários da OpenAI ameaçaram sair em massa e a esposa de Brockman, Anna, pediu que ele readmitisse Altman. Depois de se arrepender publicamente de sua decisão de rejeitar Altman, Sutskever concordou em deixar a diretoria na terça-feira.

Da esquerda para a direta, os executivos seniores da OpenAI antes da crise na startup: Mira Murati (chefe de tecnologia), Sam Altman (presidente executivo), Greg Brockman (presidente) e Ilya Sutskever (cientista chefe) Foto: Jim Wilson/The New York Times - 13/3/2023

Helen Toner: Membro independente do conselho desde 2021, ela ingressou na OpenAI por sugestão de Holden Karnofsky, um membro do conselho que deixou o cargo naquele ano porque sua esposa era afiliada a uma empresa rival da OpenIA, a Anthropic. Toner é diretora de estratégia do Centro de Segurança e Tecnologia Emergente da Universidade de Georgetown, onde escreve sobre questões de segurança nacional. Ela concordou em deixar a diretoria.

Tasha McCauley: membro independente do conselho desde pelo menos 2018, ela é cientista adjunta de gerenciamento sênior da RAND Corporation, um dos mais antigos think-tanks dos EUA, e casada com o ator Joseph Gordon-Levitt. Ela também faz parte da diretoria britânica da Effective Ventures, uma federação de organizações altruístas eficazes. Ela concordou em deixar a diretoria. / COM THE NEW YORK TIMES

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