A Alphabet, holding que controla o Google, anunciou nesta segunda-feira, 29, receitas abaixo do esperado para o período entre janeiro e março de 2019: a empresa apresentou faturamento de US$ 36,3 bilhões – a expectativa de Wall Street era de US$ 1 bilhão acima. Já o crescimento na receita foi de 17% na comparação com o mesmo período de 2018, sendo o menor avanço da empresa em três anos.
Para analistas, o desempenho da Alphabet, cujo maior negócio é a publicidade online, foi afetado pela competição com outras companhias do mesmo setor – nas últimas duas semanas, Facebook, Snap, Twitter e até mesmo a Amazon apresentaram números positivos para suas áreas de anúncios ao longo do 1º trimestre. O mercado se assustou com a concorrência e fez as ações da empresa caírem cerca de 6% após o fechamento do pregão da bolsa de valores Nasdaq.
Outro fator que afetou os resultados da empresa no 1º trimestre de 2019 foi a multa de US$ 1,7 bilhão aplicada pela União Europeia à companhia por atitudes anticompetitivas no AdSense, um de seus principais serviços de publicidade. Por conta da multa, o lucro da empresa caiu 13% ano a ano, para US$ 6,6 bilhões. Sem a penalização, os ganhos da Alphabet teriam subido 9%, para US$ 8,3 bilhões.
Gastos. Os gastos da empresa também subiram 16,5% no último ano, indo para a casa de US$ 29,7 bilhões. A Alphabet justificou os gastos dizendo que investiu bastante em novos escritórios, data centers e habilidades de inteligência artificial em linha com a demanda esperada por seus serviços.
É necessário ainda frisar que a empresa gasta bastante em pesquisa em áreas que podem se tornar rentáveis no futuro, como carros autônomos – as perdas da área de Outras Apostas (Other Bets) ficou na casa de US$ 800 milhões, contra US$ 170 milhões em receitas, no 1º trimestre. É uma tentativa também da Alphabet de ser menos dependente da publicidade: no 1º tri, 84,5% do faturamento da empresa veio desse setor; no ano passado, essa fatia era de 85,5%.
Hoje, os 3 bilhões de usuários do Google fazem da empresa a maior vendedora de anúncios online, com cerca de um terço de toda a receita, de acordo com a consultoria eMarketer. Já o Facebook fica em 20% do mercado. / COM AGÊNCIAS