A gigante de tecnologia Samsung emitiu um memorando interno proibindo o uso de ferramentas que usam inteligência artificial (IA) generativa em seus dispositivos e redes internas, de acordo com a agência de notícias Bloomberg. A empresa sul-coreana teme que o upload de informações confidenciais para plataformas de terceiros represente um risco à segurança interna.
O ChatGPT da OpenAI é a principal ferramenta de IA generativa que preocupa a Samsung devido à sua popularidade como um assistente pessoal. As pessoas têm utilizado o sistema de IA para resumir relatórios e escrever e-mails, que podem conter informações confidenciais. Alguns funcionários da empresa chegaram a ser flagrados vazando o código-fonte interno da Samsung escrevendo ele no ChatGPT.
A própria OpenAI orienta os usuários a não compartilhar informações confidenciais nas conversas com o sistema e está testando um recurso semelhante ao “modo anônimo” de um navegador comum, que tem como objetivo garantir que as conversas não sejam salvas no histórico de bate-papo nem usadas para treinamento de IA. A Samsung não quer que seus funcionários subestimem a segurança para “brincar” com o software.
Outras empresas e instituições já limitaram o uso interno de sistemas com IA generativa como medida de segurança. Bancos como o Bank of America e o Citigroup estabeleceram limitações para as plataformas de IA, e escolas da cidade de Nova York, nos EUA, baniram o ChatGPT para evitar que os alunos “colem” em provas e trabalhos. A proteção de dados e preocupações com a segurança infantil foram citadas como o motivo da proibição temporária do ChatGPT na Itália.
A Samsung tem planos de permitir que seus funcionários usem sistemas de IA internamente para melhorar a produtividade e eficiência. Atualmente, a empresa está desenvolvendo ferramentas internas para ajudar na tradução, resumo de documentos e desenvolvimento de software, com o objetivo de criar um ambiente seguro para uso dessas plataformas. Vale ressaltar que as restrições de IA generativa não se aplicam a dispositivos vendidos a consumidores finais, como laptops ou telefones.