Após a liberação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para o fornecimento de internet no Brasil, a Starlink, operadora via satélite do bilionário Elon Musk, já divulgou os preços para usuários que quiserem contratar o serviço por aqui. Com a promessa de uma rede de até 500 Mb/s, a assinatura e os equipamentos já podem ser reservados e devem custar ao consumidor cerca de R$ 10 mil reais por ano, sem contar com a adição de impostos.
A informação já pode ser vista no site da companhia e permite que interessados possam reservar seu equipamento para a operação que deve começar no Brasil nos próximos anos. O plano disponível oferece velocidades de download de 150-500 Mbps e latência de 20-40ms e vai custar R$ 530 por mês. O equipamento, adquirido à parte — mas necessário para a conexão — sai por R$ R$ 2.670,00. O frete também não está incluso e adiciona mais R$ 365 reais para a conta. Além disso, será necessário pagar uma taxa de importação do produto, que só é liberada após o roteador estar pronto para o envio.
A ideia de Musk é que a Starlink possa resolver o problema de conexão de internet principalmente em áreas rurais, onde a rede de fibra óptica, por exemplo, tem dificuldades de chegar. O custo para ter esse serviço, porém, é alto. Segundo a empresa, ainda há prejuízo nas vendas dos planos porque os equipamentos são caros nas peças e no processo de fabricação. Nos EUA, por exemplo, os planos de assinatura giram na casa dos US$ 500 doláres.
Em janeiro, a Anatel deu a liberação para que satélites da Starlink pudessem explorar o serviço no Brasil até 2027. Em baixa órbita, cerca de 550 km da Terra, os satélites de Musk entraram com pedido de homologação de equipamentos em 2021, e tiveram o resultado favorável após um encontro do ministro das Comunicações Fábio Faria com o bilionário, em dezembro do ano passado.
Projeto de Musk
A Starlink nasceu em 2015 como um braço da SpaceX, de turismo espacial. Atuando de forma quase independente hoje, o projeto promete colocar 42 mil de satélites em órbita baixa (entre 500 km e 2.000 km de altitude) para “vender” internet por uma assinatura mensal, semelhante ao que fazem as operadoras de telecomunicações, que instalam redes de infraestrutura com antenas em terra.
No projeto de Musk, esses satélites criarão uma rede capaz de cobrir todo o Planeta, incluindo regiões remotas e rurais — o que aumenta o potencial de inclusão e expansão de negócios. Essa é a importância de ter um grande volume de satélites: cada um dos equipamentos se liga em rede, garantindo que não existam áreas sem cobertura conforme o globo terrestre se movimenta.
Musk, no entanto, descarta cobrir o Ártico e a Antártida. Apesar do barulho do bilionário, internet por satélites de baixa órbita não chega a ser uma novidade, considerando que operadores tradicionais, como a Embratel, já oferecem algo similar.