O TikTok manteve, por pelo menos um ano, uma lista de usuários que consumiram conteúdo etiquetado como LGBT na plataforma, afirmaram ex-funcionários ao jornal americano Wall Street Journal. Apesar de não solicitar informações de orientação sexual e identidade de gênero aos usuários, a empresa os classificava de acordo com o conteúdo que assistiram, revelou a reportagem publicada na última sexta-feira, 5.
Segundo a reportagem, as informações podiam ser vistas pelos funcionários em um painel que listava os usuários de acordo com tópicos com conteúdo LGBT. Com isso, a empresa “deduzia” a orientação sexual desses perfis.
De acordo com o veículo, isso gerou preocupação entre os funcionários nos EUA, Reino Unido e Austrália, que questionaram executivos do alto escalão a respeito da prática. Os trabalhadores temiam que os dados pudessem ser usados para chantagear os usuários classificados como LGBT ou que fossem compartilhados com terceiros. O caso ocorreu entre 2020 e 2021.
Em resposta ao jornal, um porta-voz do TikTok afirmou que o painel foi deletado em 2022 e que os funcionários não têm mais acesso a essas informações. Disse, ainda, que proteger a privacidade e a segurança dos usuários da plataforma é uma das prioridades da empresa, e que a coleta de informações representa os interesses das pessoas, e não a identidade delas.