A empresa disse que as demissões incluem equipes de suporte e captação de clientes e que serão gastos cerca de US$ 20 milhões em custos de indenizações e encargos relacionados. O presidente da empresa também renunciou a seu salário, para tentar estancar as baixas por conta da crise. Em 2019, Khosrowshahi ganhou cerca de US$ 1 milhão, embora a maior parte do valor esteja em bônus e e prêmios em ações da empresa.
Em um email enviado por Khosrowshahi aos funcionários, o presidente da empresa afirma que os esforços de seus empregados foi fundamental para a construção do Uber, mas que ajustes difíceis são necessários. “Estamos analisando muitos cenários e todos os custos, variáveis e fixos, em toda a empresa. Queremos ser inteligentes, agir rápido, reter o maior número possível de pessoas importantes e tratar a todos com dignidade, apoio e respeito”, explicou no comunicado.
Segundo análise da corretora Wedbush Securities, o corte é necessário para a sobrevivência da empresa, que pode enfrentar ainda mais quedas nos serviços no pós-pandemia e nos protocolos de comportamento que serão adotados como “novo normal”.
“Com motoristas e clientes provavelmente obrigados a usar máscaras durante passeios e preocupações com ocupantes anteriores de veículos, há um segmento da população que não usará mais esses veículos”, afirma o analista Dan Ives, em nota enviada a investidores. “Com base em nossa visão/análise e levados em consideração em nossos modelos atuais, estamos assumindo em um cenário mais draconiano que aproximadamente 30% da receita da gig economy (a economia dos "bicos") desaparecerá nos próximos um ou dois anos e uma parcela nunca retornará”.
Entretanto, mesmo com o cenário de demissão, o The Information reportou nesta quarta-feira, 5, que o Uber está envolvido em negociações para liderar um financiamento de US$ 170 milhões na Lime, empresa de patinetes compartilhados./COM REUTERS