Os carros autônomos do aplicativo de caronas Uber voltaram às vias públicas da cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, nesta terça-feira, 24. As operações estavam suspensas há quatro meses, em decorrência de um acidente fatal envolvendo um dos veículos autônomos da empresa. Mas, os carros do Uber que voltaram às ruas não farão testes autônomos como antigamente, ao menos por enquanto: o modelo Volvo XC90, que rodava sem motorista, só vai poder andar se estiver sendo dirigido por um humano e se estiver seguindo com uma série de regras de segurança, que inclui o monitoramento em tempo real dos testes.
Essas normas são uma tentativa da empresa de evitar novos acidentes. Quem comandará esses veículos nos testes serão os chamados “especialistas de missão”, um novo cargo anunciado pelo Uber depois da demissão de todos os motoristas de carros autônomos que trabalhavam na cidade de Pittsburgh, no início deste mês. Esse cargo de especialista, segundo o Uber, exige técnicas mais avançadas que a função simples de motorista -- os funcionários antigos eram responsáveis apenas por ficar no volante do veículo, posicionados para intervir em situações adversas.
O chefe do Grupo de Tecnologias Avançadas no Uber, Eric Meyhofer, afirmou, nesta terça-feira, que objetivo de deixar o carro autônomo operar somente se for dirigido por um humano serve para coletar dados das vias para a atualização dos mapas que a empresa usa para guiar os carros sem motorista. Agora, em toda corrida, dois “especialistas de missão” estarão dentro dos carros autônomos do Uber. A pessoa que estiver atrás do volante vai ser responsável pela condução, enquanto o outro funcionário vai supervisionar a operação e documentar ocorrências.
Todos os carros autônomos terão um sistema de monitoramento do motorista, que vai observar em tempo real o que o funcionário está fazendo – esse sistema ficará ativo sempre que o veículo estiver em uso. Segundo o Uber, se alguma falta de atenção for detectada, o motorista receberá um alerta.
Acidente. A colisão fatal que fez o Uber mudar sua estratégia de carros autônomos aconteceu em março deste ano. Elaine Herzberg, 49, foi atropelada por um veículo com direção autônoma enquanto atravessava uma avenida em Tempe, no Arizona. A pedestre chegou a ser atendida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
No mês passado, a polícia local disse que Rafaela Vasquez, motorista que acompanhava o teste de dentro do carro, assistia um episódio do programa de calouros The Voice pelo celular, no momento do acidente. O Uber não quis comentar o caso, mas já tinha proibido todos seus motoristas de usar smartphones durante os testes.
Viagens. O aplicativo de caronas também anunciou, nesta terça-feira, 24, que atingiu a marca de 10 bilhões de viagens no mundo todo. A empresa, que foi fundada em 2010, dobrou o seu resultado do ano passado -- em maio de 2017, o Uber tinha feito 5 bilhões de corridas.