O presidente executivo do Uber, Dara Khosrowshahi, revelou nesta terça-feira, 21, que dados de 57 milhões de seus usuários em todo o mundo foram vazados em 2016, incluindo as informações pessoais e dados de habilitação de 600 mil motoristas.
Khosrowshahi admitiu que é questionável a decisão de divulgar o caso somente um ano depois do ocorrido. “Ainda que não tenhamos evidências de fraude e uso indevido das informações no incidente, estamos monitorando as contas afetadas”, disse.
Trata-se de mais um golpe na reputação do aplicativo, que nos últimos meses enfrentou denúncias sobre assédio moral em seu ambiente de trabalho e de práticas anticompetitivas. As polêmicas, ocorridas durante o primeiro semestre, levaram o cofundador Travis Kalanick a deixar a presidência da companhia em junho. Khosrowshahi, seu substituto, chegou ao cargo em outubro, com a promessa de deixar o Uber mais "transparente" e abrir o capital da empresa até 2019.
Baseado em uma investigação externa, o presidente executivo do Uber afirmou que informações sobre trajetos realizados, números de cartão de crédito, dados de contas bancárias e datas de nascimento dos usuários não foram roubadas pelos hackers.
Khosrowshahi disse que foi informado “recentemente” sobre o incidente e que pessoas alheias à companhias seriam responsáveis pelo problema. Ele destacou, porém, que o vazamento “não alcançou os sistemas nem a infraestrutura” do Uber.
Ações. O executivo informou ainda que dois membros da equipe de segurança do Uber que comandaram a resposta ao problema, mas não alertaram os usuários dos aplicativo sobre a violação de dados, foram demitidos da empresa.
Segundo a agência de notícias Bloomberg, o Uber pagou US$ 100 mil aos hackers, que destruíram as informações que conseguiram coletar, sem divulgar os dados dos condutores e clientes do app.
"No momento do incidente, tomamos medidas imediatas para proteger as informações e colocar fim ao acesso não autorizado. Obtivemos garantias que os dados copiados seriam destruídos", explicou Khosrowshahi.