Depois de uma diminuição do ritmo de crescimento por conta da crise econômica, o comércio eletrônico está começando a se recuperar no Brasil. O segmento deve representar 4,6% do varejo em 2021, ante 2,8% em 2016, de acordo com estudo inédito da consultoria Forrester, encomendado pelo Google. O faturamento do segmento nos próximos cinco anos vai dar um salto de quase 80%, passando de um total de R$ 47,1 bilhões, em 2016, para R$ 84,7 bilhões, em cinco anos.
“O segundo semestre desse ano já deve ser melhor que o primeiro para o e-commerce no Brasil”, diz a diretora de clientes de varejo do Google, Claudia Sciama. “Isso mostra que já existe uma recuperação.” No total, as vendas online devem crescer 8,4% em 2016 e 9,8% em 2017 – somente em 2020, o segmento deve atingir crescimento similar ao de 2015, quando o faturamento teve alta de 14,9%.
Pelo menos três tendências serão responsáveis por dar novo fôlego às vendas online no País. De acordo com o relatório, 27 milhões de brasileiros deverão fazer sua primeira compra pela internet nos próximos anos. Além disso, os consumidores que já estão habituados a comprar pela internet vão amadurecer: em vez de comprar apenas produtos comparáveis, como eletrônicos e livros, eles vão passar a olhar outras categorias mais subjetivas, como roupas e itens de decoração.
“Grande parte das vendas online ainda serão de produtos duráveis nos próximos anos”, afirma Flávio Dias, presidente executivo da CNova, empresa de comércio eletrônico do grupo francês Casino, dono do Pão de Açúcar. “Mas moda, beleza, saúde e decoração vão ganhar cada vez mais espaço.”
O estudo da Forrester – que foi realizado em março deste ano com 4,5 mil brasileiros com idade entre 16 e 75 anos – aponta que as vendas de roupas, calçados, produtos de beleza e alimentos terão uma fatia de 25% do e-commerce em 2021. Hoje, esses itens representam apenas 11% das vendas.
Mobilidade. Por fim, o uso de smartphones deve influenciar o e-commerce no Brasil. A Forrester mostra que essa forma de compra deve representar 19% do faturamento do comércio eletrônico no País em 2016, movimentando R$ 9 bilhões.
Para alguns sites, os smartphones ainda trazem mais curiosos do que compradores. “Metade dos acessos ao site vem de dispositivos móveis”, diz o chefe de operações do Mercado Livre, Stelleo Tolda. “Mas os dispositivos móveis representam um terço de nossas vendas.”
A perspectiva é de que, em 2021, mais de 40% das compras pela internet aconteçam em um smartphone ou tablet.