WhatsApp, Instagram e Facebook retornam após queda de 7 horas


Com a queda, as ações do Facebook também caíram: 4,89%; empresa lamentou incidente, não deu motivos para o ocorrido

Por Redação Link
Atualização:
WhatsApp enfrenta instabilidade 

Atualizado às 21h45

Após mais de 7 horas de interrupção, os serviços do Facebook começaram a voltar lentamente ao ar. Na noite desta segunda-feira, 4, WhatsApp, Instagram e Facebook tiveram seus sistemas restaurados, mas ainda apresentando lentidão e instabilidade. No app de fotos e no Facebook, as operações começaram a normalizadas em todo o mundo por volta das 18h45 do horário de Brasília. O WhatsApp deu sinais de recuperação apenas uma hora depois, cerca de 19h45, até ser totalmente restabelecido às 20h15. Usuários afirmaram que era possível acessar os contatos e os chats, mas que ainda enfrentavam dificuldades para enviar e receber mensagens. 

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O problema que começou por volta das 12h20 foi relatado por meio de plataformas como o Twitter. De acordo com o site Down Detector, conhecido por apontar falhas em serviços na internet, o problema não ficou restrito ao Brasil: houve relatos de instabilidade em diversas regiões do planeta, incluindo América Latina e Europa.  A reportagem fez contato com a empresa, que disse estar investigando o problema. 

Em mensagem no começo da noite de segunda, a empresa pediu desculpas pela interrupção e afirmou estar trabalhando para corrigir restabelecer o sistema para todos os usuários. O Facebook também informou que os apps já estão voltando a ficar disponíveis para os usuários, mas não explicou a origem do problema que tirou suas redes do ar. 

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("Para todos que foram afetados pela interrupção das nossas plataformas hoje: sentimos muito. Sabemos que bilhões de pessoas e negócios em todo o mundo dependem de nossos produtos e serviços para permanecer conectados. Agradecemos a paciência à medida que voltamos a ficar online")

Às 17h, Mike Schroepfer, CTO do Facebook, disse: “Nossas sinceras desculpas a todos os afetados pela interrupção dos serviços do Facebook neste momento. Estamos passando por problemas em nossas redes e nossos times estão trabalhando para resolver essa situação o mais rápido possível”.

O fundador do Facebook se pronunciou apenas após os serviços estarem restabelecidos, em sua página no Facebook, às 19h54. "Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger estão voltando online agora. Desculpe pela interrupção de hoje — eu sei o quanto vocês confiam em nossos serviços para estarem conectados com as pessoas de quem gostam", disse Zuckerberg, sem explicar os motivos que causaram a pane.

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Alguns especialistas já dizem que se trata de um problema do tipo DNS, uma falha no servidor da empresa. Isso significa que, quando o usuário busca pelo domínio dos sites — ou os acessa pelos aplicativos — é como se aquele endereço não pudesse ser encontrado pela internet. Depois de quase cinco horas de interrupção, o jornal americano The New York Times afirmou que o Facebook estava enviando uma equipe para tentar fazer a recuperação dos sistemas manualmente.

Para o professor de Ciência da Computação, Rodrigo Izidoro Tinini, do Centro Universitário FEI, o possível problema no DNS pode justificar a queda. Como um tradutor, o DNS (Domain Name System) transforma o endereço do site que buscamos em um código de busca na internet, relacionado ao seu domínio.

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“O protocolo DNS associa nomes de domínio a endereços IPs. Se o serviço de DNS estiver indisponível e não for possível traduzir nomes de domínio para endereços IPs, não será possível endereçar nossas solicitações pela internet, o que nos impede de acessar sites e serviços. Em cenários em que vários serviços estão integrados em uma mesma plataforma, problemas nessa plataforma irão afetar todos os serviços integrados a ela”.

A possibilidade de um ataque hacker foi descartada por ora. "É difícil criminosos terem sucesso invadindo uma empresa como o Facebook, que está na vanguarda da tecnologia e não brinca com segurança digital", diz Vivaldo José Breternitz, professor da faculdade de computação e informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Segundo duas fontes ouvidas pelo The New York Times, o Workplace, sistema de trabalho interno dos funcionários do Facebook, também está com problemas para acessar suas plataformas. Alguns funcionários estariam com dificuldades, inclusive, de acessar o prédio do Facebook, por não terem seus crachás reconhecidos.

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Com a queda, as ações do Facebook também caíram. Embora outras empresas de tecnologia também tenham visto o movimento, a retração do Facebook é maior. A rede social chegou a ter queda de 5,3%, mas fechou o dia com redução de 4,89%, a maior desde novembro do ano passado. A queda ocorre numa onda de retração das ações de empresas de tecnologia, mas a rede de Zuckerberg ficou abaixo do patamar das concorrentes, que viram reduções no valor dos papeis de 2,8%. 

Durante a pane, Zuckerberg teve uma perda estimada de US$ 5,9 bilhões em sua fortuna pessoal. No momento da pane nos aplicativos da empresa, Antigone Davis, chefe de segurança do Facebook, estava em uma entrevista ao vivo para o canal americano CNBC. A executiva estava participando de um programa para falar sobre as pesquisas internas da companhia, que foram vazadas ao longo das últimas semanas, e defender os algoritmos que regiam as plataformas.

Desde que o jornal americano Wall Street Journal revelou apresentações de pesquisas do Facebook sobre saúde mental de adolescentes — e como a empresa tinha conhecimento de que seus algoritmos ajudavam em fatores como depressão e ansiedade — a companhia de Zuckerberg tem estado na linha de frente de um escândalo. No último dia 30, Antigone foi até o senado prestar depoimento em uma investigação sobre a proteção de crianças nas redes sociais. Na próxima terça-feira, 5, quem vai comparecer à corte é Francis Hauger, ex-funcionária responsável pelo vazamento das pesquisas. 

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"Problemas técnicos prejudicam a imagem do Facebook, que está especialmente desgastada nessas últimas semanas. Essa queda é um arranhão na imagem do Facebook de superpoderoso da tecnologia, mas não creio que isso vá fazer os produtos do Facebook perderem força. No caso do WhatsApp, por exemplo, as pessoas já usam amplamente o aplicativo no Brasil, até para assuntos de trabalho, e não devem abandoná-lo tão rápido por outra plataforma. Até porque esse problemas similares de instabilidade acontecem com plataformas de todos os tipos, inclusive apps de bancos", diz Breternitz.  

Integração de plataformas

Em junho passado, houve uma queda de 10 minutos no WhatsApp e no Instagram. Antes, em março, os dois serviços e o Facebook, também ficaram fora do ar por cerca de 50 minutos. No ano passado, as últimas instabilidades foram reportadas em julho e setembro de 2020. Antes disso, em maio, uma falha centralizada na América Latina impossibilitou a execução de funções básicas como envio de mensagens, comentários e realização de publicações nos três serviços. Em março daquele ano, as redes sociais do grupo chegaram a ficar fora do ar por quase 24 horas depois de mudanças nas configurações dos servidores da companhia.

Com a maior integração entre as três plataformas, é comum que todos os serviços da empresa passem por instabilidade de maneira conjunta.

Entre especialistas, corre a especulação de que parte dos problemas frequentes tem sido causados pelo plano de integração entre WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger, que foi anunciado em janeiro de 2019 e que teve início em 30 de setembro de 2020 com a integração do Facebook Messenger e Instagram. O recurso irá permitir que as pessoas se comuniquem de um mensageiro para o outro, sem trocar de aplicativo.

O Instagram também busca estar mais integrado ao WhatsApp. O aplicativo já testa um botão que levará o usuário diretamente a uma conversa no WhatsApp. Antes, o Instagram permitia que os usuários conversassem apenas dentro do próprio app, por mensagem direta. Anúncios do Instagram também terão integração com o WhatsApp.

Choro e Piada

Nas redes sociais, diversos usuários brincaram com o problema e recorreram ao restante da internet para descobrir a origem do problema. Com mais de duas horas de duração, até o Twitter fez piada com a queda dos apps:

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WhatsApp enfrenta instabilidade 

Atualizado às 21h45

Após mais de 7 horas de interrupção, os serviços do Facebook começaram a voltar lentamente ao ar. Na noite desta segunda-feira, 4, WhatsApp, Instagram e Facebook tiveram seus sistemas restaurados, mas ainda apresentando lentidão e instabilidade. No app de fotos e no Facebook, as operações começaram a normalizadas em todo o mundo por volta das 18h45 do horário de Brasília. O WhatsApp deu sinais de recuperação apenas uma hora depois, cerca de 19h45, até ser totalmente restabelecido às 20h15. Usuários afirmaram que era possível acessar os contatos e os chats, mas que ainda enfrentavam dificuldades para enviar e receber mensagens. 

O problema que começou por volta das 12h20 foi relatado por meio de plataformas como o Twitter. De acordo com o site Down Detector, conhecido por apontar falhas em serviços na internet, o problema não ficou restrito ao Brasil: houve relatos de instabilidade em diversas regiões do planeta, incluindo América Latina e Europa.  A reportagem fez contato com a empresa, que disse estar investigando o problema. 

Em mensagem no começo da noite de segunda, a empresa pediu desculpas pela interrupção e afirmou estar trabalhando para corrigir restabelecer o sistema para todos os usuários. O Facebook também informou que os apps já estão voltando a ficar disponíveis para os usuários, mas não explicou a origem do problema que tirou suas redes do ar. 

("Para todos que foram afetados pela interrupção das nossas plataformas hoje: sentimos muito. Sabemos que bilhões de pessoas e negócios em todo o mundo dependem de nossos produtos e serviços para permanecer conectados. Agradecemos a paciência à medida que voltamos a ficar online")

Às 17h, Mike Schroepfer, CTO do Facebook, disse: “Nossas sinceras desculpas a todos os afetados pela interrupção dos serviços do Facebook neste momento. Estamos passando por problemas em nossas redes e nossos times estão trabalhando para resolver essa situação o mais rápido possível”.

O fundador do Facebook se pronunciou apenas após os serviços estarem restabelecidos, em sua página no Facebook, às 19h54. "Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger estão voltando online agora. Desculpe pela interrupção de hoje — eu sei o quanto vocês confiam em nossos serviços para estarem conectados com as pessoas de quem gostam", disse Zuckerberg, sem explicar os motivos que causaram a pane.

Alguns especialistas já dizem que se trata de um problema do tipo DNS, uma falha no servidor da empresa. Isso significa que, quando o usuário busca pelo domínio dos sites — ou os acessa pelos aplicativos — é como se aquele endereço não pudesse ser encontrado pela internet. Depois de quase cinco horas de interrupção, o jornal americano The New York Times afirmou que o Facebook estava enviando uma equipe para tentar fazer a recuperação dos sistemas manualmente.

Para o professor de Ciência da Computação, Rodrigo Izidoro Tinini, do Centro Universitário FEI, o possível problema no DNS pode justificar a queda. Como um tradutor, o DNS (Domain Name System) transforma o endereço do site que buscamos em um código de busca na internet, relacionado ao seu domínio.

“O protocolo DNS associa nomes de domínio a endereços IPs. Se o serviço de DNS estiver indisponível e não for possível traduzir nomes de domínio para endereços IPs, não será possível endereçar nossas solicitações pela internet, o que nos impede de acessar sites e serviços. Em cenários em que vários serviços estão integrados em uma mesma plataforma, problemas nessa plataforma irão afetar todos os serviços integrados a ela”.

A possibilidade de um ataque hacker foi descartada por ora. "É difícil criminosos terem sucesso invadindo uma empresa como o Facebook, que está na vanguarda da tecnologia e não brinca com segurança digital", diz Vivaldo José Breternitz, professor da faculdade de computação e informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Segundo duas fontes ouvidas pelo The New York Times, o Workplace, sistema de trabalho interno dos funcionários do Facebook, também está com problemas para acessar suas plataformas. Alguns funcionários estariam com dificuldades, inclusive, de acessar o prédio do Facebook, por não terem seus crachás reconhecidos.

Com a queda, as ações do Facebook também caíram. Embora outras empresas de tecnologia também tenham visto o movimento, a retração do Facebook é maior. A rede social chegou a ter queda de 5,3%, mas fechou o dia com redução de 4,89%, a maior desde novembro do ano passado. A queda ocorre numa onda de retração das ações de empresas de tecnologia, mas a rede de Zuckerberg ficou abaixo do patamar das concorrentes, que viram reduções no valor dos papeis de 2,8%. 

Durante a pane, Zuckerberg teve uma perda estimada de US$ 5,9 bilhões em sua fortuna pessoal. No momento da pane nos aplicativos da empresa, Antigone Davis, chefe de segurança do Facebook, estava em uma entrevista ao vivo para o canal americano CNBC. A executiva estava participando de um programa para falar sobre as pesquisas internas da companhia, que foram vazadas ao longo das últimas semanas, e defender os algoritmos que regiam as plataformas.

Desde que o jornal americano Wall Street Journal revelou apresentações de pesquisas do Facebook sobre saúde mental de adolescentes — e como a empresa tinha conhecimento de que seus algoritmos ajudavam em fatores como depressão e ansiedade — a companhia de Zuckerberg tem estado na linha de frente de um escândalo. No último dia 30, Antigone foi até o senado prestar depoimento em uma investigação sobre a proteção de crianças nas redes sociais. Na próxima terça-feira, 5, quem vai comparecer à corte é Francis Hauger, ex-funcionária responsável pelo vazamento das pesquisas. 

"Problemas técnicos prejudicam a imagem do Facebook, que está especialmente desgastada nessas últimas semanas. Essa queda é um arranhão na imagem do Facebook de superpoderoso da tecnologia, mas não creio que isso vá fazer os produtos do Facebook perderem força. No caso do WhatsApp, por exemplo, as pessoas já usam amplamente o aplicativo no Brasil, até para assuntos de trabalho, e não devem abandoná-lo tão rápido por outra plataforma. Até porque esse problemas similares de instabilidade acontecem com plataformas de todos os tipos, inclusive apps de bancos", diz Breternitz.  

Integração de plataformas

Em junho passado, houve uma queda de 10 minutos no WhatsApp e no Instagram. Antes, em março, os dois serviços e o Facebook, também ficaram fora do ar por cerca de 50 minutos. No ano passado, as últimas instabilidades foram reportadas em julho e setembro de 2020. Antes disso, em maio, uma falha centralizada na América Latina impossibilitou a execução de funções básicas como envio de mensagens, comentários e realização de publicações nos três serviços. Em março daquele ano, as redes sociais do grupo chegaram a ficar fora do ar por quase 24 horas depois de mudanças nas configurações dos servidores da companhia.

Com a maior integração entre as três plataformas, é comum que todos os serviços da empresa passem por instabilidade de maneira conjunta.

Entre especialistas, corre a especulação de que parte dos problemas frequentes tem sido causados pelo plano de integração entre WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger, que foi anunciado em janeiro de 2019 e que teve início em 30 de setembro de 2020 com a integração do Facebook Messenger e Instagram. O recurso irá permitir que as pessoas se comuniquem de um mensageiro para o outro, sem trocar de aplicativo.

O Instagram também busca estar mais integrado ao WhatsApp. O aplicativo já testa um botão que levará o usuário diretamente a uma conversa no WhatsApp. Antes, o Instagram permitia que os usuários conversassem apenas dentro do próprio app, por mensagem direta. Anúncios do Instagram também terão integração com o WhatsApp.

Choro e Piada

Nas redes sociais, diversos usuários brincaram com o problema e recorreram ao restante da internet para descobrir a origem do problema. Com mais de duas horas de duração, até o Twitter fez piada com a queda dos apps:

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WhatsApp enfrenta instabilidade 

Atualizado às 21h45

Após mais de 7 horas de interrupção, os serviços do Facebook começaram a voltar lentamente ao ar. Na noite desta segunda-feira, 4, WhatsApp, Instagram e Facebook tiveram seus sistemas restaurados, mas ainda apresentando lentidão e instabilidade. No app de fotos e no Facebook, as operações começaram a normalizadas em todo o mundo por volta das 18h45 do horário de Brasília. O WhatsApp deu sinais de recuperação apenas uma hora depois, cerca de 19h45, até ser totalmente restabelecido às 20h15. Usuários afirmaram que era possível acessar os contatos e os chats, mas que ainda enfrentavam dificuldades para enviar e receber mensagens. 

O problema que começou por volta das 12h20 foi relatado por meio de plataformas como o Twitter. De acordo com o site Down Detector, conhecido por apontar falhas em serviços na internet, o problema não ficou restrito ao Brasil: houve relatos de instabilidade em diversas regiões do planeta, incluindo América Latina e Europa.  A reportagem fez contato com a empresa, que disse estar investigando o problema. 

Em mensagem no começo da noite de segunda, a empresa pediu desculpas pela interrupção e afirmou estar trabalhando para corrigir restabelecer o sistema para todos os usuários. O Facebook também informou que os apps já estão voltando a ficar disponíveis para os usuários, mas não explicou a origem do problema que tirou suas redes do ar. 

("Para todos que foram afetados pela interrupção das nossas plataformas hoje: sentimos muito. Sabemos que bilhões de pessoas e negócios em todo o mundo dependem de nossos produtos e serviços para permanecer conectados. Agradecemos a paciência à medida que voltamos a ficar online")

Às 17h, Mike Schroepfer, CTO do Facebook, disse: “Nossas sinceras desculpas a todos os afetados pela interrupção dos serviços do Facebook neste momento. Estamos passando por problemas em nossas redes e nossos times estão trabalhando para resolver essa situação o mais rápido possível”.

O fundador do Facebook se pronunciou apenas após os serviços estarem restabelecidos, em sua página no Facebook, às 19h54. "Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger estão voltando online agora. Desculpe pela interrupção de hoje — eu sei o quanto vocês confiam em nossos serviços para estarem conectados com as pessoas de quem gostam", disse Zuckerberg, sem explicar os motivos que causaram a pane.

Alguns especialistas já dizem que se trata de um problema do tipo DNS, uma falha no servidor da empresa. Isso significa que, quando o usuário busca pelo domínio dos sites — ou os acessa pelos aplicativos — é como se aquele endereço não pudesse ser encontrado pela internet. Depois de quase cinco horas de interrupção, o jornal americano The New York Times afirmou que o Facebook estava enviando uma equipe para tentar fazer a recuperação dos sistemas manualmente.

Para o professor de Ciência da Computação, Rodrigo Izidoro Tinini, do Centro Universitário FEI, o possível problema no DNS pode justificar a queda. Como um tradutor, o DNS (Domain Name System) transforma o endereço do site que buscamos em um código de busca na internet, relacionado ao seu domínio.

“O protocolo DNS associa nomes de domínio a endereços IPs. Se o serviço de DNS estiver indisponível e não for possível traduzir nomes de domínio para endereços IPs, não será possível endereçar nossas solicitações pela internet, o que nos impede de acessar sites e serviços. Em cenários em que vários serviços estão integrados em uma mesma plataforma, problemas nessa plataforma irão afetar todos os serviços integrados a ela”.

A possibilidade de um ataque hacker foi descartada por ora. "É difícil criminosos terem sucesso invadindo uma empresa como o Facebook, que está na vanguarda da tecnologia e não brinca com segurança digital", diz Vivaldo José Breternitz, professor da faculdade de computação e informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Segundo duas fontes ouvidas pelo The New York Times, o Workplace, sistema de trabalho interno dos funcionários do Facebook, também está com problemas para acessar suas plataformas. Alguns funcionários estariam com dificuldades, inclusive, de acessar o prédio do Facebook, por não terem seus crachás reconhecidos.

Com a queda, as ações do Facebook também caíram. Embora outras empresas de tecnologia também tenham visto o movimento, a retração do Facebook é maior. A rede social chegou a ter queda de 5,3%, mas fechou o dia com redução de 4,89%, a maior desde novembro do ano passado. A queda ocorre numa onda de retração das ações de empresas de tecnologia, mas a rede de Zuckerberg ficou abaixo do patamar das concorrentes, que viram reduções no valor dos papeis de 2,8%. 

Durante a pane, Zuckerberg teve uma perda estimada de US$ 5,9 bilhões em sua fortuna pessoal. No momento da pane nos aplicativos da empresa, Antigone Davis, chefe de segurança do Facebook, estava em uma entrevista ao vivo para o canal americano CNBC. A executiva estava participando de um programa para falar sobre as pesquisas internas da companhia, que foram vazadas ao longo das últimas semanas, e defender os algoritmos que regiam as plataformas.

Desde que o jornal americano Wall Street Journal revelou apresentações de pesquisas do Facebook sobre saúde mental de adolescentes — e como a empresa tinha conhecimento de que seus algoritmos ajudavam em fatores como depressão e ansiedade — a companhia de Zuckerberg tem estado na linha de frente de um escândalo. No último dia 30, Antigone foi até o senado prestar depoimento em uma investigação sobre a proteção de crianças nas redes sociais. Na próxima terça-feira, 5, quem vai comparecer à corte é Francis Hauger, ex-funcionária responsável pelo vazamento das pesquisas. 

"Problemas técnicos prejudicam a imagem do Facebook, que está especialmente desgastada nessas últimas semanas. Essa queda é um arranhão na imagem do Facebook de superpoderoso da tecnologia, mas não creio que isso vá fazer os produtos do Facebook perderem força. No caso do WhatsApp, por exemplo, as pessoas já usam amplamente o aplicativo no Brasil, até para assuntos de trabalho, e não devem abandoná-lo tão rápido por outra plataforma. Até porque esse problemas similares de instabilidade acontecem com plataformas de todos os tipos, inclusive apps de bancos", diz Breternitz.  

Integração de plataformas

Em junho passado, houve uma queda de 10 minutos no WhatsApp e no Instagram. Antes, em março, os dois serviços e o Facebook, também ficaram fora do ar por cerca de 50 minutos. No ano passado, as últimas instabilidades foram reportadas em julho e setembro de 2020. Antes disso, em maio, uma falha centralizada na América Latina impossibilitou a execução de funções básicas como envio de mensagens, comentários e realização de publicações nos três serviços. Em março daquele ano, as redes sociais do grupo chegaram a ficar fora do ar por quase 24 horas depois de mudanças nas configurações dos servidores da companhia.

Com a maior integração entre as três plataformas, é comum que todos os serviços da empresa passem por instabilidade de maneira conjunta.

Entre especialistas, corre a especulação de que parte dos problemas frequentes tem sido causados pelo plano de integração entre WhatsApp, Instagram e Facebook Messenger, que foi anunciado em janeiro de 2019 e que teve início em 30 de setembro de 2020 com a integração do Facebook Messenger e Instagram. O recurso irá permitir que as pessoas se comuniquem de um mensageiro para o outro, sem trocar de aplicativo.

O Instagram também busca estar mais integrado ao WhatsApp. O aplicativo já testa um botão que levará o usuário diretamente a uma conversa no WhatsApp. Antes, o Instagram permitia que os usuários conversassem apenas dentro do próprio app, por mensagem direta. Anúncios do Instagram também terão integração com o WhatsApp.

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Nas redes sociais, diversos usuários brincaram com o problema e recorreram ao restante da internet para descobrir a origem do problema. Com mais de duas horas de duração, até o Twitter fez piada com a queda dos apps:

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