O Facebook sabia que suas estimativas para o número de usuários que podiam ver anúncios na plataforma estavam infladas, mas ignorou o problema para obter mais receita, de acordo com documentos de processos civis divulgados na quinta-feira, 18.
A rede social é alvo de uma ação coletiva iniciada por uma empresa em 2018. A acusação afirma que os líderes da plataforma sabiam que o público potencial para as campanhas publicitárias era superestimado, mas que nada fizeram para reverter a situação.
A maior parte do faturamento da empresa californiana é proveniente da venda de espaços publicitários a empresas. Os preços que pagam variam com base em vários critérios, começando com o número de usuários que podem visualizar a campanha.
“O Facebook sabia que o problema era principalmente devido a contas falsas e duplicadas. Os líderes impediram os funcionários de consertar o problema porque pensaram que o 'impacto na receita (seria) significativo”, apontaram os documentos.
A ação cita um responsável pelo "Alcance Potencial", forma de medir o potencial de audiência dos anúncios, que garantiu em um e-mail interno da empresa que o Facebook "nunca deveria ter tido" determinada receita, pois se baseava em dados errados sobre as audiências.
A rede social negou essas acusações. "Esses documentos foram selecionados para se adequar à história contada pelo reclamante", disse Joe Osborne, porta-voz do Facebook contatado pela AFP.
“O 'Alcance potencial' é uma ferramenta de planejamento de campanha que nunca é usada para faturar clientes”, acrescentou. De acordo com Osborne, a plataforma explica como a "estimativa é calculada na interface de publicidade."
Em março de 2019, a rede social mudou a forma de mensurar esse público, que desde então não é mais baseado em usuários ativos, mas na quantidade de pessoas que viram um anúncio de um produto nos últimos 30 dias.