Facebook, TikTok e outras redes são ameaças reais para a democracia


As principais plataformas em atividade no Brasil são terreno fértil para ameaças à democracia

Por Pedro Doria
Atualização:

Um dos grandes defeitos da campanha curta imposta pela lei eleitoral é que mal temos tempo para pensar. Em apenas um mês, mais eficaz que debater é botar todas as fichas no jogo das emoções. E, num ambiente assim, para quem aposta na desinformação o trabalho é facilitado. Ainda não é possível precisar, mas esta eleição tem cara de estar ainda pior nas redes sociais do que a de 2018.

Os indícios são muitos e o problema está descentralizado. Em 2018, o foco estava no Facebook e no WhatsApp. Ambos ainda são parte importante do problema que temos. Mas, agora, ainda há Telegram, TikTok e Kwai. Uma análise encomendada pela Agência Pública ao projeto Eleições Sem Fake, da UFMG, descobriu que foi nas duas plataformas de vídeos curtos que surgiram mais de 40% dos filmetes relacionados à campanha postos no WhatsApp.

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Em vídeos curtos é muito fácil tirar uma fala de contexto ou mesmo falsificar. Basta unir a falta de contexto ao consumo passivo, sem reflexão, que o veículo para falsificar a informação se torna perfeito.

Mas os chineses não são os únicos problemáticos. A Meta, holding do Facebook, Instagram e WhatsApp, havia prometido maior controle e filtros sofisticados, mas não entregou nada. A ONG internacional Global Witness criou dez peças publicitárias com informações falsas sobre a eleição brasileira e tentou publicá-las no Facebook. As dez foram aceitas pelo sistema. Não foram ao ar porque a ONG só queria testar os filtros.

A Meta é controladora de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp Foto: REUTERS/Dado Ruvic
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A experiência foi confirmada por outra organização estrangeira, a SumOfUs. Com base em uma amostra de 2,8 mil anúncios no Facebook brasileiro, encontrou dezenas com o objetivo de insuflar violência política e minar a credibilidade do sistema eleitoral. Os mesmos pesquisadores descobriram uma quantidade imensa de conteúdos estimulando um golpe de Estado em apenas três grupos de WhatsApp.

Tudo indica que Jair Bolsonaro perderá a eleição. Não temos como prever o impacto da campanha golpista no caso de derrota. Dificilmente terminaria num golpe de sucesso, mas o temor por violência é real.

Temos um problema que tem de ser encarado com mais seriedade. As principais plataformas em atividade no Brasil são terreno fértil para ameaças à democracia. Estamos na segunda eleição presidencial em que estas companhias nada fazem. No caso da Meta, sua irresponsabilidade já é recorrente. Não é uma companhia que tenha qualquer compromisso com valores democráticos.

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Que tipo de sociedade somos se permitirmos que tudo aconteça de novo em 2026?

Um dos grandes defeitos da campanha curta imposta pela lei eleitoral é que mal temos tempo para pensar. Em apenas um mês, mais eficaz que debater é botar todas as fichas no jogo das emoções. E, num ambiente assim, para quem aposta na desinformação o trabalho é facilitado. Ainda não é possível precisar, mas esta eleição tem cara de estar ainda pior nas redes sociais do que a de 2018.

Os indícios são muitos e o problema está descentralizado. Em 2018, o foco estava no Facebook e no WhatsApp. Ambos ainda são parte importante do problema que temos. Mas, agora, ainda há Telegram, TikTok e Kwai. Uma análise encomendada pela Agência Pública ao projeto Eleições Sem Fake, da UFMG, descobriu que foi nas duas plataformas de vídeos curtos que surgiram mais de 40% dos filmetes relacionados à campanha postos no WhatsApp.

Em vídeos curtos é muito fácil tirar uma fala de contexto ou mesmo falsificar. Basta unir a falta de contexto ao consumo passivo, sem reflexão, que o veículo para falsificar a informação se torna perfeito.

Mas os chineses não são os únicos problemáticos. A Meta, holding do Facebook, Instagram e WhatsApp, havia prometido maior controle e filtros sofisticados, mas não entregou nada. A ONG internacional Global Witness criou dez peças publicitárias com informações falsas sobre a eleição brasileira e tentou publicá-las no Facebook. As dez foram aceitas pelo sistema. Não foram ao ar porque a ONG só queria testar os filtros.

A Meta é controladora de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A experiência foi confirmada por outra organização estrangeira, a SumOfUs. Com base em uma amostra de 2,8 mil anúncios no Facebook brasileiro, encontrou dezenas com o objetivo de insuflar violência política e minar a credibilidade do sistema eleitoral. Os mesmos pesquisadores descobriram uma quantidade imensa de conteúdos estimulando um golpe de Estado em apenas três grupos de WhatsApp.

Tudo indica que Jair Bolsonaro perderá a eleição. Não temos como prever o impacto da campanha golpista no caso de derrota. Dificilmente terminaria num golpe de sucesso, mas o temor por violência é real.

Temos um problema que tem de ser encarado com mais seriedade. As principais plataformas em atividade no Brasil são terreno fértil para ameaças à democracia. Estamos na segunda eleição presidencial em que estas companhias nada fazem. No caso da Meta, sua irresponsabilidade já é recorrente. Não é uma companhia que tenha qualquer compromisso com valores democráticos.

Que tipo de sociedade somos se permitirmos que tudo aconteça de novo em 2026?

Um dos grandes defeitos da campanha curta imposta pela lei eleitoral é que mal temos tempo para pensar. Em apenas um mês, mais eficaz que debater é botar todas as fichas no jogo das emoções. E, num ambiente assim, para quem aposta na desinformação o trabalho é facilitado. Ainda não é possível precisar, mas esta eleição tem cara de estar ainda pior nas redes sociais do que a de 2018.

Os indícios são muitos e o problema está descentralizado. Em 2018, o foco estava no Facebook e no WhatsApp. Ambos ainda são parte importante do problema que temos. Mas, agora, ainda há Telegram, TikTok e Kwai. Uma análise encomendada pela Agência Pública ao projeto Eleições Sem Fake, da UFMG, descobriu que foi nas duas plataformas de vídeos curtos que surgiram mais de 40% dos filmetes relacionados à campanha postos no WhatsApp.

Em vídeos curtos é muito fácil tirar uma fala de contexto ou mesmo falsificar. Basta unir a falta de contexto ao consumo passivo, sem reflexão, que o veículo para falsificar a informação se torna perfeito.

Mas os chineses não são os únicos problemáticos. A Meta, holding do Facebook, Instagram e WhatsApp, havia prometido maior controle e filtros sofisticados, mas não entregou nada. A ONG internacional Global Witness criou dez peças publicitárias com informações falsas sobre a eleição brasileira e tentou publicá-las no Facebook. As dez foram aceitas pelo sistema. Não foram ao ar porque a ONG só queria testar os filtros.

A Meta é controladora de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A experiência foi confirmada por outra organização estrangeira, a SumOfUs. Com base em uma amostra de 2,8 mil anúncios no Facebook brasileiro, encontrou dezenas com o objetivo de insuflar violência política e minar a credibilidade do sistema eleitoral. Os mesmos pesquisadores descobriram uma quantidade imensa de conteúdos estimulando um golpe de Estado em apenas três grupos de WhatsApp.

Tudo indica que Jair Bolsonaro perderá a eleição. Não temos como prever o impacto da campanha golpista no caso de derrota. Dificilmente terminaria num golpe de sucesso, mas o temor por violência é real.

Temos um problema que tem de ser encarado com mais seriedade. As principais plataformas em atividade no Brasil são terreno fértil para ameaças à democracia. Estamos na segunda eleição presidencial em que estas companhias nada fazem. No caso da Meta, sua irresponsabilidade já é recorrente. Não é uma companhia que tenha qualquer compromisso com valores democráticos.

Que tipo de sociedade somos se permitirmos que tudo aconteça de novo em 2026?

Um dos grandes defeitos da campanha curta imposta pela lei eleitoral é que mal temos tempo para pensar. Em apenas um mês, mais eficaz que debater é botar todas as fichas no jogo das emoções. E, num ambiente assim, para quem aposta na desinformação o trabalho é facilitado. Ainda não é possível precisar, mas esta eleição tem cara de estar ainda pior nas redes sociais do que a de 2018.

Os indícios são muitos e o problema está descentralizado. Em 2018, o foco estava no Facebook e no WhatsApp. Ambos ainda são parte importante do problema que temos. Mas, agora, ainda há Telegram, TikTok e Kwai. Uma análise encomendada pela Agência Pública ao projeto Eleições Sem Fake, da UFMG, descobriu que foi nas duas plataformas de vídeos curtos que surgiram mais de 40% dos filmetes relacionados à campanha postos no WhatsApp.

Em vídeos curtos é muito fácil tirar uma fala de contexto ou mesmo falsificar. Basta unir a falta de contexto ao consumo passivo, sem reflexão, que o veículo para falsificar a informação se torna perfeito.

Mas os chineses não são os únicos problemáticos. A Meta, holding do Facebook, Instagram e WhatsApp, havia prometido maior controle e filtros sofisticados, mas não entregou nada. A ONG internacional Global Witness criou dez peças publicitárias com informações falsas sobre a eleição brasileira e tentou publicá-las no Facebook. As dez foram aceitas pelo sistema. Não foram ao ar porque a ONG só queria testar os filtros.

A Meta é controladora de redes sociais como Facebook, Instagram e WhatsApp Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A experiência foi confirmada por outra organização estrangeira, a SumOfUs. Com base em uma amostra de 2,8 mil anúncios no Facebook brasileiro, encontrou dezenas com o objetivo de insuflar violência política e minar a credibilidade do sistema eleitoral. Os mesmos pesquisadores descobriram uma quantidade imensa de conteúdos estimulando um golpe de Estado em apenas três grupos de WhatsApp.

Tudo indica que Jair Bolsonaro perderá a eleição. Não temos como prever o impacto da campanha golpista no caso de derrota. Dificilmente terminaria num golpe de sucesso, mas o temor por violência é real.

Temos um problema que tem de ser encarado com mais seriedade. As principais plataformas em atividade no Brasil são terreno fértil para ameaças à democracia. Estamos na segunda eleição presidencial em que estas companhias nada fazem. No caso da Meta, sua irresponsabilidade já é recorrente. Não é uma companhia que tenha qualquer compromisso com valores democráticos.

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